crush; tododeku

Oleh prushoto

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Onde Midoriya participa de uma festa a fantasia em seu colégio e acaba ressuscitando o amor que sentia por se... Lebih Banyak

LEIA-ME
prólogo
cúpido.
estou sóbrio
uma inédita descoberta
por quem você está apaixonado?
afogando em palavras não ditas
agente secreto
inícios e términos
atividade prática
pequenas mentiras contadas a si mesmo
surpresa, pai!
piquenique quase romântico
querida insegurança
parque de diversões
o lado feio do amor
bem vindo a família!
estou em casa
"amigos"
crush
#EXTRAS.
chá de revelação e gatos gordos
três é demais!
agradecimentos! ✦

você o ama?

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Oleh prushoto

As ondas do mar iam e viam de um modo preguiçoso, pareciam se arrastar e cada vez mais levar um pedaço de Shouto consigo. Ele estava sentado na areia da praia, com seus pés descalços encostando na água gelada. A polícia havia pedido para que ele fosse avisar à Inko sobre o paradeiro de seu filho, e Shouto teve que ir.

Na primeira hora foi fácil. Eles tiveram uma conversa amigável e falaram sobre Izuku, conversaram sobre tudo o que ele gostava e o futuro brilhante que ele possuía. Tudo estava ótimo, até que Inko explodiu. Ela não parecia ser uma mulher má, mas suas palavras foram duras o bastante para quebrar a proteção que Shouto havia criado em sua mente. Pelo visto, ela havia descoberto sobre o seu filho gostar de homens através de uma revista de fofoca, e isso não a agradou muito. O jeito que ela falou "eu sempre soube que havia algo de errado com o meu filho" fez com que o garoto ficasse enjoado. Ele deveria ter ouvido Ochako e deixado com que Bakugou fosse em seu lugar. Deveria ter deixado com que Bakugou falasse com Inko e tentasse não piorar tudo, mas ele era teimoso demais e quis pagar para ver o que iria acontecer.

Agora ele estava ali, na praia, se perguntando em que momento ele errou. Se perguntando em como seu mundo virou de ponta cabeça em poucos dias.

A mãe de seu namorado o odiava, isso era notável. Izuku provavelmente o odiava também. Rei também poderia odiá-lo quando descobrisse a verdade. Dabi já o odiava, então não fazia tanta diferença.

Shouto os entendia, pois também se odiava.

Se odiava por tudo aquilo, por ter se colocado naquela situação patética apenas para conseguir desfrutar de Izuku por um curto período de tempo. Haviam outros jeitos de salvar Rei, mas aquela troca fora injusta, completamente irracional. A polícia não estava somente interessada em salvar a ex esposa do herói Nº1. Não, havia algo a mais naquela história, algo que não haviam lhe dito no início.

Shouto enterrou suas mãos na areia e fitou a terra molhada. Um sorriso involuntário tomou seus lábios, e ele lembrou-se de como Izuku estava animado para vir à praia e contar sobre seu namoro para a sua mãe. E isso poderia ter acontecido, deveria ter acontecido, se não fosse por essa estúpida missão.

Uma mão tocou gentilmente no cabelo do ruivo, que olhou para cima na esperança de ser seu pai, o dando apoio moral e falando que términos eram difíceis, mas necessários. Shouto estava pronto para mandar seu pai embora, mas quando ele notou que quem tocava em seu cabelo era Touya, sentiu seu corpo paralisar e um frio subir por sua espinha. Ele não tinha o escutado se aproximar.

— Ele está bem. — Disse o vilão. 

Um silêncio estranho se fez presente entre os irmãos. Um sentimento de tensão crepitava no ar e parecia estar antecipando uma explosão, ou uma briga. Shouto sempre sentia-se tenso quando falava com Touya. Aquela não era a primeira vez que eles conversavam pessoalmente. Depois daquele dia, Shouto tentou se aproximar do seu irmão, ele sempre escrevia cartas e pedia para que alguns vilões entregassem a Dabi, o bicolor pagava por isso, mesmo não fazendo noção se suas cartas chegavam ou não.

