Segunda chance

By peppergirlescritora

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Oi meninas, meu nome é Sarah sou advogada e adoro meu trabalho. Acho que como vocês eu sempre procurei o prí... More

Capitulo|Um
Capítulo|Dois
Capítulo|Três
Capítulo|Quatro
Capítulo|Cinco
Capítulo|Seis
Capítulo|Sete
Capitulo|Oito
Capítulo|Nove
Capítulo|Dez
Capítulo|Onze
Capítulo|Doze
Capítulo|Treze
Capítulo|Quatorze
Capítulo|Quinze
Capítulo|Dezesseis
Capítulo|Dezessete
Capítulo|Dezoito
Capítulo|Dezenove
Capítulo|Vinte
Capitulo|Vinte e Um
Capítulo|Vinte e Três
Capítulo|Vinte e Quatro
Capitulo|Vinte e Cinco
Capítulo|Vinte e Seis

Capítulo|Vinte e Dois

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By peppergirlescritora


Eu não quero mais ouvir musicas tristes
Eu só quero ouvir músicas românticas
Eu achei meu coração nesse lugar essa noite
Não quero mais cantar músicas loucas
Só quero cantar sua música
Pois, a sua música me faz sentir que estou apaixonada.
Your song, Rita Ora

Corro para o chuveiro. Hoje nós íamos fazer a escolha do júri, e isso era muitíssimo importante, eu precisava somente de um que realmente acreditasse em sua inocência para ganhar. Eu não ia deixar aquela mulher apodrecer na cadeia por causa do marido abusivo, eu ia fazer de tudo para que ela voltasse para seus filhos e tentasse levar a vida dentro do possível.

Lavo meus cabelos e o cheiro do shampoo me deixa nauseada, afff que saco todo cheiro de perfume agora me incomoda, o nervosismo está me matando. Saio do chuveiro e seco meu cabelo, escovo os dentes e faço minha maquiagem.

Quando volto ao quarto Leo ainda está na cama, está coberto pelo lençol e seu abdominal está a mostra, perco uma respiração e quando o olho ele está com aquele ar perigoso de quem quer mais do que acabamos de fazer. Meu estômago se repuxa e minhas partes de menina ganham vida novamente, mas já estou em cima da hora então visto minha roupa correndo e saio jogando um beijo de longe.

Ouço sua voz rouca reclamar meio divertido.

- Você não tem coração bruxinha, venha até aqui se despedir direito.

Eu paro na porta e o olho quase me enfiando na cama com ele, mas hoje o dia ia ser corrido e eu não queria já o começar atrasada, mesmo que fosse por um bom motivo.

-Eu não posso me atrasar, então continuo dando uma piscadinha, - a noite nós conversamos outra vez.

Ele dá um sorriso preguiçoso e responde.

- Boa sorte hoje, tenho certeza que vai dar tudo certo. Rebeca tem sorte por você ser sua advogada.

Meu coração se aquece ao ouvir aquelas palavras e então me despeço antes que a vontade de ir até ele fique ainda maior. Desço até a garagem e pego meu carro, não vou comer nada, não quero correr o risco de passar mal, tomo um café preto quando chegar ao tribunal. O trânsito está uma merda como sempre mas chego bem adiantada como eu gosto. Carl já está me esperando e nos encaminhamos a sala, ele está bem tranquilo e eu adoro porque acaba me tranquilizando também, ele nunca parece nervoso no tribunal.

Olho para o promotor e ele está me encarando. Nós já nos enfrentamos algumas vezes e eu sempre venci, por isso ele não gosta muito de mim. Bom, pior pra ele que eu fosse foda pra caramba.

- Sarah, como está hoje? Confiante? Ele pergunta.

Ele sempre faz isso, esse joguinho de intimidação, só que comigo não funciona.

- Bruce como vai? Respondo com um sorriso, então continuo. - Confiança é minha marca registrada e pensei que já soubesse disso.

A há, ele faz cara de quem comeu e não gostou e vai para sua mesa.

