Written In The Stars S02

By SkyWithDiamond

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CONTINUAÇÃO DE WRITTEN IN THE STARS Após onze anos, Clarke e Lexa continuam vivendo seu conto de fadas, agora... More

The New Kardashians
New/Old Business
Ex & Oh
Strong Together
Big News
Busy Day
Hunger and Games
Sundays Traditions Part I
Sundays Traditions Part II
My Boy
Jealous Event
Operation Clexa
The Birth of a Hungry Unicorn
Full House
Girls Reunion
Mother
Day Off
Polis/New York
Surprise
Home(sick)
A Good News And Somebody New
The Kids Aren't Alright
No More Secrets
Happy Birthday
Answers
Knockin' On Hell's Door
Talent Show
Oh Na Na
Perfect Timing
Infinity

The Untold Story

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By SkyWithDiamond

...

- Isso só pode ser um engano, eu, eu tenho que – Becca nem ao menos terminou sua frase e entrou de volta no apartamento e fechou à porta, suas costas se apoiaram no material de madeira, seu coração estava tão acelerado que ela não sabia se estava tendo algo mais grave.

- Becca? Ai meu Deus! Becca! – a assistente da mulher viu o quão pálida Becca estava, ela tocou em seu braço e percebeu que algo estava errado.

- Eu... eu não estou... b – Becca caiu ao chão, o barulho foi tão alto que os dois lá fora ouviram. Hanna imediatamente checou o pulso da chefe e quando estava para ligar para emergência ela viu a porta se abrir.

- Ela caiu... Ela simplesmente caiu e... caiu – Hanna estava entrando em pânico, ela não sabia como agir naquelas situações.

Aden estava apavorado ao ver a mulher ao chão, Anya tocou no ombro do garoto e o direcionou para próximo da assistente.

- Eu preciso de álcool, perfume ou alguma coisa que tenha um cheiro forte! Rápido! – gritou sentindo um aperto estranho em seu peito. Ela sentou-se ao chão ao lado de Becca desacordada, tocou no rosto pálido da mulher, os lábios vermelhos se destacavam ainda mais. Anya olhou para seu sobrinho que parecia tão preocupado quanto Anya – Ei, ela está bem – assegurou. Aden apenas concordou.

Hanna parou de correr ao chegar novamente na sala, ela entregou os perfumes de Becca e Anya borrifou em seu pulso, o cheiro era tão forte que estava começando a incomodar seu nariz, ela aproximou seu pulso do nariz de Becca e esperou que algo acontecesse. Hanna olhava apreensiva, estava pronta para ligar para emergência, Aden só conseguia pensar que tudo aquilo era culpa sua. Anya borrifou mais uma vez o perfume em seu pulso e voltou para Becca, e aos poucos o rosto de Becca foi voltando às expressões. Becca piscou algumas vezes e a primeira coisa que viu foi Anya ao seu lado parecendo preocupada.

- Ei, como está se sentindo? – perguntou querendo ter a afirmação da mulher, o tom sereno na voz de Anya fez Aden se perguntar se havia alguma estória ali. Becca confirmou com a cabeça a pergunta de Anya e então voltou a olhar para Aden – Ótimo, porque acho que teremos muito sobre o que conversar – comentou olhando para Aden e depois para Becca.

- Hanna, nos deixe a sós – ordenou Becca. Hanna estava há um bom tempo com Becca para saber que não deveria questionar suas ordens, então ela pegou sua bolsa e saiu do apartamento.

Anya levantou e deu sua mão para que Becca pudesse levantar, depois de hesitar por um momento Becca aceitou a mão de Anya e então as duas estavam em pé diante de Aden.

- Eu sei que eu tomei alguns drinks antes de chegar aqui, mas eu tenho certeza de que ouvi Aden dizer que você Becca – Anya olhou para a mulher ao seu lado, ela não parecia irritada ou espantada, era como se Anya estivesse tirando todas suas armaduras e finalmente estivesse dando uma chance a Becca – Você é a mãe verdadeira de Aden?

- Não, Clarke e Lexa são minhas mães verdadeiras. Becca só me trouxe ao mundo – corrigiu Aden em um tom frio, Anya não se lembrava de alguma vez ter visto aquele doce menino ser ríspido com alguém.

Becca não falou nada, ela saiu da sala com aquele som irritante de seus saltos tocando o piso do local, Anya e Aden a observaram sair do cômodo, todos ali tinham tantas perguntas que nem ao menos conseguiam colocar em ordem quais as prioridades. Becca voltou à sala com uma garrafa de vinho, sentou-se no sofá e levou a garrafa à boca, seus olhos fechados tentando escapar daquela realidade, porém algo lhe dizia que não teria escapatória.

Ela parou de beber e enxugou o liquido que escapou de seus lábios, olhou para as duas pessoas a sua frente e seu coração ainda não sabia como reagir aquilo tudo.

- Como tem tanta certeza? – disparou olhando para Aden.

- Eu tenho meus meios – Anya imediatamente olhou para o sobrinho se perguntando que raios de "meio" era aquele – Não importa, o que importa é que eu descobri de onde eu vim, e se tiver com dúvidas, tudo bem, podemos ir ao hospital e fazer o teste.