Isso aconteceu por três meses, até que em um dia ele recebeu uma mensagem dizendo "pare de me enviar cartas idiotas, senão eu vou invadir a ua e matar você." Shouto deveria ter ficado assustado, mas não fez. Ele sorriu igual um idiota e começou a enviar várias mensagens ao seu irmão, lhe contando sobre tudo. Touya não era de falar, ele visualizava as mensagens  e às vezes respondia com um simples "legal" ou geralmente era um "foda-se", na maior parte das vezes ele só dizia "puta merda, cala a boca e vai dormir seu aborto mal feito do caralho." Shouto não se sentia mal com os xingamentos, ele sabia que Touya havia se apegado a ele, a prova disso era que quando Dabi trocava de chip, mandava apenas um "Oi, Shouto" e tudo recomeçava.

Todoroki sabia que era completamente insano manter laços com um vilão, mas aquele vilão era o seu irmão, e ele queria que Dabi soubesse que todos ainda o amavam. Ele queria que Dabi se sentisse parte da família.

— Aquele garoto não te merece, Shouto — Touya falou aquilo sem nenhuma emoção. Eram palavras vazias; secas. 

O ruivo suspirou pesado e fechou seus olhos. Sou eu quem não o merece, nii-chan.

— Eu o amo, Touya. Não importa se ele me ame de volta ou não, eu estou apaixonado por ele —  O herói respondeu lentamente, pronunciando cada vogal e tentando não errar nenhuma palavra. Ele queria que Touya entendesse o recado perfeitamente. — Não o mate, eu realmente posso viver com ele me odiando, mas não posso viver sabendo que eu o levei para a morte.

— O que você viu nele, afinal? Ele não passa de um garotinho ignorante.

Shouto ficou em silêncio por alguns segundos. Dabi sentou ao seu lado, mas se manteve alguns centímetros afastado.

O que ele deveria dizer? Izuku era diferente, mas como explicar isso? Como explicar que Shouto havia se apaixonado por tudo em Izuku? Desde seus murmúrios desconexos até a forma que ele fala coisas com duplo sentido e depois sorri meigo? Não faria sentido para um não apaixonado. Sentimentos não faziam sentido quando ditos em voz alta.

Dabi nunca entenderia como é passar o início da manhã contando as sardas de alguém (Izuku tinha 57 no rosto), ou desenhar constelações em suas costas. Ele nunca entenderia como é se sentir amado e especial, nunca entenderia como é acordar e estar de mãos dadas com a pessoa que você mais ama. Nunca entenderia a sensação de deitar no chão e passar longas horas observando as estrelas enquanto desliza seus dedos pelo cabelo de alguém.

Como ele explicaria que Izuku havia lhe roubado o coração?

— Ele é igual ao sol. Brilhoso e quente, tudo fica divertido quando estou com ele. — Murmurou. — Touya, você não entende, aquele garoto é diferente. Não é como os outros com quem eu já fiquei.

— E você ficou com quantos?

— Dois, mas eles não são tão relevantes assim. O Izuku é diferente, é como se... Eu realmente devesse ficar com ele, como se fôssemos "o casal" e não "um casal" — Shouto tentou se explicar, mas não conseguia dizer nada de incrível, ele nunca fora bom para falar de sentimentos e sempre acabava agindo de um modo exagerado.

Exatamente como na primeira vez em que ele tentou abrir o jogo com Izuku. Lembrar do "eu estou sóbrio agora, faça", era tão vergonhoso que fazia com que ele se contorcesse na cama toda vez que recordava. Como Izuku pôde achar aquilo atraente? Aquilo foi terrível!

— Ele não gosta mais de você, Shouto. Eu tive uma conversa com ele, — fez uma pausa e então acrescentou: — uma conversa civilizada. Sem agressão física. Ele se refere a você como "ex-namorado."

— Ah...

— Você realmente vai continuar obcecado por alguém que tem o amor tão frágil assim? Você realmente pretende amar alguém que desiste de você na primeira complicação que surge?!

Shouto fez que "não" com a cabeça, mas estava confuso demais para conseguir chegar em uma resposta concreta. Ele não achava que havia criado uma dependência emocional em Izuku, ele poderia viver com Izuku sendo apenas o seu amigo, mas não queria. Não agora.

— Eu não sei o que fazer, Touya. Eu realmente não sei.

— Você não está usando o anel de compromisso — Dabi notou, e um arrepio subiu pela espinha do bicolor que resfolegou exageradamente e olhou para seu dedo anelar, onde o anel costumava a ficar.

Suas mãos bateram em seus bolsos e um semblante de desespero lhe tomou.

— Aí, não, não, não! Será que eu deixei no banheiro?! — ele levantou com pressa e olhou em volta, como se a praia pudesse responder sua pergunta.

