Capítulo 38

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Acordei sentindo minha cabeça pesar de um jeito estranho. Arregalei os olhos apavorada ao me lembrar do que tinha acontecido. Me sentei correndo e vi que estava numa cama, num quarto abandonado.

A passos apressados sai do quarto e tomei um susto ao dar de cara com Miguel. Ele era o traidor, o homem que Alfonso e eu depositamos nossa confiança. Ele sorria agora de forma presunçosa.

- Por quê? - eu o encarei com raiva.

- Por que o que? - ele sorriu e sentou no sofá numa postura relaxada.

Encarei a porta a poucos metros de mim, talvez se eu corresse, conseguisse escapar.

- Pode desistir da sua ideia. - ele riu e mostrou as chaves adivinhando meus pensamentos.

- Por que nos traiu? Foi por dinheiro?

- Também! - deu de ombros. - Mas eu nunca trai vocês de verdade, eu só fui trabalhar com o Alfonso por sua causa, pra ficar perto de você e ter a chance de sequestra-la. Infelizmente seu futuro marido dificultou as coisas pra mim, ele nunca me deixou fazer sua segurança sozinho, não sei se ele é desconfiado por natureza ou se toda a desconfiança dele era só pra mim. Tudo bem, isso não importa. Você foi quem acabou me ajudando, quando decidiu voltar sem avisar o Alfonso e com apenas um segurança. Você me deu a oportunidade perfeita pra sequestra-la. Finalmente depois de meses atingi meu objetivo, o chefe está orgulhoso.

- Chefe? - o encarei confusa. - Quem te mandou fazer isso? É alguém que quer atingir o Alfonso?

- Não Anahí, aparentemente seu marido não tem inimigos a esse ponto. Ao contrário de você. - sorriu.

Foi como se eu tivesse levado um soco no estômago quando entendi parte da história. Eu ainda não sabia que relação Miguel tinha com Felipe, mas estava claro que ele o estava ajudando.

- Felipe, você trabalha pro Felipe.

- Exatamente. A intenção nunca foi atingir o Alfonso e sim pagar a dívida que você tem com o Felipe.

Cobri o rosto com as mãos ao me dar conta de outro detalhe da história. Alfonso disse que tinha um traidor na equipe, que ele havia ajudado Felipe a entrar no apartamento e assassinar...

- Lionel! Foi você quem matou o Lionel! - acusei furiosa.

- Exatamente, eu matei aquele cachorro. Deveria me agradecer ele já estava velho e cansado. Pra um cão policial ele devia ter farejado o perigo a tempo. - riu debochado. - Foi fácil dar as instruções ao Felipe de como derrubar a segurança do prédio, mais fácil ainda foi fingir que tinha desmaiado, deixando o Noah na mão e matar o cachorro quando Noah já estava desacordado.

- Seu desgraçado! - parti pra cima dele enchendo-o de tapas e socos, como eu queria ter a força física do Alfonso naquele momento. - Eu te odeio Miguel, Alfonso e eu confiamos em você. Eu gostava de você, seu desgraçado, eu te odeio Miguel, te odeio! - gritei entre socos, tapas e lágrimas.

- Nome errado Anahí! - ele respondeu enérgico e me segurou pelo braço me imobilizando. - Eu não me chamo Miguel. - ele me soltou e me olhou com desprezo.

- Como não? Alfonso me mostrou sua ficha uma vez, as pessoas que você protegeu, que você salvou. Como pôde ter se transformado nesse monstro.

- Esse de quem você ta falando é o Miguel. Mas eu não sou o Miguel!

- Como não?! - o olhei confusa.

- O plano do Felipe era perfeito. O combinado era que assim eu saísse da cadeia eu sofresse um "acidente" e fatalmente morresse. - ele sorriu e foi em frente ao espelho.

Irresistível - O Caso Portillo ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora