You've Forgotten

By larrysmiling

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Harry havia adorado Louis desde a primeira vez que o vira encolhido no meio da praça de alimentação da Univer... More

You've Forgotten
Chapter 1
Chapter 2
Chapter 3
Chapter 4
Chapter 5
Chapter 6
Chapter 7
Chapter 8
Chapter 9
Chapter 10
Chapter 11
Chapter 12
Chapter 13
Chapter 14
Chapter 15
Chapter 16
Chapter 17
Chapter 18
Chapter 19
Chapter 20
Chapter 21
Chapter 23
Chapter 24
Chapter 25
Chapter 26
Chapter 27
Chapter 28
Chapter 29
Chapter 30
Chapter 31
Chapter 32
Chapter 33
Epilogue
One Shot
You've Forgotten - Livro Físico
LIVRO FÍSICO

Chapter 22

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By larrysmiling

[Louis' P.O.V.]

"Bom, eu sou o Harry... Tá... Estou brincando. Eu tenho 18 anos, fiz faz alguns meses... Eu gosto de gatos. E ursos. E cachorrinhos."

"Você gosta de ursinhos, não gosta? Então fique com ele."

"Doncastah. Sotaque fofo."

"Imagine algo que te faz feliz. Sorvete de baunilha."

"Vai ficar tudo bem. Eles são almas gêmeas, não importa o que a Paige faça para o Leo, ele nunca vai desistir dela."

"Você e suas meias do Batman também me divertem."

"Deitar em um sofá e ficar te apertando não é lá um dos melhores pedidos de namoro do mundo."

"Você é meu shy bear. Isso não é segredo para ninguém."

"Eu estava pensando em você ir morar comigo, amor."

"Se me decepcionar é seu único medo então você não precisa ter medo nenhum."

"Nuh uh, diga vulgarmente, vamos. O que eu sou?"

"É a conexão."

"Gostaria de dizer que eu e Louis estamos noivos."

"Eu, Harry Edward Styles aceito você Louis William Tomlinson como meu legitimo esposo. Prometo ser fiel e ama-lo mesmo sob dificuldades que venham ha aparecer um dia, prometo ser paciente, ser compreensível, prometo dar a atenção que você merece, prometo nunca deixar que você se sinta sozinho, prometo fazer o que for preciso para te ver sorrir, eu prometo ser sua fonte de felicidade sob quaisquer circunstancias até que a morte nos separe."

Eu ouvir Niall em algum lugar da sala chorando porque ele sussurrava palavrões vez ou outra, mas eu não conseguia mexer um músculo sequer ou forçar uma palavra ser formada para chamar sua atenção. Mentalmente eu estava gritando, mas fisicamente meu corpo parecia somente um vão sem vida.

A porta foi aberta e eu reconheci a voz de uma das doutoras, ou enfermeira, que havia me atendido desde quando eu fui tirado do carro. Eu queria abrir os olhos, Deus como eu queria, e procurar por meu marido até ter certeza que ele estava bem, mas nada parecia sair como eu planejei. Meu corpo não respondia, eu ouvi a médica dizer que eu estava em um estado de semi coma e provavelmente poderia ouvir a todos eles. Ela está certa, mas como eu vou sair disso... Deus por favor...

- Niall querido, vá até a praça de alimentação... Todos estão te esperando lá, você precisa comer. - Ela sussurrou como uma mãe querendo não acordar o bebe que está dormindo. Niall soluçou alto e repetiu um solene não que a fez suspirar. - Seus amigos disseram que Jay está chegando a qualquer momento, Anne também está na praça, vá até lá e converse com eles. Louis vai acordar eventualmente, este tipo de lesão não tem grandes resultados e graças ao cinto de segurança ele não sofreu nada muito ruim a não ser as marcas de um quase sufocamento pelo aperto do cinto e os cortes do vidro.

- E c-como Harry está? Já vira ele? Já terminaram os exames? - Niall perguntou soluçando alto e eu estava sentindo meu corpo tremer sem conseguir realmente entender motivo. Meus olhos estavam molhados e eu sentia minha bochecha quente, mas eu não conseguia levantar o braço e tocá-la. Harry.

