Irresistível - O Caso Portill...

By PricaWenzel

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Sinopse: Alfonso viu sua mãe ser assassinada diante dos seus olhos quando tinha 18 anos. 09 anos depois ele s... More

Prólogo
Capitulo 02
Capitulo 03
Capitulo 04
Capitulo 05
Capítulo 06
Capítulo 07
Capítulo 08
Capítulo 09
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Epílogo
Agradecimentos!

Capítulo 01

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By PricaWenzel

Revirei os olhos e me joguei no sofá, minha mãe sempre fazia um drama quando me ligava. Se ela algum dia precisasse trabalhar e não estivesse mais casada com o milionário Juan Von Uckermann eu a aconselharia a se tornar atriz ou dar aulas de teatro dramático.

- Sim mãe, todo dia eu olho pra ver se tem uma pessoa estranha na rua antes de entrar no prédio, não importa se é de dia ou de noite... Mas não esqueça que eu estou morando no centro da cidade, o que eu mais vejo são pessoas diferentes.

- Mas ai que você tem que tomar o dobro de cuidado, se deixasse seu padrasto colocar o rastreador no seu celular...

- Mãe, por favor, não começa... Mesmo que pudesse me rastrear, de Juárez até aqui leva algumas horas, você não poderia fazer muita coisa se algo me acontecesse.

- Eu sei, mas você sabe porque eu faço isso. - ela murchou do outro lado da linha. 

Ah não de novo não!, pensei contendo um suspiro e revirando os olhos. 

Dona Marichello sempre voltava no mesmo ponto, quando via que eu me sentia sufocada ela dizia que fazia isso pelo que houve com meu pai. Era a arma dela pra me convencer das coisas, mas ultimamente eu andava resistente. 

Nós duas brigamos feio quando arrumei meu emprego na capital e ela tentou me convencer a ficar em Juárez, onde tudo lembrava meu pai e minha adolescência antes e depois dele. Por fim Juan a convenceu e pude me mudar. E sinceramente esse foi o melhor mês dos últimos anos. 

- Sim mãe eu sei, mas fica tranquila eu sei me cuidar ok? Agora tenho que desligar, amo você, beijos. 

- Também te amo filha. - minha mãe respondeu chorosa, mas desligou. 

- Poxa sua mãe é super protetora né? - Maite sorriu pra mim quando desliguei. 

Sorri pra minha colega de apartamento e fui pra cozinha pegar meu café. 

- Ela tem medo de cidade muito grande... Acha que eu vou me perder, essas coisas...

- Meus pais também, mas faz um mês que você ta aqui, ela devia ficar mais tranquila, você já se habituou... Acho que ela tem medo da violência da cidade grande. - Maite deu de ombros. 

- Pode ser, mas Juárez é considerada a cidade mais violenta do país, disso ela não lembra quando tenta me convencer a voltar, não é à toa que foi lá que... - emudeci mordendo os lábios. 

- Lá o que Any? - Maite estreitou os olhos me estudando. 

- Nada! - respondi me virando pra pia.

Me senti gelar por dentro ao lembrar do meu pai e da violência que presenciei ele sofrer. Eu só tinha 14 anos e de dentro do carro vi meu pai ser morto a tiros friamente. Levei a mão na boca, como fiz aquele dia pra conter meu grito de horror e desespero.

Maite era legal, havíamos nos conhecido quando me mudei e ela não conhecia a história. Na verdade eu não falava disso com ninguém, por mim que preferia me preservar de olhares de pena e pela minha mãe que morria de medo da história cair em mãos erradas.

Eu ainda sofria pela falta que meu pai fazia e como tinha sido tirado de mim. Por conta do que houve eu passei por um período de 02 anos de rebeldia com os hormônios à flor da pele. Depois disso me tornei uma pessoa muito sozinha e reservada. Nunca havia namorado sério, não tinha muitos amigos e sofri calada a maior parte dos anos. Pra mim não parece que faziam 10 anos.

- Any...

A voz da minha amiga me trouxe de volta e forcei um sorriso a encarando.

- Oi?!

- Você vai descer comigo?

Assenti largando o copo de suco na bancada e peguei minha bolsa e minhas coisas.

