oiiii! senti saudades! comentem bastante <3
Sempre fui meio que um zero a esquerda.
O único da família que não foi para a faculdade, aquele que sempre teve notas baixas, realmente o exemplo que minhas tias usavam para dizer aos meus primos: "não sejam que nem o Jimin".
Pois é, mas isso nunca me incomodou tanto, isso até conhecer Taehyung.
O Sr. Perfeito, com quem eu mal tinha trocado meras palavras, e tinha aquele cabelo perfeito, pele lisinha igual bumbum de bebê. Ele namorou Jungkook e provavelmente tiveram momentos perfeitos juntos.
É uma idiotice pensar nisso, mas não consigo refrear esses sentimentos, principalmente quando olho para Jungkook e o vejo olhando diretamente para o seu ex com um puta sorriso feliz na cara.
Qual é?
Pareço um idiota em uma partida de tênis olhando de Jungkook para Taehyung, que compartilham juntos a mesma cara de sonhadores.
O que se passa pela cabeça dos dois nesse momento?
Será que Jungkook esta pesando na vida que poderia ter tido ao lado de Tae?
Fico para trás quando Jungkook avança pelo meio da sala para falar com o seu ex perfeitinho.
—Jungkook é passado, você deveria relaxar Jimin.
Olho para o lado vendo Sr. Yoongi com um copinho de plástico nas mãos olhando para o mesmo ponto que eu: Jungkook e Taehyung.
—D- do que o senhor está falando? – me faço propositalmente de burro, mas acabo por ser burro quando tropeço às palavras.
Nem deus na minha causa.
Sr. Yoongi ri um pouco.
—Taehyung não tem interesse no Jungkook, e nem Jungkook tem interesse no Tae, você deveria relaxar.
Eu não sei como Yoongi tem tenta certeza disso, mas agora é fato que me sinto mais estupido que o normal. Ele se vai com uma estranha áurea de mistério, fico sozinho em no mesmo canto, até que o corretor me olha e faz um leve aceno, me chamando.
Ok, vá lá, o Sr. Perfeito não é uma cobra de sete cabeças.
Respiro fundo e ponho no rosto o meu melhor sorriso forçadamente fingido e chego à Jungkook e Taehyung, que sorri tão aberto e lindo que tenho vontade de lhe dar um soco.
Os dentes dele não são tortos que nem os meus.
Praga de aparelho!
—Jimin, você já conhece o Tae. – ele diz.
Tae... Tae é o cacete.
—Oi. – sorriu amarelo.
Sr. Perfeito ergue a mão sorridente... Ele soa estranhamente verdadeiro.
Não foi de proposito, claro que isso é automático, quando demos as mãos ele viu meu anel azul. É rápido, mas eu sinto sua mão girar um pouquinho a minha para ver o anel.
—Oi Jimin. – não sei por que, mas nesse momento eu não consigo olhar para ele, baixo a cabeça e assinto de leve.
Dou um paço pequeno para trás, mas travo quando sinto mãos passarem por minha costa e depois chegando a minha cintura. Olho rápido para o lado, Jungkook sorri para mim esfregando de leve o polegar na minha cintura coberta pelas roupas, e mesmo assim sou capaz de me arrepiar.
Isso me fez sorrir e momentaneamente esquecer de Tae bem ali na nossa frente, até que sem querer acabei por olha-lo, sendo pego de surpresa ao reparar que ele sorrir para nós dois.
—Eu vou até ali. – Taehyung diz apontando para o um ponto cego atrás de nós e se vai sem esperar respostas.
Que bizarro.
Tento olhar para trás, mas acabo dando de cara com o peito do corretor bem no meu nariz, ele sorri e beija a minha testa.
—Yoongi e ele estão juntos. – diz, de primeira eu não entendo nada, porque honestamente estou leve demais com o cheiro que ele emana, para que apenas um segundo depois eu entenda o que ele disse.
—O que você disse?
Ele ri dando de ombros.
—Também não entendi muito, mas é isso.
Faço um bico com os lábios e olhando para o lado vejo os dois mais a diante, conversando juntos um perto do outro, é por isso que o Sr. Yoongi disse que Taehyung não tem interesse em Jungkook?
Yoongi e Tarhyung?
Que estranho.
Estava pronto para perguntar para Jungkook como ele sabia disso, quando vi Namjoon vindo de um corredor.
