crush; tododeku

By prushoto

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Onde Midoriya participa de uma festa a fantasia em seu colégio e acaba ressuscitando o amor que sentia por se... More

LEIA-ME
prólogo
cúpido.
estou sóbrio
uma inédita descoberta
por quem você está apaixonado?
afogando em palavras não ditas
agente secreto
inícios e términos
atividade prática
pequenas mentiras contadas a si mesmo
surpresa, pai!
piquenique quase romântico
querida insegurança
parque de diversões
o lado feio do amor
bem vindo a família!
você o ama?
estou em casa
"amigos"
crush
#EXTRAS.
três é demais!
agradecimentos! ✦

chá de revelação e gatos gordos

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By prushoto

N/A: o capítulo tem narração sexual no meio, será avisado quando hot começará então se quiserem pular é só rolar para baixo até acharem um espaço em branco, depois do espaço terá a narração normal pós hot.

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Shouto não gostava de dar entrevistas. Era isso que teria na sua biografia da Wikipédia nas próximas semanas.

Todoroki Shouto é uma sensação da internet, uma estrela brilhante, que sempre comparece a eventos importantes e programas de TV, mas que sempre acabava recebendo muito hate gratuito por não gostar de ser entrevistado após missões. E é claro que os jornalistas (já cientes disso) o rodeavam igual abelhas vorazes e o enchiam de perguntas desnecessárias feito crianças de cinco anos que havia acabado de descobrir a palavra "por quê?" e "você sabia?"

Shouto tentava responder tudo, mas quando ficava aborrecido, só virava as costas e ia embora sem dar uma explicação. E ele adoraria conseguir dar as costas e ir embora naquele exato momento em que estava sendo entrevistado.

— E então, Shouto — uma das jornalistas que mais o perseguia deu um meio sorriso. Shouto respirou fundo e penteou seu cabelo preto para trás. — Quando será o casamento?

Aquela pergunta o fez ter um sobressalto. Casamento? Quem iria se casar? Nenhum dos heróis havia o convidado para um casamento, exceto se o convite tenha sido feito a Izuku. Mas, que casamento? De Kaminari e Jirou? 

— Casamento? De quem? — ele perguntou confuso.

A jornalista sorriu sem graça e suspirou exausta de fazer aquilo.

— Seu casamento com o Deku! — ela soou bastante óbvia, o que casou uma onda de risos nos outros repórteres que estavam ali presentes.

— Não... Vamos nos casar ainda. — Shouto respondeu corado e pôs uma mecha de cabelo atrás de sua orelha. Assim apertando levemente um dos brincos no lóbulo de sua orelha.

— Mas vocês ainda estão namorando, certo? — a jornalista pareceu bastante interessada naquela resposta.

Todoroki deu um passo para trás e sentiu duas mãos apertarem sua cintura, e então, uma figura se posicionou ao lado de seu corpo.

— Mil perdões! Shouto está impossibilitado de responder perguntas agora. Vocês extrapolaram o limite de tempo — Izuku falou sorridente. Era um sorriso doce, mas venenoso quando se conhecia aquele homem.

Shouto pensou em como aquele sorriso era um alerta. Um alerta do tipo "se eu chegar e essa cozinha estiver bagunçada, saiba que matarei você lentamente". Um sorriso típico do Izuku adulto.

— Antes de irem embora, poderia me responder algo, senhor Deku? — a jornalista insistente perguntou rapidamente, Izuku deu um aceno com a cabeça e ela sorriu — Quando será o casamento?

— Quando o Shouto propôr. — Ele deu de ombros com aquela resposta óbvia, os jornalistas não ficaram satisfeitos e tentaram perguntar várias coisas ao mesmo tempo. Os heróis os ignoraram e apenas caminharam na direção da polícia que afastava os curiosos daquela cena.  — Insistentes.

Shouto riu soprado e se deixou ser levado por seu namorado em direção ao carro. O nomu havia atacado justo no momento em que eles haviam sido liberados para descansarem. Era injusto ele ter aparecido justo agora, mas coisas assim já haviam se tornado algo normal nessa vida maluca de heróis.

Izuku havia feito 29 anos (e estava surtando por estar quase na casa dos trinta), enquanto Todoroki estava com 28. Eles começaram a trabalhar com 20 anos e acabaram se acostumando com aquela agitação toda. Nomus, vilões, missões secretas... Tudo aquilo era normal para eles.

Enquanto para os civis, ser atacado era algo surreal que os marcaria para sempre, para os heróis era mais uma quarta feira normal.

— Estou cansado — Shouto comentou baixinho e abriu a porta do carro, ele sentou no banco e suspirou. Izuku entrou no veículo e o olhou com um sorrisinho simples e compreensível. — Todas as vezes eles fazem isso, me enchem de perguntas e depois me chamam de antipático. Não seria mais fácil não me entrevistarem?

— Jornalistas são assim, amor. Fazem de tudo para um furo perfeito, eles não se importam com nada, apenas com a matéria que vai ser transmitida — o esverdeado deu de ombros e suspirou cansado. De repente, seu rosto se iluminou e seus olhos brilharam.  — Ah! Esqueci de te dizer! O seu brinquedinho chegou hoje

Shouto o olhou e franziu seu cenho lentamente. Eles compravam tanta porcaria pela internet que até se assustavam com a quantidade de caixas que chegavam. O herói fechou seus olhos e tentou pensar em qual brinquedo seu namorado estava se referindo.

— As algemas? — arriscou e Izuku deu um aceno como positivo. Aquilo foi o suficiente para que todo o sono e cansaço sumisse de seu corpo sem deixar vestígios. Shouto era obcecado por algemas, obcecado em um nível que beirava o ridículo. — Sério? Quer testá-las?!

