Brincar com a vida das pessoas é como sentir-se Deus por alguns momentos. Todos concordam que manter-se vivo é um bem valioso e ser tirado das mãos de outra pessoa é um tanto quanto covarde. Mas se a nossa sociedade é pautada em injustiças, alguém precisa se arriscar a fazer o certo.
- Camila, abaixa essa arma, por favor. – Lauren estava de pé ao lado de Lucy, visivelmente preocupada.
- Eu não posso meu amor, preciso tomar essa atitude por nós.
- Vamos lá Camila, mostra que você não é uma covarde de merda, atira logo! – Lucy gritava com os olhos raivosos.
- Não fala besteira Lucy! – Lauren seguia olhando para mim e para ela sem saber o que fazer.
- Cala essa sua maldita boca ou eu a estouro em um piscar de olhos! – eu gritei.
- Camila você não é uma assassina, vamos conversar abaixa essa arma! – Lauren seguia insistindo.
- Ela não vai abaixar meu amor sabe por quê? Porque ela é uma puta covarde que quer fazer com que todo mundo pense diferente, mas na hora da verdade ela se mostra como é!
- Vamos lá Lucy! – disse me aproximando com a arma, o que assustou ambas. – Fala mais de perto agora, basta um disparo para que a sua vida infame felizmente tenha algum propósito!
- Camila, você quer realmente ser presa?
- Eu nunca seria presa meu amor, eu tenho joias, eu tenho imóveis, eu tenho dinheiro. Nós vamos fugir, tudo vai acabar bem, eu prometo, eu te amo Lauren.
Lucy começou a gargalhar, o que só me trouxe mais ódio e vontade de disparar.
- Você é um puta ser mesquinho Camila. Essa fantasia toda na sua cabeça realmente deu certo?
- Duvida? Pergunta para Lauren se ela não me ama, pode perguntar agora antes de morrer.
- Não seja uma infeliz. – Lucy disse seriamente.
- Está com medo de perguntar, vá em frente, vamos Lauren fala para ela que você me ama e que é comigo que você quer ficar.
Lauren chorava copiosamente, sua cabeça deveria estar passando por uma tortura como ela parecia demonstrar, eu precisava ouvir de sua boca, para que a humilhação em si pudesse ser completa.
- É verdade Lauren? Olha nos meus olhos e diz, você ama a Camila Cabello?
Ficamos paradas nos observando, enquanto Lauren não moveu um músculo, em um momento acabei perdendo a minha paciência.
- Chega disso... – assim que pressionei a arma em direção a Lucy e me preparei para o disparo, Lauren interveio e colocou sua testa sobre o cano da arma.
- Vai Camila, acaba logo com isso. – Lauren disse pressionando a arma em sua cabeça.
- Você enlouqueceu de vez? Eu nunca seria capaz de te matar.
- A culpa é toda minha, eu te envolvi nas minhas loucuras, se alguém merece morrer essa pessoa sou eu.
- Se você a matar eu juro que eu... – Lucy começou a dizer.
- Chega dessa merda! – eu disparei para cima e saí correndo para os fundos.
Me encostei no beco ao lado e comecei a tremer ruidosamente, minha mão não obedecia aos meus estímulos e minha vista estava turva. Na minha cabeça era como se vários martelos a massacrassem.
- Camila, meu amor, você está bem? – Lauren apareceu para me socorrer.
- Por que você não disse que me amava?
- Você sabe que eu não posso...
- Sei? Que merda é essa Lauren... Até quando você vai se comportar como uma covarde e não vai assumir o que sentimos uma pela outra?
- Eu era órfã Camila, a Lucy me deu uma vida, ela me salvou, eu não posso fazer isso...
- Ela te comprou Lauren, larga de ser burra...
No ímpeto ela me desferiu um tapa na cara e ficamos nos olhando ruidosamente.
- Você quer brincar, tudo bem...
