Capítulo Trinta e Nove

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Capítulo Trinta e Nove

Serena

Foram horas dentro do hospital para que todos os exames fossem feitos e para que todos os resultados fossem entregues.
Cecília chorou bastante ao tirar sangue e depois reclamou de dor na barriga, imaginei de cara, que fosse fome.
Prometi à ela que assim que saíssemos do hospital, iríamos comer o que ela quisesse, isso funcionou um pouco já que ela ficou quietinha ao fazer os outros exames.

Já eram quase sete horas da noite quando Carlos veio com os exames e deu alta à Cecília. No quarto mesmo, ele abriu os exames e concluiu que:
- Cecília é saudável como um touro! Nenhuma bactéria localizada, nenhuma doença. A única coisa é que ela está um pouco desidratada, baixa resistência, então, e com três quilos a menos do normal. Então, o seu papel agora além de amá-la, é alimentá-la nova mamãe. - ele diz com um sorriso.
- Obrigada Carlos! Vou cuidar muito bem dessa pequena. - falei pegando a mocinha no colo.
- Se um dia quiser um padrinho pra ela, me chame. Ou um pai. - brincou.
- Ah, pode deixar. Anota meu número para mantermos contato um com o outro. - falei.
Trocamos nossos telefones, alguns olhares, em seguida, ele me deu um beijo na testa e um na testa de Cecília que o adorou.

Ao sairmos do hospital, passamos em uma lanchonete vazia, eu queria praticidade e o nosso lanche não demorou a chegar. Realmente, minha mocinha estava com fome.
Em seguida, fui até a casa do meu irmão pedir roupas do meu sobrinho emprestada e fralda já que agora, as lojas já estavam todas fechadas para comprar.
Assim que cheguei, apertei a campainha e minha cunhada me atendeu.
- Uau, que surpresa você aqui! - ela me abraça. - Quem é a mocinha? Novo emprego? - perguntou.
- Longa história. Meu irmão está? - perguntei.
- Sim, vamos lá! - ela diz dando passagem.
Cecilia ficou envergonhada mas assim que viu meu sobrinho abriu um sorriso imenso, talvez tenha achado alguém para brincar. Meu sobrinho por sua vez, parou de comer na hora e correu até ela.
- Vamos brincar?
- Brincar? - ela pergunta e me olha, eu solto sua mão.
- Pode ir meu bem.
- Vamos. - Cecília diz animada.
Meu sobrinho a leva para sala e Cássio vem de encontro comigo me dando um abraço forte.
- Quem é a criança?
- Cecília.
Ele arregalou os olhos.
- Cecília?
- Eu a encontrei hoje cedo no Parque Ciro... Ela estava sozinha, brincando na grama. Ao lado dela tinha essa bolsa. - mostrei a minnie. - Com uma mamadeira, chupeta, pano e essa carta. - entreguei-lhe a carta que o mesmo leu e logo derramou uma lágrima.
Tão sensível quanto eu!
- Ela foi abandonada. - ele diz perplexo.
- E por coincidência se chama Cecília. Eu quero adotá-la.
- Você tem certeza disso?
- Há quanto tempo carrego a dor de ter perdido Cecília, Cássio?
- Muito tempo!
- Eu sei que ter essa criança não vai amenizar minha dor, mas sei que ela será minha eterna companheira. Eu quero criá-la porque sinto que eu não a conheci por acaso. E eu sinto também que sou capaz de amá-la.
- A mãe vai adorar a ideia de uma netinha. Você tem todo meu apoio! - ele me abraça. - Eu te amo.
- Vim te pedir fraldas e roupas emprestadas até amanhã.
- Pode pegar. O nenê tem roupas na cor neutra que pode ser usada homem e mulher.
- Obrigada! Posso dar um banho nela aqui?
- Claro. - minha cunhada diz.
- Cecília. - chamei e a mesma veio correndo.
- Hum?
- Vamos tomar banho!
- Eba!!! - ela diz animada.
A levo para o banheiro e tiro sua roupa.
- Mamãe?
Seus olhinhos brilham.
- Pode ser mamãe. - beijo sua bochecha.

Paixão SublinhadaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora