ㅡ love before the first sight...

By uranusmouth

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Na noite de véspera de natal, Eunjin está cabisbaixa em uma lavanderia 24 horas. Enquanto a comemoração estou... More

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By uranusmouth

Sem querer parecer surpreso, segurou a reação, esperando que Eunjin dissesse algo antes de seus lamentos, até porque, pena é uma coisa que Eunjin não precisa, nem ninguém em suas condições. Gyunjin, sem querer parecer rude, assentiu com um "entendo". E ela, ficando igualmente surpresa, abraçou de vez o conforto por saber que encontrara alguém que não sentisse pena de si.

— Não me diga que...

— Não vou — Gyujin pareceu tirar as palavras de sua boca. — Não posso dizer que sinto muito, é ignorante.

— Eu não era cega — encolheu-se na cadeira e ajeitou o cachecol amarelo no pescoço.

Gynjin inclinou a cadeira um pouco mais pra frente e conferiu a maquina trabalhando em suas roupas para depois voltar a atenção para o que Eunjin dizia. Ele pensava diferente. Era estranho e surpreendente que um garoto tímido como ele se colocara nessa situação, mais impensável ainda compartilhar seus sentimentos de bandeja dada. Mas ela parecia ter encontrado uma espécie de refúgio contra a nevasca lá fora, e, só de imaginar que podia contribuir na vida de alguém, seu humor mudava. Estava nas luzes e no velho acaso, um jeito diferente da magia natalina se estreitar por brechas tão inconvenientes.

— Eu tinha 13 anos — Eunjin respirou fundo. — Era natal. Estava na casa da minha tia com meus pais e primos. Quis brincar de trenó, mas não tinha um. Então eu peguei um pedaço de madeira da carpintaria do vovô., subi na colin e escorreguei de lá do amontoado de neve. Perdi o controle e bati numa árvore. Eu poderia ter desviado, mas fiquei com tanto medo que fechei os olhos ao perceber que iria colidir. E eu só soube que era uma árvore porque me disseram depois do acidente.

Trauma ocular — sussurrou alto o suficiente para que Eunjin, concordando em resposta.

— Ah, me desculpe — ela disse, se endireitando na cadeira. — Você já pode colocar as roupas na secadora.

Focado em Eunjin, Gyunjin esquecera do que acontecia ao seu redor, como se tivesse sido transportado para dentro da cena do acidente, e tudo o envolveu como luvas. Ele queria sem saber se podia confortá-la, encolhida e retraída em sua melancolia.

— O barulho — disse, simplista. — A máquina acabou a lavagem. Meus ouvidos são mais sensíveis agora.

— Isso é ótimo — admitiu, querendo distraí-la das memórias. — Veja bem, eu não percebi.

— Tem razão — esboçou um pequeno sorriso, e ele não pôde deixar de retribuir, logo em seguida trocando as roupas de máquina.

Na conjectura da tarefa, refletiu. Eunjin permanecia ereta e em alerta no plástico da cadeira, sem mover músculo sequer. Ele se sentir desconfortável pelo constrangimento de expor coisas tão pessoais. Sua paranoia entrava em constante conflito em interações sociais. Encostado na máquina de secar, enterrou as mãos no bolso e encarou as paredes de vidro.

A nevasca diminuíra e agora os flocos se deixavam cair graciosamente. Ele não conseguia evitar, amava o natal demais e, imaginar que uma comemoração tão esperançosa e presenteadora significava uma coisa completamente contrária para outra pessoa o entristecia. Sabendo do cansaço que é rebobinar memórias desagradáveis, um grito subiu-lhe a garganta, num ato de negação. Parecia injusto.

Ele voltou a encará-la, cabisbaixa, distante, inalcançável. A sensação familiar de desolação visitando sua mente, em contrapartida ao senso altruísta de poder fazer algo sobre. De repente, percebeu que nem todas as datas comemorativas tinham o mesmo significado para todo mundo e isso o confortou.

Caminhou cuidadosamente em direção à Eunjin e voltou a se sentar ao seu lado.

— É por isso que você está aqui? Sozinha?

— Talvez — suspirou.

— Já pensou na possibilidade de haver outra solução?

— O que você tem a dizer? — O tom brincalhão de Eunjin apareceu pela primeira vez e Gyujin sorriu.

— Não sei — balançou as pernas, pensando. — Talvez seja legal levá-la para Pohang. A vovó faz uma comida muito boa.

Gyujin estava brincando, mas Eunjin sorriu mesmo assim, e ele percebeu que ela relaxara a postura. E, no instinto maior, desejou ressignificar o natal, porque, afinal de contas, nada era um impeditivo para que não fosse boa ideia. Um prenúncio trazido pelo vento, assentando como neve nos cabelos-anjo. Tudo continuava muito brilhante, triste e distante naquela noite...e um "e se" surgindo através da nevasca. Dois estranhos, uma lavanderia, véspera de natal.

É, talvez o natal fosse mágico mesmo.


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