Minha editora faria uma festa de lançamento pra um novo livro e estávamos a todo vapor, o que era ótimo. Dentro da Editora Blackstone S.A. eu me sentia útil e boa o bastante em alguma coisa.

Enquanto eu lia a papelada percebi o olhar de nervosismo que Roberta, minha assistente, enviava pra mim. Ela estava assim porque sabia que levaria uma bela bronca se os documentos não estivessem como eu queria.

Eu sabia que era um chefe extremamente exigente e muito perfeccionista, na verdade eu queria as coisas do meu jeito e na minha empresa, meus funcionários recebiam muito bem pra fazer exatamente isso. Eu assustava todo mundo, mas ninguém queria ir embora.

Duas batidas na porta e eu nem precisei erguer os olhos pra saber quem era. Só uma pessoa batia na minha porta assim e tinha liberdade pra entrar quando queria e sem precisar passar pela secretária.

- Entra Christian!... - erguei os olhos e foquei na minha assistente. - Roberta você pode ir, por enquanto a carta esta boa assim, apenas coloque um prazo menor no final pra pressioná-los.

- Sim senhor! - ela arregalou os olhos, na certa discordando de mim, mas não se atreveu a verbalizar, simplesmente deu as costas e foi embora. Garota esperta!

- Encurtar o prazo? - Christian perguntou ao ficarmos sozinho e sentou na cadeira à minha frente. - Não é a toa que a Roberta saiu daqui daquele jeito.

- Ela é muito bem paga pra me obedecer, assim como você. - sorri levemente apenas pra ele saber que eu estava brincando. - Conseguiu a substituição que eu pedi?

- Consegui, uma boa quantia de dinheiro pode ser muito persuasivo. - sorriu.

Christian era meu melhor amigo, praticamente um irmão pra mim. Mesmo trabalhando pra mim continuávamos nos tratando como amigos, ele era a única pessoa a quem eu confiava minha vida. Por isso era meu segurança particular, quando não estava coordenando os outros em eventos.

- Pense que hoje à noite você terá uma folga pra ficar com a Angelique, ela já me pediu pra fazer você trabalhar menos. - debochei.

- Ela é a única que tem coragem pra te pedir uma coisa assim. - riu debochado.

- É só porque não trabalha pra mim... Mas então vamos ficar assim, eu vou no evento hoje à noite no seu lugar... Preciso conhecer Anahí pessoalmente.

- O caso Portillo de novo... Se não te conhecesse diria que esta obcecado, apaixonado por essa moça.

- Não é nada disso é curiosidade apenas. - menti.

- Mas você concorda que ela é muito bonita né? - Christian levantou as sobrancelhas daquele jeito “eu sei que você acha a mesma coisa”.

 - Sim, mas não é só por isso que quero conhecê-la, a história dela me intrigou.

 - Realmente eu nunca conheci ninguém além de você que presenciou o assassinato do pai ou da mãe, que coisa estranha ela viu o pai morrer e você sua mãe.

  - Sim uma coincidência e tanto. - refleti não achando aquilo exatamente coincidência.

Atravessei as portas giratórias que davam ao salão da editora e entrei no elevador indo pra minha sala.Não me surpreendi ao ver o filho do meu padrasto Christopher, aos beijos com minha colega de trabalho e namorada dele Dulce.

 - Por favor, não me diz que veio aqui porque Marichello pediu. - suspirei.

 - Bom dia pra você também... Vim aqui pra ver a minha namorada. - sorriu e beijou o rosto de Dulce.

 - Ah que bom, bom dia. - sorri olhando os dois e Dulce sorriu de volta.

 - E... Por que sua mãe pediu, disse que você foi muito rude no telefone com ela. - Ucker sorriu dando de ombros.

Suspirei revirando os olhos.

 - Rude? Ela veio de novo com aquela história de rastreador no meu celular... Por que ela não podia ser tranquila como o seu pai? Tem um ano que você mora aqui e ele nunca deu escândalo.

 - Da um tempo pra ela se acostumar Any, é difícil ver você longe... E não da pra comparar sua mãe com meu pai.

 - Eu juro que se não fosse por esse evento hoje à noite eu iria pra academia esmurrar muito saco de areia ou correr até explodir os pulmões. - suspirei.