Meu coração acelerou, porque é obvio que eu pensei demais na hora de encontra-lo desde aquele dia ridículo da nossa briga. Me senti menor ainda dentro daquela sala quando ele me encarou, então me surpreendendo... Ele sorriu.
Sorriu e acenou com a cabeça de leve.
—Você deveria ir conversar ele. – Jungkook diz beijando o topo da minha cabeça.
Concordei, até porque passei a noite inteira repassando em minha cabeça o que diria quando o visse hoje.
E bem, agora estou aqui, e porra eu não me lembro de nada, só sei que mesmo assim eu vou, me desfaço do abraço com Jungkook.
Namjoon percebe que estou indo em sua direção, ele move a cabeça com um leve aceno indicando a enorme porta de vidro que dá para uma varanda. Ele chega lá primeiro do que eu, e quando chego sinto meu coração apertando dentro do meu peito.
—Tudo bem? – ele pergunta de costas para mim, apoiado no parapeito, me perco por um instante na linda visão que Seokjin tem daqui.
—Uau. – deixo escapar, me aproximando do parapeito para olhar melhor, e minha nossa que alto.
—Lindo né?
—Sim, meu deus.
O céu esta escuro, mas os prédios fazem tudo ficar iluminado, e os carros e as pessoas lá no chão parecem miseras formiguinhas.
—Você não precisa dizer nada Jimin, eu que tenho que pedir desculpas, não percebi que eu te machucava, eu fui um imbecil.
Certo, meu coração se aperto mais ainda e me apressei para olhar meu amigo, segurei em seu braço e ele me olhou movi a cabeça de um lado para o outro já sentindo meus olhos se embasarem. Funguei para começar a falar.
—Você é meu melhor amigo e amigos não brigam. É logico que a sua implicância com Jungkook é algo que eu nunca vou entender, mas ele não tem nada haver com a gente e nem deve, foi besteira minha brigar com você por isso. – funguei mais uma vez, agora chorando abertamente que nem um filhote de cachorro.
Namjoon riu e ergueu a mão para limpar as minhas lagrimas.
—Deixa de ser bobo Jimin, estamos bem, você sabe que sou incapaz de brigar com você, eu te amo.
Se ele queria me fazer parar de chorar, que jeito burro, porque chorei mais ainda. Namjoon riu mais e me abraçou, puxando meu corpo para o seu e apertando seus braços em mim.
—Eu também te amo. – disse abafado e ele apenas concordou, porque claramente essa não é a primeira vez que digo isso para meu amigo.
Mais um tempo de abraços apertados depois ele me soltou e mutualmente nós apertamos contra o parapeito para apreciar um pouco mais da vista linda.
—Meu deus você é um sortudo de merda. – murmuro, quer dizer... Eu tenho a vista parcial da rua no apartamento que divido com Jungkook, mas isso daqui... Meu deus é um nível muito mais elevado.
Ele ri e dá de ombros.
—O dinheiro dele é a coisa menos legal que ele tem. – diz sem me olhar, mas mesmo assim eu vejo algo diferente no olhar dele, parece muito... comigo olhando Jungkook.
Meu amigo está mesmo apaixonado por meu chefe?
Jesus o mundo não dá voltas, ele capota!
—Você sabe que me deve uns noventa por cento não é?
Ele me olha incrédulo.
—Pelo o quê?
—Ora, se não fosse pelo meu casamento você não teria conhecido Seokjin. Logo, me deve noventa por cento, já pensou em como vai me pagar?
Ele ri, muito alto, chegando a chamar atenção das pessoas lá na sala. E bem, é obvio que eu rio junto, e bem mais alto do que ele.
—Hey, está na hora dos parabéns! – gritaram lá de dentro e as luzes foram desligadas do nada.
Namjoon me olhou.
—Depois a gente revisa esses noventa por cento. – diz, me puxando pelo braço para irmos para a sala.
A grande mesa está toda iluminada por velas e as pessoas ao redor começam a cantar.
—saengil chukhahamnida! – batemos palmas todos juntos e com a luz das velas procuro o rosto de Jungkook entre as pessoas.
—saengil chukhahamnida! – vejo Yoongi e Taehyung bem perto da mesa e juntinhos, e mais a diante Jungkook, com um sorriso enorme no rosto batendo palmas e cantando alto.
