Baby, Don't Go #1 (LIVRO FÍSI...

By AndresaRios

680K 56.2K 28.4K

COMPRE O LIVRO FÍSICO: https://www.editoraobarco.com/ PLÁGIO É CRIME Quando Hope Christine Johnson aco... More

LIVRO FÍSICO E DEGUSTAÇÃO
BEM-VINDO!
PREVENÇÃO AO SUICÍDIO
PREFÁCIO
ATENÇÃO
PRÓLOGO
Eu Mesma Quebro a Sua Cara
Eu Amo Essa Música!
Só Você Pode Me Fazer Mal
Matamos Um Homem Juntos
É De Se Esperar Que As Coisas Fiquem Difíceis
Você Não Pode Me Ajudar
A Cidade Está de Luto
Isso Não É Uma Competição
Dormimos Juntos Todas As Noites
Você Deveria Me Deixar Te Ajudar
Fará Muito Frio Esta Noite
Nem Todas As Dores São Iguais
Ninguém Gosta Dessa Cidade Durante o Frio
Então Eu Vou Com Vocês
Eu Te Quero Aqui Porque É Esperta
Ela Gosta de Caras Mais Velhos
NOTA DA AUTORA
FINAL ALTERNATIVO
CAMISETAS
CONTEÚDO EXTRA
E-BOOK / SKOOB
A LEITORA QUE DEDUZIU TUDO
LIVRO FÍSICO DA ANDY
SORTEIO

Eu Disse Que Não Fumo

17.7K 2.5K 1.3K
By AndresaRios

Quando Hope Christine Johnson alcançou Brooke Simons, sentiu todo o ar preso em seus pulmões escapar pelos lábios em um gesto de puro alívio. Ela estava bem; gritava porque, bêbada, girava com Barth sobre as pontas dos pés, os dois dando as mãos em uma brincadeira tola que faziam sempre que estavam bêbados demais para pensar.

Hope se aproximou e riu, cruzando os braços como uma mãe observando os filhos no parque. O demônio parou ao lado dela, ainda fumando, e também sorriu, mas aquilo não parecia bom. Ele odiava aquela felicidade boba, e talvez por isso tenha piscado e feito Brooke cair.

Os cabelos azuis de Simons praticamente desenharam uma cena em câmera lenta quando ela atingiu o cão, rindo e limpando as mãos na saia de pregas enquanto Barth sentava ao seu lado e se dobrava de gargalhar. Hope olhou o demônio vitoriosa, como se dissesse que ele precisaria de mais para acabar com a festa deles, mas a criatura havia sumido. 

— Hope, venha aqui, Barth me deixou ver a corrida! — chamou Brooke quando a viu.

Ao se aproximar dos amigos, Hope também sentou no chão e dividiu a garrafa que Barth havia tirado do bolso da jaqueta. Brooke buscou na bolsa de couro repleta de remendos um frasco de comprimidos que espremeu sobre a palma das mãos e cheirou com uma nota de um dólar.

Hope não gostou de ver aquilo. Achava que Brooke passava dos limites muito fácil, em segundos. Ela era uma catástrofe ambulante que ninguém conseguia impedir, muito mais do que Johnson. De uma maneira ou de outra, Simons explodia levando quem estivesse ao seu redor junto, enquanto a suicida se afundava sozinha.

Ou pelo menos era aquilo que Hope gostava de pensar.

— Você não pode exagerar, Brooke — alertou Barth. — Vai perder a corrida.

— Eu preciso disso para tomar coragem— respondeu a amiga. — Thomás me chamou para correr com ele!

Quando disse aquilo, Brooke levantou,cambaleando, e puxou os dois amigos junto com ela. Um mal pressentimento caiusobre Barth e Hope, mas eles ficaram sem fala quando perceberam que não podiamimpedi-la de ir. Sabiam que era impossível mandar no gênio difícil da garota decabelos azuis

— Eles vão começar! — gritou Simons, saindo correndo.

Hope e Barth a acompanharam até que ela estivesse perto da pista e, então, a deixaram ir na frente para que não perdessem bons lugares na plateia. De longe, viram o reflexo azul dos cabelos de Brooke se mover pela pista escura até que ela entrasse em um dos carros. A luz dentro dele se ascendeu e Thomás, atrás do volante, sorriu e a beijou como se a garota fosse um amuleto da sorte.

