Alvorecer

Από ichygochan

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O destino nunca pareceu estar do lado de Izuku. Criado desde pequeno como um alfa lúpus, todos a sua volta ti... Περισσότερα

INTRODUÇÃO
Preparação
Presença
Suscetível
Incontrolável
Descontrole
Conflito
Decisão
Decepção
Percepção
Convicção
Retorno
Apatia
Humilhação
Ímpeto
No limite
Consequências
Visita
Mudanças
Sentimentos
Ômega Insaciável
Compreensão
Lenda
Confortável
Por você
Conhecer
Heat
Encurralado
Rival?
Descaso
Intimação
Novidades
Ânsia
Em vão
Reencontro
Desconfiança
Momentos Conturbados
Escolhas
Proposta
Acidente
Tensão
Saudades
Obstinação
Coincidências
Redefinir
Viagem
Ultimato
49 - Preocupações
50 - Fuga
51 - Cortesias
52 - Planos
53 - Farmer

Reflexões

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Από ichygochan

Olá! Desculpa não ter respondido alguns comentários, o tempo tem sido curto, mas eu li cada um com muito amor e foi muito importante.  Obrigada por se pronunciarem, principalmente naqueles coments quilométricos que me fazem surtar de alegria.


O som das pancadas secas ecoavam pelo ginásio vazio, cadenciadas e fortes.

Irado pela própria falta de controle, Shoto esmurrava um dos sacos de areia reforçados com tanta força que na sexta pancada ele arrebentou, vazando o conteúdo em cima do piso acinzentado. Era o quarto que descosturava por conta dos golpes que aplicava e sem dúvida Endeavor ficaria furioso consigo, ele sempre ficava.

Para o pai ele era motivo de orgulho e desgosto. Algo que tinha que concordar depois do que fez. Ele era um fraco, um alfa ridículo.

Sem alternativas, ele começou a socar a parede repetidas vezes até sentir os punhos anestesiados, parando por um momento e passando a mão cortada e ensanguentada pelos cabelos, arrastando-os para trás. A imagem de Izuku sob si, apavorado, evitando-o a todo custo ainda lhe causava pânico e mágoa. Sentia-se imundo, um maldito pelo que tinha feito e concordava com ele: deveria manter distância, mesmo que seu coração gritasse que precisava do calor dele. Ele não o merecia, e a certeza disso o magoava.

Tornou a socar a parede diversas vezes, com mais força que antes, trincando-a levemente. As pupilas dilatadas e a forte presença que emanava eram a prova da raiva e asco que sentia de si mesmo. Rosnava descontente, chateado e perturbado. Por toda uma vida havia mantido uma postura idônea, sempre respeitoso com os demais ômegas, dono de sua sanidade. Sofrera anos nas mãos do pai que vendo nele um raro espécime de alfa lúpus, investiu em si com tudo o que tinha e como prova ainda carregava em si as marcas dos treinamentos forçados, dos momentos de privação sensorial que quase o fizeram enlouquecer. A custo de muito sofrimento e esforço ele tinha se tornado o que o pai desejava: um alfa poderoso, dono de si e intimidador. De certa maneira antissocial por ser mais reservado.

Isso até aquela última semana.

Estava frustrado, queria descontar em si por ter machucado Izuku, por isso não se importou com os cortes a dor ou a quantidade de sangue que minava de seu punho, ignorando o cansaço e a privação de sono que o deixavam ainda mais alerta e irritado.

— Se quer destruir algo, sugiro que seja algum aparelho ao invés de si mesmo — a voz do irmão o tirou de seus devaneios. Vinha caminhando tranquilamente, com as mãos nos bolsos — Cara, recolhe essa presença, tá me deixando constrangido e me dando uma puta vontade de lutar e ambos sabemos que não teria chance alguma contra mim — brincou sorridente. Ambos sabiam que aquilo estava longe de ser uma verdade.

Aquilo faria Shoto rir em um dia normal, mas não agora.

— Não seria mal, estou precisando lutar para esquecer quão escroto sou — disse ressentido socando mais uma vez a parede a sua frente.

O som do estalar de alguns ossos não intimidou o irmão, mas o deixou atento. Estava tão irado consigo mesmo que sentia vontade de sair socando o que visse pela frente. Sua presença descontrolada, as pupilas dilatadas e presas salientes o deixavam com uma aparência selvagem, bem diferente da usual.

— O que aconteceu para deixar o membro mais tranquilo dessa família nervoso? — questionou brincalhão antes de ver o rosto que ele tentava esconder — Ei, está chorando, o que houve? Não o vejo desse jeito desde que era criança.

