Sábado, horas antes do encontro com Jimin:
- Seokjin me disse que a família dele é tradicional, então você vai ter que fazer as coisas direitinho.
Estou esfregando meus olhos, mas minha vontade é por tapões em meus ouvidos. Não aguento mais ouvir Min Yoongi falar sobre Jimin, ainda mais quando ele disse que sairíamos apenas para almoçar, e desde que nós encontramos ele só fala sobre isso, principalmente após minha revelação de que convidei Jimin para sair.
- Você quer que eu apareça na porta da casa dele e o leve para sair hoje? - resmungo irritado.
- Jungkook, você ainda não percebeu que precisa beijar os pés do Jimin? Ele é a sua estadia permanente na Coreia.
Reviro os olhos, ainda descrente que essa é realmente a minha última, e única, opção.
Bufo alto; - 'Tá bem, mas eu não estou preparado para conhecer os pais dele! - faço birra, e Yoongi ri um pouco, mas em seguida faz uma careta de quem pensou em algo.
- Talvez você realmente não precise. - enrugo os olhos sem entender, e ele suspira. - Seokjin me disse que Jimin vem de uma família tão tradicional que a mãe dele foi até a empresa agradecer pelo emprego de Jimin, ele disse que a pobre senhora rezou por ele durante três semanas seguidas.
Estreito mais ainda a cara; - Isso só me faz ter mais medo Yoongi.
Meu amigo revira os olhos e me da um peteleco bem forte; - Presta atenção idiota, tudo o que você tem que fazer é quebrar todas às regras, e logo, logo vão te obrigar a casar!
Meus olhos se arregalam imediatamente e Yoongi da um sorriso beirando o diabólico ao que eu me dou conta do plano terrível que ele acaba de me propor.
- E como eu faria isso? Se a família dele é tão rígida é capaz de nem me deixar chegar perto dele.
- Jimin com certeza vai garantir o encontro de vocês hoje, ele espera por isso há muito tempo. - reviro os olhos.
- 'Só eu não sabia que ele era afim de mim? - sibilo indignado.
- Nem se ele esfregasse a bunda em você e pedisse para foder você perceberia, porque é um idiota Jungkook!
Reviro os olhos e prefiro não dizer nada, apenas como mais do meu Ramen, Yoongi faz o mesmo.
Eu quero desistir disso tudo, porque para mim continua soando um absurdo, mas eu recordo das palavras do agente federal, deixando claro que no máximo em um mês estarão indo atrás de mim, e eu me imagino sendo escorraçado da minha própria casa por policiais, a cena me soa como o pior filme de terro da vida, e logo eu estou encarando Yoongi; - O que eu tenho que fazer?
{...}
Jimin:
|Já estou aqui <3
Começo a digitar uma mensagem simples, ao que ando alguns passos na fila do mercado, mas a voz de Yoongi me vem a cabeça; "Primeiro de tudo, seja uma pessoa atenciosa".
Ok, eu consigo ser atencioso, eu já namorei antes e eu era bem atencioso, eu posso lembrar desses momentos para ser atencioso agora.
You:
Vou chegar um pouco atrasado, estou no mercado :)|
Envio a mensagem e logo ele me responde "Ok, estou esperandinho!".
Esperandinho?
Hum.
Meu emoji parece ter funcionado, então eu faço uma nota mental para sempre mandar emojis à Jimin.
Quando chego no metro, não é difícil ver ele, porque bem, são poucas pessoas que tem um cabelo tão chamativo como ele, além disso ele usa roupas bem diferentes do escritório, e isso inclui brincos. Ele fica bonito de brincos.
Nós dois não conversamos muito depois disso, porque devo confessar que estou nervoso, quer dizer, estou escondendo algo dele, e é como se a qualquer momento ele fosse virar para mim e perguntar sobre a extradição, me sinto a beira de um precipício com os olhos vendados, sempre com receio se há ou não alguém para me empurrar ladeira à baixo.
E no entanto ele não dá o minimo indicio de que sabe sobre meu problema com o governo à noite inteira. Eu sigo o plano então; estou na minha terceira taça, talvez eu deva parar aqui porque já me sinto meio ébrio, mas Jimin bebe uma atrás da outra e só parece mais enérgico ainda.
Eu checo o relógio, apenas preciso que chegue que às onze, "a mãe dele com certeza não vai gostar que ele chegue atrasado em casa após um encontro" me relembro das palavras de Yoongi.
Então eu dou um sorriso, mandando pro brejo a ideia de não beber mais, e viro o resto da taça inteira, sentindo a queimação que apenas o álcool do vinho dá.
