O Jogo dos Segredos [1] DEGUS...

Per GusttavodeAssis

16K 780 2.6K

DISPONÍVEL NA AMAZON EM E-BOOK DISPONÍVEL EM FÍSICO NA UICLAP Quando o corpo de Alec e Rebecca Luporini são e... Més

sinopse + personagens
prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
PRIMEIRO INTERLÚDIO
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 7
Agradecimentos & Novidades
AVISO DE RETIRADA EM 10/09
LIVRO FÍSICO & NOVA EDIÇÃO

Capítulo 6

361 42 152
Per GusttavodeAssis


QUARTA-FEIRA, 1º DE ABRIL DE 2122.

A primeira aula de Arthur naquele dia era Literatura, mas sua mente vagava bem distante de uma lenga-lenga infinita da professora Maria Helena.

Ele estava ocupado tentando entender quem estava por trás da mensagem que recebera mais cedo. Assim que as aulas acabassem e ele tivesse a oportunidade, checaria com Lola se ela já havia descoberto se Daniela estava mesmo por trás daquilo.

Arthur olhou para Leonardo, sentado em uma mesa ao lado de Tulio, na fileira ao lado. Será que ele também recebeu aquilo?, ele se perguntou. Leonardo olhou por sobre os ombros, seus olhos castanho-escuros esbarraram com os de Arthur, mas ele desviou o olhar de volta para a professora.

Maria Helena tagarelava alguma coisa sobre uma saga de livros muito antiga, algo que era um clássico na literatura infanto-juvenil. Arthur adorava as histórias de Harry Potter e tudo o que o bruxinho precisou enfrentar para derrotar Lorde Voldemort ao lado dos amigos Ron e Hermione.

— Ouvi dizer que tem um aluno novo por aqui — Serena comentou com Tereza, uma mesa na frente de Arthur.

— Tomara que seja bonito! — Tereza respondeu entre risos.

Arthur folheava as páginas de O Cálice de Fogo, quarto livro da saga de Harry Potter. A professora Maria Helena fazia uma análise sobre a jornada do herói e dos arcos da história quando o diretor, Sr. Mendes, entrou pela sala acompanhado de um garoto alto.

— Com licença, professora! — ele pediu, indicando que o rapaz se aproximasse mais. O diretor e o menino estacaram diante da lousa, ao lado de Maria Helena. — Este é Gabriel e esta será sua nova sala a partir de agora.

A professora assentiu com um sorriso.

— Seja bem-vindo ao Advanced School! — ela saudou. Os olhos varreram todo o ambiente e ela percebeu uma cadeira vaga ao fundo da sala. — Você pode se sentar ali.

Arthur sentiu o coração disparar quando ela apontou para a mesa vaga ao seu lado. Ele desenhou um sorriso no rosto, cumprimentando o garoto novato. Gabriel se sentou, sentindo as bochechas queimarem de vergonha. O diretor e a professora trocaram algumas poucas palavras, e então ele saiu da sala, fechando a porta.

Gabriel ajeitou o material sobre o tampo da mesa, abriu o caderno e rabiscou alguma coisa.

— Eu sou da Grifinória! E você? — Gabriel perguntou para Arthur, percebendo que ele folheava O Cálice de Fogo.

Arthur se virou para encará-lo.

Gabriel o olhava através da lente dos óculos de grau, os olhos amendoados brilhando em sua direção.

— Eu sou da Lufa-Lufa.

— Qual é o seu nome? — Gabriel questionou após um minuto de silêncio.

— Arthur. — Ele não tirou os olhos do livro.

— É um prazer conhecer você, Arthur — disse ele, sentindo-se corar. — Eu me chamo Gabriel, como o Sr. Mendes disse antes. V-você estuda aqui faz tempo?

Arthur balançou a cabeça, confirmando.

— Desde o primeiro ano do fundamental — explicou.

— Poxa! É muito tempo! — Gabriel ponderou, olhando ao redor, para as pessoas nas outras mesas. Percebeu que havia um menino olhando para a mesa deles, mas o garoto abaixou os olhos para o caderno quando foi flagrado. A professora ainda tagarelava monotonamente, agora sobre a vida da autora e de como surgira a ideia dos sete livros. — Acho que você é um dos poucos interessados em leitura nesta sala. Os outros estão quase dormindo enquanto ela fala.