Nos levantamos quando o juiz entra e começamos a escolha do júri. Nos alternamos nas perguntas para as pessoas selecionadas, precisamos fazer isso pra ver se elas se encaixavam e recusávamos quando não o faziam.

No final da manhã nós já tínhamos esgotado nosso número de recusas, mas eu estava satisfeita com a composição final.

O juiz então marca a próxima audiência para amanhã às nove horas. Eu e Carl voltamos ao escritório para trabalhar mais um pouco. Minha abertura já estava pronta e eu acreditava que a promotoria gastaria uns dois dias para fazer a acusação. A partir dai era nossa vez de contra atacar com todas as forças e a parte mais importante seria o testemunho de Rebecca. Bruce com toda certeza pegaria pesado, mas ela iria contar a verdade e o júri veria em seus olhos os horrores que ela sofreu nas mãos daquele homem.

No final da tarde volto pra casa e Leo não está lá, eu me sinto tão cansada que deito na cama de roupa e tudo e adormeço quase que instantaneamente. Acordo horas depois sentindo um gosto amargo na boca, eu quase não tinha comido nada naquele dia e agora meu estômago estava roncando.

Sinto um cheiro divino vindo da cozinha e me encaminho pra lá. Leo está fazendo uma massa e parece estar muito bom, ouço um barulho alto vindo da minha barriga.

Ele me vê e se aproxima me dando um beijo.

- Você estava apagada baby, não quis te acordar, mas imaginei que estaria com fome.

Eu o olho e me pego pensando que eu nunca imaginei que isso aconteceria e por mais que ele dissesse que estava apaixonado, eu ainda estava esperando que o prazo de validade do nosso relacionamento acabasse. Mas então balanço a cabeça afastando aqueles pensamentos e lhe dou um sorriso.

- Oi gostoso, senti sua falta hoje. Digo enquanto lhe abraço por trás, ele então se vira e me beija enquanto termina o que está fazendo. Me sento na bancada e fico olhando enquanto ele me serve um prato que além de cheiroso parece estar muito apetitoso. Começo a comer e logo o prato está totalmente vazio.

- Estava com fome bruxinha? Ele pergunta sorrindo.

- Não comi nada hoje e só percebi isso na hora que acordei e meu estômago reclamou. Respondo.

-Você não pode ficar o dia todo sem comer, não é saudável.

Eu o olho e passo a mão pelo seu rosto.

-Okey mamãe, prometo que vou me alimentar direito.

Ela dá uma risada e retira os pratos da bancada, os colocando na lava louças. Então vamos para o quarto onde ele enche a banheira e nós entramos, ele começa a me acariciar e logo estamos tendo um bom tempo na água o que nos faz ter um orgas*mo fantástico, que me faz ver estrelas e Leo rugir rouco ao meu ouvido.

Quando já estamos deitados ele olha para a minha camisola e diz.

- Seus seios parecem maiores bruxinha, não que eu esteja reclamando.

Devo estar perto do meu período menstrual então devem estar inchados e também estão muito sensíveis.

- Eu sei que você é um homem de peitos, digo brincando.

- Todo homem é de peitos baby. Ele responde se aconchegando para que possamos dormir.

Eu estava exausta e depois da banheira adormeço quase que instantaneamente. Quando acordo, tomo uma ducha rápida e me visto enquanto Leo ainda dorme, não o acordo e saio rapidamente indo em direção ao fórum.

Como eu previ a promotoria gastou dois dias para construir seu caso. Ben está mais teatral do que nunca acusando Rebecca de matar o marido para ficar com o seguro de vida.

Eu faço inúmeras anotações mas não tem nada na fala da acusação que eu já não estivesse esperando. O que ele não sabe é que eu tinha uma testemunha que iria desconstruir tudo que ele tentava afirmar.

No dia da abertura da defesa eu visto minha roupa de tribunal como diz Sue. Quando estou sob os holofotes eu visto meus terninhos risca de giz e assim me sinto poderosa e pronta para o que der e vier. Tudo está saindo conforme eu já tinha planejado, eu chamo para depor para a defesa Brenda, enfermeira do hospital onde Rebecca tinha ido várias vezes após as surras que o marido lhe dava.

