Girassol (Até 20 Agosto)

By autorajessalves

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Solana é uma garota rebelde, que já foi expulsa de três colégios. Enlouquecendo a vida da mãe. No entanto, é... More

Recado
Capítulo 01
Capítulo 02
Capítulo 03
Capítulo 05 - Simon
Capítulo 06
Capítulo 07 - Simon
Capítulo 08
Capítulo 09
Capítulo 10
Capítulo 11
Capitulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15 - Simon
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capitulo 19 - Simon
Capítulo 20
Capitulo 21
Capítulo 22
Capitulo 23
Capítulo 24 - Simon
Capítulo 25 - Simon
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30 - Simon
Capítulo 31 - Simon
Capítulo 32 - Simon
Capítulo 33
Capitulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Final
Epílogo - Simon
Extra.
Romance Dark e Sobrenatural

Capítulo 04

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By autorajessalves

Uma paz, por mais que eu estivesse irritada. Eu estava sentindo uma paz surreal, no rádio da velha Kombi, tocava uma música sertaneja dos anos 90, acho que conheço a música.

─ Essa música é do Leandro e Leonardo? ─ Questiono, observando as árvores ao redor da rodovia, estamos em uma estrada em direção a São Paulo.

─ Sim, nome da música: É por você que canto.

A melodia era relaxante, a letra apaixonada e para aqueles que conseguem amar tem um bonito significado.

─ Nos anos 90 nasciam as melhores músicas. Principalmente, as músicas sertanejas. As letras tinham sentido, um significado. ─ Ressalta Simon.

─ Gosto de músicas sertanejas. ─ confesso e fico chocada com a minha própria revelação. O rapaz do meu lado, abriu um sorriso deslumbrante, ergueu um pouco o volume da música.

─ O show vai começar.

Não entendi o que ele quis dizer, como assim “o show vai começar”? Mas na próxima curva da estrada, descendo uma pequena serra, eu entendi, não conseguia me mover no banco. Fiquei completamente hipnotizada…

─ Oh, meu Deus. ─ foram essas as palavras que voaram da minha boca.

Na nossa frente se estendia enormes campos de girassóis, todos dançando com o vento, buscando a luz do sol. Lindos, belos, encantando a todos com uma paisagem de tirar o fôlego, alguns carros estão estacionados na beira da estrada, para fotografar. Não resistindo a tamanha beleza. As flores refletindo o brilho do sol, nos atraindo, nos fascinando. Eu mal conseguia respirar, as campinas com cavalos pastando ao longe tornava a paisagem mais exuberante. A cor amarela pintava o horizonte, ganhando atenção de todos, se mostrando, se exibindo como se fosse a rainha das flores.

─ Essa plantação é uma parte da fazenda do seu pai, estamos chegando. ─ Sussurrou Simon.

─ Ele cultiva girassóis? ─ Indago, obcecada com as flores.

─ Sim, o girassol é utilizado para diferentes finalidades de produção. ─ explica. ─ É uma paisagem, bonita.

Eu concordo com a cabeça.
Saímos da rodovia e entramos em uma estrada de terra, seguimos adiante. Os girassóis nos acompanhando em todo trajeto. Simon, parou o carro para abrir uma grande porteira. Ele volta para Kombi e continuamos a seguir nosso caminho, com a vista dos montes floridos, as árvores de várias espécies. Passamos ao lado de um bonito lago, a cor azul clara e cristalina me chamou atenção. Uau!

─ Esse lago nasceu graças a cachoeira no morrinho. ─ ele aponta para a esquerda. ─ Você precisa ver os campos de girassóis lá de cima. Nunca vai presenciar algo tão belo!

Observei os morros grandes e altos, com um colorido de verde. Tão diferente do que eu estou acostumada. Minha barriga roncou, gritando dentro do automóvel. Aí que vergonha!

─ Estamos chegando. Veja, a antiga mansão da fazenda.

Só conseguia se ver uma parte da Mansão, as paredes brancas e as telhas alaranjadas. Quanto mais íamos nos aproximando, mais a mansão se destacava, perfeita e gigantesca.

─ Ele mora aqui? É impossível…

─ Sim, ele e toda a família.

─ E você? ─ Merda Sol, sem perguntas inapropriadas.

─ Eu moro em um cabana nos fundos da Mansão, com o meu pai e minha avó.

─ Hmm!

Chega de curiosidade por hoje, preciso me concentrar na família que vou rever. Na família que não suporto. No pai que detesto.
Simon estacionou a Kombi, uns dez passos de distância da Mansão, conseguia ver toda a extensão. Ela tinha dois andares, as janelas estilo colonial, pintadas num tom de vermelho escuros. Uma varanda grande e bonita, com redes e cadeiras, algumas pessoas que estavam sentadas levantam-se quando saímos da lata velha.
Um Jardim, com várias espécies de flores circulava a área da Mansão. Árvores ao redor e uma fonte clássica, trazendo conforto e delicadeza para o quintal amplo. O som relaxante das pequenas cascatas de água, ajudou a acalmar minhas mãos trêmulas, respirei fundo várias vezes, sentindo um cheiro gostoso de sândalo.

─ Estão todos esperando por você. ─ Simon estava sorridente, ele não sabe o que se passa aqui dentro. A bagunça na minha mente!