Midoriya riu baixinho e penteou seus cachos para trás. Seus olhos brilharam de um modo sugestivo e seus lábios se retorceram em um sorrisinho bastante malicioso. Shouto sabia exatamente o que seu namorado queria.

— Neném, você não falou que estava cansado?

— Nunca me senti tão acordado como estou me sentindo agora.

Izuku gargalhou alto e Todoroki não deixou de sorrir animado. Eles haviam feito sexo não fazia nem três dias direito e o esverdeado já estava com tesão novamente. Shouto sempre soube que seu adorável namoradinho queria transar com ele desde que eles estavam no médio, mas não deu liberdade porque não tinha coragem e nem conhecimento de como suas quirks reagiriam quando ele estivesse em êxtase. Então ele fez o lógico, que era esperar. Até porque Endeavor havia sido bem claro quando disse "Filho, não se apresse para fazer sexo, você vai viver uma vida inteira, fazer isso com dezessete anos pode te deixar traumatizado". E Shouto levou aquilo muito a sério. 

A primeira vez deles — a primeira vez definitiva — foi com 23 anos. Não teve uma ocasião especial para aquilo, Midoriya apenas o instigou, o chupou e fez com que a primeira transa deles fosse na cozinha. Depois disso as coisas entre eles ficaram quentes, as relações sexuais se tornaram constantes e eles se permitiram conhecer seu lado mais sujo.

Daí veio os fetiches. Shouto não soube dizer quem estava no topo do pódio de pessoa que tem mais fetiches, mas sabiam que três pessoas disputavam a primeira colocação, Uraraka, Izuku e ele. Shouto também sabia que fetiches era algo para se guardar a sete chaves, até porque nem todos concordavam com certos fetiches existentes, mas que culpa as pessoas tinham em ficarem excitadas com alguém as xingando e agindo de um modo ridículo.

— Você quer transar hoje? — Izuku perguntou e Shouto o olhou, logo dando um aceno. — O casamento... Qual pronome devo usar com ê Jiji?

— Masculino.

— Obrigado, amor. Amanhã vai ser o casamento do Jirou com o Kaminari, por favor, tenha pena de mim porque não quero perder essa festa.

Todoroki riu sem graça e olhou pela janela enquanto dirigia. O silêncio confortável recaiu no carro e eles continuaram dirigindo por alguns minutos até chegarem em casa. Assim que eles entraram na residência foram tomar um banho longo e confortável. Izuku colocou as roupas para lavar enquanto Shouto ficou na sala, dando RT em algumas fanarts em que ele era marcado.

Seus fãs eram ótimos artistas e bastante criativos. Ele apreciava cada arte que recebia e dava o máximo suporte para seus fãs, que muitas vezes eram crianças e surtavam quando Shouto os "notava."

Alguém jogou uma revista em Todoroki, o que o fez ter um sobressalto. Ele voltou ao mundo real e pegou a revista. Era uma edição da MEETS HEROS, uma revista focada nos feitos de heróis e curiosidades sobre eles. Quem estampava a capa daquela edição era ninguém mais ninguém menos que Ochako Uraraka. Ela usava um vestido preto de gala com um decote enorme na canela e no seio. Ela estava linda.

— Ela é incrível, Bakugou deve estar tão orgulhoso — Sho falou com um sorriso radiante, Midoriya o abraçou por trás e o beijou no canto do pescoço.

— O que você está fazendo? — Deku perguntou baixinho.

— Estou no Twitter. Amor, você sabia que abriram um tópico para discutirem se transamos ou não? — ele perguntou e o esverdeado fez um biquinho pensativo e negou com a cabeça.

— Se os seus fãs soubessem que nós quase perdemos o casamento dos kacchako porque você resolveu que seria uma boa ideia me amarrar e me comer na mesa de jantar, será que seus fãs continuariam te amando?

Todoroki quase gargalhou ao ouvir aquilo.

— Se os seus fãs descobrissem que você achou que seria uma boa ideia me chupar no banheiro da igreja, será que eles continuariam te achando fofinho? — ele retrucou e dessa vez quem riu fora o próprio Midoriya.

O dia do casamento do Bakugou e da Uraraka fora de longe o dia mais estressante que eles já passaram. Os ternos atrasaram e eles ficaram com apenas uma hora para se arrumar, Izuku, que não era bobo, foi tentar acalmar o seu esposo com um método eficaz. Ele pagou um boquete e se ofereceu para seu namorado, que obviamente não negou e o comeu na cozinha, mas as coisas acabaram indo longe demais e quando eles notaram, todos estavam ligando loucamente para eles.

Shouto e Izuku chegaram faltando dois minutos para o início do casamento e foram para os seus lugares de padrinhos. Depois daquilo, Bakugou quase os matou.

— Aquele dia foi ótimo, não vou mentir. Amei ver a Uraraka pegando o Bakugou no braço para tirar a foto, eles se completam tanto. — Izuku falou sorridente. Shouto pôs a revista de lado e olhou para cima, para o seu namorado. Em algum momento ele teria que pedir a mão daquele homem, mas como ele compraria anéis de noivado se os repórteres não desgrudavam um minuto?

Midoriya também o olhou e depositou um selinho em seus lábios, ele deu um sorrisinho inocente e deu a volta no sofá, assim se jogando no estofado e suspirando.

— Quer testar as algemas? — Todoroki perguntou lentamente e enrolou seu indicador nos cachos verdes de seu homem.

Izuku pensou um pouquinho.

— Vamos nos encontrar com à Uraraka, lembra? O lance do chá de revelação. Ela foi bastante clara quando disse "não me façam sair flutuando, agarrar vocês pelo pinto e arrastá-los pra minha casa" — o esverdeado disse e acabou por rir.

