Capítulo 15 - Simon

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Trauma, transtornos, a depressão é uma doença difícil de controlar. A sua mente lhe engana, você mesmo se machuca e aos poucos vai perdendo o ânimo para viver. Vai deixar de lado hobbies, amigos, sonhos, dons, a família, seus objetivos e fica entocado em um único lugar.
Eu preciso ajudá-la, preciso que ela viva, que ela perceba o quanto é encantadora, o quanto é linda e inteligente. E o sorriso dela, meu Deus… Como pode aquele riso tímido e discreto ter um efeito tão grande sobre mim? Espero que ela desenhe, que ela consiga!
A ajuda de um psicólogo é muito importante, mas infelizmente não fazemos milagres. O paciente precisa estar disposto a melhorar, a lutar para vencer o que está lhe torturando. Eles decidem qual caminho seguir, nos mostramos apenas a solução, onde está o verdadeiro problema. Solana terá muitos obstáculos para vencer, perdoar a família e a si mesma, esquecer é impossível, o trauma foi bastante impactante. No entanto, ela pode conviver com a perda, sem causar mal para seu psicológico.

─ Simon. ─ Senhor Sérgio acena quando estou voltando para a Cabana.

─ Boa tarde. ─ cumprimento educadamente.

─ Estava falando com a Solana, como ela está?

─ Está se recuperando. É difícil, mas aos poucos estou conseguindo entendê-la.

O homem limpou o suor na festa.

─ Maravilhoso, eu estou pensando seriamente; ─ hesita por um momento, ele tombou a cabeça para trás, observando as nuvens. ─ vou conversar com ela. Solana precisa entender as minhas escolhas no passado.

─ Tem certeza? Sol está no começo de um tratamento, ainda estou avaliando o caso. Talvez, ela possa precisar de uma medicação.

Sérgio me encarou, com uma expressão séria.

─ Remédios controlados?

Eu afirmo com a cabeça.

─ Jesus Cristo, isso é desnecessário!

Não sou o tipo de pessoa que culpa alguém por algum fato ocorrido. Não sou o tipo de pessoa que aponta o dedo e julga. Não é da minha índole, mas tudo o que está acontecendo com a Solana é resultado do afastamento da família.

─ Não é aconselhável o Senhor iniciar uma conversa com a Solana sobre o passado agora. Espero um mês ou dois, espere…

─ Rapaz; ─ corta-me. ─ Eu admiro a sua profissão ter o dom de ouvir e entender a mente das pessoas é incrível. Mas quero lembrá-lo que eu sou o pai da Solana e tenho todo direito de expressar meu arrependimento.

Meu Deus, será que é tão difícil compreender? Agora posso compreender o porquê Sérgio Malta sempre toma decisões erradas, até mesmo na administração da fazenda. Ele é um homem teimoso e precipitado, são os funcionários mais antigos que mantém essa fazenda de pé, que conduz a produção das sementes, do óleo… DE TUDO!

─ Sérgio, a sua filha começou a desenhar agora… Acabei de entregar um caderno de desenha a ela. Espere uma semana, apenas uma semana.

Coçou a barba, pensou por alguns segundos e disparou: ─ Vou aproveitar a oportunidade, a festa será divertida. Com certeza contribuirá para uma boa conversa.

─ Tudo bem! ─ chutei uma pedra, irritado. ─ A escolha é a sua; mas não estarei no churrasco para assistir o show gratuito que a sua filha dará.

O homem mudou a sua fisionomia, ficando desconfiado. Eu apenas girei pelos calcanhares e segui adiante. Esse filho de uma mãe!
Eu não sei porque estou tão enfurecido com a decisão do Sérgio, quer dizer… Na verdade eu sei, Solana é uma garota boa, que tem um coração puro, uma garota que se encanta com uma cachoeira e com campos de girassóis. Que enfrenta uma crise de pânico ouvindo uma simples lenda. Que entregou sua confiança para a primeira pessoa que não julgou o seu comportamento, apenas entendeu. Eu não vou comparecer nessa festa, não vou… Parei de andar, a uma movimentação estranha na entrada do Chalé.

Girassol (Até 20 Agosto) Unde poveștirile trăiesc. Descoperă acum