— É, eu gosto muito de ler — Arthur retorquiu. — É a minha forma de me desligar da realidade.

— Você curte séries também? — Gabriel disparou.

— Gosto! Minha irmã e eu sempre fazemos maratona!

— Que divertido! — Gabriel exclamou. — Eu sou filho único, então sempre faço maratonas sozinho. Minha mãe sempre dorme quando a gente tenta assistir alguma coisa juntos. Eu queria ter um irmão, deve ser bacana. Às vezes me sinto sozinho sabe, mas é coisa de momento. Acho que hoje é meu dia de sorte, Arthur. Achei cem reais na rua, e agora tô conhecendo um potterhead. Tem como meu dia melhorar?

Arthur deu uma risada meio sem jeito. Percebeu que Leo o encarava pelo canto dos olhos.

— É, nunca se sabe... — Arthur disse simplesmente.

Eles ficaram em silêncio por um instante.

— Me mudei para cá nesta semana — Gabriel explicou, voltando a tagarelar. — Minha mãe recebeu uma proposta de emprego. Ela vai começar a trabalhar na Mineração Luporini como pesquisadora.

— Legal! Vocês vieram de onde? — Arthur fechou o livro, usando o marca páginas e decidiu puxar um pouco de assunto. Não se lembrava de Enrico ter contratado alguém, ainda mais para o setor de pesquisas.

— Indaiatuba. Não é muito longe daqui. A gente sempre voltava para cá vez ou outra para visitar os meus avós, antes deles morrerem — Gabriel elucidou. — Minha mãe nasceu aqui mesmo, mas foi embora cedo.

— E o seu pai? — Arthur questionou.

— Ele morreu quando eu tinha uns seis anos — ele explicou com os olhos melancólicos. — Num acidente. Somos só minha mãe e eu mesmo.

— Sinto muito! Seja bem-vindo a Cipriano!

Quando tocou o sinal, uma buzina anasalada, indicando o fim da aula de literatura, Maria Helena deixou a classe. Serena e Tereza se viraram em seus assentos, encarando Arthur e Gabriel.

— Oi — Serena exclamou com um sorriso. — Bem-vindo ao Advanced School! Meu nome é Serena!

— Obrigado. — Gabriel sorriu, inseguro.

— E eu sou a Tereza — ela acrescentou. — Vai gostar daqui, Gabriel. Se precisar de ajuda, é só falar com a gente!

Ele apenas sorriu. Para onde quer que se virasse, os olhos curiosos das outras pessoas estavam sobre ele.

O resto da manhã se passou do mesmo jeito. Após a aula de Literatura, tiveram que suportar duas seguidas de física; o professor Wagner foi o único que fez Gabriel se levantar e se apresentar para turma toda.

Na hora do intervalo, uma pausa de vinte minutos, ele foi convidado a sentar-se à mesa com os amigos de Arthur no refeitório. Serena, a menina ruiva, apresentou todos eles para Gabriel, e ele logo reconheceu que era Leonardo o nome do garoto que não parava de olhar para a mesa deles durante as aulas.

Quando o dia estava perto de terminar, a professora de Geografia pediu que Arthur levasse Gabriel para um tour pelas instalações do colégio. Eles guardaram os materiais na mochila e deixaram a sala para trás.

A propriedade era imensa, mas ele tinha trinta minutos até que o sinal ecoasse novamente. Arthur mostrou para Gabriel as instalações do prédio antigo e mostrou onde ficavam os prédios do ensino fundamental. Ali naquela parte havia também o espaço kids, com um refeitório só para as crianças. Depois, eles atravessaram para o outro lado, onde havia o refeitório com a lanchonete para os alunos do ensino médio.

Subiram as escadas, explorando os corredores.

Arthur mostrou as salas de conferência, o estúdio de artes, o laboratório de informática e química, o teatro e a biblioteca. Logo após, desceram as escadas e se encaminharam para o departamento de esportes. Arthur continuou com o tour, guiando Gabriel de volta para as áreas externas. Assim que deixaram a quadra poliesportiva para trás e atravessaram pela passarela de vidro, Arthur mostrou ao novato o campo de futebol. Havia uma turma ali tendo aula de educação física e algumas meninas estavam sentadas na arquibancada apenas jogando conversa fora, esperando pelo sinal tocar para irem embora.

