Não pare a Música

De AliceHAlamo

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A dança é composta por vários elementos. Você tem a coreografia, o tempo, a música, o dançarino, a técnica... Mai multe

Capítulo 1 - Sasuke
Capítulo 2 - Naruto
Capítulo 3 - Ino
Capítulo 4 - Gaara
Capítulo 5 - Quebra de rotina
Capítulo 6 - Suas lentes
Capítulo 7 - Interesses
Capítulo 8 - O que os outros pensam
Capítulo 9 - Encantado
Capítulo 10 - Ajuda "mútua"
Capítulo 11 - Punição
Capítulo 12 - Fora de Foco
Capítulo 13 - Desafio
Capítulo 14 - Intensidade
Capítulo 15 - Mudanças
Capítulo 16 - Tensão
Capítulo 17 - Entre jogos e bebidas
Capítulo 18 - Escolhas
Capítulo 19 - A queda
Capítulo 20 - Bolha
Capítulo 21 - Luz acesa
Capítulo 22 - Segredos
Capítulo 23 - Permissão
Capítulo 24 - Montanha Russa
Capítulo 25 - Gravidade
Capítulo 26 - Amarga Vitória
Capítulo 27 - Forjada em veneno
Capítulo 28 - Aberto
Capítulo 29 - Relações
Capítulo 30 - Linda
Capítulo 31 - Cores
Capítulo 32 - Oportunidades
Capítulo 33 - Elos
Capítulo 34 - Marcas da alma
Capítulo 35 - Resgate
Capítulo 36 - Suporte
Capítulo 37 - O que tem atrás das cortinas
Capítulo 38 - Socos da vida
Capítulo 40 - Acerto de contas
Capítulo 41 - Vida
Epílogo

Capítulo 39 - A morte do Cisne

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De AliceHAlamo


Sasuke fechou a mochila, a mente ainda estava longe, presa no limbo em que era seguro estar para não cair nem nas lembranças aterrorizantes nem nas esperanças tolas que os atos de Neji e Naruto lhe deram. O ensaio tinha sido cancelado obviamente, os bailarinos haviam sido os primeiros a deixar o teatro, mas Sasuke se demorava de propósito. Várias pessoas tinham postado os vídeos do que havia acontecido na internet, aquilo ganharia uma proporção além do esperado, e, ainda que isso fosse bom, para ele traria consequências com as quais não estava pronto para lidar. Seus tios veriam aqueles vídeos, e Madara o conhecia bem demais para perceber seu estado neles e juntar as peças soltas em cada discurso de Tsunade, Naruto e Sakura.

Apertou o celular na mão. Silenciado por medo de a qualquer momento receber alguma mensagem dos tios sobre o assunto. Passou os olhos pelo contato de Shikamaru e engoliu em seco por saber que o amigo também não era uma opção viável. Neji estava com a família, o tio dele conversava com os pais de Kiri, e Sasuke passou por eles de forma discreta, sem querer chamar atenção.

Manteve os olhos baixos enquanto os pés se arrastavam para o ponto de ônibus mais próximo. Havia uma ausência de sentimentos e pensamentos que nunca tinha experimentado antes, como se ele ainda não soubesse mesmo o que devia estar expressar diante de tudo. Ao mesmo tempo, sentia-se transbordando, como se finalmente a última gota atingisse a superfície lotada de um frágil copo e fizesse a água escorrer pelas laterais.

Parou de repente, na calçada. O anel preso na corrente em seu pescoço enfim se fez lembrar enquanto Sasuke observava Naruto ao telefone do lado de fora do carro. Queria se aproximar. Mas como? Queria falar. Mas o quê? Queria de volta Naruto porque sentia que estava deixando Orochimaru lhe roubar a melhor coisa que já tinha lhe acontecido!

Arrancou o anel da corrente. Era sua escolha. O que fariam, o que seriam, eram suas escolhas, e talvez aquela fosse a primeira vez que a decisão estava mesmo em suas mãos.

Atravessou a rua sem reparar em seus próprios passos, e as buzinas fizeram Naruto abaixar o telefone e olhá-lo enquanto se aproximava. Sasuke viu o arregalar de olhos e sentiu o puxão em sua camisa antes mesmo de ouvir a buzina alta e extremamente próxima da moto cujo motorista agora o xingava.

— Tá querendo morrer, Teme? — Naruto gritou afobado enquanto as mãos apertavam Sasuke e o puxavam mais para a calçada.