Hope não gostava nada de Thomás. Ele parecia um pedaço todo de um quebra-cabeças que nunca se encaixaria em lugar algum, mas causaria estragos tentando. Ela o conhecia há muito tempo, desde que eram crianças, mas nunca havia reparado no quanto o odiava até que Thomás começasse a sair com Brooke.

— Se não te atinge, então você não se importa — disse o demônio.

Hope pensou em rebater, mas ele tinha razão. Thomás não havia se tornado um idiota da noite pro dia. Ele provavelmente já era um há muito tempo, mas ela não ligava porque não a afetava diretamente. Agora, com Brooke o tempo todo agarrada a ele, usando drogas e apostando corridas, Hope havia descoberto que o odiava, mas ele já havia feito aquilo com outras garotas e suas ações não causaram efeito algum na suicida. Ela poderia se considerar uma hipócrita?

— Claro — o demônio respondeu. — Todos da sua raça são hipócritas. Você não seria diferente.

Ele voltou a encarar a pista, pensando que se todos ali eram hipócritas então todos ali eram pecadores. Hipocrisia podia não ser um pecado, mas deveria. Em definição geral, significava ser falso, duas caras. O que era pior do que aquilo?

Uma buzina acordou Hope para o anúncio da corrida, e ela fincou os olhos na pista.

O carro que Thomás dirigia era o mesmo que Hope via chegar à escola todos os dias, mas ao contrário do habitual, dessa vez ele tinha a capota fechada. As máquinas estavam prontas, o ronco de dois motores reverberando no ar. Uma garoa fina começava a cair sobre a plateia, gelando e animando os espectadores. Naquele momento, quando uma garota se colocou entre os veículos e levantou uma bandeira, o demônio começou a assobiar ao lado de Hope. Era a música do baile, a que os dois dançaram juntos.

Hope sentiu um frio totalmente diferente do da chuva invadir seu interior.

— Pare com isso — pediu.

Ele sorriu, começando a cantar quando os dois carros deram partida:

— We were out on a date in my daddy's car. We hadn't driven very far.  

— Pare — pediu de novo. 

O demônio continuou fumando e cantando, e Barth gritou em torcida ao seu lado. Havia algo errado, algo estranho. Algo ruim. Hope procurou Brooke pela pista, vendo-a através do vidro fechado. Ela gritava com os braços para cima e Thomás a acompanhava inclinado sobre o volante. Na plateia, tudo o que Hope escutava era o vazio sufocante da voz do demônio.

(there in the road, up straight ahead)

Estavam indo rápido, muito rápido. A pista estava úmida. O céu nublado. O demônio não se calava. Sua voz era suave, calma, afinada como no rádio. Parecia uma piada dentro de um filme de terror. A música... 

(a car was stalled, the engine was dead)

... era sobre um acidente de carro, e, de repente, Hope entendeu que Brooke estava em perigo. Ela gritou com Damon, pediu para que parasse. A criatura a ignorou, cantando, às vezes sorrindo, em muitas ocasiões quase dançando.

(the screamin' tires)

Barth agora prestava atenção em Hope. Seus gritos eram abafados pela torcida, ninguém notando que o mau pressentimento exalado pelo demônio era real e podia dizer algo. Fazia frio por causa dele, mas todos só perceberam que o mal estava por perto quando um dos carros começou a deslizar, deixando marcas de pneu no asfalto.

(the bustin' glass)

— Pare com isso! Pare com isso! Deixe-a em paz!

Mas o demônio não parou. 

— Pare!

(The painful scream that)

— Por favor, pare!

(I)

— Brooke!

(heard)

— Deixe-a em paz!

(Last)

Houve, de fato, um grito. Ele veio da pista e foi feminino, mas Hope não conseguiu ver de quem era, porque Dylan Knight a arrastou para longe da multidão. Ele a segurou pelos ombros e a fez parar de se debater e de chorar enquanto a mandava ficar quieta. Hope não queria parar. Queria voltar lá e gritar com o demônio até que ele desistisse de tentar estragar as coisas.

— Você é maluca?! Pare de me arranhar!