Touya permaneceu quieto, o observando com um olhar indecifrável. Ele levantou em silêncio e continuou encarando Shouto, que lhe devolveu o mesmo olhar.

— Eu preciso ir — falou. — Cuide-se.

Shouto acenou com a cabeça e abriu seus braços para abraçar seu irmão, mas o mesmo se esquivou. Timidamente o bicolor disse:

— V-Você também, nii-chan!

Touya não lhe respondeu, apenas o olhou de baixo pra cima e deu às costas, assim gesticulando com a mão em desdém e caminhando em uma direção qualquer da praia. Shouto permaneceu em pé, observando seu irmão se afastar.

Ele novamente olhou para a sua mão e suspirou.

Izuku, espero que você me perdoe por isso algum dia.

. . .

Midoriya havia acreditado cegamente nas palavras de Rei, mas já deveria ter sacado que a família Todoroki tinha um péssimo hábito de mentir.

Toga havia o visitado mais cedo (ou mais tarde, ele realmente estava começando a perder o resto de sua sanidade naquele local), e falado sobre como sentia saudades de Ochako. Izuku não contou à ela sobre Kirishima ter quase feito com que Uraraka se matasse, mas sentiu vontade. Ele também deixou de fora o fato de que Uraraka estava comprometida, pois Himiko poderia surtar e fatiar Bakugou em pedaços.

Ele apenas a ouviu falar sobre garotas fortes, sobre como admirava Ochako e adoraria fazer certas coisas com ela. Coisas que Midoriya preferiu ignorar, pois não queria dar asas a sua imaginação e acabar olhando para Uraraka de um jeito diferente que o normal.

— Eu vi os noticiários, Izuku! — ela falou com uma empolgação assustadora, Midoriya não sabia se Toga era 50% normal e 50% psicopata, ou 100% psicopata. — Aquele garoto bonito é o seu namorado, waah, por que você não disse que gostava de homens?!

— Não tive tempo — mentiu.

Toga semicerrou seus olhos e projetou seu queixo para frente. Ela parecia incerta.

— Ochako-kun gosta de meninas?

— Não.

— Pois agora ela vai gostar! — Himiko gargalhou e levantou. Ela rodopiou pela sala e parou ao lado de Rei, que a fitava sem muito ânimo, provavelmente farta daquele assunto sobre homossexualidade.

Ela havia passado longas horas ouvindo que Shouto era gay, e a todo minuto ela parecia totalmente enjoada ou desinteressada sobre aquele assunto. Midoriya sentia que ela teria um ótimo motivo para ser homofóbica quando voltasse pra casa.

Dabi entrou na sala, deu uma boa olhada em Toga e moveu sua cabeça até a porta, sinalizando para que ela fosse embora. A menina não se opôs, pelo contrário, ela saltitou até a saída e deu tchauzinho.

Izuku se encolheu por completo quando viu Dabi se aproximar, mas o vilão não lhe deu muita atenção. Ele se agachou ao lado de Rei e teve uma conversa baixa com ela, Izuku tentou escutar, mas estava tão exausto fisicamente e psicologicamente que mal conseguiu prestar atenção em algo que não fosse a porta de metal que agora estava aberta e parecia chamá-lo.

Tudo o que ele conseguiu entender daquela conversa era que eles estavam falando sobre Shouto, de novo, para variar.

Por que ninguém conseguia respeitar o seu término? Ele não queria ouvir sobre o seu ex, não queria pensar sobre aquele maldito namoro, não queria lembrar de como foi um idiota. Todoroki Shouto deveria estar gargalhando agora, relembrando de como foi divertido dar corda para alguém e vê-la se enforcar no final.

Bakugou estava certo, sempre esteve. Aquele término estava o destruindo. Izuku tinha medo de fechar seus olhos e acabar lembrando da vida perfeita que planejou com Shouto, estava com medo de fechar seus olhos e imaginar seu ex namorado sentado numa cadeira, gargalhando e contando a todos sobre os sonhos bobos que Deku lhe contara.

— Por que você está chorando? — Dabi perguntou e a sala caiu em silêncio.

Repentinamente, ele acertou a canela de Midoriya com um chute forte. O esverdeado engoliu seu grito de dor e olhou para o vilão, que o fitava com nojo e desdém.

— Eu estou falando com você, porra. Você é surdo? — berrou. — Por que você está chorando?

