O Jogo dos Segredos [1] DEGUS...

By GusttavodeAssis

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DISPONÍVEL NA AMAZON EM E-BOOK DISPONÍVEL EM FÍSICO NA UICLAP Quando o corpo de Alec e Rebecca Luporini são e... More

sinopse + personagens
prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
PRIMEIRO INTERLÚDIO
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Agradecimentos & Novidades
AVISO DE RETIRADA EM 10/09
LIVRO FÍSICO & NOVA EDIÇÃO

Capítulo 7

347 39 210
By GusttavodeAssis


QUARTA-FEIRA, 1º DE ABRIL DE 2122.

Lola fechou os livros de História, devolvendo-os para as estantes da biblioteca e fechou o zíper da mochila depois de estudar com Daniela. Metade do trabalho sobre o Poder Liderativo já estava pronto. Agora faltavam apenas os slides e a apresentação final na próxima semana.

— Posso conversar com você? — Lola perguntou para Daniela quando a biblioteca ficou vazia.

Daniela estranhou a pergunta, mas assentiu. Estava confusa. Fechou a cara e cruzou os braços. Daniela era uma cabeça mais baixa que Lola, tinha cabelos escuros e usava óculos, fazendo-a mais parecer mais velha.

— O que foi? — Quis saber.

Lola respirou fundo, formulando as frases antes de realmente verbalizá-las.

— Você se lembra do que viu no campeonato no ano passado? — Lola disparou o questionamento. — O lance do meu irm...

— Sim — Daniela interrompeu Lola quando o professor Micaías entrou pela biblioteca. Esperou que ele se afastasse para continuar. — Eu me lembro! Ele estava aos beijos com o filho do juiz debaixo da arquibancada!

— Você apagou aquela foto? — Lola investigou.

Daniela fez que sim.

— Depois que eu expus os dois para o Sérgio, sim — disse com uma risada debochada. — E pelo visto o namoro dos dois já era, não é? Pelo menos, agora você não precisa mais fingir namorar com o namorado do seu irmão, Lola. Fiz um favor para você.

Lola respondeu dando-lhe uma bofetada seguido de um empurrão que jogou Daniela ao chão. Os óculos dela voaram. Ela ajeitou a mochila nas costas. Lola a fitou com ar superior e pisou sobre a armação dos óculos.

— Isso é só para você se lembrar que não se deve mexer com uma Luporini! Ameace meu irmão mais uma vez e eu te enterro viva! — Lola murmurou, e então saiu a toda velocidade para o encontro com Otávio, descendo as escadas do Advanced School.

Daniela se recompôs, pegando o que havia restado dos óculos, sentindo a raiva borbulhar em seu peito. Não gostava de admitir aquilo, mas se pegou pensando que não seria de todo ruim se Lola tivesse o mesmo destino da mãe. Não seria tão ruim se Lola Luporini morresse.

***

Lola entrou pela porta do boulevard do Vechiatto feito um furacão. Otávio estava sentado em uma mesa reservada, perto do restaurante de comida japonesa, em um canto com pouca movimentação. O horário do almoço já havia passado, então o local estava bem tranquilo. Lola caminhou depressa na direção dele, jogando a mochila na cadeira vaga ao lado. Ele bebericava um gole de café expresso quando ela chegou.

— Olá! Eu fiquei presa no colégio, desculpe a demora! — Lola se explicou. O celular estava ligado na captura de áudio, então toda a conversa seria gravada. Queria mostrar para Arthur depois.

— Não tem problema, o importante é que você veio — Otávio disse baixinho. — Como você e seu irmão estão?

— É complicado, mas estamos lidando com isso. Não tem outro jeito de passar por isso sem enfrentar e erguer a cabeça — Lola assentiu, sentindo cubos de gelo se acomodar em seu estômago. — Não vou enrolar. Você disse que nos procurou no dia do funeral porque queria falar alguma coisa sobre a noite em que meus pais sumiram.

Otávio assentiu.

— E que eles contrataram seus serviços ano passado — Lola relembrou. — Quero saber por que e quando.

— Eles procuravam uma pessoa — Otávio contou. — Rebecca me contratou para localizar alguém. Seus pais e eu nos conhecíamos há um bom tempo, mas eu estava morando em Verdana, aqui perto. Eu também sou natural aqui de Cipriano, e seus pais e eu estudamos juntos no Advanced School. Rebecca ligou para mim e marcou uma reunião.

— Quando eles contrataram os seus serviços?

— No dia 7 de julho — respondeu Otávio. — Foi Rebecca quem telefonou para o meu escritório. Ela queria que eu encontrasse uma mulher.

— Sete de julho... — Lola pensou sozinha. — Minha mãe ficou fora de Cipriano o dia todo nesta data!

— Rebecca dirigiu até Verdana para se reunir comigo. Devo dizer que me surpreendi muito com a visita dela ao meu escritório.

Ele foi contratado quatro dias antes deles sumirem, Lola fez uma anotação mental.

— Sobre o que vocês conversaram nessa reunião?

— A princípio, sobre a mulher que Rebecca procurava — disse Otávio, molhando os lábios com um pouco de café. — Mas depois ela também me pediu outro favor.

Lola enrugou a testa.

— Que favor era esse? Ela não teria dirigido por duas horas até Verdana por nada!

— Sua mãe me pediu pra investigar o seu pai — Otávio contou. — Ela temia uma traição de Alec e me colocou atrás dele.

— E você descobriu alguma coisa? — Lola quis saber.

