Capítulo 47

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Na segunda-feira cheguei a editora e encontrei Dulce.

- E ai como foi o almoço em família?

- Bem proveitoso, até conseguimos relaxar um pouco. - sorri.

- E o Christian como está?

- Graças a Deus se recuperando, hoje mesmo ele disse que ia voltar a trabalhar.

- Mas ele não tinha que ficar de repouso por mais alguns dias? - Dulce me encarou.

- Vai falar isso pra ele, aquele lá é mais teimoso que uma mula. É mais fácil uma porta se mexer sozinha do que o Christian mudar de ideia. - respondi revirando os olhos.

- Parece alguém que eu conheço. - Dulce sorriu com ironia e sabia que se referia ao Ucker.

- Típico dos homens serem extremamente teimosos, Alfonso é igualzinho ao amigo. - suspirei.

- E ai, quando vamos sair de novo para os preparativos do seu casamento? - sorriu mudando de assunto.

- Não sei... Mas vai ter que ser essa semana né? O grande dia ta chegando. - respondi sentindo um frio na barriga.

- E o Alfonso como está?

- Acho que estaria mais feliz se não fosse os nossos problemas. - suspirei.

- Vai dar tudo certo, Poncho só vai sossegar quando pegar o Felipe.

- Espero que dê tudo certo mesmo, será que vai demorar muito pra eu conseguir ter um pouco de paz com ele? Esse pesadelo já dura quase 11 anos. - a olhei com tristeza.

- Tenha fé que vai acabar tudo bem, você vai ver.

- Bom, eu tenho que ir, pelo menos trabalhar me distrai a cabeça. - sorri.

- Vai lá, a gente se fala depois. - sorriu.

Assenti antes de entrar no elevador.



Arregacei as mangas da minha camisa e encarei Carlos bem de perto.

- Sabe, você tá começando a se tornar um peso morto pra mim.

- Eu disse que não poderia te ajudar com nada. - sorriu debochado.

- Você tá tirando uma com a minha cara ou é impressão minha?

A porta se abriu desviando minha atenção. Christian entrou trazendo um envelope pardo com ele, o mesmo envelope que meu pai havia me entregado sábado de manhã.

- Você não devia estar aqui lembra? - enviei um olhar cético para meu melhor amigo.

- Desculpa, assim como você não consigo ficar longe do trabalho. - sorriu.

- Tudo bem, eu sabia que você voltaria hoje. As babas do nosso amigo chegaram? - apontei Carlos com a cabeça.

- Estão lá embaixo. - Christian sorriu me respondendo.

- Que babas? - Carlos perguntou e notei a pequena nota de desconfiança em sua voz.

- Como eu disse você se tornou um grande pé no saco, então eu mexi meus pezinhos com a ajuda de pessoas certas e consegui te mandar de volta pra cadeia bem antes do previsto, sem necessidade de um julgamento.

Christian abriu o envelope pardo e mostrou os papeis para Carlos.

- Você foi condenado há 15 anos de prisão por tentativa de sequestro e falsidade ideológica. Acho que terá que dar adeus aos seus planos de viver uma vida nova com seus irmãos, não foi isso que o Felipe te prometeu?

Irresistível - O Caso Portillo ✔Where stories live. Discover now