— Eu não sei! — Deku gritou de volta, mesmo sem ter noção do que estava acontecendo. Demorou alguns segundos para que ele percebesse que seus olhos nadavam em lágrimas e seu coração parecia estar sendo esmagado. Em que minuto ele começou a chorar? Em que minuto a sua garganta criou um nó e seus olhos começaram a lacrimejar?

Ele não sabia o porquê estava chorando. Não sabia. Tudo doía. Seu corpo doía, sua cabeça doía, seu coração também doía, pior, agora parecia estar sendo dilacerado.

— Você não passa de um medroso. Foi isso o que o meu irmão viu em você? A porra de um bebê chorão?!

— Cala a boca! — seu grito saiu mais como uma súplica do que como uma ordem.

Dabi não respondeu, apenas acertou o rosto de Izuku com um tapa tão forte que quase o fez desmaiar, uma de suas mãos foi diretamente no pescoço do menino, assim o apertando fortemente. Midoriya sentiu o desespero o dominar como fogo, ele fitou os olhos frios de Dabi e teve certeza de que iria morrer naquele exato momento.

Midoriya sempre amou os olhos azuis dos Todoroki, mas ele odiou ter que olhar nos olhos de Dabi, odiou ver que aqueles olhos azuis ardiam em pura perversidade e insanidade.

Alguns pontos luminosos surgiram em sua visão e ele abriu seus lábios feito um peixe fora d'água. O ar faltou e ele começou a se debater, as mãos de Dabi eram absurdamente fortes, sua força era sobrehumana.

— Touya, você vai matá-lo! — Rei berrou desesperada. — Você prometeu ao Shouto que não iria machucá-lo!

Aquilo pareceu despertar Dabi de seu transe maligno. Ele afrouxou sua mão, mas continuou com a mesma em volta do pescoço do garoto. Em uma fração de segundos ele bateu a cabeça de Midoriya contra o chão e levantou sem dizer nada.

Midoriya tentou resistir a dor que se espalhara por seu crânio e deu prioridades a resfolegar desesperadamente enquanto tossia e tentava não engasgar.

— Vi o seu namorado hoje — disse. — Ele disse que te ama e que sente muito. Eu não sinto muito, você está o machucando.

— Touya...

— Por favor — Izuku tossiu. — Me deixa em paz, por favor...

— Você não vai dizer que o ama de volta? — Dabi deu um passo a frente.

Aquilo foi o suficiente para que todo o corpo de Midoriya entrasse em alerta, foi o suficiente para que ele começasse a implorar desesperadamente para que Dabi não o machucasse. Midoriya repetiu que amava Shouto, repetiu até suas palavras serem atrapalhadas por um choro desesperado.

Aquilo não comoveu o vilão, mas fez com que ele ficasse quieto, o olhando seriamente.

— Você me irrita, só não te mato por conta do meu irmão.

Dabi não disse mais nada, ele se retirou da sala e bateu a porta com força. Midoriya tremeu e fechou seus olhos com força, tudo o que veio em sua mente foi Shouto. O sentimento de traição era tão forte que quase o fez vomitar.

Tudo aquilo era uma mentira. Tudo. Shouto não o amava, como Izuku não se deu conta disso antes? Como ele nunca percebeu? Estava diante de seus olhos! Como ele poderia ter sido tão burro a esse ponto?

A porta foi aberta bruscamente, e dela surgiu Compress. Ele ignorou completamente a presença de Rei e caminhou até Midoriya, que se encolheu com medo.

— Não vim te machucar — disse. — Vamos ao banheiro. O pestinha do Dabi passou dos limites de novo. Shigaraki vai socá-lo até fazê-lo criar consciência.

Midoriya não entendeu, ele apenas assentiu com a cabeça e teve suas pernas soltas. Suas articulações doíam e ele mal conseguia se manter em pé. O vilão foi "paciente" com ele e o levou para urinar. Midoriya havia ficado tanto tempo sobre adrenalina que havia esquecido completamente das suas necessidades básicas, havia esquecido totalmente que era humano. Havia esquecido totalmente de que estava sem individualidade.

— Há quantos dias eu estou aqui? — arriscou perguntar.

— Quatro. — Ele respondeu sem nenhuma enrolação. Izuku arregalou seus olhos e sentiu um sentimento ruim se instalar em seu peito. Ele havia sido esquecido. Shigaraki chegaria em breve e o mataria sem nenhuma cerimônia ou piedade. Onde All Might estava? Onde Endeavor e a polícia estavam?

Shouto realmente havia o deixado ali para morrer.