— Eu vim a Cipriano para isso naquela semana, para seguir o seu pai onde quer que ele fosse — Otávio explicou, lembrando-se. — A verdade é dolorosa, às vezes, mas necessária. Descobri que Alec tinha uma amante.

O coração de Lola acelerou.

— O quê? — Exclamou abismada. — Quem era?

— Isso não vem ao caso, Lola — Otávio desconversou. — Fiz o que sua mãe me pediu e entreguei as fotos para ela.

— Alguma vez eles falaram sobre alguém que tinham medo? — Lola olhou para os lados, certificando-se de que não havia ninguém à espreita ouvindo a conversa. Desde o funeral, sentia-se terrivelmente observada onde quer que fosse.

Meu pai tinha uma amante.

— Sim, Lola, eles tinham medo de alguém! — exclamou Otávio. — Sua mãe tinha medo dessa mulher e por isso Alec não estava de acordo em irem atrás dela. Eu também não entendia muito bem as razões para localizá-la, já que eles tinham medo dela, mas ela estava irredutível.

— Vocês se encontraram muitas vezes?

— Todos os dias daquela semana ─ Otávio contou, acessando as lembranças. — Alec e Rebecca queriam encontrar essa mulher o quanto antes. Sua mãe estava ficando louca, sempre querendo novas atualizações sobre a busca. Rebecca parecia desesperada. Eu diria que ela estava obcecada, Lola.

— E onde essas reuniões aconteciam?

— Na casa de campo dos seus pais. Naquela noite, Lola, em 12 de julho, fomos para lá. Eu estava com eles.

— Eles disseram que tinham vendido aquela casa — Lola lembrou. Alec informou sobre a venda semanas antes da briga com Rebecca na noite do aniversário de casamento.

— Eles não venderam.

— E o que vocês foram fazer lá? — Lola quis saber.

— Seus pais receberam uma mensagem — disse Otávio. — Dizendo que, se eles quisessem acabar com tudo, deveriam ir para a casa de campo naquela noite. Não havia nenhuma assinatura. Eles estavam sendo ameaçados. Apesar de estarem com medo, queriam acabar com aquela situação de uma vez por todas. Rebecca me mostrou algumas mensagens, fotos e vídeos que recebia. Alguém estava atrás de vocês, espionando vocês. Ela estava preocupada.

— Por que eles não nos avisaram sobre estarem indo para a casa de campo? E porque não falaram sobre essa ameaça?

Otávio franziu a testa, confuso.

— Eu achei que você soubesse, Lola. — Ele coçou o alto da cabeça. — Seus pais voltaram para casa em 12 de julho. Antes de irmos para a casa de campo.

— Não, peraí, não pode ser... — Lola negou. — Como assim?

— Eu estava com eles quando Alec estacionou na garagem da mansão, e Rebecca entrou para buscar uma coisa que havia esquecido — Otávio endireitou a postura na cadeira. — Sua mãe e seu irmão conversaram no tempo em que Rebecca ficou lá dentro. Eu pensei que Arthur tivesse falado isso para você.

— Não. — A voz de Lola saiu num sussurro fraco. — Ele não me disse nada.

— Eles não queriam colocar você e o seu irmão no meio disso — Otávio elucidou. — Rebecca disse ao Arthur que voltaria logo, que seria uma coisa rápida de se resolver, mas alguém interferiu.

— Quem interferiu? — Lola se desesperou.

— Eu não sei, Lola, nunca consegui ir a fundo nisso! Quando chegamos à casa de campo, fomos atacados! — Otávio assumiu. — Naquele dia, eu só tinha uma possível pista sobre quem eles procuravam, mas não era grande coisa. Talvez a mulher que os ameaçava não estivesse agindo sozinha. Rebecca e Alec recebiam ligações desconhecidas, mas ninguém dizia nada. Hoje eu tento investigar sozinho o que aconteceu, mas não encontro nenhuma pista. Por isso fui ao funeral deles. Pensei que o culpado pudesse estar lá. Seus pais estavam sendo espionados, Lola, e acho que você e o seu irmão também estão sendo.

— E eu posso saber o que você e o meu tio Enrico estavam conversando sobre o meu irmão? — Disparou. — No dia do funeral. Quando o Arthur pegou vocês dois.

— Você faz muitas perguntas — Otávio comentou com calmaria, bebericando mais um gole de café. — Fiquei feliz que seu irmão ouviu a nossa conversa, não vou negar isso. Como você sabe, seu tio e eu ainda temos um acordo... e eu não sou de quebrá-los. Sou um homem de palavra. Naquele dia, Enrico e eu relembramos coisas do passado e do pacto que fizemos.

— Homem de palavra o caramba! — Lola xingou. — Era sobre o meu irmão que vocês estavam falando!

Os lábios de Otávio se repuxaram num sorriso.

— Eu odeio isso! — Lola ralhou, batendo com os punhos cerrados sobre a mesa, colocando-se em pé. — Enterramos nossos pais há um mês e tudo o que descobrimos são segredos. Não gosto disso.

— Toda família esconde alguma coisa — Otávio bedelhou. —, e não seria diferente com a de vocês. Alguns segredos devem ser revelados, mas outros devem ser descobertos. O que é um Luporini sem segredos? Nada.

Lola revirou os olhos.

— E quem era a mulher que eles estavam atrás então? — Ela bufou, irritadiça. — Quem você estava procurando pra minha mãe?

Seu celular apitou dentro da bolsa, fazendo-a dar um pulinho assustado. Ela sentiu um arrepio passar rasgando pelo corpo antes de abrir a mensagem.

Estou de olho em você.

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