Empurrei seu corpo contra a parede, enquanto pressionava minha testa na dela, comecei a cuspir as palavras.
- Sendo doentio ou não, quer você aceite ou não, você me pertence Lauren Jauregui e sua vida será um inferno para a eternidade enquanto não for minha!
- Sai de perto de mim!
- Cala a sua boca! – tampei sua boca enquanto continuava a dizer. – É disso que você gosta, não é? – comecei a retirar sua calcinha e abrir espaço entre meus dedos. – Sua boceta molhada diz muito sobre você.
Comecei a meter com força, enquanto tampava sua boca para que ela não pudesse dizer nada, meus dedos estavam molhados e eu estava furiosa, queria que ela sentisse o quanto precisava ser punida por todas as merdas que tinha feito.
Ela mordeu a minha mão o que fez com que eu me afastasse.
- Sua puta de merda! – eu disse vendo o estrago que ela tinha feito.
Ela agarrou meu rosto e começou a me beijar com paixão, enquanto esfregava sua boceta na minha cada vez mais rápido.
- Eu preciso de você Camila, me fode gostoso...
- Não! – disse empurrando-a.
- Chega disso tudo, nós não podemos ficar mais assim, não desse jeito.
Ela me fitou por um momento sem entender o que eu estava dizendo.
- Eu estou fazendo coisas horríveis até mesmo para mim, por sua culpa! Eu não quero mais... Eu preciso de ar para respirar!
- O que você quer dizer com isso?
- Ou você fica comigo de uma vez ou você vai para o inferno Lauren!
Eu me arrastei para o muro e coloquei uma mão sobre ele, enquanto me equilibrava, podia sentir seus olhos arqueados de desejo sobre mim, mas eu precisava me manter firme, ou essa tortura nunca chegaria ao fim.
- Basta um telefonema...
- Isso é definitivo?
- Sim, um telefonema para que eu entenda que você quer ficar comigo para sempre. Se você me ligar eu venho te buscar nem que seja a força caso mude de ideia e vamos viver juntas em outro lugar.
Lauren apenas assentiu com a cabeça o que foi o suficiente para mim.
***
Segundo os médicos Sinu estava se recuperando bem e logo estaria acordada, eu mal via a hora de nossas brigas retornarem e ela me mandar parar de beber, mesmo tudo isso sendo inútil, quando sentimos falta de alguém, sentimos por inteiro.
- Filha... – Sinu murmurou.
- Mãe, hey... – despertei e fui parar ao seu lado com entusiasmo. – Estou aqui, vai ficar tudo bem, eu prometo.
- Não fala nada, por favor, eu que preciso falar.
- Mãe descanse apenas, que assim eu poderei ficar feliz. A Rose está morta de preocupação e você sabe que ela não vive sem você.
- Eu já descansei demais menina levada, só preciso que você me escute.
- Tudo bem mãe, se é isso que deseja.
Eu estava preparada para os sermões e não gostaria que ela desperdiçasse sua energia com isso, mas como ela estava doente apenas assenti devido a sua teimosia.
- Sei que eu tenho sido uma mãe ruim...
- Não mãe, por favor...
- Mas deixa essa velha com um pouco de tempo que me resta te fazer feliz. Me perdoa filha por tudo que eu tenho feito, sei que eu não seria nada sem você, sem suas conquistas, não sabe o quanto me orgulho da mulher que se tornou.
Aquilo me atingiu em cheio e eu estava prestes a chorar, ela nunca tinha falado comigo daquela forma, não fazia a menor ideia que ela tinha consciência de tudo que eu a havia ajudado. Até que ela me deu o golpe final.
- Eu te amo Camila, eu te amo muito.
- O que você disse mãe? – meus lábios começaram a tremer.
- Eu te amo muito Camila Cabello, sempre vou te amar Camila.
Beijei sua testa e me dei por vencida, te abracei e chorei de soluçar em seus braços.
- Eu também te amo mãe... Eu também...