Capítulo 28

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Hoje está fazendo quatro dias que a minha irmã está em uma cama no hospital. Ela simplesmente dorme, está usando fraldas e o soro a mantém hidratada. Eu não consigo sair de perto dela, minha mãe precisou se afastar do trabalho. Mesmo com os meus protestos, ela ainda está em experiência no jornal, pode perder o cargo de colunista a qualquer momento. Não quero ninguém sofrendo. Já basta!
Em meio a um quarto de hospital, me ajoelhei no chão. E pela primeira vez em seis anos, um nome proferiu da minha boca.

─ Oi Bastian, quanto tempo? Acho que você está em um lugar lindo neste exato momento. Eu sei que deve estar desapontado e triste comigo. Tínhamos planos e sonhos lindos. E sei que gostaria que eu realizasse todos. Mas não suportei, não fui forte o bastante. Me perdoa, eu prometo que a partir de hoje, eu não vou mais pensar e chorar por sua partida. Vou lembrar de você, sempre com um sorriso no rosto como deveria ser. Vou pronunciar o seu nome sentindo uma alegria imensa em meu coração; ─ limpo as minhas lágrimas. ─ Você sempre será lembrado, Sebastian eu sempre vou te amar. Mas não vou suportar ficar sem ela. Quero acreditar que o seu amor nos guia, que você se tornou nosso guardião no céu. Ilumine nossa Violeta. Você sabe, as violetas são consideradas a flores mais delicada dos jardins. Ajude nossa família, nos ajude a conseguir seguir em frente. E que todas as fases ruins sejam vencidas.

Continue ajoelhada, esperando uma resposta ou não sei ao certo. Apenas, fiquei ali... Chorando baixinho e sentindo um alívio na alma.

─ Uma bonita oração; ─ a voz rouca da minha irmã, me fez soltar um soluço alto e desesperador.

─ Vih? Violet... ─ Levanto-me para encará-la, para ter certeza que não estou sonhando.

─ Oi Solana, você está linda!

Cubro a minha boca com mão, para impedir o choro estrondoso.

─ Jesus Cristo. Eu não morri, só estou com a visão um pouco estranha.

─ Um médico, eu preciso chamar um médico... ─ corri até a porta, mas hesito. ─ Você vai ficar bem?

─ Solana, sem drama. Eu estou bem e com muita fome. Então por favor, chame longe esse médico.

─ Sim, é claro.

Abro a porta e corro pelos corredores, chorando, rindo, pulando, eu já não sei qual é minha reação. Só sei que estou feliz. A minha irmã acordou.

─ Solana? ─ Simon caminhou apressado, segurando duas sacolas plásticas. ─ Por que está correndo? Por que está chorando?

─ Preciso encontrar um médico; ─ Digo eufórica. ─ Violet acordou e está conversando. E Simon... Minha irmã está bem!

─ Sérgio, estava falando com o médico cinco minutos atrás, na sala de triagem.

─ Ótimo, vá até o quarto. Cuide da minha irmã e o que significa essas sacolas?

─ Eu trouxe um lanche é final de tarde, você não come nada desde manhã.

Beijo seus lábios rapidamente, eu não estava sentindo fome. Eu só queria que minha irmã acordasse. No entanto, estou muito grata. Tenho certeza que essa alegria extrema resultará em fome de leão.

─ Eu amo você, amo muito Simon Gustavo.

─ Eu também te amo Solana Malta, agora tenho que cuidar da cópia da minha namorada. Ela acabou de acordar de um quase coma.

Sorri, era impossível esconder a minha felicidade. Meu coração está preenchido por tanta luz e bondade. Esse homem, transmite as energias mais nobres e lindas que existem.

─ Conte para ela que é meu namorado. Preciso ir...

Sem deixar Simon pronunciar mais nem uma palavra. Volto a minha maratona, desci as escadas, corri mais um corredor desviando de enfermeiros e pacientes. Até chegar na sala de triagem. O médico de minha irmã conversava com um paciente, que está com um ferimento da cabeça.

Girassol (Até 20 Agosto) Where stories live. Discover now