— Vai ser ume menine — Shouto respondeu sem muito ânimo. Seu namorado sentou no sofá, cruzou suas pernas e deu um de seus olhares que dizia "eu quero falar sobre isso." Mas Shouto revirou seus olhos lentamente como resposta. 

— Você viu, não foi?

— Uhm. E eu não vou procurar um especialista, não vou me envolver com essas coisas. Não gosto de espíritos. Eu tenho medo dessas coisas.

— Neném — Izuku deslizou e sentou no colo do herói, que o abraçou pela cintura e acariciou suas costas. — É bom tentar descobrir o porquê essas coisas acontecem! Você tem que ir atrás e tentar entender.

— Eu vou ver. Mas sei que é ume menine, o nome delu vai ser       , loure igual ao Bakugou. E o Bakugou vai amar elu — ele disse baixinho e apoiou sua testa na curva do ombro de Midoriya, que suspirou.

— Perdi 200 reais. Que raiva. Você deveria ter me dito antes!

Todoroki riu sem graça daquilo e observou seu namorado, que o encarava sério. Shouto depositou um beijinho ingênuo nos lábios do de sardas e afastou seu rosto.

— Vou tirar um cochilo. O que você acha que devo vestir hoje? — perguntou e Izuku deu de ombros. — O chá é as quatro, não é? Huh... Dormir ou tomar energético?

— Ai, Shouto, às vezes eu sinto como se estivesse namorando um morto-vivo. Vai dormir, vai. Nós transamos à noite, depois do chá.

— Você deveria usar uma saia hoje. Você fica bonitinho com as minhas saias e fica mais fácil de te comer no carro. — O de madeixas escuras abriu um sorriso pervertido e rapidamente levantou do sofá. Izuku apenas revirou seus olhos e deitou no móvel.

— Não acho que seja adequado usar uma saia em um encontro formal. E lembre-se que o Kacchan nos proibiu de ir com roupas de fácil remoção — Deku murmurou emburrado — Vai logo dormir, te acordo antes de irmos.

Shouto sorriu simples e levantou, ele saiu da sala e praticamente flutuou até o quarto de casal, assim se jogando na cama macia e relaxando seus ossos. O sono veio com facilidade e logo ele adormeceu.

Izuku havia o acordado às 15:40, eles tomaram um banho juntos para poupar tempo e se arrumaram. Dessa vez optando por usar calças. O percurso até a casa dos Bakugou foi um pouco longo e demorado por conta do trânsito, fora que eles tiveram que voltar, uma vez que haviam esquecido as fraldas. Então chegaram atrasados, como de costume.

A casa dos Bakugou certamente não fazia o estilo de Katsuki. Ela era grande e por dentro toda florida, com piscina, gazebo e um balanço enfeitado com mais flores. Shouto sempre acabava rindo quando lembrava de quando Katsuki o levou as compras e disse "preciso de tudo o que a Ochako goste, você é o melhor amigo dela! Tem que me ajudar!" Aquele homem era a maior cadela de sua esposa e não tinha medo de demonstrar — afinal, era só dar uma boa olhada no Twitter dele para notar que em todos os tweets ele falava de Ochako.

Shouto não o julgava, até porque ele daria a vida pelo o seu namorado. Mesmo que Izuku não fosse tão fácil de matar assim.

Eles chegaram na casa e foram atendidos pela mãe de Katsuki, que cumprimentou Izuku com um abraço caloroso. Ela os levou até a sala de estar, onde quase todos os heróis da antiga 3-A estavam. Alguns haviam levado seus parceiros, enquanto outros estavam sozinhos. Katsuki e Uraraka estavam sentados em um sofá e apenas riam do que os heróis lhe contavam 

Ochako usava um vestido branco com morangos estampados naquele fim de tarde, seu cabelo estava solto e levemente enrolado. Sua barriga estava enorme. Ao seu lado repousava Katsuki, que agora tinha uma cara de paizão. Katsuki não havia mudado em nada. Continuava malhado e com uma cara de "não me toque", mas quando estava entre amigos acabava relaxando. Hoje ele estava sorrindo, seu braço estava ao redor de Ochako e ele lentamente acariciava a barriga de sua esposa.

— Foi mal! Acabamos esquecendo as fraldas e tivemos que voltar para buscar — Izuku deu uma explicação rápida e pôs as fraldas no amontoado de presentes.

— Ochako está tão linda! — Kaminari falou. — Quem diria que ela seria a primeira a engravidar do nosso grupinho. Quero dizer, não sei como ela ainda está viva depois de ter transado com o Katsuki.

— Kaminari, vou te te matar e enterrar no meu quintal — Katsuki resmungou e todos riram.

— E vocês achavam que seria eu o primeiro a engravidar! — Jirou resmungou irritado.

— Não fui a primeira a engravidar, vocês sabem que o Iida engravidou a namorada e depois terminou com ela — Uraraka levantou as mãos em defesa e ergueu suas sobrancelhas.

Shouto abafou uma risada.

— Ninguém gostava do Iida, fala sério — Sero rebateu enquanto revirava seus olhos.

— Vocês vivem fofocando sobre ele e depois o tratam como um deus, vocês são péssimos — Mina falou certamente espantada. — Por isso sou amiga de vocês.

Todos riram.

— Já não está na hora de começarmos, linda? Já estão todos aqui. — Katsuki perguntou e sua esposa fez um biquinho e sorriu. Ela recebeu um beijo na bochecha e fez um som baixinho.

— Eu posso mudar minha aposta? — Midoriya falou rapidamente e todos o olharam e começaram uma discussão sobre o rumo da aposta. Shouto apenas suspirou e pensou em seus sonhos estranhos, ele queria muito saber o porquê estava tendo visões, será que era uma maldição? Ou era uma quirk de vilão?