Então ela percebeu que havia cravado as unhas no pescoço de Dylan. Ele não poderia culpá-la. Havia por conta própria puxado a menina para longe da multidão e decidido arcar sozinho com as consequências de seu surto. O porquê, ela não sabia. Mas não pensaria naquilo, não naquele momento. O sangue escorrendo pelo pescoço de Dylan a distraía, fazia tudo parecer real.

Agora os dois tinham marcas deixadas pelo outro.

— Ele vai matar Brooke! Vai matar todos! — Hope não poderia ter certeza, mas suplicou por algum tipo de ajuda. Dylan segurou seus cotovelos e assoprou seu rosto úmido por diversos segundos antes de responder.

— De quem você está falando? 

— Dele. — Apontou para a multidão, onde o demônio ainda fumava e cantava, mas Dylan não o viu. — Por favor, faça alguma coisa.

— Já é tarde — ele lamentou. — Você precisa se acalmar. Precisa parar de gritar.

Hope se calou, sentindo as pontas rígidas de seus dedos relaxarem. Dylan, aos poucos, se ajoelhou com ela até que a menina estivesse segura no chão e ele pudesse soltá-la. Então, com Hope tremendo e sentindo a garganta seca, ele puxou um cigarro de trás da orelha e ofereceu a ela.

— Eu disse que não fumo — Hope respondeu.

— Você fuma, sim.

Ela o olhou estática, o rosto gelado com a brisa batendo contra as lágrimas em suas bochechas. O rosto dele era tão família agora que Hope se perguntou como pudera não o reconhecer até que ouvisse seu nome. Aquele era Dylan, irmão de Audrey. O garoto que roubava seus chicletes e que dedurava as brincadeiras perigosas aos seus pais. Eles iam para a escola juntos, faziam atividades em grupo. Hope se lembrava de ficar no mesmo curso de reforço que ele.

Mas eles tinham seis anos, e aos sete Dylan foi enviado para um colégio católico sem nunca se despedir. Ela ficou se perguntando o que havia acontecido com ele por um bom tempo, mas com a falta de resposta até mesmo de Audrey, que não gostava de falar sobre o irmão por ter se sentido abandonada, acabou desistindo de tentar desvendar aquele mistério. Depois, tudo o que restou foi um grande nada. As lembranças sumiram, o nome dele também. Dylan se tornou um borrão na infância de Hope, e nada além daquilo. Ela se sentiu culpada por não ter se esforçado para fazer diferente.

Pensando naquilo ela aceitou o cigarro, deixando com Dylan a cortesia do isqueiro. Suas mãos ainda tremiam, seu corpo estava dormente. Ela fechou os olhos, sentindo a nicotina correr pelo sangue e a fumaça não ter saídas dentro de seus pulmões. Então abriu os olhos e viu que os olhos dele ficavam bem mais azuis com a chama do cigarro iluminando seu rosto.

Dylan e Hope ficaram ali enquanto as pessoas corriam ao redor deles, entrando e saindo da pista de corrida para ajudar os feridos do acidente. Uma ambulância chegou, a polícia também, e quando Knight se ergueu sobre os joelhos, deixando-a ali, sozinha, Barth puxou Hope para cima pelos cotovelos e pediu ajuda para carregar Brooke até que estivessem longe da confusão.

Os três fugiram da polícia ao usar um caminho escondido por latas de lixo e chegaram à rodovia principal quando não aguentavam mais correr. Brooke tinha os braços sobre os ombros dos dois amigos e suas mãos, pendendo ao redor deles, estavam sangrando. Hope não perguntou nada sobre o que realmente tinha acontecido a Barth, mas o demônio às suas costas, andando atrás deles, parecia se divertir com uma piada interna.

— A moça da bandeira, a que dá a largada — comentou a criatura em certo momento. — Aposto que vai ficar paraplégica.

N/A: Espero que tenham gostado do capítulo! O que acham que vem por aí? Não esqueçam de votar e comentar <3

Beijão e até a próxima ❤️

Continue Reading

You'll Also Like

1.9M 134K 70
Haley Jones, com seus 16 anos é uma garota um pouco complicada, carinhosa, porém fria e ignorante quando quer ou quando é nescessário, dramática, deb...