- Niall, podemos conversar lá fora sim? - A doutora perguntou e eu praticamente gritei se eu pudesse para que eles não saíssem e falassem comigo aqui. Por favor! Por favor! Por favor!

Passou alguns minutos e eu sentia formigamentos em todos os lados e partes de meu corpo, mas parecia pesado demais para eu mover. Minhas pálpebras não levantavam, minha boca estava provavelmente entreaberta porque pelo meu nariz eu não sentia quase oxigênio nenhum entrar. A porta fora novamente aberta e eu conseguia perfeitamente ouvir alguém soluçar, a voz de minha mãe soando segundos depois e me fazendo ficar desesperado para conseguir abrir os olhos novamente.

- Ele está muito bem na verdade Johannah, não tem sangramento interno em lugar nenhum do corpo e apesar de ter vários cortes são todos superficiais graças à jaqueta pesada que ele usara. - De Harry. A jaqueta de Harry! Diga que era de Harry, diga que ele me obrigara a usar esta jaqueta hoje porque é pesada e iria me aquecer! Diga que ele impedira meu corpo de ter cortes profundos! Diga! - Só devemos esperar um pouco para ver se ele conseguirá acordar sozinho e mexer todo o corpo. Eu deveria ter feito testes antes, mas eu estava esperando um pouco mais até que você chegasse e me ajudasse.

- Ajudar c-como? - Minha mãe disse tremulamente e eu suspirei.

- Converse com ele. Faça-o tentar conversar com você, falar ou te tocar de volta. - A doutora falou e logo eu senti uma pressão nova em minha mão, o toque quente de minha mãe fazendo o calor expandir por boa parte de meu braço.

- Lou querido? Você pode me ouvir? - Sim! Oh meu Deus, sim! Por favor... - Querido se você puder me ouvir aperte minha mão. Estamos preocupados com você meu anjo, mas você está bem... Você e Harry sofreram um acidente porque um cara bêbado bateu na traseira do carro e vocês acabaram sendo atingidos por outro carro no cruzamento. O vidro do carro quebrou e te cortou um pouco, o cinto apertou você forte demais e você teve uma concussão por bater a cabeça no vidro da lateral mas não foi nada grave filho, você está vivo e isso é o importante... Você tem que abrir os olhos para termos certeza que você está conosco meu garotão. Você vai se recuperar rapidamente e poderá voltar para sua casa, seus amigos, seu baby Blue... Harry...

Harry... Harry... Harry... Harry... Harry...

Tentei com todas as forças que minha mente conseguia me passar para apertar onde o toque quente de minha mãe estava. Ela chorou em um tom alto e apertou minha mão mais um pouco, mas eu não consegui ouvir direito o que ela soluçou. Continuei a me concentrar em apertar sua mão quente e mostrar que eu estava aqui, implorando mentalmente que ela falasse mais de Harry. Como, onde e com quem ele está, todas estas ou qualquer uma... Meu Deus qualquer coisa...

"Ele disse que havia sonhado com um acidente... Você acha que sonhos significam algo?"

Solucei o que me parecera ser alto e aparentemente desta vez meu corpo obedecera aos comandos de meu cérebro porque minha mãe soluçou mais alto e seu calor logo estava espalhado por boa parte de minha cintura e pernas, acredito eu.

- Louis, você consegue ouvir-me? Consegue ouvir a sua mãe? - A voz da doutora soou e eu estava realmente desesperado em conseguir falar para perguntar onde eles levaram meu marido e qual motivo de ele não estar aqui.

- Louis meu filho...

Apertei com mais força ainda na mão de minha mãe, o que provavelmente deve ter sido um aperto de nada porque ela não se moveu um centímetro. Eu minha mente eu estava chorando, desesperado, mas as lágrimas não devem estar caindo mais de meus olhos porque ninguém respondia à isso.