- Brenda, por favor nos diga seu nome completo, ocupação e onde trabalha, para que conste nos autos do processo.

Ela responde a tudo que eu pergunto e descreve o inferno que Rebecca vivia, às vezes em que chegava toda machucada ao hospital, sempre com uma desculpa esfarrapada e nunca admitindo que o marido lhe batia. A enfermeira tinha os olhos cheios de lágrimas e disse que tinha tentado várias vezes chamar a assistente social, mas Rebecca lhe implorava para não fazer porque morria de medo do marido e ele tinha ameaçado várias vezes machucar os filhos se ela fizesse alguma coisa.

Eu tinha achado o testemunho muito verdadeiro e vi na cara dos jurados que eles tinham acreditado também.

Vários especialistas em abuso e em estresse pós traumático também depuseram, descrevendo com detalhes pesquisas feitas com mulheres que passaram pela mesma situação que a minha cliente e os efeitos a longo prazo da exposição a esse tipo de situação e o que podia ter ocasionado o gatilho final.

Agora vinha o testemunho mais difícil pra mim, Lisbeth a filha mais velha de Rebeca ia depor. Ela tinha doze anos e sua mãe não queria que isso acontecesse de forma alguma, mas eu precisava de alguém que estivesse dentro daquela casa para contar aos jurados o que acontecia lá. Os psicólogos tinham me garantido que seria catártico para a garota, ela teria a chance de colocar pra fora o que tinha visto e assim ajudar sua mãe. Eu teria que ter muito cuidado pois se tratava de uma criança.

Ela foi muito firme em seu depoimento, dava pra ver em seus olhos que ela passou por coisas demais em sua breve vida, coisas que crianças não deviam passar. Ainda bem que aquele desgraçado não batia nos filhos, só os usava como armas para torturar ainda mais a mãe deles.

Quando chega a hora do depoimento de Rebeca ela está nervosa, ela já sofreu tanto que hoje é uma casca, sua única preocupação são os filhos e quem cuidará deles caso ela passe o resto da vida na cadeia. Ela descreve tudo que passou e posso sentir o despero ainda existente em sua voz. Ler as coisas que ela escreveu, discorrendo sobre os abusos é uma coisa. Ouvir tudo da sua própria boca é desconcertante, mas eu preciso que ela fale sobre tudo, sobre os abusos físicos e emocionais e a gota dágua que a levou a cometer o assassinato.

A promotoria faz suas considerações finais e eu também. Os jurados então vão se reunir para chegar a um veredito. Essa é a pior parte para um advogado, nós não sabemos quanto tempo vai demorar e a espera é angustiante.

No outro dia eu recebo a bendita ligação me dizendo que os jurados já chegaram a um acordo e estão prontos para proferir o veredito.

Saio correndo para o tribunal e quando chego ao estacionamento meu estômago resolve fazer gracinha e eu ponho tudo que tinha comido pra fora. Que saco, penso comigo mesma, após o julgamento a primeira coisa que vou fazer será ir ao médico.

Chegando a Corte me encaminho a sala de audiência e espero ansiosamente para que o primeiro jurado leia o pedaço de papel que pode mudar a vida da minha cliente. O meirinho passa o papel para o juiz que o lê devolvendo então ao jurado para que ele leia em voz alta.

- Nós, jurados convocados para compor esse honorável júri, levando em consideração todas as provas apresentadas, consideramos a ré Rebecca Sanders INOCENTE da acusação de assassinato em primeiro grau, acreditando que ela agiu em legítima defesa.

A comoção é geral, eu fiquei muito feliz pelo resultado e me viro para abraçá la, ela está em estado de choque, como se não estivesse acreditando que aquele pesadelo acabou. Seus pais estão chorando e eu falo em seu ouvido.

