Control (COMPLETA)

By stefaniafonso

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Camila Cabello é apaixonada por poemas e tragédias, até que sua história resolve virar uma grande peça de Sha... More

Capítulo 1 - Whisky e poder
Capítulo 2 - Meus olhos não conseguem enxergar
Capítulo 3 - Poucas palavras para a insanidade
Capítulo 4 - Segredos ocultos que machucam
Capítulo 5 - O som da sua voz
Capítulo 6 - O caminhar agradável
Capítulo 7 - Convite inesperado
Capítulo 8 - O passado indigesto que nos une
Capítulo 9 - Quero fazer coisas más com você
Capítulo 10 - O compromisso reatado
Capítulo 11 - Nostalgia dos velhos momentos
Capítulo 12 - Você deixa minha língua tão fraca
Capítulo 14 - Sua boca é linda
Capítulo 15 - Me mostre seus demônios
Capítulo 16 - Meu jogo, minhas regras
Capítulo 17 - O sorriso dela em minha boca
Capítulo 18 - Minha bebida favorita
Capítulo 19 - Amizade flácida
Capítulo 20 - O quebra-cabeça
Capítulo 21 - Me tenha em todas as partes
Capítulo 22 - Nada é pior do que isso
Capítulo 23 - A heroína da Glock
Capítulo 24 - Você merece ser punida
Capítulo 25 - Verdades secretas
Capítulo 26 - O inferno que me aguarda
Capítulo 27 - O nome do Diabo
Capítulo 28 - O retrato de Camila Cabello
Capítulo 29 - Malditas mentiras
Capítulo 30 - A overdose do seu beijo
Capítulo 31 - Posso escutar sirenes
Capítulo 32 - Sorvete amargo
Capítulo 33 - A última dança
Capítulo 34 - Você a deixou ir
Capítulo 35 - Eu te amo Camila
Capítulo 36 - O silêncio é violento (Último capítulo)

Capítulo 13 - Uma louca completamente lúcida

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By stefaniafonso

Se tem uma verdade impermeável na vida, é que nada está ruim que não possa piorar. Por mais que você esteja no fundo do poço, um verme ainda pode cavar mais fundo e comer todas suas entranhas. Nunca desafie o universo ou brinque com o destino, nossas escolhas estão sobre uma cortina fina que é muito fácil descosturar. Não importava o quanto eu odiava Lucy e o quanto eu gostaria de comer sua face viva, qualquer coisa que a influenciasse negativamente também influenciaria a Lauren e como em um dominó, eu também cairia.

- Qual o problema de ser Lucy Vives? Vocês a conhecem? – Christopher indagou.

- Você não imagina o quanto. – Hayley respondeu.

- Por favor, sei que cometi um grave erro, mas preciso desse emprego...

Minha vontade era partir para cima do Christopher e mostrar com quantos paus se fazem uma canoa, um garoto mimado como ele não precisava desse emprego, ele apenas queria, como um carro da hot weels ou um boneco novo do transformes, o que me deixava puta não era sua condescendência ou palidez, mas sim que eu construí a duras finas o meu caminho que estava prestes a ruir por erros imperdoáveis.

- Christopher, meu querido... Alguma vez você já pediu algo que foi negado? – eu disse com a maior calma que pude reunir.

- Que espécie de pergunta é essa?

- Atenha-se a ela! – levantei a voz.

- Não. – respondeu encolhendo-se.

- Eu tenho um apreço por você, algo que não gostaria de ter, porque possuo admiração por pessoas ambiciosas. Porém o seu miserável erro está atrelado a algo infundado, que é o meu coração.

- Espera... O que? Você por acaso tem envolvimento com a Lucy?

- Até o pescoço.

- Não imaginava que ela fazia seu tipo.

- Ela não faz.

Ficamos em silêncio e sabia que enquanto eu e Hayley buscávamos alguma solução, Christopher estava pensando na última atualização de seu Playstation 4, de certa forma era frustrante, porém me gerava vontade de rir.

- Acho que não temos alternativa Camila. – Hayley disse por fim.

- Tem que existir alguma...

- Você mal a conhece, a empresa é praticamente a sua vida, não é possível que você vá deixar uma simples mulher causar isso.

Abaixei por um momento e apertei meus olhos com força, essa escolha exigia mais que inteligência, exigia coragem e eu sabia que por mais que fosse difícil conquistar o amor de Lauren, o seu ódio seria fácil. As pessoas estão propensas a odiar, não é a toa que o inimigo de meu inimigo, é meu amigo.

- Preciso pensar. – disse por fim, dando o último gole em meu copo.

- Seja lá a escolha que for fazer, ela não pode demorar. – Hayley respondeu.

- Não mais do que uma partida de FIFA 18 no Playstation do Christopher.

Hayley riu. Christopher não. Por um momento me senti feliz.

(...)

Sabia que só teria um lugar para espairecer, eu precisava ocupar minha cabeça por mais que ela girasse em mil pensamentos, o ar tinha que ser fresco para poder digerir tudo que acabara de ocorrer. Nada que me fizesse surpresa Ariana estava lá no banco do parque e ao perceber que eu iria fugir ela deu-me espaço para sentar ao seu lado, não recusei.

- Não irei discutir, sei que para vir sozinha aqui essa hora, algo aconteceu. – Ariana disse.

- Os problemas de sempre. – respondi e Ariana deu um sorriso debochado.

- Você está diferente Camila.

- Como assim?

- Antes você fedia álcool, não que eu não gostasse, até porque eu já estava acostumada, mas agora sinto o cheiro da sua pele e sei que ela também sente.