Midoriya Izuku teve seus pulsos soltos e foi empurrado para um pequeno banheiro apertado, onde rapidamente fez suas necessidades e parou em frente a um espelho. Havia uma mancha roxa na sua maçã do rosto e um corte em sua bochecha. Seu pescoço ainda estava marcado pelo enforcamento de mais cedo. Midoriya tentou invocar seus poderes, mas não sentiu nada, nenhum formigamento em sua nuca, nenhum sentimento de desdobramento. Ele estava limpo. Estava vulnerável. Izuku olhou para as suas mãos quando foi lavá-las e notou o anel de compromisso, que o deu um leve choque quando entrou em contato com a água.

— Algum problema? — o homem perguntou, e Izuku balançou a cabeça com tanta força que quase desmaiou.

— Minha barriga está doendo, posso ficar aqui mais um pouco? — respondeu com pressa.

Compress fez um gesto de desdém com a mão e caminhou para fora do banheiro, assim batendo a porta com força e trancando. Midoriya suspirou e tirou o anel de seu dedo com pressa, ele olhou por dentro do objeto e viu uma pequena luz vermelha ligada, ao lado, estava escrito "Mei Hatsume."

Aquilo o trouxe um alívio avassalador. Seus olhos ficaram marejados e ele tentou se manter calmo. Shouto estava com o outro anel, ele era o receptor, estava recebendo a localização. Midoriya sentiu vontade de socar aquele ruivinho filho de uma puta e depois enchê-lo de beijos. Com as pernas bambas, ele foi até a porta e a abriu, assim quase caindo aos pés do vilão, que não fez menção de ajudá-lo, apenas deu às costas e o guiou de volta para a sala branca.

Izuku usou aquilo para se situar. Ele estava em um local amplo, um galpão, talvez? E possuía corredores enormes, não havia uma janela no banheiro, mas ele conseguiu notar que estava entardecendo por conta do frio típico que sempre surgia quando estava escurecendo — afinal, não fazia sentido os vilões estarem acordados tão cedo pela manhã.

Quanto tempo ele precisava ficar ali? Já estava indo para o quinto dia e ninguém havia surgido para resgatá-lo ou tentar invadir o local. Quanto tempo havia demorado para resgatar Eri? Uma semana, talvez? Suas lembranças estavam embaralhadas como cartas e ele sentia-se deslocado do mundo. Izuku retornou à sala branca e foi para o seu lugar.

Ele não foi amarrado daquela vez, apenas recebeu um olhar bravo de Mr. Compress, um olhar de aviso, e foi trancado novamente. Rei estava cochilando, totalmente despreocupada. Há quanto tempo ela estava ali para se sentir tão confortável dormindo em um lugar repleto de vilões?

Izuku não soube o que pensar daquela situação. Ele estava puto. Puto com o Endeavor, puto com o All Might, puto com Bakugou e a Uraraka, puto com o desgraçado do seu ex namorado (que dentre várias coisas ruins, fez uma coisa boa, mas que ainda assim não anulava  sua raiva) e para finalizar, ele estava puto consigo mesmo. Puto por se deixar levar com aquele amor idiota e infantil que não o levou a lugar algum. Lembrar que ele teria que encarar Shouto depois disso tudo fez com que seus pêlos se arrepiassem e um peso recaísse sobre seus ombros, um sentimento de ansiedade o pegou desprevenido e o fez repensar sobre o seu resgate.

Talvez fosse melhor ficar trancado com vilões e ser morto do que ter uma briga feia com Todoroki Shouto e acabar o "namoro perfeito" que eles tinham. Izuku esperava que a essa altura do campeonato, Shouto já estivesse com um crush em outro cara.

Dabi não veio vê-lo nas horas seguintes. Ninguém apareceu na sala, na verdade. Midoriya aproveitou aquela ausência para baixar sua guarda e tentar cochilar. Ele havia sobrevivido a mais um dia, mas estava com medo do amanhã.

Ele não queria admitir, mas estava com medo de morrer. Aquele pensamento estava o assombrando desde que ele tomara consciência de sua situação, sua vulnerabilidade estava o torturando, fazendo com que ele se sentisse tão minúsculo e inútil, tão idiota. Aquele maldito sentimento de impotência havia se instalado em seu peito e parecia não querer ir embora, na verdade, não iria embora até que ele recuperasse seus poderes ou morresse.

Izuku fechou seus olhos e respirou fundo, ele tentou calar os seus pensamentos e limpou sua mente. Amanhã seria um novo dia, e ele precisava sair vivo dele.

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