Baby, Don't Go #1 (LIVRO FÍSI...

By AndresaRios

680K 56.1K 28.4K

COMPRE O LIVRO FÍSICO: https://www.editoraobarco.com/ PLÁGIO É CRIME Quando Hope Christine Johnson aco... More

LIVRO FÍSICO E DEGUSTAÇÃO
BEM-VINDO!
PREVENÇÃO AO SUICÍDIO
PREFÁCIO
ATENÇÃO
PRÓLOGO
Eu Mesma Quebro a Sua Cara
Eu Amo Essa Música!
Só Você Pode Me Fazer Mal
Matamos Um Homem Juntos
Eu Disse Que Não Fumo
É De Se Esperar Que As Coisas Fiquem Difíceis
Você Não Pode Me Ajudar
Isso Não É Uma Competição
Dormimos Juntos Todas As Noites
Você Deveria Me Deixar Te Ajudar
Fará Muito Frio Esta Noite
Nem Todas As Dores São Iguais
Ninguém Gosta Dessa Cidade Durante o Frio
Então Eu Vou Com Vocês
Eu Te Quero Aqui Porque É Esperta
Ela Gosta de Caras Mais Velhos
NOTA DA AUTORA
FINAL ALTERNATIVO
CAMISETAS
CONTEÚDO EXTRA
E-BOOK / SKOOB
A LEITORA QUE DEDUZIU TUDO
LIVRO FÍSICO DA ANDY
SORTEIO

A Cidade Está de Luto

18.3K 2.1K 1K
By AndresaRios

Não havia uma única alma em toda aquela cidade que não estivesse sentindo o peso da morte de Audrey Knight. Hope sabia daquilo melhor do que ninguém. O demônio que a acompanhava desde sua infeliz tentativa de suicídio parecia extremamente satisfeito. Ele costumava se alimentar de situações ruins, deixando o clima de qualquer cômodo no qual estivesse presente mergulhado em hostilidade. Para Hope, era difícil lidar com a bipolaridade das tensões humanas e demoníacas misturadas em uma só realidade; ou ela se sentia triste por Audrey, ou irritava-se com a felicidade do demônio. Os dois juntos eram difíceis de controlar.

Por aquele motivo ela estava arisca na manhã seguinte ao descobrimento do corpo. Mal dormira após a invasão de Dylan em seu quarto, sempre acordando com barulhos estranhos e não conseguindo dormir quando a mente insistia em divagar sobre a circunstância na qual ele simplesmente escolhesse apertar um pouco mais o seu pescoço. Não era saudável; não era normal. Mas ela gostava. A ideia da morte pelas mãos de outra pessoa fazia com que a culpa do suicídio diminuísse drasticamente, deixando as preocupações sobre o céu e o inferno de lado.

Era uma ótima questão moral.

— Hope, querida, você precisa comer.

Os olhos de Abigail Christine Johnson encaravam os da filha insistentemente. Ela não estava acostumada a ver uma figura tão moribunda logo pela manhã. Hope tinha muitos defeitos, mas mau-humor matutino não era um deles. Se a filha estava quieta, então algo de errado havia acontecido. Abigail sabia o que era — impossível não saber, naquela altura do campeonato —, mas preferiu não forçar a situação e deixar que a adolescente nada rebelde à sua frente falasse. A morte era uma coisa delicada demais para se escolher como assunto principal no café da manhã em família.

— Estou sem fome, mãe.

— Tome o suco, então. Só isso. É natural, vai te fazer bem.

Hope engoliu o copo todo em dois goles. Então olhou para a mãe em busca de aprovação e recebeu um leve e tímido sorriso como reposta. Gostava de satisfazer as vontades de Abigail quando a recompensa era um gesto tão simples e proveitoso como aquele. Hope odiava ser paparicada com outras coisas além das que achava merecer — bens materiais, por exemplo, eram repugnantes.

— Seu pai quer te levar para a escola hoje — disse Abigail. — Ele está preocupado.

Ah, sim. Claro que o lado superprotetor de Robert Vincent Johnson iria aflorar. Ele sempre aparecia quando as coisas ficavam horríveis, tentando fazer com que elas melhorassem. Hope não odiava de todo aquela atitude, mas, de vez em quando, achava que aparecer um pouco antes da bomba explodir seria de maior ajuda. Evitar um desastre era bem melhor do que controlar o desastre, segundo a sua experiência.

Audrey Knight era a prova daquela filosofia.

— Tudo bem — Hope concordou, pegou a sua mochila e saiu da mesa.

Do lado de fora, Vincent a esperava já dentro do carro. Ele abriu a porta pelo lado de dentro quando a filha se aproximou e ligou o rádio junto com o motor. How Deep Is Your Love começou a tocar. Hope gostava daquela música. Era a preferida do pai. Ele sempre cantava para a filha quando ela era criança; também sempre cantava quando estava distraído, sem nem mesmo perceber o que fazia, e nas suas viagens de carro. Hope a chamava de música de quando tudo está bem, porque ela geralmente surgia em bons momentos, mas naquela manhã o som parecia fora de contexto. Uma tentativa forçada, mais especificamente.

