Capítulo Cinquenta e Dois

3K 233 15
                                    

Capítulo Cinquenta e Dois

Serena

Então é Natal!
E eu já sentia o cheiro de fim de ano.
Esse ano, foi tudo diferente dos outros. Eu tinha minha filha, novos amigos, uma segunda família que me amava em exceto Gael e decidimos comemorar o Natal com uma festa, no café.
Eu havia convidado Patrick, Fernanda e Richard. Convidei também Michele, Fabricio com seu filho Diego. E minha família.
Minha vida estava completa!
Só faltava ele.
Durante a semana, providenciei todos os presentes ao lado de Cecília que já tinha um bom gosto desde criança.
Pra ela, fiz uma compra de roupas equivalente à quase mil reais, e ainda dei-lhe uma boneca por ela ter ido para o próximo pré na escolinha.
Minha pequena estava crescendo, rápido demais.
O assunto daquela noite, para aqueles que não sabiam a minha história e de Gael, era seu casamento que se aproximava. 
Nesse assunto, eu preferi não me intrometer. Era algo que ainda me deixava desconfortável.
Havíamos todos brincado de amigo secreto, e o meu amigo secreto, era Patrick. Comprei-lhe uma coletânea de livros porque ele adorava ler.
Mas, o mais surpreso disso tudo, foi ver que minha mãe estava radiante ao seu lado.
Sem entender muito, me aproximei dos dois.
- Boa noite queridos. - falei.
Minha mãe levemente corou.
- Filha, não sabia que vocês dois se conheciam. - minha mãe diz sem graça.
- Patrick? Nossa, ele é o homem da minha vida mãe. Trabalhei pra ele, fiz uma amizade incrível, é uma pessoa maravilhosa. O que eu não imaginava era que vocês dois se conheciam. - falei.
- Então... Se eu soubesse que sua mãe era tão encantadora, teria a conhecido antes. - Patrick galanteador respondeu.
- O que está acontecendo aqui? - perguntei com cara de tacho.
- Eu o conheci há um mês mais ou menos, em uma viagem que ele fez pra cá. E desde então, estamos juntos filha.
- Eita Jeová! Vocês dois, estão namorando? - praticamente gritei.
- Namorar é para os jovens querida. Estamos apenas juntos! Patrick tem me feito um bem enorme. - minha mãe o olha encantada.
Os olhos dos dois brilham.
- Estou encantado! Sua mãe é uma mulher maravilhosa.
- E eu estou muito feliz! Quando é pra ser, é né? Os dois machucados pela vida, se juntaram e agora estão juntos! Isso é maravilhoso. Desejo que vocês sejam cada vez, mais felizes Patrick e mamãe.
- Seremos querida, seremos! - Patrick respondeu me abraçando fortemente.
Logo, meu irmão veio até a mim, com meu sobrinho no colo.
- Como você está?
- Bem ué, porque?
- O coração Serena.
- Eu não tenho. E o que sobrou, é destinado à pessoas especiais como minha filha, Cássio. - respondi.
- Ele vai se casar, você já está sabendo?
O coração apertou.
- Estou. - respondi.
- Vem, senta aqui. - ele me puxa para o sofá e eu me sento ao seu lado.
- Cadê minha cunhada?
- Por aí... Falei pra ela que precisava falar com você em particular e ela me parou de encher o saco. - sorriu.
- Quanto amor! - ironizei.
Ele respirou fundo.
- Você ainda o ama, não ama minha irmã?
Lágrimas se formaram em meus olhos.
- Sim... - respondo com a voz embargada e de cabeça baixa. Brinquei com meus dedos.
- O que ele te fez Serena, não tem perdão, disso todos nós sabemos. Mas pense: Ele era imaturo demais, não sabia o que queria da vida, assustou-se com a ideia de um filho e preferiu te abandonar do que se ferir. Ele foi moleque, nunca provou que a amava, nunca te assumiu mas o tempo passou...
- Eu não quero falar sobre isso Cássio.
- Minha irmã. - ele pegou minha mão. - Pare de fugir do seu destino. Eu estou revoltado com ele? Sim! Sinto que não me vinguei o suficiente? Claro. Mas você não percebe que isso tudo só está te fazendo mal? Você o ama Serena e ele, mesmo se casando, parece gostar de você também.
- E o que você quer que eu faça?
- Quero que corra atrás da sua felicidade. Tanto você quanto eu, sabemos que não existe outra pessoa capaz de ocupar seu coração, se não ele. Sabemos que você o ama, que é ele quem você quer, mesmo com todos os defeitos e dor que lhe causou.
- Eu tenho medo. - seco uma lágrima. - Não quero me machucar de novo. Dói demais, Cássio. - fungo.
- Ouça seu coração pelo menos uma vez na vida Serena. Você vai deixá-lo passar dessa forma? Tu sabe que casamento é pra sempre, não sabe?
- O pra sempre não existe.
- Você não sabe... - ele diz sem graça. - Minha irmã, não deixe o orgulho te vencer nessa batalha. Seja forte para lutar pelo o que você acredita, pelo amor que você sente por Gael.
- É tarde demais.
- Nunca é tarde demais para dois corações que se amam. Pense nisso! - ele beijou minha testa e saiu andando.

Paixão SublinhadaWhere stories live. Discover now