Aquilo tudo era muito confuso. Ele não queria que aquilo continuasse acontecendo e não queria ver espíritos! Izuku era corajoso, mas Shouto não. Ele lembra até hoje de quando viu um vulto, desmaiou e foi parar no hospital.

— Será que vocês poderiam parar de apostar sobre o sexo do meu bebê? — Uraraka levantou. — Eu vou matar vocês e mandar seus corpos para Marte!

— A gata roubou minha personalidade — Bakugou sorriu e também levantou, ele depositou um outro beijo rosto de sua esposa e a acariciou na barriga. — Vamos, buchudinha?

Ochako abriu caminho e levou todos até o quintal, que estava decorado com vários pisca piscas redondos. Haviam cadeiras e mesas espalhadas por todos os lugares e uma mesa cheia de docinhos rosas e azuis e refrigerantes. Alguns balões estavam jogados aleatoriamente pelo chão enquanto os outros já haviam grudado na água da piscina.

— Vamos começar — Uraraka sorriu e mexeu seus ombros. — Vocês apostaram em quê?

O grupo se dividiu em dois, os que juravam de pé junto que seria um menino e os que rebatiam dizendo que seria uma menina. E como se tratava da sala A, todos começaram a debater sobre biologia e genes, as probabilidades de ser um menino e as probabilidades de ser uma menina. Uraraka pareceu se divertir com aquilo, então Shouto resolveu atiçar. Ele levantou da cadeira e limpou a garganta.

— Eu, como um ótimo amigo da Uraraka, sei o sexo do bebê — disse. — E eu queria dar uma dica. O bebê vai fazer o Bakugou ficar de cabelo branco rapidinho.

— É um menino! — Tsuyu falou rapidamente. — Meninos são agitados! Óbvio que vai ser um menino!

— Espera aí! Como assim o Shouto sabe o sexo do bebê e eu, que sou o pai, não sei?! — Bakugou rebateu indignado e todos gargalharam.

— Se você soubesse não teria graça! — Mitsuki falou.

A mãe de Ochako começou a distribuir algumas guloseimas para os convidados, que continuaram conversando e debatendo sobre o sexo do bebê. Midoriya estava quieto, ele só escutava o que os outros falavam e ria.

Bakugou estava certo de que o bebê seria um menino, mas era notável que havia uma certa incerteza em seu tom de voz. Uraraka não comentava nada, apenas sorria sugestiva.

— Gatinha, da uma dica! — Katsuki implorou e sua esposa fez uma uma carinha de pensativa e abriu um sorriso.

— Foi o primeiro nome que te falei quando estávamos escolhendo os possíveis nomes para o bebê.

— Eu não lembro! — ele disse.

— Poxa, é uma pena!

Todos riram daquela resposta, exceto Midoriya, que sorria, mas parecia bastante a parte da situação. Shouto tocou delicadamente na cadeira de seu namorado e fez com que seu gelo deslizasse e cobrisse a grama, ele puxou o esverdeado para mais perto e passou seu braço envolta dos ombros do cacheado, que lhe deu um sorriso bobo e bastante ingênuo. Um sorriso que fez Todoroki ficar agitado.

— Vou te engravidar pra você ficar felizinho também — ele disse para o esverdeado, que riu com aquela bobagem. — Por que cê tá tão quietinho?

— Ah, é que é estranho ver nossos amigos tendo uma família, sabe? Eu vi o Kacchan crescer e agora estou o vendo debater sobre o sexo do bebê dele. Tipo, nós crescemos e não somos mais criancinhas — disse. — É estranho. Será que um dia ainda vamos estar juntos, Shouto? Será que um dia nós vamos ter uma família também?

— Você é a minha família, amor.

— Não. Eu digo uma família de verdade, com filhos e tudo. — Ele disse. — Estamos ficando velhos, amor. Precisamos de filhos, precisamos de uma família. Não pode ser sempre só nós dois. Sempre estivemos sós desde os dezoito, talvez seja hora de começarmos algo novo. A não ser que você queira pular fora.

Todoroki sentiu aquelas palavras o acertarem como agulhas quentes. Izuku demonstrava aquela insegurança em relacionamentos desde que Inko se pronunciou e falou não apoiar a sexualidade de seu filho, é claro que aquilo foi um baque imenso para o próprio esverdeado, que ainda tinha esperanças de que aquela briga com sua mãe pudesse ser superada. E desde então, tudo pareceu mudar. Izuku parou de falar sobre o orgulho bissexual e ficou quieto, ele parou de usar suas pulseiras e bottons da bandeira e tentou ao máximo parecer não namorar um homem, mesmo que o mundo inteiro soubesse.

E é claro que Shouto tentou ajudá-lo, tentou amenizar o dano, mas Inko havia feito um ótimo trabalho fazendo com que Izuku se odiasse e sentisse nojo de sua sexualidade.

— Não vou pular fora. Somos um time.

Izuku murmurou um "uh-hum" e voltou sua atenção à Uraraka, que agora estava ajudando a colocar o bolo na mesa. O bolo era preto, cheio de detalhes dourados que pareciam estrelas. Ela estava tão animada que não conseguia se manter quieta. Shouto abriu um sorrisinho porque lembrou de quando Uraraka anunciou estar grávida. Todos os heróis ficaram surpresos, ela parou as redes sociais e quebrou a internet. Katsuki era visto como um ícone da moda, todas as mulheres tinham uma paixão nele e sua imagem sempre estava associada a marcas de sucesso, ninguém acreditou que ele seria pai.

E na verdade, ninguém acreditou que Uraraka estivesse grávida. Ela já havia feito essa pegadinha de estar grávida algumas vezes, então demorou para que as pessoas aceitassem aquela gravidez. 