Enxugou o rosto de maneira rude, esfregando o antebraço nos olhos, incapaz de se conter.

— Eu fui um completo idiota e acabei magoando uma pessoa que gosto — revelou envergonhado olhando os punhos ensanguentados, abrindo e fechando a mão como se avaliasse o estrago, ainda que não se importasse. Seu irmão resolveu não falar sobre aquilo por hora. Shoto era de longe o alfa mais controlado que conhecia, assim como também era o mais forte.

— Seja mais específico, por favor.

Shoto suspirou voltando-se para ele. Os olhos bicolores vermelhos e agoniados, imersos em culpa, frustração e ódio.

— Me deixei levar pelo aroma dele e perdi a cabeça. Quase o molestei e matei por me descontrolar.

— Isso é algo inusitado — Aproximou-se , deixando um certo espaço para que ele não se sentisse ameaçado — Podemos conversar se você quiser, sabe? Se quiser desabafar. Só pelo amor de Odin, não desconte em mim! — brincou tentando quebrar a tensão — Mas primeiro, recolhe a sua presença pois está ficando realmente difícil me conter e mesmo que a mamãe seja marcada ainda é uma ômega.

Com um riso mínimo ele o fez, tentando se acalmar. Sentou-se no chão sendo seguido pelo irmão que sentou ao seu lado.

— Agora me explica isso direito porque as únicas coisas que entendi foram: Ômega, descontrole e idiota.

— Eu não disse que ele é ômega.

— E precisa? O cheiro dele está impregnado ao seu, misturado com suor, sangue e lágrimas. Parece até que veio de uma guerra. Uma verdadeira bagunça que está me deixando um pouco enjoado, apesar de que admito que esse ômega tem um cheiro bem cativante. - o olhar sério de Shoto se fixou nele, e Natsuo ergueu as mãos em rendição quando ele rosnou baixo — Calma, eu apenas fiz uma afirmação. Ainda que seja verdadeira.

Shoto fechou os olhos tentando se concentrar no fato de que era com seu irmão com quem estava lidando. Não queria perder a cabeça e arranjar confusão com ele somente por um comentário, seria uma estupidez sem tamanho. Tudo era tão novo para si, tão assustador e ao mesmo tempo envolvente que ele imaginava que ia acabar enlouquecendo em algum momento. Conhecer Midoriya foi o início de uma nova fase para sim, desafiadora e animalesca.

— Quem é o tal ômega? — Natsuo incentivou com uma sobrancelha.

— O nome dele é Midoriya Izuku, entrou esse ano na faculdade e estuda na mesma sala que eu.

— E desde então você está apaixonado, certo?

— Eu não sei, tem tão pouco tempo que a gente se conhece e conversa, e mesmo assim é como se nos conhecêssemos há anos, sabe? É meio complicado de explicar.

— Um ômega deixá-lo nesse estado. Isso é surpreendente. Logo você que sempre foi tão controlado e confiante. Ele deve ser realmente diferente para conseguir algo assim.

— Ele é — Todoroki respondeu suspirando. A conversa com o irmão estava ajudando a acalmar seus ânimos, sufocando a raiva ainda que a tristeza permanecesse.

— Que tem um cheiro maravilhoso, ah, isso é lá verdade — o olhar de Shoto voltou-se mais uma vez enciumado para si — Oh, calma aí Geladinho, eu não quero ele, nem o conheço, não precisa ficar com ciúmes — espalhou a areia de um dos sacos com os dedos, contornando desenhos aleatórios — Deixa eu ver se entendi. Entrou um ômega na sua sala, algo que é inusitado para a U.A, mas que não é nenhuma novidade, e tá, até aí eu entendi, mesmo assim você foi treinado para resistir aos feromônios de um ômega, por isso não entendo como acabou se descontrolando.

— Ele é um lúpus — confidenciou.

Os olhos de Natsuo se arregalaram diante da revelação.

— O que?! Um ômega lúpus, macho ainda por cima?! Porra, Shoto! Não sei se te parabenizo ou bato por ser tão sortudo! Por isso o cheiro dele está todo em você — exclamou surpreso — Mano, isso é loucura! Eu nunca na minha vida nunca nem vi um ômega lúpus, que dirá poder estar na mesma sala que ele — empertigou-se — Me diga, é verdade tudo o que dizem?

— Algumas coisas apenas — resgatou o celular, entrando no perfil de Izuku. Por um momento seu coração bateu frenético ao ver a foto de perfil dele, sorridente e irresistível, corando ao lembrar das sensações indescritíveis que o tomaram ao beijá-lo.

Por fim entregou o celular ao irmão que ficou pasmo com a imagem, segurando de maneira afobada com a boca aberta.

