Os Mártires do Coliseu - A. J...

By JaianeSantos517

7K 210 22

A história da famosa arena de Roma, onde milhares de cristãos primitivos encontraram um fim cruel e sangrento... More

..
A Origem e a História Primitiva do Coliseu
Os Entretenimentos e Espetáculos do Coliseu
Os Cristãos
O Primeiro Mártir do Coliseu
Inácio
O General Romano
O Jovem Bispo
O jovem Sardo
Alexander, Bispo e Mártir
Os Senadores
A Jovem Martina
O Pequeno Marino
Os Reis Persas
Os Atos de Estêvão
Os Duzentos e Sessenta Soldados
Os Atos de Priscila
Crisanto e Daria

introdução

1.9K 45 6
By JaianeSantos517

"Tu fizeste brilhar, rolar a lua sobre
Tudo isto, e lançar  uma luz ampla e meiga
Que suavizou a austeridade venerável
Da áspera desolação, e preencheu,
Como era, mais uma vez, as fendas dos séculos,
Deixando aquela beleza que ainda era assim,
E fazendo o que não era, até o lugar
Tornar-se religião, e o coração transbordar
Com a mesma adoração dos grandes dos tempos antigos,
Os soberanos mortos que ainda testemunham,
De suas urnas,  a fé em Cristo."
                                          - Byron's Manfred