— Eu queria começar falando que nunca fiz isso antes e ninguém nunca me falou o que se fazia em um chá de revelação — todos riram e ela passou a mão em sua barriga. — Eu vou contar uma historinha, é rápida, okay? É uma história sobre uma garotinha bastante insegura, uma garotinha que nunca foi escolhida por nenhum garoto por nunca se encaixar nos padrões. Essa garota sempre ouviu piadinhas sobre o seu peso e sempre foi subestimada por todos, e estava tudo bem, porque ela cresceu ouvindo aquilo e aprendeu a ignorar. Mas um dia essa garotinha conheceu um garoto bonito e não tão legal assim.

Todos riram e Bakugou os mandou calar a boca.

— E esse garoto também estava machucado, assim como a garotinha, e eles se deram bem, muito bem. No começo tudo foi estranho, eles não sabiam direito o que falar ou fazer, mas logo começaram a se divertir juntos e então eles se apaixonaram. E essa paixão foi assustadora para a garotinha que achava que aquilo tudo era só uma brincadeira de mau gosto. Mas o garoto não desistiu, ele a protegeu de seus medos e mostrou que ficaria, mostrou que estava disposto a amá-la com todos os seus defeitos — ela umedeceu seus lábios e fungou. — E ele a amou, porra, ele a amou pra caralho, e tudo ficou bem. Ele a amou como ninguém nunca havia a amado antes e isso a deu forças para continuar. E desse amor surgiu um frutinho, um frutinho que fez esse garoto se tornar mais amável ainda. Suki, pode vir aqui?

Katsuki levantou e foi até sua esposa, que segurou seu rosto com as duas mãos e sorriu. Todoroki sentiu algo se remexer em seu estômago e olhou para Izuku, que olhava aquela cena atentamente.

— Eu amo você e eu sou grata por tudo o que você fez por mim, por todo o cuidado, por todo o amor — Ochako disse. — E espero que você também ame o nosso bebê e cuide dele assim como você cuidou de mim.

Todos gritaram completamente emocionados por aquela cena e começaram a aplaudir calorosamente. O casal se beijou carinhosamente e Izuku lentamente encostou sua cabeça na clavícula de Todoroki.

— E vamos revelar o sexo! — Ochako gritou animada e sua mãe trouxe três balões pretos. — Estoure um por um, okay?

O loiro assentiu e pegou o primeiro balão. Todoroki sentiu uma certa ansiedade o acertar em cheio e entrelaçou seus dedos com os de Izuku, que não se importou muito com aquela ação. 

Katsuki estourou o primeiro, de dentro caíram confetes prateados. Kaminari gritou "é o Fredie Mercury prateado!" E todos caíram na gargalhada. O herói estourou o segundo e nada. A tensão se espalhou pelo local e todos cruzaram seus dedos, certamente bastante confiantes em suas apostas.

Ele fechou seus olhos, suspirou e com uma explosão estourou o balão, de onde caiu confetes rosas. Todos ficaram estáticos por alguns segundos, até que os heróis começaram a gritar e tudo virou um alvoroço. Shouto viu seu esposo gargalhar alegremente e depois observou Katsuki flutuar enquanto beijava sua esposa.

— Eu te disse que era uma menina — Shouto resolveu sussurrar no ouvido de seu namorado, que olhou com cuidado e revirou os olhos enquanto tentava esconder seu sorriso. — Mereço um beijinho.

— Você é um idiota, sabia? — Izuku murmurou e depositou um selinho em seus lábios.

As coisas depois da revelação voltaram ao "normal", todos juntaram as mesas e começaram a conversar e comer. Shouto notou como Ochako havia parado de ser tão falante e dado espaço a Katsuki, que após diversas terapias e remédios havia desenvolvido um lado sociável e menos explosivo. Eles riram a noite toda e cantaram músicas para envergonhar Katsuki. Foi uma noite bastante divertida para todos, e é claro que Shouto não pôde sair da casa dos Bakugou sem antes encher a barriga de Ochako de beijinhos e palavras fofas para a sua futura sobrinha.

Midoriya teve que o arrastar para fora da casa e jogá-lo no carro, para enfim eles retornarem. Não houve conversa durante a viagem de volta, Shouto notou que seu namorado estava quieto, bastante pensativo, e isso fez com que ele também começasse a pensar nos eventos de mais cedo. Ochako estava grávida! Ela estava construindo uma família com Katsuki, havia derrubado todas as paredes de seu esposo e detido todas as suas inseguranças, eles estavam felizes e teriam um bebê muito em breve. E Izuku deveria estar com inveja porque o seu namorado ainda não havia dado indícios de que queria uma família.

E Shouto sabia disso. Ele definitivamente sabia que precisava dar o primeiro passo, que precisava encarar a realidade e parar de fugir de tudo o que fosse relacionado a família, mas ele tinha medo. Tinha medo de construir algo belo em sua imaginação e tudo acabar sendo diferente. Ele tinha medo de que seus futuros filhos o odiassem, tinha medo de machucá-los assim como seu pai fizera. E Izuku não queria entender essa possibilidade, até porque era de sua natureza ser um cabeça dura. Mas Shouto sentia aquele sentimento ansioso se arrastando pelo o seu peito, ele sabia que o seu medo estava ali, atrás de sua nuca, se arrastando para sussurrar mentiras em seus ouvidos.

Ele estava com medo. E o medo era um dos piores sentimentos que existia no subconsciente do ser humano, pois ele era como um parasita, entrava no seu corpo e danificava toda a sua estrutura, te colocava em alerta e te fazia ter alucinações. Shouto odiava aquele sentimento, mas não podia fazer nada.