Anya ainda estava processando tudo para poder ter alguma opinião ou disparar alguma pergunta, ela não sabia o que mais lhe deixava confusa e espantada, o fato de Becca ter um filho ou esse filho ser o de Lexa e Clarke. A artista se aproximou e tomou a garrafa da mão de Becca e se serviu.

- Eu não quero está na sua vida, eu não quero o que você tem – Aden se aproximou e sentou ao lado da mulher que nem ao menos conseguia olhar para o filho – Eu só quero entender por que me deixou... Por que eu não fui o bastante para você... – Anya sentiu o peso daquelas palavras e seu peito apertou.

Foi então que o inimaginável aconteceu, Anya já havia passado por poucas e boas em sua vida, presenciara coisas singulares e cruéis por se dizer, porém nada doía mais do que ver alguém que ela se importa em dor, e ver Becca chorando como nunca viu antes estava lhe causando um estrago em seu coração. A mulher chorava compulsivamente, sem se preocupar com a maquiagem escorrendo ou o quão patética poderia parecer, era como se tivesse guardado toda aquela dor por um bom tempo, e de repente tivesse chegado a hora de libertar. Anya deixou a garrafa de lado e sentou-se ao lado Becca, sem questionar ou falar algo ela trouxe a mulher para si, ela a segurou como quisesse protegê-la de qualquer mal, e assim ela deixou Becca quebrar, porque ao final ela estaria ali para colar de volta cada pedaço.

...

Clarke tirou os pés do sofá dando espaço para Lexa se aproximar e ficar ao seu lado, a atriz sentou-se e puxou os pés de Clarke para si, fazendo massagem neles, algo que Clarke agradeceu aos céus.

- O que está acontecendo com elas? Nos últimos dias estão discutindo mais do que o normal – comentou Clarke de olhos fechados apenas sentindo as mãos mágicas de Lexa trabalharem em seus pés.

- Sabe aquele show de talentos da escola? – perguntou recebendo apenas um "aham" de Clarke – Elas sempre se apresentam juntas e acabam ganhando, mas esse ano Lyz se recusa a participar porque Alicia vai está se apresentando, e ela quer que Alicia ganhe, por isso não quer participar, porque se fizer isso acha que vai ganhar da Alicia – Clarke gargalhou mais alto do que o normal quando ouviu a explicação.

- Aposto que você está enlouquecendo com isso, não é? – a loira abriu os olhos para poder ver a reação da esposa, e Lexa apenas deu de ombros o que causou outra gargalhada na loira – Amor, elas são crianças, é algo inocente e saudável, Lyz pensa no bem-estar do próximo, na felicidade de outros além dela, isso é bom.

- Eu sei – afirmou suspirando, ela voltou a olhar para a esposa que escondia o sorriso ao ver o incômodo de Lexa – Elas não podem ficar nessa idade para sempre? Eu não quero que elas cresçam, eu gosto de como está... – lamentou. Clarke sentou-se e ficou mais próxima da esposa – Eu gosto da inocência da Lyz, e da maturidade da Taylor nessa idade, está perfeito assim, por que mudar? – admitiu sofrendo por antecipação.

- Sério que é só por isso? – perguntou arqueando uma sobrancelha ao encarar a esposa – Ou é por que você não quer ter que lidar com os futuros pretendentes de suas filhas?

- Nossas filhas – corrigiu causando um sorriso em Clarke – E não há mal algum em querer adiar isso – Lexa deu de ombros e Clarke girou os olhos com o drama da esposa.

- Por que de repente pensou no futuro? Acho que nunca vi você se preocupar tanto assim – dessa vez Clarke deixou sua cabeça cair sobre as pernas da esposa, Lexa fez carinho nas madeixas loiras da artista e sorriu ao pensar brevemente o quão sortuda era por ter Clarke.

- Não diz que eu contei, mas Aden foi para seu primeiro encontro com uma garota.

- O QUÊ?! – Clarke imediatamente tentou se levantar, porém Lexa a impediu – Meu bebê em um encontro? Com quem? Lexa! Como pôde fazer isso?! Deixar que

- Clarke meu bem, está tudo bem, ele não está indo para uma guerra ou algo assim, foi só um filme com uma amiga – explicou sorrindo ao ver o claro ciúme da esposa – Não precisa entrar em pânico – Clarke aos poucos foi tirando os pensamentos ruins e se acalmando, voltando para a calmaria de Lexa – É só que isso me fez perceber que tudo está passando muito rápido, parece que foi ontem que eu ensinei Aden a andar de bicicleta e agora ele está no primeiro encontro? Eu tenho medo de piscar e, não sei, Taylor está na África fazendo trabalho voluntário e não a vemos há cinco anos e

- Meu amor, ei, respira – pediu Clarke agora acalmando Lexa que parecia está entrando em pânico – Elas só têm seis anos, e eu vou garantir que só depois dos vinte um Taylor faça uma viagem para algum trabalho voluntário, agora respira – pediu e Lexa obedeceu. Clarke levou suas mãos ao rosto da esposa e quando estava para beijá-la, o som de notificação do celular de Lexa a atrapalhou.

A atriz verificou a mensagem e respondeu de imediato. Clarke não falou anda, esperou a atriz compartilhar o motivo da interrupção.