- H-Harry. - Quase tirei minha alma fora pela garganta, chorando desesperado ao perceber que eu havia conseguido falar alto. Senhor Deus obrigado! Obrigado! - Ha-Harry...

- Louis querido graças a Deus! Filho! - Minha mãe choramingou e eu sentia algo subindo por minha garganta, subindo forte e parecendo não sair por conta da posição deitada ou por falta de força de meus próprios músculos. Mãe fale de Harry! Harry!

- Louis, Harry está a algumas salas daqui e está passando por alguns exames. Ele está bem, vai ficar tudo bem. - Mentirosa! Pelo amor de Deus, me fale a verdade! Eu não ouço uma gota de verdade em seu tom e em nenhuma de suas palavras. Eu vou vomitar. Oh, eu vou vomitar.

Passaram-se minutos e tudo pareceu calado demais. Eu acho que eu provavelmente desmaiei porque de repente nenhuma das duas falava mais nada ou sequer minha mãe chorava. Comecei a movimentar mais minhas mãos e meus pés, conseguindo sentir melhor meus dedinhos mexendo e minhas pernas responderem um pouco mais. Tentei abrir os olhos, conseguindo porem tendo que fechar forçadamente segundos depois por conta da claridade extrema do quarto. Passei alguns minutos contados abrindo e fechando-o aos poucos e percebi estar realmente sozinho, o que me fez pensar que eu realmente devo ter desmaiado. A luz aos poucos fora ficando suportável e logo eu tentava focar os objetos de toda a sala que eu estava. Meu corpo estava ligado à alguns aparelhos que faziam barulhos, minha veia recebendo soro, meu corpo coberto por um lençol tão fino que chegava a ser inútil, meus dedos congelando por eu ter me mexido.

Lágrimas tocaram meu pescoço e desta vez eu sentia muito melhor do que na última. Toquei lentamente o pequeno botão ao lado da cama usando meu braço que estava um pouco mais esticado que o resto do corpo, esperando que alguma enfermeira viesse logo para eu poder tentar dizer que não estou me sentindo bem. De forma alguma.

Antes que eu pudesse pensar em tentar sequer me mexer mais um pouco e me sentar mais, aquela dor voltou e eu virei com força minha cabeça para o lado da forma que eu pude, vomitando no chão e em boa parte da cama ao meu lado.

Depois eu ouvia somente algumas conversas apressadas e a voz da doutora ao meu lado, dizendo que isso era meu corpo respondendo as lesões e que era perfeitamente normal. Eu não prestei muita atenção porque só o que eu sabia era chorar - ou ao menos achar que eu estava chorando - querendo minha casa, meu marido e meu cachorro jogado em cima dele como se o marido fosse dele, ambos cheirosos e barulhentos. Eu quero minha casa. Eu quero sair daqui.

xx

- Louis um passo de cada vez querido. - A fisioterapeuta falava me segurando firme enquanto eu dava meus primeiros passos depois de 48 horas deitado dopado em cima de uma cama. Minha mãe estava sorrindo ali no canto me olhando e me incentivando com Gemma ao lado de braços esticados.

- Venha Lou, eu sei que você está louco para me dar um abraço. - Gemma disse sorrindo e flexionando os dedos e eu corei, baixando o olhar e sorrindo minimamente enquanto colocava um pé na frente do outro e andava um pouco mais, meus músculos duros e tudo parecendo vibrar enquanto eu respirava fundo.

Vamos lá Lou, quanto melhor você ficar mais rápido levarão você até Harry.

Passei a manhã inteira tentando me mover melhor e flexionando músculos, pegando objetos e andando pelos corredores longos do hospital com minha mãe segurando em meus braços e conversando sobre tudo menos o que eu queria saber. Soube que os garotos estavam no andar acima com Harry, olhando ele para mim e esperando até minha mãe permitir que eles descessem. Não sei dizer se isso é totalmente a verdade, mas eu não queria pressionar minha mãe por mais e fiquei calado, tentando andar melhor até conseguir ir sozinho ao andar de cima.