- Você agora vai ser livre para cuidar de seus filhos e ter uma boa vida Rebecca, você pode fazer tudo o que quiser. Seja feliz, muito feliz.

Ela olha com os olhos cheios de lágrimas e me diz.

- Obrigada Sarah, obrigada por acreditar em mim e me devolver aos meus filhos.

- Acabou Rebecca você está livre. Agora vá e ache seus filhos que devem estar te esperando lá fora.

Quase todos já sairam da corte e estou recolhendo minhas coisas da mesa quando Bruce vem me cumprimentar.

- Você já pensou em vir para o lado de cá Sarah? Eu poderia utilizar essa sua inteligência na promotoria.

Eu olho e respondo.

- Obrigada Bruce, mas estou feliz onde estou, até a próxima.

Ele ri e diz.

- Eu espero que não Sarah, preciso me recuperar depois desta. Mas você sabe que eu vou apelar não sabe?

- Vamos ver se vai conseguir apelar Bruce e se conseguir, vai perder outra vez.

Eu não ia me preocupar com isso agora. Saio do tribunal e ligo para Mary, ela atende imediatamente.

- Parabéns chefinha, todos aqui estão muito felizes com o resultado do julgamento. Carl está em êxtase e disse que tinha certeza que você ganharia. O que posso fazer para ajudá la?

- Preciso ir ao médico hoje, não aguento mais essa indisposição estomacal.

- Já passou da hora né Sarah? Vou ligar para o seu médico e te ligo de volta.

- Tudo bem, vou dar uma passadinha na Sue enquanto isso.

Antes que eu pudesse chegar até a galeria meu telefone vibra e vejo um recado de Mary me dizendo que surgiu uma vaga e ele pode me atender agora. Mudo de direção e me encaminho então até o médico.

Conheço o doutor Garreth desde que me mudei pra cá, chego em seu consultório e espero um pouco. Logo sua secretária me encaminha para sua sala.

- Bom dia Sarah, tem muito tempo que não te vejo.

Eu gostava dele, ele tinha aquele aspecto de médico de interior, gordinho e bonachão.

- Doutor Garreth é que eu não gosto de médicos sabe, só venho quando sou obrigada.

Ele ri da minha brincadeira e pergunta.

- Então garota, o que posso fazer por você hoje?

Eu conto a ele o que está me acontecendo, minhas indisposições estomacais e intolerância à cheiros. Ele me olha com a sobrancelha levantada e pergunta sem pestanejar.

- Sarah existe a possibilidade que esteja grávida?

De repente um sino ressoa na minha cabeça, está louco? Eu tomo contraceptivos e nunca me esqueço da minha dose diária, até tenho um alerta no meu celular para me lembrar.

- Eu tomo contraceptivos, não existe essa possibilidade.

Ele respira fundo e responde.

- Sarah você é uma pessoa inteligente, sabe que não existe método cem por cento seguro.

Minha mente entrou em parafuso, grávida?? O que eu ia fazer?

- Vou pedir a enfermeira para coletar sangue e mandar ao laboratório. Assim que tiver o resultado eu te ligo informando.

Eu faço o procedimento e saio dali quase em estado de choque. O que eu ia fazer agora? Um bebê não fazia parte dos meus planos atuais, eu nem tinha um relacionamento de verdade, como ia fazer com um bebê?

Antes de entrar em parafuso, passo em uma farmácia e compro um teste, não ia conseguir esperar o resultado do exame. Eu olho praquele pacote e meu estômago embrulha, resolvo ir pra casa e fazer lá.

Chegando me encaminho direto ao banheiro e rasgo a embalagem do teste, estou tão nervosa que mal consigo fazer o que é preciso. Faço xixi no palito e espero, espero... e aparecem duas linhas rosa. Corro pra ver o que significa.

Uma linha não estou grávida, duas linhas estou grávida.

E agora Sarah o que você vai fazer????

*******

Amorinhas espero que gostem do capítulo

E agora Sarah, você tem um bebê a bordo!!!!!

Não se esqueçam de deixar uma estrelinha e um comentário,

Beijocas

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