 Sempre que minha mãe fazia com que me sentisse sufocada ou quando tinha muita coisa na cabeça ia pra academia extravasar minhas frustrações.

- Any sua mãe tem razão em se preocupar, se os caras tivessem te visto aquela noite você tinha morrido e mais um deles jurou vingança. - Dulce intercedeu.

Ela sabia da história fazia um tempo, Ucker acabou contando quando começaram a namorar e eu não me importei muito. A gente só falava disso quando minha mãe surtava demais e ela tinha piorado de uns dias pra cá. Andava super protetora como na época do assassinato.

 - Mas eles estão presos e bem longe, será que é muito difícil pra ela esquecer e seguir em frente como to tentando fazer?... Ela nem queria me deixar ir nesse evento, só deixou porque os dois vão.

 - Se você se comportar prometo que finjo que não te conheço. - Ucker provocou.

- É melhor eu fingir que não conheço você, melhor vocês dois... Eu vou nessa, até mais tarde. - sorri.

 - Tchau. - Dulce acenou sorrindo.

Antes que eu desse as costas vi os dois se beijando, era um beijo de despedida. Senti uma pontada de inveja por Ucker e Dulce terem alguém, os dois combinavam e se completavam. Assim como minha mãe combinava perfeitamente com Juan.Eu sei que ela amou muito meu pai e eles combinavam também, minha mãe quem teve sorte, encontrou dois homens que fizeram e um deles ainda faz tudo pra vê-la feliz.

Eu queria ter essa sorte e me apaixonar, mas minhas breves ficadas nunca deram certo, eu não conseguia me entregar totalmente e nunca me sentia importante de verdade pra um cara.

Eu era o tipo de pessoa que precisava me sentir segura, ter o próprio espaço e ao mesmo tempo que queria me apaixonar eu tinha medo de dar errado, de perder e sofrer o que a minha mãe sofreu. E no fundo nunca achei que os romances que tanto amava ler eram pra mim.

A pilha de papéis em cima da minha mesa me trouxe de volta, não é fácil ser assistente de editor, menos ainda quando esta ocupando o cargo de uma pessoa que trabalhava muito bem como diziam aqui. Eu tinha que mostrar que era boa o bastante se quisesse o emprego e minha liberdade.

Foi difícil segurar a ansiedade e esperar os três dias que faltavam para o lançamento do livro que a editora Blackstone faria.

Assim que vi a foto de Anahí no meu computador, tratei de descobrir tudo sobre ela e a editora em que trabalhava. Por sorte já havíamos feito serviços para a empresa e iriamos supervisionar a segurança do local e das pessoas do evento. A oportunidade perfeita para aparecer por lá.

Entrei no local vestindo terno, com fones de ouvido para me comunicar com os outros. O lançamento do livro era de um renomado escritor e todas as atenções estavam voltadas pra ele e a família, menos a minha. Fingindo que observava o lugar eu a procurei, mirando os rostos com atenção.

Cerrei os punhos quando a vi deslumbrante num vestido azul turquesa o que só realçava seus lindos olhos azuis. O vestido era justo no busto formando um belo decote e deslizava de um jeito mais solto pelo corpo dela, acabando no meio da coxa deixando suas pernas amostra. Só aquela visão já me deixou com o pau duro. Só pra fazer uma comparação, a foto que sua mãe havia me mandado era de uma bela garota e agora eu encarava uma mulher deslumbrante. Com certeza eu não era o único a olhar pra ela e pensar besteira e de alguma forma aquilo me incomodou.

Um cara se aproximou trazendo uma bebida pra ela e eu o fuzilei, queria que ela lhe desse um fora, mas ela sorriu e aceitou a bebida. Torci pra que fosse apenas um colega de trabalho.

Deus ouviu minhas preces e suspirei aliviado quando uma garota ruiva se aproximou e abraçou o cara por trás, ele sorriu gostando da atitude dela e a beijou, quem quer que fosse o cara ele não representava perigo.

Tomei um gole da bebida que Ucker havia me dado desejando ir embora. Eu sempre me sentia meio deslocada nesses tipos de festas e pra ajudar minhas escolhas eram: ficar sozinha porque era jovem demais na empresa e não conhecia ninguém muito bem ou ficar de vela pra única amiga que tinha na empresa e o namorado dela, meu quase irmão. Nenhuma das alternativas parecia boa o bastante.

