Serena
O almoço naquele dia foi ótimo, ter a presença de Patrício e Angélica era muito gostoso e o olhar que as pessoas nos redirecionavam ao achar que de fato éramos uma família, era lindo, talvez, no fundo do coração eu sinta que um dia quem sabe possamos enfim ser.
Novamente, era sexta-feira e a semana havia passado tão rápido quanto um vento. Vi Patrício pouquíssimas vezes nessa semana pois ele estava em diversas reuniões, quando ele chegava em casa, eu geralmente estava dormindo. Aproveitei para ficar ainda mais perto de Angélica, dar mais atenção ao Patrick e evitar à todo custo a presença de Gael. Richard ainda não havia voltado de viagem.
Acordei no mesmo horário de sempre, escovei os dentes e desci para preparar os comprimidos de Patrick.
Na cozinha, Lais estava sozinha, cantarolando uma música e estava mega animada.
- Bom dia dona moça, acordou animada? - perguntei ao pegar um copo de água.
- Aí.. - ela suspira. - O chefe me notou.
Gelei! Seria Patrício?
- Que chefe? Como assim? - fiz as duas perguntas ao mesmo tempo.
- O Gael! Há anos nutro uma quedinha por ele e ontem, ele pediu pra sair comigo, você acredita?
Pensei na moça que conheci no barzinho. Como ele era babaca!
- E você saiu? - temi a resposta.
- Claro né! Estou tão feliz. - ela mexe a massa do bolo.
Uau, sem limites!
- Parabéns então! Cuidado para não se machucar. - alertei.
- Não irei. - respondeu seca, desfez o sorriso na hora. Eu apenas dei um conselho, até porque o Gael eu conhecia muito bem.
Peguei os comprimidos e fui logo subindo as escadas, logo o diabo vulgo ele desceu de frente pra mim.
- Bom dia Serena.
- Bom dia. - falei indiferente e continuei subindo.
- Você está linda hoje.
- Tenho espelho no meu quarto. Obrigada!
Cheguei ao quarto do Patrick e o vi sentado na cama lendo um livro.
- Bom dia querido, achei que teria que acordá-lo. - digo com um sorriso.
- Bom dia querida! Acordei cedo pra dar uma notícia à todos dessa casa. Patrício está em casa? - perguntou.
- Eu juro que não sei. Vou te dar os remédios e vou ver se ele está no quarto dele.
- Você pode fazer isso? - ele pergunta pegando um dos remédios.
- Pelo senhor, eu faço tudo! - dei uma piscadela.
Após tomar os remédios, o ajudei a levantar e ir até o banheiro. Em seguida, o deixei lá e fui até o quarto do futuro mozão.
Bati na porta e não obtive respostas, então, tomei a liberdade de entrar. Foi quando o vi sair do banheiro tentando arrumar a gravata.
- Bom dia. Deixa que eu faço isso. - ajeitei sua gravata.
- Bom dia linda! Obrigada.
Após eu ter arrumado, ele me deu um beijo que só parou porque eu precisava dizer:
- Seu avô quer falar com todos dessa casa, portanto, tome café conosco.
- Pode deixar. - ele deu uma piscadela e colocou o relógio no braço.
Voltei para o quarto de Patrick e desci com ele como todos os dias.
Dei bom dia à Fernanda e para a pequena Angélica.
Estávamos todos à mesa quando Patrick resolveu dizer:
- Queridas e queridos! Ontem recebi a ligação de um velho amigo me convidando para ir até o hotel fazenda que ele está administrando, e quero falar para vocês que eu vou!
- Vai? Mas o senhor toma muitos remédios vovô. Vai com quem? - Fernanda perguntou preocupada.
- Eu adoraria poder ir com minha amada. - seus olhos se encheram de lágrimas. - Porém, como já não a tenho mais comigo, quero que vocês vão comigo.
- Eu não posso. Tenho o escritório para administrar. - Patrício diz.
- E desde quando estou te perguntando? - Patrick diz à ele que fica sem graça. - Você vai e pronto!
- Tenho responsabilidades vovô.
- Deixe-as pra quando eu morrer. E outra, quero que Serena vá conosco. E isso não é um pedido Serena, é uma ordem.
- Ah, claro! - respondi empolgada.
- Quando vamos? - Fer perguntou animada.
- Amanhã de manhã. Não é longe e, vamos ficar por uma semana no máximo! Vai ser bom pra todos. Declaro conversa encerrada. Ajeite as malas e vamos que vamos! - Patrick diz vitorioso.