Quando o caminho até a escola se iniciou, Hope encarou o pai por alguns segundos, vendo que ele não tirava os olhos da estrada úmida. Ela entendia. Também evitava pessoas vulneráveis quando não fazia ideia de como ajudá-las. Era melhor do que simplesmente se sentir inútil diante de situações difíceis.

— Bom dia, pai.

— Bom dia, filha.

O barulho do limpador indo para a direita e para a esquerda incomodava Hope. Então, de repente, um estalar de língua tilintou do banco de trás. Era Damon. Ele estava caçoando da falta de jeito dos dois Johnsons com diálogos difíceis em manhãs tristes.

— Vai trabalhar hoje? — ela perguntou. Qualquer som era melhor do que as provocações da criatura às suas costas.

— A cidade está de luto por Audrey Knight. Tudo ficará fechado por um dia.

Hope concordou com a cabeça. Não sabia que aquele tipo de coisa acontecia naquela região. Claro, a vizinhança era pequena, nenhuma grande crise aconteceria por vinte e quatro horas de não funcionamento, mas mesmo assim... Era estranho. Não parecia real. Soava como um acontecimento dramático de um filme de suspense, longe da vida pacata daquela cidade que só tinha um posto de gasolina.

— As pessoas não são tão egoístas quanto você, Hope — criticou o demônio. — Elas se importam com Audrey. Bem mais do que você se importou naquela festa.

Hope aumentou o som do carro e limpou a garganta. Seu pai estranhou, mas não disse nada. Queria ser compreensível até onde ela o permitia. Ele sabia muito bem como era a dor de uma perda, e o que aquilo poderia fazer com pessoas jovens. A maldição de sua profissão era saber de muitas coisas relacionadas à morte, e talvez por aquele motivo ele fosse bom em lidar com elas.

— Pai, eu posso chamar Brooke e Barth para dormir lá em casa hoje?

Tanto Vincent quanto o demônio a olharam surpresos. A resposta de um, porém, foi diferente da do outro:

— Claro, filha. A casa é sua. Mas acha que hoje é o dia certo?

— Sua amiga de infância morre e você dá uma festa do pijama? Estou cada dia mais impressionado.

Impressionado. Ela não queria impressionar um demônio.

— Precisamos desse tempo — respondeu ela aos dois. — Desse momento em que estamos juntos e podemos nos ajudar. Acho que é importante. Além do mais, Audrey não iria querer ninguém perdendo a vida por ela.

Pelo espelho retrovisor, Hope viu Damon sorrir. Um sorriso contido, frio, cheio de piadas internas e respostas espertas. Ela sabia o que ele pensava sobre união, sobre amigos e sobre o luto: era uma besteira. Tudo aquilo se perderia no momento em que as pílulas descessem pela garganta de Hope Christine Johnson de novo.

Hope não imaginou que seria tão difícil frequentar a escola naquela manhã. Na verdade, ela nem tinha pensado naquilo até o exato momento em que passou pela porta de entrada e viu os cartazes, fotos e textos de apoio e luto ao redor das paredes e armários. Todos sentiam muito pela morte de Audrey, era a mensagem principal.

Enquanto andava pelo corredor, Johnson avistou Brooke. Ela usava seus óculos escuros de gatinhos mesmo estando na parte de dentro da escola, o que queria dizer que Simons não se sentia bem. Por isso, Hope preferiu não perguntar de imediato como estavam as dores ou o que havia acontecido durante a corrida, notando ser um assunto delicado para um dia como aquele. Ela sabia muito bem que Simons odiava se sentir pressionada a falar sobre coisas incômodas ou sobre vulnerabilidades. Ela tanto não queria tocar no assunto que havia jogado um bilhete de estou bem, te vejo na escola pela janela do quarto de Hope durante a madrugada. Era o jeito de garantir que nenhuma pergunta lhe seria feita.

As duas amigas se cumprimentaram brevemente e decidiram seguir direto para a sala de aula, onde deveria ser menos estranho, e fizeram isso em silêncio.

Pelo menos até uma delas dizer:

— Isso tudo está me dando arrepios.

Não, Hope pensou. O que estava causando arrepios em Brooke Simons não era o cenário quase apocalíptico da escola, mas sim o demônio que as acompanhava. Como sempre, ele parecia intrigado com a dor humana, julgando-a sempre que apontava a hipocrisia de quem nunca havia falado com Audrey e dizia estar triste por ela. Damon era o causador da sensação ruim nas entranhas das duas amigas. Quando ele estava com raiva, elas sentiam. Assim como todo o resto.

— É só o primeiro dia — justificou Hope. — Logo vamos nos acostumar com a falta dela.

— Eu duvido muito disso. Audrey era o pilar dessa escola.