Só preciso fazer com que ele chegue um pouquinho atrasado em casa, somente isso Jungkook.
A companhia de Jimin não é ruim, longe disso, na verdade ele é engraçado e tem uma conversa fluida, a gente falou de diversas coisas, como o dorama preferido dele, enquanto eu apenas escutava porque nem mesmo tenho televisão em casa, e do mesmo jeito ele foi capaz de me deixar interessado em assistir esse tal de "Tomorrow with you".
- Sabe você é corretor e o Yoo So‑joon também é corretor, mas ele é rico! - observa bebendo mais um gole generoso de vinho, e ele nem menos pede para que eu o sirva, o próprio pega a garrafa e põem mais bebida em sua taça. - Meu deus, estou me sentindo a própria Ma‑rin louca por bebidas ao lado do corretor!
- Nossa. - digo, apenas para não ficar calado enquanto ele fala sem parar, e eu não faço ideia do que ele está dizendo.
- Há, mas a gente não vai casar! - ele diz me dando um cutucão bem forte, e eu arregalo os olhos bem rápido me engasgando na minha própria saliva.
- Você 'tá bem? - Jimin fica desesperado, e eu tenho me controlar.
- S-sim. - sibilo arranhando a garganta, tentando retomar a paz interior.
Ele ri bem alto e diz; - Não acredito que eu'tô na sua casa! - e bem, Eu também não acredito que ele está na minha casa.
- Vem cá tirar uma foto comigo Kookie! - a vozinha dele soa manhosa demais, porém eu só consigo focar na parte dele me chamando por "Kookie".
Eu ao menos tenho tempo de concordar ou não com a foto, ele simplesmente se atira em cima de mim, tentando um bom ângulo com o celular, mas só faz suas pequenas mãos tremerem, talvez eu deva parar com a bebida para ele.
- Deixa que eu tiro. - ofereço e ele sorri mais aberto ainda, me preparo para tirar a foto, mas percebo que o celular na verdade está gravando, e além disso Jimin olha para mim e não para a câmera.
Estou quase dizendo para ele olhar para o celular, quando sou pego de surpresa por seus lábios umedecidos na minha bochecha, é tão rápido que eu sinto a pressão forte do ato.
- Jimin. - digo, mais surpreso do que outra qualquer coisa, e no segundo seguinte ele enterra a cabeça no meu pescoço e começa a fungar como um filhotinho de cachorro curioso, isso me causa uns arrepios, - Jimin o que você tá fazendo? - indago me encolhendo, desistindo da foto e puxando ele de cima de mim, porque as fungadinhas dele me causam cocegas.
Jimin me encara por bastante tempo, e essa é a primeira vez que eu vejo ele tão de perto, e ok, tenho que admitir, há algo nele que é muito atraente, e ao mesmo tempo não sei dizer o que é.
- Você é um moranguinho, oppa?
Moranguinho.
Oppa.
- Acho que você não está bem Jimin. - digo, pensando que definitivamente posso parar as bebidas por aqui, e para já, leva-lo de volta para casa, mas aos níveis disso, Jimin se aproxima mais e mais e eu sinto as fungadas dele agora baterem em mim, e eu cometo o estrondoso erro de olhar para os lábios dele.
São lindos.
Bem gordinhos e desenhadinhos, e não tem problema se eu beijar ele não é? Eu estou aqui executando um plano de por ele em uma enrascada com seus pais apenas para ter um motivo de me casar com ele e não ser extraditado, então eu penso que beija-lo seria o menor dos meus erros.
Ledo engano. Porque os lábios de Park Jimin são os mais beijáveis e viciantes que eu já provei, são macios, parecem veludo, e tem um gosto de vinho incrível, como eu sei disso?
Eu mordi a boca de Jimin.
Eu disse a mim mesmo que era apenas para provar se eles eram macios à esse ponto, mas bastou que eu fizesse isso para ouvir um gemidinho.
A porra de um gemido.
Foi possivelmente a coisa mais herotica que eu experimentei nos últimos tempos, ou quem sabe na minha vida toda. De qualquer modo, depois disso, foi impossível deixar de beija-lo, e em instantes eu estava provando a boca dele mais a fundo. E estava tudo bem, até eu precisar respirar, e o rosto de Jimin permaneceu pertinho do meu quando ele disse; - Eu me sinto tão quente.
Quis dizer que foi o vinho, mas o cacete que foi o vinho, essa quentura vem dele, e nem em mil anos eu imaginei que Park Jimin soubesse beijar, e principalmente que eu fosse gostar tanto.
