Girassol (Até 20 Agosto)

By autorajessalves

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Solana é uma garota rebelde, que já foi expulsa de três colégios. Enlouquecendo a vida da mãe. No entanto, é... More

Recado
Capítulo 01
Capítulo 02
Capítulo 03
Capítulo 04
Capítulo 05 - Simon
Capítulo 06
Capítulo 07 - Simon
Capítulo 08
Capítulo 09
Capítulo 10
Capítulo 11
Capitulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15 - Simon
Capítulo 17
Capítulo 18
Capitulo 19 - Simon
Capítulo 20
Capitulo 21
Capítulo 22
Capitulo 23
Capítulo 24 - Simon
Capítulo 25 - Simon
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30 - Simon
Capítulo 31 - Simon
Capítulo 32 - Simon
Capítulo 33
Capitulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Final
Epílogo - Simon
Extra.
Romance Dark e Sobrenatural

Capítulo 16

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By autorajessalves

Várias folhas rabiscadas, vários desenhos obscuros, alguns tortos pela falta de prática. Mas mesmo assim… Estão lindos! Não consigo tirar os olhos do caderno, mesmo com a minha Tia Eliana arrumando meu cabelo para o churrasco.
Simon ficará orgulhoso, talvez, um pouco assustado com todos os desenhos feitos. Contudo, eu consegui…

─ Sol, você é linda. ─ Exclama. ─ Está ficando cada dia mais linda na fazenda, o ar puro está melhorando a sua fisionomia.

Simon está me melhorando, é tudo por ele. Por Violet, por minha mãe!

─ Obrigada, eu acho!

─ Eu não tive escolha. ─ a sua voz saiu um pouco rouca. ─ Eu queria ficar no Rio de Janeiro, mas a sua mãe não aceitou. Então, eu não tive escolha.

Como reagir? O que dizer? Apenas fiquei ouvindo a sua explicação.

─ Eu queria muito que me perdoasse, Solana. Mas eu entendo perfeitamente a sua revolta. ─ um soluço. ─ Só que às vezes, dói muito presenciar o seu desprezo.

Limpei meus olhos cheios de lágrimas.

─ Eu vou descer para a festa, eu agradeço pela ajuda e o vestido é lindo.

Deixo a minha Tia para trás, chorando tristemente. Não é tarde para as explicações, porém, não é o momento certo para um perdão. Eu ainda preciso de tempo, entender tudo o que está acontecendo. O que estou sentindo pelo Simon, o que posso oferecer a minha família e o que eu não posso.
A movimentação na sala estava grande, pessoas que não conheço, funcionários da fazenda, as risadas altas e exageradas. Tudo aqui contribui para que eu perca o controle da situação. Lembro-me dos bailes e como ficava modificada com ajuda da bebida alcoólica. Não queria ficar em meio a uma multidão, precisava de ar puro. O cheiro de bebida estava me trazendo recordações dolorosas.
O jardim está um espetáculo, decorado com luz de led e pisca-pisca de natal presos em algumas árvores. A linda fonte clássica está cercada por arranjos de girassol, há cinco mesas todas repletas de comida. Uma pequena fogueira e um grupo de jovens dançando uma música sertaneja ao redor dela. O cheiro de carne assada é saboroso, como não conheço ninguém decidi verificar a comida. E meu Deus, minha boca salivava, era porções deliciosas de bolos salgados, doces e pãezinhos de girassol. Vocês acham que eu esperei até o parabéns? É claro que NÃO! Ataquei a comida, comi até não aguentar mais.

─ Solana, filha. Eu estava te procurando.

Encarei meu pai, servindo-me com uma boa limonada.

─ Por que está me procurando? Até onde eu sei, não temos nenhum assunto para ser tratado.

Agita-se nervoso.

─ Na verdade, quero conversar com você. Podemos nos sentar?

Eu assenti, desconfiada com o pedido. Desde que cheguei meu pai está me tratando bem, ele não é como a minha avó ou tia Eliana. Que estão sempre me procurando e me perguntando se estou bem. Ele fica longe a maior parte do tempo. Nos sentamos num banco na varanda, fico observando o copo em minha mão, com o olhar baixo.