Hope suspeitou que o próximo arrepio não fosse culpa do demônio. Na verdade, teve certeza de que veio de dentro de si, da parte inconsciente que sabia que Brooke tinha razão: Audrey era o pilar daquela escola. Era o pilar de todos. Se um copo caia no chão, era ela que recolhia, assim como era ela que julgava os testes das líderes de torcida e marcava as datas dos shows da banda da escola. Sem Audrey, muita coisa não funcionaria, e ela não estava falando só de assuntos escolares.

Por ser filha do pastor, Knight tinha certos privilégios com relação a festas. Ela sempre podia organizar o que queria, quando queria, com o apoio e a benção da escola. Bailes, formaturas, aniversários... Ela supervisionava tudo para que nada saísse do controle, sempre sendo a boa menina que realmente era. Ver Audrey cometer erros ou deslizes era tão difícil quanto imaginar uma realidade onde ela não estava ali, mas agora tinham que lidar com as duas hipóteses.

As pessoas vinham negando, mas era verdade: Audrey não era perfeita. Se ela fosse perfeita, não estaria morta. Pessoas perfeitas não tinham seus cadáveres encontrados em ruas de casas familiares. Tanto Hope quanto os outros precisavam começar a cogitar a possibilidade de Audrey ter feito algo errado, mesmo que qualquer ação não justificasse um assassinato. Imaginar um motivo não era exatamente culpar a vítima, mas sim ter curiosidade sobre o que aconteceu. Ou pelo menos foi aquilo que Hope disse para si mesma quando pensou sobre o assunto e se sentiu mal por imaginar tantas coisas a respeito de Audrey.

Além do mais, tinha Dylan.

Hope não queria acusá-lo de nada, mas as demonstrações de falta de controle que ele vinha apresentando lhe dava tanto medo que era impossível de ignorar. Audrey sempre fora o oposto dele, e agora estava morta. Teria ela se envolvido em alguma confusão do irmão e sofrido consequências? Se sim, significava que a cidade havia perdido a parte boa daquela família. Era uma perda que nunca poderiam reparar.

— Hope, Hope, Hope... — cantou o demônio, atrás dela. — Espero que a morte de Audrey não tenha feito com que desse mais valor a ela. Isso seria um grande clichê da sua parte.

Ela o ignorou. Continuou andando e puxou Brooke para dentro da sala de aula no momento em que o sinal tocou. Sabia que o demônio odiava o acúmulo de pessoas quando o desespero do atraso batia. Queria ficar longe dele, pelo menos por cinco ou dez minutos, e conseguiu. Andou calmamente até as duas carteiras no centro da sala, uma sua e uma de Brooke, ainda estranhando aqueles arrepios em sua pele, e notou que ainda chovia atrás das janelas da escola.

Hope reparou que as folhas daquelas árvores haviam parado de cair. Mesmo que estivessem ali há anos, sujando o pátio e o estacionamento, elas haviam escolhido aquele fatídico dia para fazer uma pausa, e nada parecia mais significativo do que aquilo. Era como se a cidade tivesse decidido participar da pausa para o luto também, respeitando a falta de Audrey, causando uma pequena alteração na ordem natural das coisas. Era bem estranho.

Quase tão estranho quando o fato de que todos os alunos daquela sala tinham sido pontuais naquele dia. Aquilo nunca acontecia. Ela só havia visto todas as carteiras ocupadas nos cinco primeiros minutos de aula uma vez na vida, e nem lembrava o motivo daquele fenômeno raro. Ela só sabia que não era normal.

Hope só descobriu o porquê daquele comportamento estranho momentos depois, quando um homem alto, de cabelos castanhos e sobretudo marrom entrou na sala de aula e se apresentou formalmente:

— Bom dia. Eu sou o detetive White, encarregado de investigar a morte da colega de vocês, e estou aqui para fazer algumas perguntas.

N/A: EAEEEEEEEEEE! Fãs da família White por aí? Se preparem para as emoções que esses detetives sempre acabam trazendo ahhaha

beijão!

Continue Reading

You'll Also Like

58.7K 2.1K 11
«TODOS OS DIREITOS RESERVADOS! PLÁGIO É CRIME!» Livro físico à venda em www.autorathaisdourado.com e shopee, e e-book disponível na Amazon. Uma comé...
580 123 20
História livre de clichês. ;) Juniper, uma jovem criada no interior de Vermont, conquista uma bolsa para o prestigioso internato de Elite Everwood de...
2.7K 174 6
Um desenlace amoroso diferente da trama original. Sasusaku e Naruhina. Aproveitem!
3.7K 243 21
𝑹𝑨𝑪𝑰𝑵𝑮 𝑺𝑯𝑶𝑷 ۫ ּ ! ▬▭ Coloquem seus capacetes e apertem os cintos, por que a 𝙘𝙤𝙧𝙧𝙞𝙙𝙖 𝙫𝙖𝙞 𝙘𝙤𝙢𝙚𝙘̧𝙖𝙧! 🏁🏎 ▬▭ O lugar onde a...