- Por favor Jungkook. - eu nem sei o que ele estava pedindo, mas decidi interpretar isso como um pedido para continuar, e tudo bem, porque eu iria continuar de qualquer jeito.
Só mais um pouquinho.
Eu me encostei no sofá, querendo melhorar a nossa posição, mas de alguma forma do nada, Jimin se jogou sobre mim, espalmando as suas mãozinhas em meu peito, e tudo se tornou atrapalhado quando ele decidiu que seria bom sentar em meu colo.
Não tem problema, eu vou me casar com ele!
Mas entendi que tinha sim, porque Jimin gemeu mais um vez, manhoso e no segundo seguinte eu senti ele rebolar em cima de mim, eu pus minhas mãos em sua cintura com a decisão de parar com tudo, ok já tive o suficiente, ou não, já que eu pensei isso, mas na verdade minhas mãos o fizeram se mover mais.
- Ah. - Jimin sibila baixo, e se joga de novo sobre mim, escondendo o rosto em eu pescoço, respirando devagarinho, e eu fecho meus olhos, Ok agora chega.
Ele beija meu pescoço, são só lábios tocando minha pele, mas Meu Deus.
- Chupa. - eu peço, imploro, dane-se.
E ele faz, passa a linguinha no meu pescoço, de uma forma nada tímida, talvez eu esteja começando a conhecer um novo Jimin que é totalmente diferendo do que eu esperava, ele não hesita nada em chupar minha pele de uma forma muito gostosa.
- Você não tem gosto de morango corretor! - Jimin me acusa, e estou pronto para perguntar sobre o que ele está falando, mas no instante seguinte ele está a minha frente não me dando tempo para nada, me beijando de novo, dessa vez com as mãos em meus ombros, ele cola o corpo ao meu, e eu sinto a pressão que o peso dele faz em minha virilha.
Jeon você não pode fazer sexo com ele, Jimin está bêbado!
- Jimin. - chamo, baixinho, estou sem forças, e eu duvido que ele tenha me ouvido ou interpretado de forma correta como um pedido para que ele pare, porque ele apenas se empenha mais em rebolar em mim e eu sinto meu pau ficar semi ereto.
- Precisamos parar. - reforço resfolegando.
- Só mais um pouquinho moranguinho. - a voz dele soa tão pidona, penetrando minha cabeça e bagunçando tudo, me fazendo questionar os meus próprios princípios.
- Esse não é o jeito certo de se fazer isso Jimin. - encosto minha testa na sua e puxo o ar devagar, ele faz o mesmo, mas bufa quando me ouve.
- Isso é só porque eu sou virgem? Eu sei fazer as coisas! Você só precisa ter paciência comigo, por favor corretor.
Parei de ouvir quando ele disse que era... virgem.
Quer merda, meu Deus que grande merda.
No segundo seguinte eu tiro ele de cima de mim puxando-o pela cintura, e estou de pé, o torpor do álcool foi para o brejo, eu 'tô tão lucido que estou pronto para me ajoelhar e pedir perdão a Jimin.
- Jungkook me perdoa, por favor, esquece isso! - ela fica de pé e tem pequenas lágrimas escorrendo dos seus olhinhos.
Meu Deus o que eu vou fazer?
Ele tenta me abraçar, e eu estou tão louco que aceito, afegando seus cabelos com minhas mãos.
- Me desculpa Jimin. - peço, e ele se afasta levemente para me olhar com o cenho franzido. - E-eu fiz você perder a hora, acho melhor você ir para casa.
Jimin arregala os olhos e corre rapinho até o celular, e quando vê as horas da um berro.
- Jesus!
Pego meu próprio celular no bolso, vendo que são meia noite e meia, ao que Jimin anda de um lado para o outro desesperado.
- Minha mãe ligou vinte vezes! Eu 'tô morto.
Eu deveria estar feliz agora, afinal meu plano deu certo, mas eu apenas me sinto um miserável, porque estive a minutos de deflorar Jimin em meu sofá! E agora ele está desesperado com o celular em mãos, e eu sou o único culpado disso.
- Deixa eu te ajudar, Jimin. - peço e ele para um instando me olhando com os olhinhos brilhando.
- Não tem jeito Jungkook, minha mãe não vai me deixar sair de casa nunca mais!
Ele leva as mãozinhas ao rosto enquanto parece desesperado.
Isso só me faz sentir mais culpado, e por mais que eu me sinta mais uma vez um aproveitador, ainda assim eu digo o que digo mais porque quero ajuda-lo, do que me ajudar, eu digo isso a mim mesmo, agora não tem jeito, já está feito; - Não se eu falar para a sua mãe que sou seu namorado.