Quente e seguro. O abraço de Naruto trazia uma sensação inevitável de lar, os olhos azuis preocupados ainda o tragavam com a mesma intensidade de quando se permitiu arrastar para aquela tempestade que ele causava em si. Era como o cair dos escudos, o levantar dos portões, a queda de cada muralha que o cercava e protegia, a última muralha...

Apertou o corpo dele, correspondeu ao abraço e sorriu com o suspirar de Naruto ao afundar os dedos em seu cabelo. Não soube dizer quanto tempo permaneceram daquela forma, e os minutos não importariam, esperou o coração se acalmar, tolo por ainda acreditar que conseguiria isso quando Naruto estava por perto. Seu rosto se moveu ao ritmo do de Naruto, deslizando um pelo outro até que sua testa ficasse junto da dele, e os olhos tentassem achar as respostas que queriam ouvir dos lábios.

— Já tenho minha decisão — sussurrou.

— Por favor, que não seja você saindo de perto de mim porque eu nem sei dizer o quanto senti falta de te ter assim comigo, Sasuke... — Naruto respondeu baixo, o balançar da cabeça fazendo os lábios roçarem nos de Sasuke e o fazendo respirar fundo.

— Tem tão pouca fé em você assim? — Sasuke provocou, e o sorriso cretino fez Naruto rir baixo.

— Sabe como é... você sempre me surpreende, Sasuke.

— Pelo bem do meu orgulho então, finja estar surpreso agora. — Sasuke desviou o olhar e limpou a garganta antes de segurar a mão de Naruto e abri-la para depositar a aliança ao centro. — Acho que isso é seu.

Naruto arqueou a sobrancelha e sorriu abertamente diante do nervosismo de Sasuke que preferia continuar olhando fixamente o anel a erguer os olhos e encará-lo. A mão livre deslizou os dedos pelo rosto dele até pararem no queixo, elevando-o para que Sasuke olhasse direto em seus olhos. Notou o engolir em seco, a ansiedade que os olhos negros não conseguiam disfarçar embora o orgulho ainda fizesse Sasuke manter a falsa postura descontraída.

— Não vai colocar em mim? Esperava um pouco mais de romantismo, Teme — provocou e riu quando Sasuke o olhou indignado antes de bufar e pegar o anel.

— Se está esperando por declarações, flores e clichês românticos, ainda dá tempo de pular fora — Sasuke falou, e Naruto riu quando percebeu que ele não deslizaria a aliança por seu dedo enquanto não respondesse.

— Não, Sasuke, não é romantismo que estou esperando. É você, do jeito que você é, só você. E pare de pensar em desculpas para me afastar... você não come lamen e eu ainda assim te amo. Acredite, não há crime maior que esse e eu ainda to aqui que nem um idiota esperando você me pedir em namoro direito dessa vez.

Sasuke riu, incrédulo, o mundo ao redor esquecido enquanto Naruto fazia tudo parecer simples, fácil, bonito. Deslizou o anel pelo dedo dele sem pressa, e ver a aliança prata contrastar na pele de Naruto lhe fez sorrir verdadeiro antes de segurar a mão dele e levá-la aos lábios. Os olhos permaneceram fechados enquanto beijava o anel e abriram-se somente para contemplar o vermelho que cobria as bochechas de Naruto.

— Namore comigo, Naruto.

— Por que eu tinha certeza que seu pedido pareceria mais uma ordem que um pedido de fato, Teme? — Naruto sussurrou, e Sasuke arqueou a sobrancelha.

— Se quiser, podemos terminar de novo para eu tentar outra vez — provocou, e Naruto riu alto.

— Não, obrigado, uma vez foi mais que o suficiente. Vai pra casa agora?

Sasuke suspirou, a expressão subitamente se fechando enquanto negava.

— Quer dormir na minha hoje?

— Não vai ficar com sua mãe?

— Meu pai ligou para avisar que uma prima dela ficará lá hoje.

— Tudo bem, então.

Naruto sorriu, e Sasuke entrou no carro enquanto digitava uma mensagem para avisar Mito que dormiria fora. Cochilou no caminho sem querer, acordou com Naruto soltando seu cinto e não achou que havia sentido falta até mesmo do cachorro arteiro dele até vê-lo pulando em suas pernas quando entrou no apartamento já tão conhecido.

— Merda! Esqueci da comida dele! — Naruto arregalou os olhos ao correr até a cozinha.