─ Filha, eu estou muito contente. Você morando na fazenda é maravilhoso. ─ passa os dedos levemente na minha trança. ─ Amo você Solana, amo muito…

─ Por favor, não! ─ imploro. ─ Você não entende nada sobre amor, você não entende o que é ser pai.

─ Eu sei, eu sofri todos esses anos separados de vocês.

Como? Não, ele pode ter me chamado para essa conversa justo hoje.

─ Fazia apenas um mês pai, um mês que ele tinha morrido. E o que fez? Arrumou a suas malas e foi embora. Deixando todas nós para trás. ─ começo alterar a voz.

─ Solana, eu e a sua mãe estávamos pensando no divórcio antes mesmo de tudo acontecer. Sebastian sabia, ele sempre soube.

─ Ah, tenha paciência. ─ levanto-me. ─ Não é desculpa, não pode ser essa a sua explicação.

─ Filha, você precisava entender a morte do Bastian foi o precipício para mim.

─ EU E A VIOLET AINDA ESTAMOS VIVAS. ─ Gritei, jogando copo contra a parede.

─ Eu estava sofrendo, você não entende a dor de perder um filho.

─ Mas entendo a dor de perder um irmão, um amigo, a minha inspiração. Ele também fazia parte da minha vida.

─ A sua mãe afastou todos nós, foi ela…

─ Já chega; ─ eu sabia que a crise estava prestes acontecer, eu sentia os movimentos dos meus braços esvair como se eles não fizessem parte do meu corpo. ─ Você precisa parar de culpar a minha mãe, para tentar diminuir o arrependimento.

─ É hora do parabéns!

Alguém gritou, pessoas se aglomeram ao redor da Bruna. Uma vida perfeita, uma família, amigos, sem problemas e dores em seu coração. Meu pai proporciona um mundo maravilhoso para essa garota, nos deixando para trás no Rio de Janeiro como se eu e a Violet tivéssemos morrido junto com o Sebastian naquela tarde.
Eu precisava causar dor, eu precisava me defender… E foi o que eu fiz!
Sem pensar direito avancei em direção da multidão, meu pai ainda teve a coragem de protestar. Porém, ignorei.
Estou irritada, magoada, completamente despedaçada. Ninguém vai recolher meus cacos no chão, eu sou afiada. Corto todos que se aproximar, não me importando com nada! Bruna estava rindo alegremente, enquanto o seus amigos da Universidade, meus familiares, os funcionários da fazendo todos a parabenizavam. O bolo era lindo, grande, com babados e uma cobertura divina. Não vou me arrepender, não vou chorar… Não vou sentir. E com um único movimento, empurrei a mesa com o bolo. E tudo foi parar no chão. Um silêncio assustador pairou, só ouvia o barulho da noite. A multidão a minha volta, todos ficam me encarando pasmados, alguns até se afastam para longe.

─ Solana, você ficou louca? ─ Trovejou meu pai.

─ Ela não ficou, ELA É UMA DOENTE. Veja o que ela fez com o meu bolo. ─ Lamuriou Bruna.

─ Eu odeio essa fazenda. ─ berro. ─ Eu odeio todos vocês. E a maneira de agir normalmente, fingindo uma vida perfeita enquanto a minha família no Rio de Janeiro passava até mesmo dificuldades. Eu tenho… ─ Olhei para meu pai, depois minha avó e por último Tia Nana. ─ Nojo de vocês!

─ Se odeia tanto essa fazenda porque continua aqui? ─ Rebateu Bruna.

─ Vai para o inferno!

Controle a crise, saia daqui o mais rápido possível. Corra para longe… Era o que a minha mente gritava, mas antes que eu pudesse dar o primeiro passo. Tudo começou a escurecer, não conseguia enxergar as luzes ou as pequenas lanternas nas mesas. A escuridão foi assustadora.