— Caralho, que lindo! Olha essa cara de bebê, e essas bochechas — analisava atento cada detalhe — Realmente fica difícil de se controlar assim, o cara é lindo demais — aproximou-se do cangote de Shoto aspirando o aroma de olhos fechados, saindo a tempo de escapar de uma mordida irritada — Imagina ficar cara a cara com um ômega desses. Agora eu entendo o seu descontrole, está realmente tudo claro e cristalino agora. E eu achando que a solidão estava deixando você louco de vez.

— A sua intenção era me ajudar? — perguntou irônico.

— Entre outras coisas — passou o braço em volta do pescoço do irmão mais novo, abraçando-o — Você não deveria se culpar tanto, Shotinho, todo mundo sabe que ômegas normais já tiram a nossa sanidade e paz, que dirá de um lúpus — bateu no peito dele amigavelmente — Está tudo aqui dentro, na sua essência, não fique se culpando por agir instintivamente, é idiotice.

Shoto encarou o irmão por um tempo, absorvendo todas aquelas informações. Sempre foi um sujeito racional, consciente da própria natureza, e que não se sentia ofendido por agir conforme seus instintos quando um ômega aceitava passar o cio consigo. No entanto, naquele momento, depois de tudo o que aconteceu entre ele e Izuku, seu descontrole e falhas, pela primeira vez sentiu que aquela alegação era injusta. Em sua mente giravam as palavras trocadas com o ômega, onde ele expunha a dificuldade de pertencer a uma classe facilmente subjugada.

— Ele ser um lúpus não torna o que eu fiz aceitável.

— Claro que não, mas ajuda a entender. Tenho certeza de que se o papai soubesse disso não teria ficado tão inconformado com a sua falha.

— Natsuo, você não está me ajudando — bufou pegando o celular de volta.

— Estou tentando, não é? Pode me culpar por fazer isso? Por tentar ser um irmão prestativo? — ergueu as mãos em dúvida. Um sorriso maroto estampado no rosto o deixava ainda mais abobado — Você disse que quase o molestou, pois bem, esse "quase" indica que aqui dentro dessa cabecinha ainda existe um pouco de controle, mesmo que esteja frente a um raro tipo de ômega que colocaria até mesmo o mais contido dos alfas no chinelo. O que quero que entenda Shoto, é que a nossa natureza as vezes nos leva a cometer esse tipo de... descontrole. Não é como se fosse o fim do mundo. Tenho certeza de que até mesmo esse ômega entende isso.

Mais calmo, Shoto se dava conta de como, durante anos havia acreditado em uma premissa totalmente preconceituosa. Diante de seu irmão, ouvindo-o discursar sobre a natureza de alfa ele percebeu como aquele sistema era injusto e se sentiu ainda mais enojado de si mesmo.

— Eu não concordo com isso.

— Como não? Cara, isso é biologia, como pode discordar de algo tão natural?

— Eu não sei — mentiu fatigado, sem disposição de contra-argumentar com o irmão — Eu vou descansar um pouco, tá.

— Eu disse algo que te magoou? — Natsuo questionou preocupado ao ver o semblante de Shoto.

— Não, eu apenas não quero mais falar sobre isso por hoje — levantou-se batendo a areia que tinha caído em sua roupa, desejoso de um banho e um descanso.

— Desculpe não ser de grande ajuda, eu não sou tão bom quanto a mamãe para essas coisas. - o outro disse sem graça, coçando a nuca — Mas eu posso ajudar a limpar esses ferimentos, sabe, mesmo sendo um lúpus você precisa se cuidar ou pode acabar doente, apesar das chances serem menores. Vai que tua mão apodrece e cai.

Não houve resistência da parte de Shoto quando o irmão o levou para dentro de casa e começou a limpar, tratar e enfaixar seus punhos. Enquanto o via manipular todos os medicamentos ele só conseguia pensar em tudo o que havia acontecido e no gosto amargo que ficou em sua boca com aquele desfecho.

Foi então que tomou uma séria decisão. Só voltaria a se aproximar de Izuku depois de se submeter aos treinos com o pai, mesmo sabendo que desta vez eles seriam mais intensos e violentos. Era um homem adulto afinal e caso não fosse capaz de suportar aquilo era sinal de que não era digno de estar ao lado de um ômega forte e resistente como Izuku. A simples ideia de voltar a sala de isolamento e usar a coleira de contenção o deixava ansioso, mas valeria a pena, mesmo que corresse o risco de ter sua consciência e sanidade dragadas. 

***************

Agora a versão de nosso Shotinho. Nem conto o que tenho guardado pra ele, tadinho.

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