— No que você está pensando? — Izuku perguntou lentamente. Shouto não respondeu a tempo, então seu namorado respondeu sua própria pergunta. — Estou pensando em como vou cair de boca no seu pau quando chegarmos em casa.

— Jesus Cristo. — Shouto exclamou espantado.

— Achei que você era ateu.

— Às vezes esqueço que você é um ninfomaníaco sadomasoquista — retrucou.

Izuku deu uma risada sem graça e fungou.

— Lembro de quando você tinha dezessete, você só falta morrer quando eu colocava minhas mãos dentro da sua saia. Eu amava ficar te provocando — disse.

— Você tem um corpo muito pequeno pra conter tanto tesão. Você deveria ter se masturbado, não tentado me deixar de pau duro.

— Era divertido.

— Sinto saudades do Izuku tímido e fofo, esse Izuku de agora vive a base de cafeína e esperma.

Midoriya deu uma outra gargalhada, dessa vez ele parecia estar se divertindo com aquela conversa erótica.

— Amo você, Chow-chow. — O esverdeado sorriu sugestivo. — Eu nunca te chupei enquanto você dirige, isso deve ser divertido.

Todoroki apenas revirou seus olhos e parou em frente a sua casa. Ele abriu o portão e estacionou o carro lá dentro. Midoriya saiu saltitando do veículo e puxou a chave de casa, ele abriu a porta e imergiu no breu. Shouto foi logo atrás, ele acendeu a luz da sala e observou seu namorado ir até a cozinha e pôr ração no pote do grande gato gordo que eles haviam adotado. Shouto foi até a cozinha, acariciou o felino e se encostou na mesa de vidro.

Izuku lavou suas mãos e foi até seu namorado, assim o beijando delicadamente. Shouto o observou e gentilmente acariciou seus braços. Certas vezes ele tinha a impressão de que seu namorado tinha a energia de um cachorro, era carente, barulhento e ficava lindo usando uma coleira. Aquele pensamento o fez rir.

— Eu sempre tive um fraco por caras com cabelo cacheado — Todoroki murmurou baixinho e o esverdeado o observou com olhos brilhantes.

— Você precisava ter tirado o ruivo? Eu ficava com tanto tesão te olhando, puta que pariu você é tão gostoso, Shouto — Izuku falou enquanto mordia seus lábios. Shouto ouviu o barulho de seu zíper e logo sentiu os dedos de seu amado em torno de seu pênis. Izuku era um demônio sexual.

CONTEÚDO SEXUAL ABAIXO. NÃO LEIA SE NÃO FOR CONFORTÁVEL. DESLIZE PARA BAIXO ATÉ ACHAR UM ESPAÇO EM BRANCO.

Os lábios do esverdeado foram em direção ao pescoço do outro herói, onde ele beijou, mordiscou e deixou chupões. Shouto não se importou com aquelas marcas pois havia aprendido a escondê-las com maquiagem, tudo o que ele fizera foi arfar e dar mais espaço para que o esverdeado o beijasse. Izuku não se limitou a ficar apenas na região do pescoço, ele desceu seus beijos até estar acocorado.

— Walter está nos olhando — Shouto notou, mas seu namorado nem ficou surpreso.

— Walter sempre está nos olhando.

E Izuku o chupou como se fosse o fim do mundo. Todoroki apenas tombou sua cabeça para trás e arfou. Seu Izuku não perdia tempo, ele sempre estava preparado para um boquete, não importava o local ou a quantidade de gente presente — e Shouto achava que isso era um fetiche de seu namorado, até porque Izuku tinha fetiches pra dar e vender.

O esverdeado o chupou lentamente enquanto o masturbava, seus olhos verdes brilhavam em pura perversão e diversão. Shouto agarrou o cabelo de seu namorado e o puxou para mais perto, Izuku não reclamou, só puxou sua cabeça de volta para conseguir retomar o ar perdido e continuou o masturbando e lambendo a glande. Shouto gemeu baixinho e gozou no rosto do outro herói, que o olhou com sua carinha de "cachorro abandonado", a cara que ele usava quando queria ser fodido logo.

— Vou tomar um banho — Izuku falou, mas não fez menção alguma de levantar do chão.

— Você poderia ter me chupado depois do banho.

— Eu gosto de te pegar desprevenido, gatinho — ele disse. — E eu espero chegar no quarto e já te ver sem roupa, ouviu?

— E se eu não estiver sem roupa?

— Não me faça tirá-las de você.

Shouto abriu um sorrisinho e viu seu namorado levantar, ele o puxou para perto e o beijou intensamente, assim o empurrando e o prendendo contra a pia. Suas mãos foram em direção a bunda do esverdeado enquanto seus beijos desceram pelo seu pescoço.

— Não vejo a hora de te comer — ele falou.

— Não vejo a hora de você me comer — Izuku concordou e se soltou do beijo, ele estava ofegante e corado. — Vou pro banho.

Izuku se moveu um pouco relutante e sumiu no corredor. Shouto suspirou e sentiu Walter esfregar sua cabeça peluda em sua perna e miar.

Walter era um grande gato gordo laranja. Ele foi resgatado de um incêndio e acabou se tornando um membro da casa. Shouto lembra bem de quando chegou em casa fedendo a fumaça e tentou esconder aquele gato, mas Izuku acabou descobrindo e sendo forçado a aceitar a adoção.

Todoroki caminhou até o quarto de casal e arrumou a bagunça. Ele forrou a cama e acendeu os LEDs que ficavam tanto dentro do quarto como no lado de fora, onde ficava uma parte do jardim interno. Ele retirou sua camisa e pegou camisinhas, lubrificante e a algema.

Era realmente engraçado pensar que ele e seu namorado haviam evoluído de "não coloque suas mãos dentro da minha saia" para "você ficaria tão fofo me comendo de quatro naquela mesa."