- Era Anya, ela disse que encontrou com Aden e que eu não preciso me preocupar porque eles vão voltar juntos – informou e Clarke sorriu maliciosamente. Lexa trouxe a esposa para perto de si, e beijou o canto dos lábios da loira – Acho que isso quer dizer que temos um tempo para nós duas, sozinhas, fazer algo que

- MAMY! VEM AQUI

Lexa suspirou e Clarke fechou os olhos.

- Esqueça o que eu disse, não vejo a hora delas crescerem – corrigiu Lexa ao ouvir o chamado de Taylor. Ela deu um rápido selinho na esposa que a segurou um pouco mais, antes que pudesse aprofundar o beijo Lexa se separou – Quando eu voltar continuaremos isso aqui – explicou pulando do sofá e correndo para procurar a filha.

Clarke mordeu o lábio inferior e logo sorriu ao ver sua esposa correndo para o chamado de Taylor, a loira suspirou e voltou a deitar no sofá.

...

- Então, o que achou? – perguntou Octavia ao entrar no seu apartamento com Raven, ela ajudou a tirar o casaco da esposa e esperou ansiosamente por uma resposta – É uma ótima casa, não é?

- É uma casa magnifica, e o único modo de conseguirmos pagar por ela é se eu vender cada órgão do seu corpo e provavelmente ainda vou ficar devendo - explicou sentando-se ao sofá, estava exausta.

- Qual é Rae, não exagera... – Octavia sentou ao lado da esposa e deixou sua mão repousar sobre a perna da mulher para chamar sua atenção – Eu tenho umas economias.

- Economias? Desde quando O?

- Bom, desde o começo de nossa vida juntas – explicou e Raven continuou a olhar para esposa, em uma mistura de desconfiança e curiosidade – Desde que eu consegui o estágio com Indra quando eu ainda estava na faculdade, eu venho guardando boa parte do meu salário e quando eu passei a receber melhor eu continuei fazendo isso, então há onze anos eu tenho essa poupança.

- E você, não sei... Não pensou em me contar isso? – Raven tentava fazer os cálculos em sua mente, e podia até não ser exato, porém era uma boa quantia – Por que fez isso?

- Bom, eu sempre imaginei que teríamos um futuro, uma família, então eu estava guardando o dinheiro para a faculdade de um filho – explicou e de todas as coisas que passou na cabeça de Raven, aquela não era a explicação que ela esperava – Eu sei que pensei muito no futuro, mas eu tinha que garantir a educação do nosso herdeiro, porém eu não pensei na possibilidade de ter três filhos, ai meu Deus! Eu não pensei nessa possibilidade e agora só um deles terá um futuro, os outros dois serão ap – Raven cortou as palavras da esposa e a beijou, a advogada suspirou entre o beijo e levou suas mãos ao rosto da outra.

- Eu já disse o quão sortuda sou por ter você? – questionou Raven em um sussurro, Octavia negou com a cabeça ainda sentindo o frio na barriga com o simples beijo – Nossos filhos ficarão bem, os três terão a mesma oportunidade, isso pode ter certeza – garantiu deixando os ombros da esposa mais leve – Me deixa avaliar com calma nossas economias e então tomaremos uma decisão, certo? – Octavia concordou.

- Lexa ficará tão feliz quando souber que vamos ser vizinhas – confessou com um largo sorriso e Raven se perguntou por um momento se era sarcasmo ou Octavia realmente achava isso.

- Claro, não vou me surpreender se ela der uma festa só por isso – retrucou mostrando sarcasmo, porém Octavia entendeu como algo que realmente pudesse acontecer. Raven gargalhou e beijou a testa da inocente esposa.

...

Aden olhava para a mulher, estava paciente, ele observava o modo como Anya estava cuidando de Becca, em como a sua tia enxugou as lágrimas da outra, em como sussurrou que estava tudo bem, e como fez questão dela tomar um copo cheio d'água. Aden observou Anya levantar do sofá e se afastar um pouco, ficando em pé, Becca pareceu se recompor, ela olhou para o garoto.

- Eu sou um péssimo ser humano – admitiu, Aden buscou pelo o olhar de Anya, mas a mulher tinha toda sua atenção em Becca. Aden voltou a olhar para a "mãe" – Eu sempre fui uma pessoa sozinha, eu aprendi a se importar unicamente comigo e mais ninguém, eu sou egoísta e não é algo no qual eu me envergonho. Isso não é tentativa de mostrar o meu lado humano ao admitir essas coisas, pelo o contrário, é para você entender o quão desnecessária eu sou para sua vida.

- Becca, não exagera – pediu Anya, porém Becca ignorou.

- Eu não poderia ficar com você Aden, eu não poderia ficar com você – o tom de voz foi amolecendo, e Aden sentiu uma enorme vontade de abraçar a pobre mulher – Que espécie de mãe eu seria para você? A única coisa boa no qual eu fiz e não foi em beneficio a mim foi entregar você ao orfanato, porque eu sabia que alguém iria amá-lo, e cuidá-lo de uma forma que eu jamais seria capaz de fazer, eu não merecia você, eu não era o bastante para você – Becca tentava ao máximo segurar suas lágrimas, ela se odiava por eles a verem dessa forma – A verdade é que eu não sei como amar e eu não poderia arriscar com você, e me perdoe dizer isso, mas eu não voltaria atrás se pudesse porque não é preciso muito para saber o quanto Lexa e Clarke amam você.

- Então é isso? Você me abandonou por que não me amava?