Pela parte da tarde, dois dias depois do acidente, eu decidi ir atrás dos garotos pela primeira vez. Considerando que eu passei um dia dopado e outro dia me recuperando eu esperei encontrar todos eles da mesma forma como no dia da festa já que foram apenas 48 horas, mas encontrei algo totalmente diferente. Minha mãe havia ido para casa tomar um banho e ver como as meninas e Ernest estavam e eu consegui perfeitamente entrar no elevador e tropeçar até a praça de alimentação, dando de cara com Zayn, Liam, Casey, Niall, Lys e Anne. Todos com olhos vermelhos, olheiras enormes, descabelados e com aparência de acabados. Meu coração quase chegou a minha boca e logo eu estava arqueando e vomitando novamente, segurando desesperado nas portas para não cair no chão em cima de meu próprio vomito.

- Louis! - A voz de Anne soou e logo eu era segurado firmemente pelos braços fortes de Liam que eu reconheci pelo cheiro. Eu não tive tempo de pensar em muita coisa ou falar algo antes de me entregar a escuridão, desmaiando novamente.

xx

- Louis, por favor, fala comigo cara. - Ouvi uma voz que eu reconheceria até sob efeito de dopantes para cavalos. Abri os olhos lentamente e vi Niall começar a chorar alto ao meu lado assim que o foquei. - Graças a Deus! Graças aos céus, oh meu Deus! Oh meu Deus! Louis por favor me perdoa, me perdoa.

- Te perdoar pelo que? - Perguntei com a voz estranha e horrível me sentando com dificuldade e sentindo uma dor forte nos cortes espalhados pelo meu corpo. Eu estava em meu quarto novamente. Não o de casa. O do hospital. Infelizmente. - Hey amigo, não chora. O que está havendo?

- J-Jay... Jay achou melhor você só falar conosco depois que ficasse um pouco melhor e nós concordamos, mas você foi até o andar de cima e quando eu olhei para cima só vi um corpo pequeno vomitando com força o chão inteiro. Jesus Louis, eu nunca tive tanto medo na minha vida como eu tive quando eu vi você cair desacordado nos braços de Liam. Porra, e-eu achei que fosse te perder cara. Achei isso pela segunda vez! Segunda Louis. E-eu... Eu nem sei te falar como eu fiquei quando Anne correu até nós na festa e falou que você e Harry sofreram um acidente de carro. Eu senti tudo desmoronar Louis. E-eu... Meu Deus. Meu. Deus. - Ele disse chorando desolado contra minha barriga e eu tentei passar a mão em seus cabelos loiros que estavam mais escuros e mesclando com a cor natural dele. - Eu sonhei com um acidente. Não foi com você e com o Harry, foi somente um acidente. E eu fiquei tão perturbado que eu amanheci chorando e passei o dia querendo deitar e dormir para sempre até tirar esse pesadelo da merda da minha cabeça m-mas não adiantava! Então Harry ligou e eu conversei com ele sobre isso... Eu conversei sobre nunca ter acreditado em sonhos como algum tipo de maldita premonição mas eu estava aturdido Lou! Foi horrível, sabe? Ele disse que estava tudo bem, que sonhos eram só sonhos e eu acabei me acalmando mais. Harry até cantou no telefone para mim. Jesus Cristo ele cantou para mim... Louis e-eu... Eu preciso que você me escute.

- Niall...

- Harry vai ficar bem. Ele é forte, você sabe não é? Ele é forte por fora, por dentro, e até mentalmente. Vai dar tudo certo e vocês vão sair rapidamente daqui e todos iremos sorrir e agradecer a Deus por mais um milagre. Só me ouça, por favor. Uma vez você e eu fomos para Wolverhampton com Zayn só porque Zayn queria pegar um autografo daquele artista lembra? Ano passado, lembra não lembra?

- Claro que lembro, mas o-o que...