—sarangha-neun Seokjin! – e as luzes das velas foram apagadas pelo sopro de Seokjin.
Alguém acendeu as luzes e automaticamente o corretor me viu e sorriu passando a caminhar ate mim instantaneamente. Para a minha total surpresa, Namjoon não se afastou quando ele chegou. Isso já era um avanço, mesmo que ambos não tenham dirigido à palavra um ao outro.
—Hora de comer pessoal! – Seokjin gritou, e me senti em casa quando geral se aproximou como gaviões da mesa de comida.
Hum, ricos também são famintos que nem qualquer ser humano.
Essa foi à deixa para que Namjoon se afastasse de Jungkook, embora isso ainda me incomodasse, meu coração estava leve feito uma pluma. Enfim eu estava em paz com meu melhor amigo.
—O que você quer comer? – Jungkook perguntou me puxando de levinho para perto da mesa.
É logico, ele ama comer.
—Tudo menos torta. – fui claro, me recuso a provar a torta do Sr. Perfeito e constatar que está melhor que a minha.
Não mereço passar por isso e não vou.
Ele riu um pouco e me ofereceu um pedaço de bolo.
—Também não vou comer a torta, tá bem? – Jungkook disse baixinho quando me entregou o pratinho com uma fatia generosa.
Sorri, masoquistamente satisfeito com isso.
Sentamos em um cantinho e comemos o bolo juntos gemendo a cada garfada. Certo que depois eu descobri que Taehyung foi responsável por toda a comida da festa, assim ficando claro que a torta dele certamente também era um delicia divina.
De qualquer modo, saí da festa de Seokjin plenamente satisfeito. Mesmo que fosse puramente infantil da minha parte, saber que Sr. Perfeito e Sr. Yoongi estavam juntos aplacava um pouco o meu ciúme. Também estava feliz por ter retornado invictamente com a minha amizade junto de Namjoon.
Então é, mesmo que a grande festa de Seokjin realmente seja apenas uma lenda na boca dos funcionários, acabou que para mim foi lendária sim.
No dia seguinte, acordei tão satisfeito comigo mesmo que não me importei com o fato de Jungkook não estar ao meu lado mais uma vez.
Levantei e tinha um pequeno bilhete na ponta da cama.
"Saí para comprar amaciante, esquecemos de comprar, volto já.
Ps: você pode perguntar ao sindico se ele viu nossas correspondências?
Te amo."
Sorri feito um imbecil com o eu te amo tremido no fim do papel e depois sorri mais ainda ao lembrar que ele usa um amaciante especifico.
Merda, eu o amo muito também.
Fiquei patetando na cama por um bom tempo até despertar por completo. Tomei meu banho e fiz as minhas higienes, para em seguida vestir roupas confortáveis para passar o fim de semana em casa.
Mas antes, eu precisava arrumar aquele empecilho que há uma semana Jungkook vinha reclamando.
As nossas cartas estavam indo parar em algum lugar que não era a nossa casa. Por sorte o apartamento do sindico ficava logo no próximo andar de forma que não foi difícil acha-lo.
Era um senhorzinho de meia idade, que me atendeu com muita educação.
—Você quer entrar enquanto eu as pego? – ofereceu, eu sorri e neguei com respeito.
—Deixei algo no fogão. – me desculpei, ele sorriu e entrou na casa que tinha uma planta ligeiramente diferente da nossa.
—As cartas foram parar na casa de outro morador, ele me entregou aqui, e eu tentei repassar para vocês, mas vivem fora de casa. Fiquei com medo de passar por debaixo da porta e o gato roer. – se explicou.
Quis corrigi-lo sobre Mochi ser menina, mas preferi deixar isso para outra hora. O senhorzinho me entrega um bolo relativamente pequeno de cartas.
—Obrigado. – agradeço e ele sorri.
Nós despedimos e vou apressado correndo pelas escadas para chegar o mais depressa em casa e para desligar a água do chá.
Sirvo uma pequena xicara e me sento na mesa para tomar com torradas. Olhando as cartas jogadas sobre a superfície começo a rir lembrando do senhorzinho sugerir que Mochi roeria as cartas.
Será que ela já fez isso?
É então que meus olhos batem no selo do governo em uma das cartas.
Porque o governo está enviando cartas para Jungkook?
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