- Eu o deixei no orfanato porque eu sabia que você teria uma vida melhor, não financeiramente, mas teria uma família e foi exatamente isso que aconteceu – Aden ficou calado, ele queria sentir raiva, mas isso era de longe o que estava sentindo – Quando eu vi essa sua marca – disse tocando no braço do filho – Céus! Foi como se eu tivesse voltado ao passado, porque mesmo sem saber que você era meu filho, isso me levou de volta, eu me lembro de ter você em meus braços e tocar na pequena marca – ao voltar a tocar naquela significativa marca no braço de Aden ela voltou a chorar – Meu filho...

- E se você estivesse errada? E se eu acabasse em uma família que fosse abusiva? – questionou e Becca negou de imediato.

- Você não seria adotado sem minha permissão, eu voltava frequentemente ao orfanato, me falavam sobre você e quando tinha alguma família interessada eu fazia questão de saber se eles seriam bons o bastante para você. Foi então que apareceu esse casal e a administração do orfanato não me revelou de quem se tratava, mas me assegurou que você já amava essa nova família, eu nunca imaginei que você estaria tão próximo de mim... – Becca engoliu o nó na garganta e voltou a falar: - Eu sinto muito Aden, se veio aqui em busca de uma história bonita eu sinto muito, eu abri mão de você e não posso me arrepender porque eu sei que você não estaria tão bem comigo quanto está agora com suas mães – Becca enxugou as lágrimas que caíram sem sua permissão, foi então que recebeu um lenço de Anya.

- Eu sempre me perguntei o motivo de ter parado no orfanato, me perguntei se fui um erro para minha mãe, e até então eu nunca fui capaz de me convencer do contrário até ouvir a sua verdade – Aden estranhamente estava se sentindo mais leve, ele esperava algo pior daquela conversa, ele esperava sentir dor e raiva por conta de Becca, mas seu coração pulsava compaixão – Você me deixou não por que não me amava, você me deixou porque você não amava a si mesma, e se não é capaz de amar a si não é capaz de amar ao outro – Becca sentiu a dor naquelas palavras – Eu também não mudaria nada, eu amo minhas mães, minhas irmãs, minha família mais do que qualquer coisa no mundo e eu jamais poderia pedir algo diferente na minha vida.

- Você está completamente certo – admitiu Becca não conseguindo olhar para o garoto.

- Eu não sinto raiva de você Becca, eu nunca senti raiva da mulher que me deixou, eu só odiava não saber o que realmente aconteceu comigo – Aden levou sua mão ao braço de Becca, ela olhou para o filho e ele lhe deu um tímido sorriso – Agora eu finalmente posso tirar esse peso do peito, eu achei que ficaria mal depois dessa conversa, mas tudo o que eu consigo pensar é no quão sortudo eu sou por ser um Griffin Woods.

- Eu jamais poderia ser uma mãe como as que você tem – afirmou sabendo o quanto Clarke e Lexa amavam cada um dos seus filhos – E eu não espero que você me perdoe.

- Tarde demais, porque eu perdoo você Becca – respondeu sorrindo. Anya realmente não esperava que a conversa saísse tão bem assim – Minha terapeuta me aconselhou a sempre ouvir meu coração, porque por mais que tivesse consequências seria o que eu realmente queria fazer, e nesse momento é isso que ele me diz, eu te perdoo, agora eu posso finalmente largar essa insegurança que eu tinha – Becca sentiu uma enorme vontade de chorar com as palavras do garoto, Anya ficou tentada ao abraçar a mulher, porém se conteve – Eu acho que é melhor eu ir, mamãe já deve está chamando a polícia novamente – ao mencionar a mãe, Becca sentiu um leve aperto em seu peito, talvez ela queria ouvir aquela palavras direcionada a ela.

- Eu te levo, falei para Lexa que encontrei com você – respondeu Anya se aproximando de Aden, porém ele negou.

- Eu pego um táxi tia Anya, acho que é melhor você ficar – explicou olhando para Becca que não parecia nada bem. Aden levantou e Becca fez o mesmo não sabendo se receberia um abraço – Obrigado por ser honesta e não inventar alguma mentira para me fazer sentir bem – Becca não podia acreditar que o garoto estava se agradecendo por algo, ela quem deveria está aos pés dele agradecendo pelo o perdão – Sabe, já faz onze anos e como pode ver eu estou feliz. Por mais que você diga que é uma péssima pessoa eu não concordo, se você abriu de mim realmente com a intenção de que eu tivesse o amor que você não poderia me dar, então isso não te faz totalmente egoísta. Todos nós merecemos uma segunda chance, às vezes para nós mesmo.

- Céus! Queria eu ter uma família como a sua – comentou Becca ao ver no garoto incrível que Lexa e Clarke educaram.

- Eu nunca poderei amar você como mãe, ou chamar você assim – por mais delicado que aquelas palavras saíram, elas feriram Becca – Mas se você estiver disposta talvez eu possa ter você como amiga? Não do tipo melhor amiga, mas você sabe...

- Contanto que suas mães estejam bem sobre isso, eu adoraria conhecer mais sobre você – Becca parecia nervosa e Anya sorriu quando a atenção não estava em si – Bom, acho que até mais? – Becca estendeu sua mão a Aden e ele a pegou.

- É, até mais – disse soltando a mão da mulher, Anya colocou suas mãos no ombro do sobrinho e olhou para Becca, ela sabia que diferente de Aden, Becca não estava bem – Só mais uma coisa – pediu antes de poder sair – Você algum dia já se imaginou em como seria sua vida se eu tivesse permanecido nela?

- Eu sinto muito... – respondeu e Aden concordou, mostrando que estava tudo bem.

Anya direcionou o garoto a saída e caminhou com o sobrinho ao seu lado, deixando Becca sozinha no apartamento.

- Sim, eu imaginei, incontáveis vezes eu imaginei você na minha vida garoto... Mas eu nunca poderia ser o que você precisava – disse para si, a mulher sentiu novamente o peso em seu peito e sentou-se ali, voltando a chorar pelo o que nunca teve.

Anya voltou ao apartamento e fechou a porta, ela observou o choro audível e doloroso de Becca e se aproximou, sentou ao lado da mulher e beijou sua têmpora, alcançando as mãos da outra e entrelaçando seus dedos.

- Foi por isso não, foi? O motivo pelo o qual você acabou com o que tínhamos? – Anya não obteve nenhuma resposta e o choro de Becca voltou a se intensificar – Está tudo bem, chorar não te faz fraca Becca... Eu estou aqui, e dessa vez eu prometo não ir embora.

...

- Não Emily! Não importa onde eu estou – disse Anya girando os olhos ao falar ao telefone com sua assistente. A mulher esperava ansiosamente o elevador lhe deixar no andar desejado – Deixa de ser curiosa, eu estou resolvendo algo pessoal, eu só volto no começo da semana. Segura as pontas aí, qualquer coisa liga para Echo – Anya desligou a ligação e colocou o celular em seu bolso.

A artista tinha um sorriso bobo, por mais que ela tentasse esconder ela não conseguia e se odiava por isso. O elevador a deixou exatamente na sala da cobertura, Anya sorriu ainda mais ao ver a silhueta de Becca próxima à varanda.

- Por que toda vez que nos encontramos tem que ser em uma cidade diferente da nossa? – perguntou se aproximando, Becca virou-se e Anya engoliu a seco quando viu que Becca usava apenas um robe de seda e ao vê-la de frente percebeu que ele estava totalmente aberto.

- Está atrasada – comentou se aproximando e indo de encontro a Anya.

- É, eu estava pensando sobre algumas coisas e isso me atrasou – disse tendo dificuldade de se concentrar ao ver Becca exposta daquela forma – Eu preciso falar com você antes de

Becca parou diante de Anya e lhe enviou um sorriso malicioso, ela sabia o quanto estava tendo efeito em Anya. A mulher levou uma mão ao pescoço de Anya e sua língua pincelou eroticamente os lábios da artista que se afastou um pouco, foi quando Anya percebeu que Becca estava diferente e resolveu se afastar, Becca fechou seu robe e esperou por Anya falar alguma coisa.

- Você está diferente, o que houve? – perguntou Anya acompanhando Becca com um olhar, a mulher foi até o mini bar e se serviu.

- Desde quando falamos sobre sentimentos? Não é para isso que serve seus outros relacionamentos? Com nós duas é apenas sexo – comentou Becca sendo mais rude do que o normal.

- Não é só sexo, nós duas sabemos disso – Anya ouviu uma gargalhada em resposta e isso a deixou confusa, tanto pela a gargalhada quanto pelo o suco no copo de Becca ao invés de alguma bebida alcoólica – Fala comigo, temos o fim de semana inteiro para experimentar várias posições novas, hoje podemos apenas conversar...

- Você pode conversar com aquele brutamonte que se diz seu namorado.

- Ele não é um namorado, não temos rótulos, agora, por favor, pode parar de ser uma completa megera e falar comigo?! – dessa vez havia irritação no tom de voz da outra.

- Eu prefiro fazer outras coisas além de falar, o máximo que eu queria que saísse da minha boca é seu nome – Becca se aproximou de Anya e demorou um pouco para voltar a falar, ela queria ter a certeza de que sua voz estaria em perfeito estado – Você quer falar? Ótimo, eu cansei de você, achei que hoje poderia ser nossa despedida, mas claramente me enganei, então se não vai haver sexo de despedida, pode ir embora – Becca parecia tão fria que até ela mesma se espantou por conseguir se expressar daquela forma com Anya.

- Não, não. Você não tem esse direito! – Anya de repente ficou nervosa, não foi assim que ela planejou aquela noite – É, nós brigamos, discutimos, agimos como rivais quando se trata de trabalho, por muito tempo nem ao menos suportávamos a presença uma da outra, mas isso mudou, eu sei e você também sabe! – Becca continuou olhando para um ponto fixo evitando os olhos de Anya.

- Ah não, não vem me dizer que está apaixonada Anya.

O sorriso de Becca fez Anya duvidar de seus próprios sentimentos, porém ela não iria omiti-los.

- Quer saber? É, eu estou apaixonada por você e eu nem ao menos sei o motivo, mas eu estou e você pode até negar, mas também está – afirmou segura do que sabia. Becca levantou e ficou diante de Anya, seu coração estava tão acelerado por ouvir aquela confissão que se perguntou se dava para ver sobre seu robe o arfar de seu peito – Você não ver Becca? Nós somos duas pessoas completamente fora dos trilhos, erradas, mas perfeitas uma para outra – Anya segurou a mão de Becca e por um momento a mulher deixou, para logo em seguida se soltar bruscamente.