- Então seu celular quebrou porque eu sentei em cima e Harry ficou trocando mensagens com você pelo meu celular certo? Ele deixou um recado de voz para você no meu celular, e eu tenho esse recado até hoje. - Ele disse tirando o celular tremulamente do bolso e teclando em algumas coisas antes de coloca-lo perto de minha orelha. - Não fica preocupado, só ouça. Aproveita Lou...

"Hey amor, é o Harry... Bom, claro que você sabe que sou eu porque só eu te chamo de amor, mas eu acho que... Uhmm... Ah, que seja. Então, eu estava pensando sobre a vida com Blue jogado em cima de mim hoje e cheguei a uma conclusão interessante: Eu não vivo sem você. A roupa fica mal lavada, nosso quarto fica com cheiro de Blue por todos os lados, a cama parece ser maior do que o próprio quarto Blue não responde a nada que eu pergunto para ele - O que eu acho ridículo porque eu trato ele tão bem. - Enfim. Eu quero você aqui príncipe... Não demora tá bom? E-eu... Nossa isso deve ter soado tão triste e idiota... Você continua me amando depois dessa frase ridícula? Bom, eu continuo te amando mesmo você não me deixando ganhar em partida nenhuma no FIFA, apesar de maridos serem para isso. Boa viagem para vocês! Eu te amo, de verdade. E esta mensagem toda boba deve ser tensão sexual... Haha! Tô brincando, não chore! Volta logo para casa!"

Niall passava os dedos em meu rosto enquanto as lágrimas desciam livres por ele. Tudo o que eu mais queria era Harry aqui e agora, checar se ele está bem como todos dizem ele estar, beijar todos os seus possíveis cortes e abraça-lo até que todos estejam curados.

- Niall, g-grava isso no meu telefone... Ah, eu não tenho telefone... - Falei suspirando porque provavelmente não tinha mais telefone nenhum para contar historia depois do acidente. Niall assentiu e passou a manga da jaqueta contra o próprio rosto. - E-eu preciso ver ele Niall... Eu preciso ter cer-teza que ele está bem e que não está chorando como eu... Que está se recuperando... O-o que ele quebrou? Hein Nialler, te falaram o que ele quebrou? Ele não quebrou nada? Porque minha mãe só continua dizendo "ele vai ficar bem, ele vai ficar bem...".

- Você quer vê-lo? - Niall sussurrou e meus olhos quase saíram do local, olhando-o serio. - Eu posso fazer os garotos me ajudarem a ter por dentro da sala que ele está. Mas você tem que me prometer e eu falo sério Louis, que não tocará pesadamente nele, não chorará alto nem se desesperará quando vê-lo. Ele não está acordado porque está... está... dopado... e não te ouvirá, mas você poderá vê-lo. Eu sei que está doendo bebê, eu sei que você quer muito isso e eu vou te ajudar, mas você tem que prometer.

Minha respiração começou a ficar mais difícil somente com o pensamento de ver Harry e saber que ele está bem... Bom, bem não, vivo. Ele está vivo e isso realmente é o que mais importa agora.

- Vocês me contarão o que ele sofreu depois disso? - Perguntei me sentando com uma dificuldade desnecessária e ele somente balançou a cabeça fracamente. - Eu prometo Nialler, mas você tem que me prometer também.

- Eu prometo amor. - Ele disse beijando minha testa e eu permiti mais algumas lágrimas descerem por meu rosto e molharem desconfortavelmente meu pescoço. - Lou, eu te prometo que tudo vai ficar bem cara. Demore o quanto for, mas vai ficar bem... Me perdoa por tudo...

- Eu já te disse que aquele sonho não teve nada a ver com o fato do carro ter batido no nosso, Deus sabe o que fora isso Niall, mas você não teve culpa. Jesus, não se culpe só por ter sonhado! - Falei tentando tranquilizá-lo porque em toda minha vida nunca vi Niall tão afetado, os olhos em um azul que eu nunca vi antes de tão claros, denunciando ele ter passado um bom tempo chorando.