Shouto tinha total certeza de que vivia uma vida dupla. Se seus fãs soubessem como eles eram deploráveis entre quatro paredes, com certeza iriam procurar um novo herói favorito para idolatrarem. 

— Eu falei que te queria sem roupas quando chegasse — Izuku falou assim que entrou no quarto. Ele usava um roupão branco e sorria inocente.

— Por que você não vem tirá-las, lindinho?

Izuku riu com aquele apelido fofinho, e Shouto ficou nervoso. Por que ele não sabia como atiçar seu namoro sem acabar pegando fogo ou dizendo algo bobo. Midoriya usou seu chicote negro para desabotoar a calça de seu parceiro, com passos lentos ele se aproximou e Shouto rapidamente o beijou, porque era a única coisa que ele conseguia fazer direito.

O esverdeado passou seus braços em torno do pescoço do maior durante o beijo e o puxou em direção à cama, onde os dois caíram e rapidamente afastaram os rostos.

Os olhos verde água de Izuku brilhavam em pura perversão, seus lábios rosados estavam entreabertos e pareciam prontos para dizer algo, mas Shouto os calou com um beijo quente e apaixonado, uma de suas mãos deslizaram pela cintura de seu amado, enquanto a outra mantinha o corpo estabilizado para que ele não caísse. Os lábios de Shouto foram em direção ao pescoço de Midoriya, onde o herói chupou e mordiscou, enquanto escorregava suas mãos para dentro do roupão e masturbava lentamente seu namorado.

Izuku mordeu seus lábios e virou seu rosto, Shouto desceu seus beijos um pouco mais e ficou entre as pernas do esverdeado, assim lambendo a glande de seu membro e o abocanhando. Ele esquentou sua língua um pouco mais e lambeu a extensão do pênis do menor, que mexeu suas pernas lentamente. Todoroki agarrou as coxas do de sardas e as apertou, assim impedindo com que seu namorado as fechasse — como sempre costumava a fazer quando estava prestes a gozar.

E Shouto o chupou, quase que desesperadamente, o que fez com que Izuku gozasse enquanto soltava um gemido manhoso e acanhado. Todoroki retirou o resto de suas roupas e pegou as algemas, assim prendendo os pulsos de Izuku.

— Você lembra do segundo ano, quando você ficou preso com o Kaminari numa prova de resistência e nenhum de vocês dois conseguia usar a individualidade? E você voltou com o cabelo todo arrepiado porque o Kami te deu um choque? — Todoroki perguntou repentinamente, ele abriu um sorriso com aquela lembrança perdida e viu seu namorado lhe dar um sorriso amarelo.

— Puta merda, você é um gostoso mas só sabe falar merda na hora do sexo — Izuku rebateu e o outro riu sem graça. — Me come logo. Em silêncio, por favor.

Todoroki fez um biquinho e revirou seus olhos. Ele olhou para a corrente que ligava as algemas e teve uma ideia brilhante.

Com delicadeza o homem levantou os braços de Izuku e pressionou a corrente contra a parede, assim a congelando contra a mesma com uma camada extra de gelo. Midoriya franziu seu cenho e puxou seus pulsos, mas eles não se soltaram. Shouto congelou um pouco mais e se certificou de que a corrente estava bem presa.

— Vamos nos divertir bastante hoje, não é, Izu? — Shouto sorriu convincente e viu o pomo de Adão de seu namorado subir e descer.

E de fato a noite foi divertida.

Todoroki passou quase duas horas dentro de seu namorado, o estocando com força contra a parede enquanto o ouvia gemer coisas desconexas e implorar descaradamente por mais. E Shouto atendeu aos pedidos de seu namorado, ele o fodeu com força contra a parede e o excitou dizendo coisas sujas no pé de seu ouvido.

E o esverdeado se derreteu completamente com aquilo, mas ele gemeu mais alto quando Shouto o pôs de quatro.

Eles tinham sorte de morar em uma casa grande, porque senão acabariam sendo odiados pelos vizinhos que acabariam escutando toda aquela baixaria em altas horas da madrugada.

Quando exaustos e definitivamente satisfeitos, Shouto soltou seu namorado e deitou na cama. Sua respiração estava ofegante e seu pênis tão sensível que a qualquer toque o fazia ter um espasmo.























Izuku, que até então estava quieto, começou a rir. Foi uma risada baixa e bastante relaxada. Shouto não entendeu muito bem mas acabou rindo também.

— É a primeira vez que você não me deixa com chupões, mas sim com uma dor imensa na bunda — Midoriya disse entre uma risada. — O Shouto de dezessete anos cairia morto se visse o que o Shouto de 28 faz.

— Você matou o meu lado inocente.

— Você ama transar comigo, não viaja.

Shouto revirou seus olhos lentamente e bocejou. Ele estava cansado demais para entrar em uma conversação com Izuku logo após uma transa daquelas, então tudo o que ele fizera foi se limitar a murmurar um "Uhm" e fechar seus olhos.

E Izuku não calou a boca (como já esperado), ele continuou conversando sobre alguma coisa que o outro não fez questão de prestar atenção. Talvez a única coisa que ele captou foram as palavras "mãe" e "casamento." O que era bastante estranho, pois essas palavras não deveriam estar na mesma frase.

— O que você falou, amor? — Todoroki perguntou delicadamente.

— Que você deveria me pedir em casamento logo, você não estava ouvindo?

— Eu estava cochilando. Acordei quando você falou na capeta, digo, na sua mãe. O que tem ela? E por que você gosta de citar sua mãe depois que eu termino de te comer? Isso me broxa. — Shouto olhou de relance para o seu namorado, que mantinha uma expressão indecifrável.