— Você é um péssimo dono.

— Eu tinha muito na cabeça hoje, e Kurama sabe disso. Ele me perdoa, não é amigão? — falou com o cachorro enquanto enchia a vasilha de comida e via Sasuke negar com a cabeça. — E você? Está com fome, Sasuke?

— Vai colocar ração num potinho para mim se eu disser que sim?

Naruto jogou a cabeça para trás ao rir e encarou Sasuke, incrédulo.

— Não sabia que gostava de pet play, Sasuke. Mas vou adorar por uma coleira em você e te fazer engatinhar atrás de mim.

— Sonha, Dobe.

— Você que começou. — Naruto riu, sem graça.

— Não estou com fome, mas aceito algo pra beber.

Naruto assentiu, e Sasuke caminhou pela casa enquanto reparava que a sala continuava do jeito que tinha deixado: os móveis ao canto de modo que tivesse espaço para ensaiar, o piso sem tapete, liso, as cortinas abertas com o sol do meio da tarde já deixando que a brisa fresca entrasse pelas janelas e virassem as páginas da partitura aberta sobre o piano.

Tirou o tênis e o deixou junto à bolsa próxima à parede. Caminhou descalço até o piano para ver o que Naruto tinha tocado naqueles dias e sorriu ao cantarolar baixinho as notas e reconhecer "O lago dos cisnes". Sentiu o respirar fundo de Naruto em seu pescoço ao ser abraçado pelas costas, foi impossível não suspirar junto enquanto se deixava ficar e admitir para si mesmo que não queria sair daquele abraço.

— Quer que eu toque para você? — Naruto perguntou ao deslizar o nariz em sua pele antes de beijá-la com carinho e então oferecer o copo com água gelada que tinha pedido.

Olhou para Naruto e percebeu o sorriso dele crescer ao encará-lo de volta como se lesse a resposta em seus olhos. Arrepiava-se com o quão nu se sentia diante do outro, como se não pudesse mais esconder nada de Naruto, como se fosse um livro que ele podia abrir, avançar a leitura na velocidade que quisesse, deslizar os dedos por cada linha e letra, escolher marcar as páginas, acariciá-las, rasgá-las, amassá-las, o que fosse! Sentia-se nas mãos dele, e sem qualquer desejo de deixá-las.

— Você mudou o piano de posição — comentou quando Naruto o soltou para se sentar no banco.

Naruto ajeitou as partituras e olhou para o lado, uma visão clara e completa de Sasuke no centro do espaço livre da sua sala.

— De costas ficava ruim de enxergar o que realmente me importava. — Sorriu, e Sasuke levou alguns segundos até ter que disfarçar o vermelho em seu rosto ao entender.

— Vê se não erra a música então.

— Não vou, seria uma crueldade tanto com você quanto comigo arruinar a sua dança, Sasuke.

Sasuke agradeceu pelas roupas confortáveis, as roupas com que ia para os ensaios eram sempre de tecidos leves e maleáveis, por isso não precisou trocá-las. Ainda assim, mesmo com a calça preta e com a camisa branca de manga comprida, o olhar de Naruto naquele momento era capaz de despi-lo, de evidenciar os sentimentos por trás daquelas palavras.

Posicionou-se ao centro da sala, fechou os olhos, e Naruto sorriu ao descansar as mãos sobre as teclas para iniciar a melodia. Não existia preocupação quanto à coreografia, apesar de Sasuke sabê-la de cor, não era por ela que ele queria dançar aquela música. A música mais famosa de Lago dos Cisnes, quando a trágica história se conclui com uma das mais belas representações da morte, retratava justamente o fim, e para ele aquilo tinha um significado diferente naquele dia.

Era o seu fim, o ponto final que de alguma forma ele se via colocando naquela história com Orochimaru. Não sabia o que aconteceria com com sua carreira, com a companhia, mas... de repente... era como se tudo com que tinha se importado tivesse perdido valor. Imaginava que teria que se apresentar para abrir queixa contra Orochimaru, isso ajudaria Kiri, ajudaria no processo, encorajaria que outras pessoas fizessem o mesmo. Mas e depois?

A companhia estava arruinada? Não... o mundo não era tão utópico. Falariam do ocorrido, os investidores alguns sairiam, outros se manteriam sob imposições de novas regras à Tsunade, isto é, se ela continuasse na direção da escola. Mas o mundo continuaria. As aulas retornariam no semestre seguinte, se não antes, Orochimaru seria um assunto proibido, um outro professor o substituiria, e... e depois?