Ele pediu que eu esperasse ele conversar com os garotos que estavam no andar de cima ainda na praça de alimentação. Fiquei sozinho por alguns minutos andando devagar pelo quarto para não correr o risco de cair ou tropeçar em meus passos e quando ele voltara me fizera prometer passar menos de cinco minutos e ir encontra-los no final do corredor quando eu saísse de lá, eles me explicariam tudo direitinho se eu cumprisse a promessa.

Niall me ajudou a andar até o andar de cima, segurando meu braço e fazendo o melhor que podia para não dar bobeira para as enfermeiras, porque a doutora que eu descobri se chamar Angie havia dito que era melhor se eu não visse Harry por enquanto. Bom, pena para ela no caso. Niall disse que os garotos e ele fariam o que fosse preciso para não deixar que ninguém entrasse lá e que eu precisava ser rápido me fazendo prometer novamente que não iria gritar, chorar alto, me jogar em cima de Harry nem tentar acorda-lo.

Abri a porta com cuidado quase deixando meu corpo fora e permitindo minha alma seguir livre. Estava com a luz reduzida diferente do meu e o único som eram os aparelhos apitando e fazendo um barulho suave. O melhor deles era o monitor que checava as batidas cardíacas de Harry. Como eu disse, ele vivo é o que mais importa agora, e a forma como o PI PI PI PI era constante eu não podia estar mais satisfeito. Me aproximei olhando diretamente para a cama e finalmente consegui coloca-lo totalmente em meu campo de visão.

Oh meu Deus.

Senti meus joelhos cederem miseravelmente para a gravidade e segurei com força na barra alta de ferro perto de seus pés, evitando cair. Lá estava Harry sem seu sorriso, sem seu rosto calmo que eu vejo todas as noites ao olha-lo dormindo, sem os olhos verdes atentos analisando meus movimentos ou me olhando todo bobo, sem nada. Um corpo com um coração batendo, cheio de cortes limpos na testa e principalmente do lado esquerdo da bochecha, a mesma manta fina que me cobria estava em cima dele e tinha algumas manchas de sangue em alguns pontos ao longo do corpo.

Coloquei a mão na boca para abafar o soluço que apossou minha garganta, grunhindo alguma coisa que nem eu entendi enquanto puxava lentamente o lençol e olhava seu corpo sem ele tentando fingir que as coisas estavam sob controle. Não estavam. Ele estava somente de boxer preta e fios ligados ao seu coração alem de soros em seus braços. Cortes, cortes por todas as partes, mesmo que não parecessem profundos ainda eram cortes. Perto do cós de sua boxer tinha um corte um pouco mais profundo e tinham um ponto nele, diferente dos outros que já estavam até sarando. Passei os dedos por seu pé frio que implorava por uma meia e fui tocando-o corte por corte. Jesus porque isso aconteceu logo com nós dois? E porque ele ainda não está acordado depois de dois dias? Se ele acordara, porque ninguém me falou?!

Olhei em volta do quarto e vi uma mochila e uma bolsa que deveriam ser de Anne. Fui até ela e abri a mochila de Harry, olhando em suas roupas e pegando um par de meias que nem eram deles e sim minhas porque ele não curte cobrir os pés. Olhei procurando qualquer outra coisa e achei seus dois anéis da mão direita e sua aliança, guardadinhos nos bolsos menores de dentro. Peguei-a com calma e meu coração pareceu encolher ao ver Shy Bear gravado dentro, parecendo tão solitária e implorando para voltar ao lugar dela. Virei e coloquei as meias em seus pés, não colocando mais roupas porque provavelmente não podia, me contentando em manter ao menos seus pés quentes. Subi até seus dedos e coloquei a aliança onde ninguém deveria ter tirado-a, analisando os pequenos cortes em seus longos dedos. Por favor amor, acorda...

- Harry... - Tentei chamar com a voz falhando, beijando seu peitoral e seu pescoço frio que me faziam querer gritar e abraça-lo até ele estar quente novamente. Porque não deixam Anne por roupa nele?! - Amor...