O tour acabou mais rápido do que Arthur pensou, então eles se acomodaram debaixo da sombra de uma árvore, sentando-se nos bancos de concreto.

— Com certeza deixei passar alguma coisa — Arthur comentou. — Mas com o tempo você vai se acostumar e não vai se sentir perdido.

Gabriel riu.

— Mesmo assim, muito obrigado! — Agradeceu. — Isso aqui é enorme! Acho que vou precisar de um mapa para poder me localizar de vez em quando! Será que você pode me passar seu número? Assim a gente vai conversando e você pode me contar um pouco mais da escola.

Arthur pensou por um instante. Então o anjinho em seu ombro disse: você não sabe quem esse menino é, Arthur, não passe seu telefone. Em contrapartida, do outro lado havia o diabinho e ele dizia: você o achou bonito sim que eu sei, deixa de frescura e passa logo esse número pro garoto.

— Passo — Arthur decretou, ouvindo ao diabinho. Ele cantou os números de forma pausada, observando Gabriel tamborilar os dedos pelo teclado numérico do smartphone.

— Valeu, Arthur! — Gabriel agradeceu. — Me diz seu sobrenome pra eu salvar aqui!

— É sério que você não sabe quem eu sou? — Ele lançou, levantando-se quando o sinal tocou. — Luporini. Arthur Luporini.

Gabriel congelou no mesmo instante.

— Meu Deus! — disse ele, constrangido. Sentiu o rosto queimar. — Nossa, me desculpa, sério! Meu Deus, como eu sou idiota! Eu não o reconheci da TV! E-eu sinto muito pelos seus pais, Arthur.

— Tudo bem — Arthur disse. — Acontece. Me manda uma mensagem depois para gente trocar uma ideia.

— Posso te passar meu número também?

Arthur riu.

— Pode ser.

Então Gabriel ditou os números devagar, olhando Arthur mover os dedos pelo celular.

— Obrigado, Arthur. — Gabriel se levantou. Os olhos vibrantes encararam Arthur com cautela.

— Quer almoçar comigo? — Arthur lançou o convite num supetão. — Tem um restaurante muito bom no boulevard do Vechiatto aqui perto.

Vechiatto era o maior supermercado de Cipriano, sempre muito movimentado. O estacionamento tinha três andares e mesmo assim era difícil encontrar uma vaga para estacionar nos finais de semana. Isso porque bem ao lado havia um boulevard com praça de alimentação com duas redes de fastfood, um restaurante de comida japonesa, lotéricas, caixas eletrônicos e perfumarias.

O supermercado era o ponto de encontro de algumas pessoas devido ao boulevard. Cipriano não tinha shopping, apesar de o antigo prefeito ter anunciado um projeto acerca da futura instalação e construção. O projeto nunca saiu do papel, mas agora Samuel estava estudando as novas possibilidades.

— Claro! Quero sim! — Gabriel aceitou. — Só preciso avisar minha mãe quenão vou almoçar em casa. Assim a gente se conhece um pouco mais. Eu sei quefalei demais na aula de Literatura, mas não sei o que me deu. Geralmente, eusou bem na minha, acho que... não queria me sentir excluído.

Continua llegint

You'll Also Like

107K 2.7K 35
Pequenas historias com personagens de Hogwarts para você sentir imersa/o no incrível mundo de magia e bruxaria. significado dos emojis no titulo ⚡=...
19.3K 1.4K 35
Zoe é apaixonada por um mafioso,ela é possessiva e totalmente obcecada e vai fazer de tudo para ter esse mafioso para si mesmo ele sendo completament...
29.5K 630 37
O baralho cigano é composto por 36 cartas. As cartas do tarot cigano representam as forças vivas da natureza e ilustram situações do cotidiano. As ca...
43K 4.4K 30
Isso é uma continuação da 1ª temporada de Wandinha. Créditos da FANART: Chappysuey Iniciada 08/12/2022 Só um aviso: podem ter detalhes aqui que não...