Teriam mesmo feito alguma diferença? Ou tinham deitado o próprio pescoço sob a guilhotina apenas para que os outros assistissem em silêncio as cabeças rolando? Não sabia. E, mesmo assim, sentia-se tão mais leve por finalmente ter feito algo a respeito que o corpo seguia a melodia triste de Naruto como se ela sempre tivesse regido seus passos, como se os braços a imitar o bater das asas pudessem enfim fazê-lo voar para fora daquele pesadelo em que tinha se mantido preso por tanto tempo.

Seu coração dançava dentro do peito, as notas trazendo à memória a cena da morte do cisne branco enquanto o coração se sentia livre, pronto para aceitar o que viesse. As lágrimas quentes escorriam quietas, cada uma carregando mais peso do que poderia imaginar, nunca havia sentido o coração bater tão leve, tão solto, finalmente fundindo-se à música sem ressalvas, sem hesitar.

Dançar era expressar-se, algo que Sasuke nunca tinha conseguido fazer bem com palavras. Dançar era mostrar sua alma sem se sentir constrangido, conseguindo colocar a intensidade de suas emoções nos menores e mais delicados movimentos. Seguiu o ritmo final, as notas que o levaram até o chão na representação da morte foram doces, o tom trágico abraçando-o enquanto o corpo tocava o chão e os olhos se abriam úmidos, a visão embaçada demais para que enxergasse alguma coisa.

Fechou os olhos, deixou que as últimas lágrimas escorressem no silêncio seguido pelo fim da melodia quebrado pelo alívio em sua risada.

Naruto respirou fundo, submerso nos sentimentos que a interpretação de Sasuke daquela música havia despertado em si. A angústia era palpável, o modo como ele a tinha abraçado e aceitado por tanto tempo havia estado visível em cada passo do início da música. A progressão dos sentimentos, os inúmeros nós que ele soltava a cada nota para chegar livre no clímax final e finalmente dançar como a alma pedia, era tudo tão intenso que a arte tinha se tornado tão viciante quanto dolorosa de se assistir.

Limpou o rosto, secou as lágrimas e respirou fundo antes de se levantar. O riso de Sasuke preencheu seu peito, ajoelhou-se ao lado dele no chão, as mãos acariciando-lhe o rosto para que se perdesse nos olhos negros e no misto de sentimentos que via no olhos dele. Beijou-o, beijou Sasuke como se fosse ele a precisar de consolo naquele momento. E recebeu dele exatamente isso, os braços o puxando para ele enquanto os lábios salgados pelas lágrimas acariciavam sua alma e beijavam as feridas feitas pela descoberta do sofrimento de quem se ama.

Sasuke o beijou repetidas vezes, o contato lhe fazia bem, o carinho e o amor de Naruto invadindo seu corpo e o fazendo despertar, um convite para que se levantasse do chão, se reerguesse da morte que tinha encenado.

— Preciso de você — Sasuke sussurrou, e Naruto soltou um som de deleite em meio ao beijo.

— Eu sou todo seu, Sasuke — respondeu, tão certo de suas palavras, tão verdadeiro...

Sasuke o beijou, sentando-se para então espalmar o tórax de Naruto e empurrá-lo para trás. Ajoelhou-se enquanto a boca de Naruto sugava seus lábios, fechou os olhos e suspirou quando o calor dele desceu por seu pescoço antes da lingua voltar a se entrelaçar à sua.

Naruto beijou Sasuke como se fosse a primeira vez, permitiu-se conhecer de novo o gosto dele sem pressa conforme o puxava para se sentar em seu colo. Sabia que agora tudo seria diferente, agora ele conhecia Sasuke, compreendia seus medos, e toda vez que o beijava era um pedido mudo para que Sasuke lhe aceitasse, para que confiasse nele, para que se entregasse como ele próprio tinha feito: saltando do topo de uma cachoeira sem se importar com o perigo das pedras, com a força da correnteza, com saber ou não nadar.

Arfou, o chupão em seu pescoço o fez apertar a cintura de Sasuke e lhe tirou um gemido baixo quando ele rebolou. Suas mãos entravam pela blusa que ele usava sem dificuldade ou impedimentos, o corpo de Sasuke encaixava-se a elas como se fosse arte a ser moldada, e eles gemiam baixo pela satisfação que a intimidade trazia.