Ele não respondeu, não mudou sequer um músculo enquanto eu chorava desesperado e silenciosamente em cima de seu peitoral, minhas lágrimas ficando enormes ao bater na pele alva e cheia de sinais misturados com cortes pequenos. Eu queria que ele abrisse os olhos, que me dissesse que só precisamos esperar seus cortes melhorarem para nós sairmos deste lugar frio e cheio de pessoas que gostariam de estar no mesmo lugar. Indo para casa. Saudáveis. Mas ele não respondeu, não mudou sequer um músculo. Segurei sua mão e entrelacei nossos dedos enquanto beijava da forma que dava sua testa, sem querer fazer os cortes dele ou os de meus lábios doerem. Encostei em seu pescoço e passei um tempo sagrado sentindo meu corpo elevar minimamente e quase imperceptivelmente com as batidas de seu coração.

- Eu só preciso que você abra os olhos e me diga que está tudo bem. Harry pelo amor de Deus...

Mas ele não respondeu. Não mudou sequer um músculo.

Coloquei o lençol frio e fino por seu corpo novamente e sai da sala tentando não cair ou vomitar novamente. Assim que cheguei na metade do corredor e avistei Niall, ele andou mais rápido para vir me segurar, Zayn entrando em meu campo de visão segundos depois atrás dele. Minha garganta se fechou e eu achei que fosse vomitar mas somente comecei a tossir com força, arqueando o corpo contra meus braços e os de Niall enquanto as pessoas perguntavam se estava tudo bem e as enfermeiras nos tentava ajudar. Implorei entre tossidas que eles não me levassem para o quarto novamente e Zayn inventou uma desculpa qualquer para eu conseguir ir com eles até a praça de alimentação.

Todos estavam lá, Anne havia saído para tomar um banho mas Gemma estava conversando com Lys calmamente, os olhos fundos e a expressão totalmente cansada. Ela como todos os outros parece não estar dormindo a dias.

- M-me digam! - Gritei assim que Niall me largou, segurando forte a beira da mesa e assustando basicamente todo mundo que nunca me viram gritar. Novamente a vontade de vomitar bateu forte mas eu não iria. Não agora. - M-me digam porque ele não acorda faz mais de 48 horas, porque não responde ou sequer se mexe! Por que continuam a mentir para mim como se eu fosse uma criança que não sabe de nada?! Eu sou o marido dele e mereço saber o que está acontecendo com ele tanto quanto qualquer um nesta merda dessa mesa! Jesus, me digam porque vocês estão fazendo isso comigo?! E-eu... Eu não aguento mais eu quero meu bebe de volta, a minha casa, o meu cachorro... Não me ajuda em nada todo mundo mentindo... E-eu... Meu Deus...

- Louis por favor, se acalma, pare de chorar anjo... - Zayn disse me abraçando e deixando suas lágrimas baterem em meu ombro. - Vamos te falar, ok? Se sente pequeno.

Fiz o que ele pediu e seus braços envolveram protetoramente minha cintura, como Harry costuma fazer apesar de ser muitas vezes mais frouxo e menos pesado. Eu sentia minha visão ficar cada vez mais turva como se minha pressão estivesse baixando, mas eu não desmaiaria até ter noticias de Harry.

- Harry estava sem o cinto de segurança e acabou sendo arremessado para fora do carro, Louis. - Liam disse segurando minha mão e me dando um olhar seguro e firme, tudo o que eu precisava e não tinha no momento.

- P-para fora?

- Lou você bateu sua cabeça não tão forte no vidro do carro mas ele quebrou o vidro do com a cabeça. Isso é uma pancada forte demais e acabou mexendo com o cérebro dele. O crânio dele se moveu mas o cérebro demorou alguns segundos para acompanhar e isso acabou rompendo alguns vasos cerebrais importantes e fazendo ele sangrar internamente alem de ter inchado. Harry teve que ser induzido ao coma até que ele melhore e nós não sabemos dizer se isto vai demorar ou não, eu sinto muito pequeno. - Foi a única coisa que eu ouvi Niall dizer antes de apagar novamente.

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