- Vai embora Anya – pediu, Becca não pedia, ela sempre ordenava e Anya sempre sabia a diferença, mesmo quando os tons de voz eram parecidos. Becca virou-se, ela estava pedindo aos céus que pela a primeira vez a ajudasse e não a fizesse chorar – Eu não sinto nada por você.

- Mas que droga Beca! – Anya puxou o braço de Becca e a fez olhar para ela. Anya a beijou com tanta paixão e ternura que Becca sentiu seu coração inflar, suas pernas fraquejarem, Anya nunca havia beijado Becca daquela forma, com sentimentos. Becca quebrou o beijo mesmo não querendo largar os lábios de Anya, mesmo não querendo largar Anya.

- Quando eu perdi minha mãe, meu pai me falou algo – Becca estava de olhos fechados, repassando a cena em sua mente, aquela cena a atormentava por anos. Sua testa colada na da outra – Ele não me abraçou, ele não disse que tudo ficaria bem, ele não tentou me confortar, ele segurou meus braços, olhou nos meus olhos e me disse "Você matou sua mãe Rebecca, você foi meu maior arrependimento, você não passará de um arrependimento, de um erro para cada pessoa que entrar em sua vida" – Becca abriu os olhos e Anya podia jurar que viu lágrimas nos olhos da mulher, elas realmente estavam nos olhos de Becca.

- Eu... Eu não tinha ideia

- Por favor, eu não quero sua pena – retrucou não suportando aquele olhar que Anya estava lhe dando.

- Becca, eu si

- Céus! Por quanto tempo vou ter que aguentar você aqui? Anya, você não passa de um sexo incrível, só isso, eu não sinto absolutamente nada por você! Você realmente acha que eu me apaixonaria por você? Por favor, se fosse para ter um relacionamento eu conseguiria alguém bem melhor do que você – a gargalhada de Becca machucou ainda mais Anya. Becca se aproximou e deu um rápido beijo nos lábios de Anya, ela viu uma lágrima solitária escorrer do olho da artista e não sabia se era de magoa ou ódio.

Anya tirou a mão de Becca que estava em seu rosto, ela voltou a ficar bem próxima da mulher.

- Seu pai estava certo, você não passa de um arrependimento. Isso deve está lhe dando muito prazer não é? Ver que me quebrou dessa forma, ver eu me expor dessa forma só para poder me chutar – Becca prendeu sua língua para não pedir desculpas – Você não passa de uma egoísta, que por mais que faça tudo para o próprio beneficio continua sendo infeliz, com uma vida miserável.

- É, eu sou exatamente assim – respondeu dando de ombros.

Anya negou não acreditando na frieza da outra.

- Espero nunca mais ver você – Anya saiu sem olhar para trás, entrou no elevador e se recusou a olhar para Becca ainda ao apartamento.

Quando as portas se fecharam Becca gritou, toda sua dor, frustração ela gritou, extravasando seus sentimentos, tudo o que viu pela a frente atirou contra o chão, contra as paredes, contra outros móveis, até que ela se deixou sentar e nem ao menos se incomodou quando um caco de vidro do jarro furou a palma de sua mão. A mulher chorou trazendo seus joelhos para próximo de si, ela nem ao menos viu quando alguém entrou no apartamento, ao sentir o toque nos ombros ela se assustou.

- Está tudo bem? – perguntou a assistente de Becca, a mulher não respondeu porque era óbvio.

- Ligue para Emori, diga que ela estará no comando da galeria por tempo indeterminado.

- O que? Por quê?

- Se gosta do seu trabalho sugiro que faça o que eu ordenei sem questionamentos, eu vou está ausente por um tempo, diga a ela que passarei um e-mail formalizando minha ausência – Becca levantou e enxugou as lágrimas – Agora vá! – a jovem concordou e saiu do local.

Depois de uma visita de rotina ao médico, Becca descobriu que estava grávida, ela não sabia quem era o pai, isso era o que menos preocupava a mulher. Ela não poderia ficar com a criança, porém não queria abortar, Becca sabia que não seria uma boa mãe, e seu pior pesadelo era ser para uma criança o que seu pai um dia foi para ela, então ela estava decidida a sumir, ter a criança e levá-la ao orfanato, Becca iria garantir que a criança tivesse uma família que a amasse, como Becca nunca poderia. A bela mulher voltou a chorar, dessa vez por Anya, porque pela a primeira vez ela sentia-se bem com alguém, e estava decidida a ficar com ela, porém sua consciência era um lembrete de que só iria arruinar a vida da mulher, então resolveu que era o melhor assim. Becca levou uma mão à barriga e fechou os olhos, mas isso não impediu suas lágrimas de descerem.

- Eu sinto muito criança, mas você precisa de alguém melhor do que eu – disse deixando suas lágrimas voltarem, ela só se sentira daquela forma quando sua mãe morreu, e odiava cada sensação daquele momento.

...

No outro dia Anya voltou ao mesmo prédio, e ao ver a assistente de Becca ela a parou.

- Ei, onde está sua chefe? Preciso falar com ela, mas ela não me atende – depois de passar a noite pensando, Anya percebeu que havia sido rude, assim como Becca, porém elas poderiam ter uma conversa e talvez tudo pudesse ser diferente.