A boca quente de Sasuke o seduzia a cada contato, queimava, marcava sua pele enquanto as roupas eram tiradas e esquecidas no chão gelado, e tudo o que conseguia pensar em meio a tudo aquilo era que queria mais.

Deitou Sasuke no chão enquanto seus dentes arranhavam a pele clara do pescoço dele, beijou-o na mesma intensidade com que suas mãos apertavam o corpo nu sob o seu e o sentia pulsar duro, e fechou os olhos pelo arrepio inevitável que o atingia quando Sasuke puxava seu cabelo para trás antes de assumir o ritmo das carícias.

Rolar pelo chão com Naruto era como uma dança sem coreografia que, de alguma forma, tinha sua própria harmonia em meio ao caos. A pele bronzeada tinha os rastros dos arranhões de suas unhas, e a boca possuía a estranha mania de querer provar cada um deles antes de exigir os lábios de Naruto para si. Algo explodia em seu peito sempre que beijava Naruto, uma mistura mágica que libertava todas as borboletas de seu estômago e o fazia acreditar no impossível, como se soubesse que não podia voar, mas, ainda assim, se sentisse tocando as estrelas.

Puxou o cabelo de Naruto para trás para admirá-lo quando sua mão envolveu-lhe a ereção. A glande úmida o fez morder o lábio antes de deslizar a mão por toda a extensão, e Naruto gemeu rouco, do modo que arrepiava todos os pelos da nuca de Sasuke e o obrigava a gemer junto de excitação.

Sentiu o olhar dele queimar, ergueu os olhos apenas para gemer cálido rente à boca de Naruto quando ele o tocou. A respiração em seu rosto era quente, atraía-o até Naruto, sedento à medida que aceleravam os movimentos de vai-e-vem. Abriu os olhos, perdido, quando as mãos de Naruto deslizaram por seu pelve até as coxas, abrindo-as enquanto ele descia por seu corpo.

— Naruto! — gemeu ao revirar os olhos quando a boca dele envolveu seu pênis e o levou fundo ao chupá-lo.

Queria poder descrever com precisão como se sentia com Naruto quando ele o tocava, queria saber explicar como seu corpo vibrava aos toques, arrepiava-se com a ponta dos dedos criando desenhos sem sentido em sua pele, contorcia-se em ebulição. Mas já havia aberto mão das explicações, das justificativas, da racionalidade. Amava justamente a falta de tudo isso quando estava com Naruto, apaixonara-se não só por ele, mas também pelas chamas da fogueira a qual tinha se amarrado para que o fogo o consumisse até os ossos.

Abriu os olhos enquanto os dedos sentiam o cabelo de Naruto, enquanto buscava a visão do outro entre suas pernas, os lábios inchados enquanto seu membro sumia entre eles, a saliva escorrendo por sua pele, o calor irradiando por seu corpo.

Naruto o soltou com um barulho estalado, o olhar predatório subindo pelo seu corpo junto à boca que fazia questão de acariciá-lo. Encararam-se por menos de um segundo, as mãos buscaram os rostos para que o beijo afoito disparasse ainda mais os corações, e Sasuke apoiou-se nos cotovelos ao sentir Naruto se sentar em suas coxas. A boca dele se arrastou até seu ouvido, a mão desceu por sua cintura até envolver sua ereção, e Sasuke arregalou os olhos surpreso ao gemer deliciado quando Naruto o posicionou entre suas nádegas, rebolando, insinuando-se.

— Naruto...

— Quero ser seu — ele sussurrou rente ao seu ouvido. — Quero que me tome, preciso te sentir em mim, Sasuke... preciso de você...

Sasuke fechou os olhos. A voz sussurrada e o rebolar não deixavam muito para a imaginação, suas mãos apertavam Naruto com desejo enquanto ele se esfregava em seu membro e lhe arrancava a sanidade.

Naruto se apoiou nos joelhos e gemeu baixo, deslizou as mãos pelo cabelo de Sasuke até os ombros enquanto o coração batia descontrolado. A ansiedade o fazia interromper o beijo afobado para capturar os lábios de Sasuke em seguida em uma confusão ainda maior. Desejava entregar-se a Sasuke como ele tinha se permitido fazer consigo, queria senti-lo em seu corpo, fazê-lo sentir como era consumir por completo quem se ama, a cumplicidade e a confiança necessária para que o sexo ganhasse significado.