- Ainda me considero alcoólatra.

- Você bebia para entorpecer sua mente, hoje quem entorpece é ela.

Parei por um momento, ela não podia ter razão, pessoas não mudam por pessoas, isso seria muito humanitário, pessoas mudam por dinheiro, poder e sexo casual.

- Gostaria de poder fazer verídica essa informação, mas ela não corresponde os fatos.

- Ela sabe como você é na cama?

Engoli em seco, esse assunto era um tanto quanto difícil de ser discutido, ainda mais àquela hora, daquela forma.

- Nunca a beijei.

- Você sequer sentiu o gosto dela e ela te provoca sensações? – Ariana disse surpresa.

- Ela não me provoca sensações, não seja tola. – respondi na defensiva.

- Camila se me permite um conselho, você não sabe onde está pisando e se ela for controladora como você?

- Não me importo.

- Você não se importa em ser submissa?

- Eu não consigo pensar em mais nada no momento, sei que desde que Lauren chegou a minha vida tem sido um tormento, é como flertar com o paraíso e casar com o inferno.

- Ela realmente mexeu com você. – Ariana disse com os olhos marejados.

- Eu gosto de você e te magoar dessa forma também acaba comigo.

Nós duas permanecemos em silêncio, apenas escutando o chacoalhar das folhas, tentando fazer com que aquele momento perdurasse o suficiente para acalmar nossas almas miseráveis e acalentar nossos corações.

- Eu não me importo. – Ariana disse quebrando o silêncio.

- Com o quê? – respondi aflita.

- Ainda quero ser sua.

- Ariana...

- Isso não compete apenas a você, essa é uma escolha minha também.

- Você merece coisa melhor, não se contente com migalhas.

- Suas migalhas são maiores do que qualquer amor que uma simples mulher possa proporcionar.

Ariana era doce e me fazia um bem inimaginável, por isso eu teria que ser dura com ela, afinal tinha razão eu estava mudando e desenvolvendo algo novo em meu interior, algo como empatia.

- Não podemos nos ver mais, eu sinto muito. – respondi com meu coração em pedaços.

- Por causa dela? Alguém que nunca beijou? – ela respondeu com tom de desespero.

- Não apenas por isso, mas sim porque você é ingênua demais para ver a mulher maravilhosa que é e o que pode conquistar se eu não fizer mais parte de seus pensamentos obscuros.

Ariana me fitou e entrelaçou seus lábios nos meus, deixei sua língua percorrer cada canto da minha boca, enquanto nossas mãos aflitas buscavam espaços em nossos corpos, beijá-la era cômodo e ao mesmo tempo ardente, mas eu queria mais e sabia que ela merecia também.

Assim que parou de me beijar, levantou-se e seus lábios murmuraram:

- Eu amo você.

Foi embora deixando-me ao relento, com o coração frio e a alma gélida de alguém que tem coragem de partir corações, mas que não pode se impor frente a uma mulher qualquer, que trocou moradia por sexo e emprego por comida. Era como viver em um maldito inferno, se por um lado sabia que aquilo era abrupto, por outro não poderia deixar a empresa a mercê de escolhas sentimentais, de um coração que até ontem eu mal sabia que tinha.

Como diria Edgar Allan Poe, quando um louco parece completamente lúcido é o momento de colocar-lhe a camisa de força. Apesar do fatídico acidente da minha família, sempre me prendi as minhas loucuras, o que tinha vontade de fazer eu fazia, sem ligar para as consequências. Entreguei-me ao álcool e a todos os meus anseios, com a ciência de minha imortalidade, mas também da minha maldição. Eu e Deus tínhamos esse pacto mutuo, no qual viveria o restante dos meus dias, jogada na superficialidade e ele se contentaria com a minha miséria. Nunca imaginei que encontraria alguém que me fizesse sentir viva, até adentrar aqueles malditos olhos verdes.

Se para um poeta o amor torna sua sobrevivência, para mim seria a tragédia, Christopher e a empresa precisavam da minha ajuda e eu precisava da pele e do cheiro daquela mulher, como se ela fosse a musa de minha vida podre e inexistente. Os pássaros que cantavam em coro, eu já não podia acompanha-los, aquilo não era um filme da Disney e eu era meu próprio lobo mau, o que me assustava é que Lauren estava longe de ser a chapeuzinho vermelho.

Senti minha garganta secar e daria tudo para ter um copo de álcool, o tempo estava cada vez mais frio e meu coração mais seco, fazer escolhas sempre foi o meu calcanhar de Aquiles e quando tudo estava aparentemente certo, era o sinal que tudo iria desmoronar. Passei os olhos pelas mensagens do meu celular, querendo encontrar respostas, algum sinal divino ou infernal, já que os demônios pareciam flertar ainda mais comigo.

Mãe diz: Sofi eu amo você, estou com saudades.

Ela não podia apenas me chamar de filha? Minha vontade foi quebrar o celular em mil pedaços e sumir para um lugar onde eu realmente chamasse Sofia e fosse uma pessoa digna de misericórdia e perdão. Me dei por derrotada e passei para a próxima.

Lauren diz: Só Deus sabe o quanto eu queria te abraçar agora e te proteger dos seus próprios pensamentos.

Não era possível... Olhei para todos os lados e não tinha ninguém além dos pássaros, folhas e escuridão.

~~~~*~~~~

Atualização de segunda a sexta!

Não deixem de comentar e favoritar <3

twitter: @stefaniafonso

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