— Eu falei que seria legal convidar minha mãe para o nosso casamento...

— Vou tomar um banho — Shouto desviou daquele tópico o mais rápido que pôde e sentou na cama, destinado a enfrentar uma água fria só para não ter que lembrar de Inko.

— Todoroki Shouto! Precisamos falar sobre isso! Ela é minha mãe!

— E ela me odeia. Odeia nosso relacionamento. Declarou publicamente que você está em pecado, te expulsou de casa, cortou todos os laços com você, falou que eu te garanti uma vaga no inferno e que não esperava muito da minha família, que nem hesitou em te acolher quando ela condenou sua existência na internet — Todoroki rebateu impaciente. — Se você convidar ela, não caso. Fora que somos ateus e você quer que nosso casamento seja em uma igreja só para agradar a sua mãe, qual a lógica disso?

— É só um casamento. — Izuku disse.

— Meus pais falaram a mesma coisa e esse casamento resultou em um filho assassino e um filho com problemas psicólogos que gosta de homens e pinta o cabelo quando tem surto.

— Esse último era sobre você ou sobre o Dabi?

— Não quero casar por interesse e você está proibido de chupar o meu pau como se estivéssemos no fim do mundo e logo em seguida falar da sua mãe — Shouto foi bastante claro em suas palavras.

— Você não pode me proibir de falar da minha mãe. Ela é a minha mãe! Mesmo que ela me odeie...

— Eu vou ligar pra sua terapeuta, Izuku, não teste a minha paciência... — Shouto ameaçou e o esverdeado calou a boca.

— Não é justo.

— Injusto é o que ela fez com você durante sua vida toda. Injusto é você ter nojo de ser bissexual por culpa da sua mãe. Injusto é você transar comigo na esperança de que eu concorde em te ver rastejando de volta pra sua mãe — Todoroki rebateu, totalmente cansado daquele assunto. Izuku era teimoso igual o diabo e parecia que morreria assim, na teimosia.

Era por isso que gostar de homens era desgastante.

— Não vou me casar com você por puro capricho, não vou me casar com você para que você use isso como desculpa pra voltar pra sua mãe — Shouto continuou. — Eu amo você o suficiente para não deixar com que você se humilhe dessa forma.

— Então quando você vai casar comigo? Me diz.

— Quando você conseguir se amar o suficiente para não ir mendigar migalhas de amor em lugares onde não nos cabe — ele rebateu e pegou o roupão de Izuku, que estava largado no chão. — Estou indo esfriar a cabeça.

E Shouto saiu do quarto o mais rápido que pôde.

Ele não queria se irritar ainda mais. As coisas com Izuku iam ótimas, até Inko ter que abrir a boca. Como Midoriya não via que aquela velha caquética era o motivo pela qual a relação deles havia ficado estranha, quase como acelerada e forçada?

Na verdade, o que mais o aborrecia era o fato de Izuku não querer casar por amor, mas sim por interesse. Ele queria casar para satisfazer sua mãe. Isso era incabível! Completamente sem noção! Shouto sentia sua criança interna se remoendo de raiva e tristeza, pois ela sabia como um casamento sem amor doía.

E a última coisa que ele queria era estar casado com um estranho que um dia jurou amá-lo.

Shouto suspirou e tomou um banho gelado para esclarecer seus pensamentos. Ele demorou longos minutos no banheiro até que se sentiu confortável o suficiente para poder voltar pro quarto. Izuku estava na varanda, fumando. Shouto o observou de longe. O corpo desnudo de seu namorado que ele já conhecia de cor, seus cabelos cacheados que se revoltavam depois de todas as transas, suas mãos trêmulas, porque ele sempre tremia depois de cada briga cujo o motivo sempre era Inko.

Aquele era Izuku, mas Shouto não o reconhecia.

Na verdade, Shouto sentia saudades do que seu namorado um dia fora. Ele sentia saudades do homem de sardas que sempre o acordava com beijos, ele sentia saudades do Izuku feliz e saudável, que não tinha vergonha de gostar de homens e sempre sorria diante de um problema. Aquele Izuku era quieto e inseguro. Totalmente o oposto do outro.

Todoroki caminhou até o seu namorado, que apagou o cigarro assim que ouviu os passos se aproximarem.

— Não quero que você se decepcione, Izuku. Não no nosso casamento. Eu quero que seja um dia bom para você, e não mais um trauma.

— Por que você tem tanta certeza de que minha mãe não vai estar lá? — ele perguntou baixinho.

— Porque eu não estou cego. Você precisa de ajuda, amor, não de um casamento precoce.

Izuku ficou quieto, pensativo. Então Todoroki fez o que qualquer ser humano que sente amor faria, ele aceitou. Ele aceitou deixar com que seu namorado se decepcionasse mais uma vez e voltasse chorando pro seu colo.

— Você pode chamá-la — disse. — A convide para o nosso casamento. Se ela for, ótimo. Não direi mais nada sobre ela, calarei minha boca. Se ela não for, você vai me ouvir e vai cortar todos os laços com ela.

— Eu só preciso de uma confirmação.

— Vá tomar um banho, amor. Tivemos um dia sufocante, você precisa descansar.

Izuku deu um aceno e sumiu em meio as sombras mórbidas da incerteza que se projetavam no quarto. Todoroki continuou ali na varanda, observando a lua se pôr.

Ele queria estar errado sobre Inko, queria que ela fosse ao casamento e fizesse Izuku feliz, mas Shouto tinha uma intuição afiada. Ele sabia que Inko não colocaria seus pés naquela igreja nem que a pagassem. Mas ele não disse isso a Izuku, apenas suspirou e fez uma anotação mental de avisar a terapeuta de seu namorado sobre a tempestade que se aproximava. 

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