- Anyyy?! - Dulce chamou e percebi o tom de malicia.

- Hum?

- Atrás de você tem um cara de terno preto, cabelos escuros e bem elegante que não para de olhar pra vc. - sorriu com malícia.

- Acho que você fisgou alguém ele tava de olho em você quando cheguei com as bebidas, se não tivesse se virado e ficado de costas pra ele teria reparado. - Ucker sorriu alfinetando.

- Que bobagem gente, e impressão de vocês. - desdenhei.

- Olha pelo menos... Ele é um gato. – Dulce gesticulou com os lábios sem emitir som.

Revirei os olhos e me virei pensando em como eles eram exagerados. Foi quando me deparei com o homem mais lindo da festa e meu queixo quase caiu. Realmente havia um homem me encarando e ele não desviou o olhar nem quando eu o olhei nos olhos. Sua postura era relaxada, mas ele me encarava com concentração sem mostrar timidez por ter sido pego em flagrante.

Senti os pelos do meu braço se arrepiarem.Aquele homem era alto, forte, lindo, com lábios perfeitamente desenhados, lábios que eu tive vontade de beijar. E os olhos eram de um tom verde que me deixou fascinada.Ele me olhava de volta sem pudor, como se já me conhecesse e eu senti minha bochechas queimarem, pela forma como ele me encarava parecia que eu estava nua.

Mordi os lábios e me virei pra Dulce e Ucker sentindo uma estranha excitação, como se uma corrente elétrica estivesse passeando pelo meu corpo. Mesmo de costas podia sentir o olhar dele em mim. Tomei um gole da bebida tentando acalmar minha inquietação, nunca um cara tinha me deixado assim só por estar me olhando.

- Uau o que foi isso Any? - Dulce estava de boca aberta.

- Não sei. - suspirei dando a única resposta honesta que podia.

- Caramba vocês estavam literalmente se comendo com os olhos. - Dulce sorriu com malícia.

- Com certeza hoje à noite esse cara vai bater uma punheta pensando em você. - Ucker piscou.

- Amor! - deu um tapa no braço dele.

- Não fala besteira, olha a quantidade de gente que tem aqui... Um cara como ele não precisa usar as mãos para se dar prazer, muitas mulheres implorariam pra fazer isso por ele. - respondi ciente de que poderia facilmente ser uma delas.

Meu chefe me chamou e agradeci por ter interrompido o assunto.

- Quero lhe apresentar uma pessoa. - Matt sussurrou.

Assenti e meu coração acelerou quando vi a direção que estávamos tomando, minhas pernas amoleceram quando parei diante do homem que tinha ficado me olhando. Mais perto ele era ainda mais lindo e o aroma que vinha dele estava me deixando tonta e com a boca seca.

- Alfonso Herrera, essa é minha assistente Anahí de quem falei. - meu chefe sorriu nos apresentando.

Encarei aquele homem lindo e o sorriso torto que ele me deu quase me fez cair pra trás.

Foi fácil me aproximar de Matt e puxar um assunto com ele. Já nos conhecíamos e quando perguntei se ele havia conseguido uma nova assistente, ele falou abertamente de Anahí e as qualidades dela. Então não foi difícil persuadi-lo a me apresentar a ela.

Sorri de lado com certa malícia ao ver o rosto dela corar quando se deu conta a quem seu chefe queria apresentá-la. Quando ficamos nos encarando minutos atrás minha vontade era de atravessar aquele salão e levá-la comigo pra um lugar onde poderia tê-la só pra mim.

Quando ouvi o comentário do amigo dela e a resposta de Anahí, desconfiei de que talvez, contrariando a opinião dela, eu precisaria bater uma punheta sim algo que raramente eu precisava fazer. Mas faria essa noite pensando nela.

- Prazer Anahí. - sorri fazendo as honras estendendo a mão primeiro.

- Prazer. - respondeu e imaginei aquela voz falando besteiras no meu ouvido e gemendo.

Ela segurou minha mão e apertou com firmeza sem desviar os olhos dos meus, garota corajosa, gostei. A presença do chefe deveria fazê-la se policiar para que passasse uma boa imagem.

Christian sempre dizia que conhecemos uma pessoa pelo aperto de mão dela.