- Ela foi embora.

- Já voltou para Los Angeles? – perguntou já preparada para pegar o próximo voo, porém a assistente da mulher negou – Para onde então?

- Não sei, na verdade ninguém sabe, ela passou o comando da galeria para outra pessoa e por um tempo indeterminado. Não disse para onde iria, ou quando voltava, se voltava... Ela simplesmente desapareceu – explicou. Seu celular alertou uma nova chamada e ela já estava ficando louca em dar a mesma explicação para todos – Eu tenho que ir – a jovem estava para sair, quando voltou para Anya – Eu sei que não serve de nada ao julgar pelo o estado que ela estava, mas... Com você era diferente, ela nunca me falou isso, mas eu notava o quanto ela mudava quando estava com você – Anya não demostrou a dor que estava sentindo - Até mais.

Anya observou a jovem entrar no táxi e não pôde acreditar no que ouvira, Becca havia desaparecido e provavelmente não voltaria tão cedo.

...

Aden saiu do táxi e sorriu, ele realmente se sentia mais leve, havia falado com Becca e de todas as possibilidades ruins que pensou, nenhum foi real, era como se saber sobre sua história independente de como foi, tivesse o deixado satisfeito. A sensação de que foi deixado no orfanato por não ser bom o bastante havia sumido, o ódio que ele esperou ter não havia prevalecido, ele realmente queria conhecer mais sobre Becca, porém não para recuperar o tempo perdido, mas sim como uma provável nova amizade. Ele mal podia esperar para contar Sansa sobre o acontecido, o garoto colocou sua chave reserva na porta e a abriu.

- MÃES! – gritou virando de costas. Lexa estava para tirar a blusa de Clarke quando o garoto entrou – EU NÃO VI NADA! EU JURO! – respondeu completamente envergonhado – Pelo visto vou passar ainda mais tempo com Dra. Stark.

Lexa já estava ficando frustrada, ela suspirou e respirou fundo tentando acalmar seus hormônios.

- Tudo bem filho, pode virar agora – pediu Clarke, quando Aden virou-se as mulheres não deixaram de gargalhar ao verem o quão vermelho ele estava.

- Espera, onde Anya está? – Lexa levantou do sofá, estava começando a imaginar seu pobre filho andando sozinho pelas ruas de NY sem Anya ao seu lado.

- Ela ficou no apartamento de Becca, eu vim de táxi, não se preocupe – pediu fechando a porta e se aproximando das mulheres. Clarke procurou pelo olhar da esposa sabendo que algo estranho estava acontecendo.

- Então... Algo que queira nos contar? – perguntou Clarke querendo saber sobre o encontro, Lexa jogou uma almofada no rosto da esposa, cortando qualquer próxima palavra. Aden havia pedido para Lexa não comentar com Clarke e ela não queria que o filho soubesse que o segredo acabou escapando.

- Na verdade sim – Aden levou Lexa para sentar ao lado de Clarke novamente, ele ficou diante das duas e Clarke sentiu calafrios.

- Oh não – Clarke dramaticamente levou uma mão ao peito não gostando daquela atitude do filho.

- Eu quero ser sincero com vocês – Aden sentou-se entre as mães e segurou a mão delas – Eu sempre me senti inseguro, não fisicamente, mas emocionalmente, eu tinha gravado na cabeça essa ideia de que fui abandonado porque eu não era bom o bastante, por isso que me esforço tanto para ser o melhor em tudo o que faço, porque eu quero que vocês me vejam, que pensem que eu sou bom o bastante e que eu mereço essa família – Clarke e Lexa trocaram olhares, não lembravam de ver Aden tão sincero assim em relação a sentimentos – Mas eu entendi que não é questão de merecer, não é um teste, não é uma premiação, eu estou aqui porque vocês me amaram primeiro e me fizeram perceber que não há nada mais importante do que o amor e todas suas formas – Lexa olhou para Clarke e percebeu os olhos azuis marejados. Aden olhou para Lexa e depois para Clarke, voltando sua atenção para suas mãos juntas – Eu poderia ter parado em outros lares, eu poderia ter ficado com a mulher que me pôs no mundo, mas por algum motivo eu esperei por vocês e eu não mudaria nada em minha vida. Então obrigado, não por me escolher entre aquelas crianças, mas por me amar quando eu mais precisava.

Lexa abraçou o filho e não o largou, Clarke emocionada enxugou suas lágrimas pelas palavras do filho, porém mais ainda pelo o fato de Aden conseguir se abrir daquela forma com elas, ser sincero com seus sentimentos. Clarke beijou os cabelos do filho no abraço de Lexa, foi quando a atriz o soltou, ela não sabia o que falar, ela só queria que seu filho pudesse sentir o seu tamanho amor por ele.

- Na verdade foi você quem nos ensinou a amar Aden – disse Clarke conseguindo sua voz de volta – Você nos mostrou uma nova forma de amar, você foi o começo dessa família - Clarke beijou a testa do filho e Lexa sorriu, morrendo de amores por aquela cena.

...

Anya abriu os olhos e se assustou, virou-se e esquecendo que havia dormido no sofá acabou caindo no chão. Ela levantou de imediato e de repente uma mão lhe entregou uma xícara, a artista aceitou e voltou a sentar.