Sorriu excitado ao interromper o beijo para arrastar dois dedos pelos lábios de Sasuke e vê-lo permitir que os deslizasse para dentro. Sentiu-se pulsar com a visão, a sensação da língua de Sasuke brincando com seus dedos era nova, a fome com que ele o chupava fazia sua mente divagar em fantasias enquanto as mãos de Sasuke apertavam suas nádegas com força.

Puxou os dedos da boca dele devagar, o sorriso malicioso no rosto quando Sasuke gemeu contrariado. Substituiu os dedos pelos lábios antes que Sasuke pudesse reclamar e apertou-lhe o ombro com um pouco mais de força quando introduziu um dos dedos em seu interior.

Fazia muito tempo que não se deitava com alguém daquela forma, muito tempo que não sentia a necessidade, a vontade, de dividir-se com outro. Mas com Sasuke era tão natural o doar-se, o querer se dar por completo...

Naruto deixou a voz ecoar pela sala ao gemer e apoiar a mão no ombro de Sasuke, movia os dedos dentro de si, o desconforto diminuindo à medida que se acostumava. Sasuke o segurou, a boca roubando seu ar, a mão trazendo-lhe prazer ao masturbá-lo com destreza. Retirou os dedos quando já não eram o suficiente, sorriu ao segurar a ereção de Sasuke e vê-lo prender o ar enquanto lhe sentia a glande tocar sua entrada.

Sasuke fechou os olhos conforme Naruto descia em seu membro, o ar faltava, mas não conseguia se obrigar a respirar enquanto as sensações o entorpeciam. A imagem de Naruto era deliciosa, o mantinha refém sem que percebesse. Os olhos azuis estavam presos no teto, a cabeça levemente jogada para trás enquanto os lábios permaneciam entreabertos sem que a voz saísse ou o ar entrasse, o rubor da face e o suor o deixavam sensual, e tudo aquilo o excitou de tal forma que as mãos seguraram firmes o quadril de Naruto, a ansiedade correndo em suas veias enquanto Naruto ria malicioso ao enfim descer por completo e gemer sem constrangimento.

— Ah... — Sasuke gemeu baixo, fechou os olhos, e sentiu o sorriso de Naruto contra seu rosto enquanto o quadril dele se erguia lento e voltava a descer. — Ah! — deixou escapar mais alto.

— É bom, né? — Naruto sussurrou ao seu ouvido. — Ah, Sasuke... eu tinha esquecido o quão bom isso era...

Sasuke não conseguiu abrir os olhos, não conseguiu fazer nada que não fosse apertar os glúteos fartos de Naruto antes de sentir os músculos das costas dele e gemer com o rosto escondido em seu pescoço.

— Olha pra mim, Sas — Naruto pediu.

Não dava, não ainda... Sasuke respirou fundo, o calor em volta de seu membro o fazia perder a voz, a pressão, os movimentos, tudo, o corpo de Naruto parecia acolhê-lo de tantas formas que não sabia como reagir, o que fazer. A necessidade de mover-se crescia a cada segundo, e quando Naruto o presenteava com o subir e descer em sua ereção era como se atingisse outro nível de prazer, um diferente de todos os outros a que ele havia lhe apresentado. Ergueu a cabeça, olhou para Naruto, e o assistiu tremer.

A fome nos olhos de Sasuke não podia ser disfarçada, o desejo parecia escorrer dos lábios dele como mel, e só os deuses sabiam o quanto Naruto amava doces. Foi beijado com gula, com as mãos de Sasuke percorrendo seu corpo ao mesmo tempo em que ele não sabia ao certo onde tocar, apertar, se segurar enquanto Naruto rebolava forte em seu membro.

O sorriso que Naruto tinha em seu rosto era nada menos que indecente ao segurar entre as mãos o rosto de Sasuke. O olhar ébrio do bailarino enquanto o ajudava a cavalgá-lo era hipnotizante, a forma descoordenada como ele puxava o ar e deixava os gemidos saírem por entre os lábios fazia Naruto querer ir mais rápido, chocar-se ao corpo dele para senti-lo crescer em seu interior, pulsar, preenchê-lo. Beijou-o tantas e tantas vezes a cada cavalgada que os lábios inchados estavam sensíveis e ainda assim carentes por mais. Revirou os olhos quando Sasuke acertou sua próstata, agarrou-se aos ombros dele e lembrou-se do som vulgar e necessitado da própria voz.