Se isso fosse verdade Anahí além de ser linda, gostosa, ter uma boquinha linda, ser inteligente e ter uma pele macia, tinha muita força e coragem mesmo quando alguém como eu tentava acuá-la.

Foi uma tortura ficar perto daquele cara mesmo com meu chefe junto e elogiando meu trabalho para Alfonso. Fiquei aliviada quando ele ressaltou minhas qualidades, não queria que aquele homem achasse que eu estava na empresa por ter um rostinho bonito e um corpo bem malhado.

Quando o assunto mudou para os negócios de Alfonso, arrumei uma forma de pedir licença e sai de perto deles. Peguei a primeira taça que vi e virei num gole só. Não gostava de me sentir intimidade, observada e foi exatamente isso que senti com Alfonso me encarando.

Tive que me conter pra não tremer e gaguejar na frente dele, alguma coisa nele me desestruturava e precisei me afastar pra conseguir me recompor. Meu celular vibrou me fazendo dar um pulo.

Procuramos vc, mas não te achamos...Ucker e eu fomos pra minha casa, pede pro moreno gostoso te levar embora ;) Bjus...

Suspirei encarando a mensagem de Dulce e respondi com um simples “ok”. Olhei o lugar em volta, a festa não estava nem na metade, mas eu não iria ficar lá sozinha. Conversei com uma das mocinhas que trabalhavam no meu andar e autorizada a ir embora sai da festa.

Respirei fundo o ar frio da noite me sentindo relaxar, estendi a mão pra chamar um táxi, mas achei melhor caminhar um pouco. Não era tão tarde e minha mãe não iria ficar sabendo de qualquer forma.

Meu estômago estava um tanto embrulhado pela quantidade de álcool ingerida sem que eu tivesse consumido algo sólido, mas andar me faria bem e eu chegaria em casa nova em folha. Arranquei os saltos quando começaram a incomodar e suspirei.

Minha cabeça estava uma confusão.Porque aquele homem havia me impressionado e intimidado tanto? Porque só de olhar pra ele senti meu corpo todo formigar? Mordi o lábio lembrando do aperto de mão que trocamos. Ele tinha uma pegada firme e ao mesmo tempo suave, de repente comecei a imaginar o que mais ele era capaz de fazer com as mãos, os lábios... Chega Anahí!

Me obriguei a voltar pra Terra e caminhei mais depressa, não podia me distrair demais com Alfonso, imagina se distraída alguém começasse a me seguir e...? Merda, to ficando igual minha mãe!

Um carro estacionou no meio fio me assustando, a porta se abriu e Alfonso desceu do carro.

- A senhorita não devia andar sozinha há essas horas.

Abri a boca pra falar alguma coisa, mas não consegui dizer nada. Encarei Alfonso como se ele fosse uma alucinação, era possível atrair as pessoas até você só pensando nelas?

- Você não pode estacionar aqui. - falei a primeira coisa que me veio à cabeça e apontei a placa.

- Eu não vou demorar, só vim aqui te buscar. - ele sorriu, aquele sorriso torto outra vez.

- Não vou entrar no seu carro... Não entro em carro de estranhos. - respondi, eu devia estar soando como uma criança que repete tudo o que os pais mandam.

- Não sou estranho, você sabe meu nome e eu o seu... Eu sou dono da empresa que ta fazendo a segurança na festa, então é meu dever não deixar que nada aconteça aos convidados... – Alfonso sorriu e me entregou um cartão de visitas preto com letras brancas. - Eu te vi sair da festa e posso dizer que é muito perigoso sair andando assim à noite... Esta chamando muita atenção desacompanhada e vestida assim. - respondeu me encarando.

- Obrigada, mas eu vou de taxi. - dei as costas querendo fugir dele.

Senti a mão dele envolver meu punho e ele me virou de frente pra ele, ficamos muito próximos.

- Eu faço questão de te deixar em casa e em segurança. - me olhou nos olhos sem me soltar.

Alguma coisa nele me desarmou, ele era o tipo de cara que sempre devia conseguir o que queria. Alfonso emanava um magnetismo e uma áurea de poder que me envolveu completamente.

- Ok! - respondi como se tivesse hipnotizada e incapaz de desobedecê-lo.

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