- Como está?

- Ele está feliz, certo? Aden é feliz com Clarke e Lexa, não é? – perguntou evitando o questionamento de Anya.

- Sinceramente? Nunca vi uma família tão feliz quanto os Griffin Woods, claro, algumas vezes há umas briguinhas, mas nada de sério. Aden é feliz, ele ama a família desde o momento em que entrou na vida delas – Anya viu um sorriso sincero no rosto de Becca, como se estivesse aliviada ao saber disso – Ele realmente quis dizer aquilo, que perdoa você, que não tem raiva de você... Ele é um garoto incrível.

- Nas minhas piores noites eu pensava em varias possibilidades, se ele estava feliz, como era essa família, se precisava de algo... Saber que Clarke e Lexa são suas mães me deixa aliviada – Becca tomou um gole de seu café, ainda incerta dos novos sentimentos que despertaram em si – Obrigada por ter ficado, você não precisava.

- Eu disse que dessa vez não iria embora – Anya deixou seu café de lado, tinha algo melhor para ter sua atenção voltada – Por me deixou naquele dia? Foi porque estava grávida e não queria que ninguém soubesse?

- Porque sexo não quebra corações, porém sentimentos sim, nós duas sabemos como eu sou Anya, quando eu soube que você se sentia assim eu tive que afastar você de mim, eu odiaria arruinar sua vida, então eu preferi magoar você no inicio a destruir você no final, por mais que eu sentisse o mesmo... Então a gravidez foi a desculpa perfeita para eu sumir por um ano e encher você de ódio por mim para poder entender que merece alguém melhor – Anya não conseguia acreditar que depois de tanto tempo aquela era sua verdade.

- E por que agora? Por que continua se insinuando para mim? Tentando se aproximar?

- Porque eu prefiro ter você por perto me xingando, a ter você longe de mim. Eu continuo egoísta Anya, mas eu já entendi que não posso continuar com isso, não é justo com você, então depois dessa exposição eu prometo que manterei minha distância.

- Eu disse que nunca voltaria a deixar você se aproximar de mim novamente para me quebrar – Anya olhava para Becca, ela gostava da sinceridade que os olhos da mulher estavam transmitindo – Me diz que não vai voltar a fazer isso, então podemos recomeçar – Becca ficou calada e Anya entendeu sua resposta. A artista levantou do sofá já não se sentindo tão confortável assim – Eu nunca falei isso, mas me perdoa? Quando eu disse que seu pai estava certo sobre você ser um arrependimento, eu nunca quis dizer aquilo, foi apenas fúria.

- Está no passado – disse dando de ombros. Anya apenas concordou com um balançar de cabeça e caminhou para fora do apartamento, Becca a acompanhou até a saída – Me perdoa? – pediu, a ultima confissão fez Anya voltar sua atenção para a mulher – Por todas as coisas que eu fiz e feriram você.

- Está no passado – repetiu a frase de Becca.

Becca observou Anya caminhar pelo o corredor, entrar no elevador, elas trocaram um ultimo olhar, era a primeira vez em anos em que o encontro entre elas não envolveu xingamentos e implicâncias, era a primeira vez em anos que haviam sido sinceras uma com a outra.

- Quando vai contar a ela?

- Céus Hanna! – Becca levou uma mão ao peito, não sabia que sua assistente já havia voltado.

- Não acha que ela precisa saber?

- Não acha que você tem que parar de se meter na minha vida? – retrucou voltando a sua pose rude, Hanna não se incomodou, estava acostumada – Anya não precisa saber sobre minha vida, quando eu já não estiver mais aqui ela vai saber de alguma forma. Agora volte a trabalhar – ordenou ignorando a assistente.

...

Lexa estava falando ao celular, ela deu sua ultima ordem a Andy e viu Anya entrar em casa, a atriz se despediu na ligação e pôs o celular no sofá.

- Ei, então? – Lexa levantou e em seu rosto tinha um sorriso malicioso ao imaginar que Anya teve uma boa noite – Aden me contou que você foi para Becca, e para chegar a essa hora da manhã foi uma ótima noite, não é?

Anya foi até Lexa e a abraçou, a atriz não entendeu o motivo e se calou quando ouviu o choro de Anya em seus braços, a atriz não sabia o que fazer diante da situação, Anya não era de demostrar suas emoções daquela forma, então Lexa apenas a segurou em seus braços.

- Ei, eu estou aqui, eu estou aqui – sussurrou ainda com Anya em seus braços.

Escondidas um pouco distante das duas mulheres, estavam Lyz e Taylor observando a cena de longe.

- Sabe o que isso significa Lyz? – sussurrou Taylor para a irmã que continuava sua atenção em sua tia e mãe.

- Que tia Any está triste.

- Sério? Eu achei que ela estava feliz – comentou girando os olhos, porém Elyza não percebeu.

- Ela não sorrindo, Tay, deixa de ser boba, ela chorando – explicou também girando os olhos ao perceber bobagem que a irmã falou – Depois eu sou a boba – disse apenas para si.

- Vamos ajudar tia Any – encorajou Taylor e Elyza sorriu, ela adorava ajudava os outros.

Clarke havia escutado toda a trama de suas filhas, porém ao invés de intervir apenas sorriu e continuou seu caminho para o atelier, deixando as gêmeas planejarem algo.


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