— Assim? — Sasuke mordeu o lábio inferior de Naruto, vendo-o assentir trêmulo e com a boca aberta em um gemido mudo quando repetiu o movimento.

Naruto lambeu os lábios, e Sasuke observou, ansioso e admirado, Naruto empurrá-lo para que deitasse de novo no chão.

— Assim você não tem como se esconder de mim — Naruto sussurrou ao posicionar as mãos no peito de Sasuke e rebolar lento.

Sasuke arfou, não era se esconder naquele momento que queria, cobrir os olhos ou o rosto só lhe roubaria talvez a cena mais excitante que podia ver. Naruto mantinha as mãos em seu peito, as coxas apertadas ao lado de seu corpo, o quadril subindo e descendo, chocando-se com sua pele em um barulho seco que o fazia latejar desejoso por mais. O suor escorria pelo torso, e Naruto jogava o cabelo loiro para trás antes de se apoiar em Sasuke de novo e rebolar mais forte, no ritmo afoito que o prazer pedia para que o clímax viesse. E foi por querer vê-lo ainda mais perdido naquele êxtase que o acariciou, que a mão envolveu a ereção negligenciada.

Naruto gemeu surpreso, o corpo pendeu para frente, e Sasuke o beijou antes de girá-lo no chão, abrir-lhe as pernas e estocá-lo com força. Naruto lambeu os lábios, o toque correu das costas definidas aos cabelos úmidos na mais urgente necessidade de puxá-los antes de gemer na boca dele e impulsionar o quadril para cima para permitir que Sasuke fosse ainda mais fundo. E foi no vórtex daquelas sensações, na mistura entre os sentimentos e os significados de cada ato de prazer, que Naruto se agarrou a Sasuke como se lhe prometesse nunca mais soltar, que gemeu o nome dele como se lhe desse a certeza de que dali em diante seria o único pelo qual chamaria.

Sasuke o assistiu gozar, os olhos azuis perdidos no limbo que o orgasmo criava enquanto o corpo tremia e lhe implorava para que o seguisse. E como recusar? Como recusar ser levado para o ápice do prazer quando era Naruto a estender a mão, quando eram as paredes quentes do interior dele a se contrair em volta do seu membro como se o sugassem? Como negar mais aquela dança à música que Naruto compunha para ele?

Gozou, os braços perdendo apoio, o corpo desabou sobre o de Naruto, que riu, suave, ao abraçá-lo e tirar a franja úmida de frente de seus olhos. Os lábios vieram doces, um beijo calmo que Sasuke ainda se encontrava letárgico demais para corresponder e deixava Naruto guiá-lo.

— Gostou? — Naruto indagou, e Sasuke sentiu a boca dele se curvar em um sorriso travesso junto à sua. — Porque, olha, eu gostei e vou adorar se pudermos fazer isso mais vezes. Se você não quiser, tudo bem, eu vou entender e a gente dá um jeito e podemos-

— Naruto, não estraga o momento — Sasuke o interrompeu e revirou os olhos. Gemeu baixo ao se retirar do corpo de Naruto e o sentiu se arrepiar sob si. Os olhos negros percorreram o corpo dele, contemplaram e admiraram cada marca, os dedos as tocando quase para se convencer de que tinha sido realmente ele a fazê-las. Inclinou-se, a boca arrastando-se pela marca que tinha deixado sobre o peito de Naruto, próxima ao coração acelerado. — Te machuquei?

— Nem perto disso, Sasuke, foi delicioso.

— Você gosta? De ser o passivo?

— Teme, eu gosto de sexo, do jeito que vier. — Deu de ombros e sorriu de canto. — Por quê? Gostou mais de ficar dentro de mim do que me sentir em você?

Sasuke franziu o cenho, e Naruto achou adorável a forma como ele mordeu o lábio inferior e repousou a cabeça em seu peito enquanto tentava controlar a respiração acelerada.

— Ainda não sei... podemos fazer alguns testes depois.

— Se quiser me acompanhar no banho, podemos começar agora já.

Sasuke apoiou os braços no peito de Naruto e se ergueu para olhá-lo com a sobrancelha arqueada. Esticou-se, os olhos semicerrados ao oferecer os lábios a Naruto e sussurrar:

— Ao banho então.



Olá!! Espero que tenham gostado <3

Tivemos nossa amada e espera reconciliação e eu achei tão fofo escrever essa parte! 

Preparados pro fim da fic?


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