❁ ❁ ❁

─ Eu avisei. ─ uma voz grossa ecoou dentro da minha cabeça. ─ Ela não está bem, a sua filha precisa se encontrar, precisa superar e não é uma conversa sobre arrependimento que vai melhorar tudo de uma única vez. É o tempo, Sérgio!

─ Você está perdendo a cabeça garoto. Não use esse tom comigo.

─ Solana, vai ficar aqui. Até ela melhorar completamente. Espere até que esteja pronta, quando tudo se encaixar, quando ela compreender tudo que está acontecendo com ela. Solana vai lhe procurar.

─ Isso está passando dos limites! Quero que para o tratamento, quero você longe da minha filha.

─ O QUÊ? Vocês estão ouvindo isso?

Levanto-me da cama, não estou no meu quarto. Estou em outro lugar, em um quarto mais pequeno e singelo. Nada de extraordinário, apenas um quadro na parede. Era uma pintura incrível, foi impossível não se encantar. A pintura retrata uma um crânio feminino, com uma escadaria ao redor, várias pessoas descendo e subindo. Algumas bem vestidas e outras, completamente destruídas. O nome do quadro: A mudança da mente.
A cores eram frias e um pouco sombrias, quem foi o artista? Deslizo os dedos lentamente pela tela.

─ A tela é de um artista e também psiquiatra Shadon Neville. ─ Simon chegou no quarto, assustando-me. ─ É uma boa réplica, a legítima vale milhões. Conheci essa obra na Universidade, achei incrível e consegui encontrar uma réplica barata na internet. ─ ergueu os ombros, totalmente despreocupado.

─ O que aconteceu comigo?

─ Você desmaiou, depois de destruir o bolo de aniversário da Bruna. ─ conta-me, com um meio sorriso.

Respirei fundo, recordando da noite, das palavras da minha tia e do meu pai.

─ Eu sinto muito, perdi o controle. Simon, com quem você estava discutindo? ─ Questiono.

─ Venha; ─ segura em minha mão e puxa-em direção a cama. ─ Sente-se, precisamos conversar.

Meu coração estava completamente disparado, eu não conseguia pensar e chegar em uma conclusão.

─ Sol, eu gosto muito de você!

Meu corpo está queimando, Simon me faz sentir uma sensação estranha. Me faz querer sentir mais, desejar e querer provar dele, provar o seu beijo, o seu toque, até mesmo… Oh, eu quero muito esse homem. Eu estou incondicionalmente apaixonada por ele.

─ Eu também;  ─ diga que o ama, diga que quer ficar com ele. ─ você se tornou ótimo amigo.

─ Eu estava conversando com seu pai…

─ Era com ele que você estava discutindo?

Simon afirmou com a cabeça.

─ Por que? O que houve?

─ Hmm, quero contar o porquê Shadon Neville pintou esse quadro.

─ Está bem, pode contar. ─ resmungo.

─ Shadon trabalhava em uma clínica psiquiátrica em uma cidade pequena na Itália. Ele conheceu uma mulher linda, perfeita, inteligente e extrovertida, essa mulher era sua paciente, que estava internada há dois meses, resultado da sua quarta tentativa de suicídio.

Engulo em seco, como Simon conhece essas histórias?

─ Shadon lutou, insistiu e não desistiu da sua paciente. Mesmo errado e não respeitando o código de conduta profissional, ele se relacionou com a mulher. Os dois tiveram uma bonita história de amor, se casaram e dessa união nasceu duas crianças. A depressão é uma doença traiçoeira, temos que ser fortes para lutar contra ela.

─ A esposa de Shadon se matou? ─ adianto-me.

─ Sim, ele fez o quadro que retrata a menta da esposa. E a sua mente, é um pouco parecida.

─ Simon, eu sei que preciso de ajuda. Mas estou com receio! ─ ele segurou a minha mão e levou até os lábios.

─ Você conseguiu desenhar?

Sorri orgulhosa.

─ Consegui, posso mostrar os desenhos para você.

─ Sol, eu estou indo embora da fazenda…








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