Caminhamos em direção de cinco pessoas. Reconheço meu pai, minha tia Nana e minha avó.

─ Solana. Que alegria revê-la. Como cresceu, se tornou uma mulher linda. ─ Diz a senhora com os cabelos grisalhos. Lembro-me que ela adorava tingi-los quando morava no Rio Janeiro, a lembrança do afastamento me corroeu por dentro.

─ Incrível, né? ─ sorri com deboche, passando o meu olhar lentamente por cada um deles. ─ Comida, água fazem milagres, as crianças crescem e desenvolvem.

Todos ficam em silêncio.

─ Você deve estar com fome, tem um almoço reforçado te esperando. ─ Comenta uma mulher negra, bonita, com um sorriso acolhedor. Porém, não a conheço!

─ É mínimo que poderiam fazer. Um almoço, já que não prestam para mais nada.

Simon estava com os olhos arregalados encarando meu perfil, ele pousou as minhas malas na área. Parecia um pouco pasmado!
Meu pai pigarreou, forçando um sorriso.

─ Preparamos o melhor quarto. Sol, você vai amar minha florzinha.

Argh, que nojo…

─ Amar viver nisso? ─ gesticulou ao redor. ─ No meio do mato? Vocês limparam o quarto? Não quero dividir a minha cama com escorpiões.

─ Não temos insetos aqui, a Mansão é limpa. Aconchegante, não se preocupe. ─ Foi a vez de uma garota com a minha idade aproximadamente se pronunciar.

─ Eu te perguntei? Eu não sequer a conheço. Não perca a sua saliva comigo.

A garota ficou boquiaberta com a minha resposta.

─ Estou com fome, mande o seu funcionário levar as minhas malas até meu… novo inferno. ─ caminhei, com todos no meu encalço. Calados e sem me dizer nenhuma palavra. Foi a minha avó quem quebrou o silêncio.

─ Espero que você goste do meu almoço. Fiz com muito carinho!

─ Não perca seu tempo querendo me agradar.

Minha avó congelou, até parando de andar. Você deve estar se perguntando: Como ela consegue ser tão grosseira? Eu não sei, eu só não consigo sentir nada por eles, não consigo sequer sorrir. Algumas pessoas tem o dom de distribuir sorrisos falsos, eu não!

─ Dona Mariana. ─ a voz do Simon sobrepôs. ─ Na próxima vez, deixe ela fazer o próprio almoço. ─ subiu uma escadaria um pouco estreita, carregando as minhas malas.

─ Não ligue para o Simon…

─ Como se eu me importasse com um ogro do mato. ─ Alfinetei.

Eu não queria conversar, não queria estar aqui. Eu não entendo, sinceramente, como eles conseguem seguir em frente? Como eles conseguem sorrir e agir como se nossa família tivesse intacta?

─ Sol, queremos apresentá-la a Morgan e essa é a filha dela, chama-se Bruna.

Minha Tia Eliana, que todos chamam “carinhosamente” de Nana. Continua a mesma, magra, com os cabelos presos em tranças. A mesma aparência do meu pai, cabelos escuros, olhos castanhos, lembrando uma índia. Nada único, que chama a atenção dos homens, sempre a solteirona e uma nerd chata. Tudo comum… Encarei a mulher e a filha, as duas abrem um sorriso.

─ Estamos animadas com a sua chegada, Bruna adiantou os trabalhos na faculdade para conhecê-la e passar alguns dias com você. ─ Comenta a talzinha chamada Morgan.

─ Eu passo, não quero a companhia da sua filha! ─ rebato. ─ Eu estou com fome, para qual lado fica a cozinha?

E mais uma vez o silêncio. Simon desceu as escadas, analisando a tensão na sala.

─ Se precisar, Senhor Sérgio eu vou estar no estábulo.

Gargalhei, desculpa… Eu não consigo controlar, essa vontade de ferir e machucar as pessoas.

─ Um lugar perfeito para um burro rustico!

O rapaz apenas ficou me avaliando, com um perfil sério. Não retorquiu, pediu licença e saiu da imensa sala. E não posso mentir, é uma sala deslumbrante. Os móveis de madeira com design clássico, os sofás estilo colonial com as estampas floridas. Os quadros com paisagens campestres, realçam uma pequena lareira próxima de uma porta aberta para varanda espaçosa. Lembra-me uma sala de visitas, não era uma sala de lazer. Não havia muitos eletrônicos modernos, apenas um piano lindo e chamativo para transformar a sala em uma perfeição. E um rádio antigo em um balcão. Um bar incrível, com armários em madeira maciça. As cristaleiras divinas e o lustre… Uau, inteiramente de bronze, com oito braços e os cristais cintilando. Era como ser teletransportada para outro século. Suspirei, ainda com meus olhos presos no lustre, essa mansão era como uma lembrança escondida em minha mente. Uma sensação estranha de dejavú me fez estremecer, como se esse lugar fosse meu.

─ Sol; ─ murmurou a minha avó. ─ A cozinha é por aqui, querida!

Acordo dos meus devaneios estranhos e a sigo sem protestar. Um pouco receosa com que senti dentro dessa Mansão colonial.






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