Não há ruína do mundo antigo tão interessante como o grande anfiteatro de Roma. Ele resiste em estupenda magnificência, em meio às sete colinas da antiga capital do mundo, como um monumento a tudo o que foi grande e terrível no passado. A imensidão e majestade de sua estrutura falam da perfeição da arte; as suas reminiscências evocam os horrores da perseguição aos santos, e os triunfos do cristianismo. Ele foi o campo de batalha onde a Igreja lutou pela conversão do mundo pagão; o sangue dos heróis martirizados, que tombaram em combate, ainda se mistura ao pó da arena.
  As tempestades de dezessete séculos já rolaram sobre o anfiteatro, deixando-o como um gigante em suas ruínas, palpitando em sua história. Bancadas elevam-se sobre bancadas, em direção à abóbada azul do céu; o olho admirado não pode captar sua imensidão; saqueadores da Idade Média, ele ainda permanece com imperecível grandeza em meio às sete colinas,  "um nobre destroço de ruinosa perfeição".
  Recordamos bem a nossa primeira visita às ruínas do coliseu. Foi o acontecimento de nossa vida. Encontramos nos escombros majestosos a realização do mais alto vôo de nossa imaginação. Mil pensamentos acorreram-nos à mente; a majestade silenciosa amortalhando aqueles muros imensos e sua história emocionante fez-nos ficar grudados no solo, em admiração e reverência. Bastou um olhar momentâneo, e o pensamento preencheu o intervalo de séculos. Os assentos de mármore foram novamente lotados, perante os olhos da mente, com milhares de seres humanos; o leão ferido, o gladiador agonizante, o mártir ajoelhado, surgiram em rápida sucessão na arena manchada de sangue; o grito ensurdecedor do populacho excitado; a condenação dos cristãos e o clamor para que seu sangue fosse dado a saciar a sede dos leões... tudo formou um quadro do passado, que fez estremecer o coração. Ficamos na arena que viu a infância de Roma e a glória da Igreja. O próprio pó sob nossos pés era santo! Um dia ele entregará o que na eternidade será o mais brilhante ornamento dos céus: o sangue dos mártires. Com um sentimento de temor e respeito, contemplamos a luz - o estandarte do cristianismo - que lançava a sua sombra triunfante sobre a arena silenciosa.
  Envoltos em pensamentos, ouvimos a admiração, expressada em diversas línguas, dos grupos de turistas que fitavam as poderosas ruínas. Milhares afluem anualmente à cidade Eterna, e simplesmente apressam-se ao coliseu, como a mais interessante das muitas vistas de Roma. Aí, o comerciante d'além das montanhas rochosas fica ao lado do garimpeiro da Austrália, e, como foi o nosso caso, o missionário em licença para tratamento de saúde, do Cabo da Boa Esperança, aperta a mão de um velho  companheiro de escola, das Ilhas Britânicas. De manhã à noite, os estrangeiros são vistos na arena da famosa ruína; e bem depois do anoitecer, quando o silêncio e a escuridão emprestam uma atmosfera romântica adicional à sua magnificência, ainda estão por ali. Quando a pálida luz da lua avoluma-lhe as arcadas melancólicas para uma imensidão maravilhosa, o turista sentimental permanece na solidão triste de gigantesca construção, e alimenta vívida imaginação com imagens fantasmagóricas de castelos e torres, e de outros anfiteatros; imagens que emergem dos arcos quebrados e das paredes desintegradas. O coliseu, uma vez visto, jamais é esquecido, quer tenha sido contemplado o esplendor do ardente sol italiano, ou sobre a mágica influência da luz do luar.
A nossa primeira hora no coliseu foi de pesar. O presente contribuiu mais que o passado para lançar escuridão sobre os nossos pensamentos. As cenas terríveis que tiveram lugar naquela arena, a matança indiscriminada de vítimas inocentes, o grito inumano que consignava o bravo gladiador à sua sorte,  os horrores de sua carnificina, justificam o nome dado por Tertuliano: um lugar sem clemência. A maldição do paganismo animava esse templo das fúrias,  endurecendo o coração dos espectadores, e causando uma obsessão e uma cegueira demoníacas. Esse quadro era doloroso, mas outro pensamento acrescentou-nos tristeza: milhares de pessoas que acorrem ao coliseu são estranhas às sagradas reminiscências que pairam à roda de suas ruínas sagradas. Esse espírito de infidelidade, que atualmente despoja a literatura de todo sentimento de religião,  não permitirá à história apresentar a parte mais sagrada e solene de seus registros. Os guias de turismo irreligiosos estão nas mãos dos viajantes; livros que devotam todas as páginas à descrição das práticas infames e sangrentas do paganismo, mas não se atrevem a dedicar um parágrafo, ou mesmo fazer uma alusão, ao sofrimento dos mártires. A descrição é sobre um monumento pagão,  mas nada menciona de sua conexão com os primeiros dias da igreja. O cristão instruído vê no coliseu mais que paredes indestrutíveis ou desenhos de arquitetura -  vê um monumento àquilo que foi grande e nobre no passado: o triunfo de sua fé. Ele recorda que cada nicho daquela arena foi tingido com sangue dos mártires. Sente que o triunfo deles também é o seu. Após o lapso de mil e setecentos anos, acha-se unindo a eles no elo indestrutível da comunhão, para comemorar o maior campo de batalha do seguidores do Crucificado.
  foi este pensamento que me sugeriu esta pequena obra. O Coliseu é a maior e mais notável ruína da Roma Antiga; é o mais extraordinário relato dos mártires que nele sofreram, e dos milagres que testemunhou. Empregamos nossas horas de folga na tarefa de reunir alguns dos mais autênticos registros. Apresentamo-los, em sua simplicidade rústica e sem adornos, aos cristãos que honram os heróis da Igreja Primitiva, aos estudiosos que apreciam debruçar-se sobre os martirilógios, e aos  turistas que visitam a Cidade Eterna, e em vão perguntam aos seus guias ou amigos: "quem foram os mártires do Coliseu?"

Continue Reading

You'll Also Like

145K 14.2K 52
Foi no dia 31 de agosto de 2003 onde ela morreu em um acidente de avião por irresponsabilidade de uma divindade sem responsabilidades
180K 15K 91
Você quer personagens de Haikyuu em um grupo fazendo bagunça? Aqui você tem! Dramas românticos de casais que não sabem se resolver? Tem também! Aconc...
57K 2.1K 23
Imagines com o nosso lindo, loiro e gostoso Dean Winchester. 🫶🏻 Os imagines são independentes da série, logo não seguem nenhuma linha temporal. A c...
4.2K 573 27
luffy e uma garota corajosa desde sempre , seu avô um pouco maluco a botou em uma ilha completamente nevada para que lá ela sobrevivesse por 2 seman...