Eu sempre tive a minha vida corrida, parava em casa para dormir, comer, tomar banho, infelizmente só. Minha vida solitária era um tédio, meu emprego em uma conveniência era o que me sustentava, minha meta de vida é juntar dinheiro para entrar na faculdade. Meu sonho, sonho dos meus pais, meu futuro.
Namoro? Conheço só por novela, nunca tive experiências com ninguém , porém, acabei deixando isso de lado após várias decepções amorosas.
Um dia eu voltava do serviço, estava frio, eu vestia meu moletom do BTS, que nem me esquentava direito por conta dos ventos fortes que quase me levavam do chão. Uma chuva começa, um pouco forte, eu nem penso e logo vou para um ponto de ônibus, esperando a mesma passar.
O automóvel chega, entro, sento em um dos últimos bancos e suspiro observando os lugares sendo levados junto com a chuva pela a janela. Me concentro em uma música qualquer que coloco em meu celular.
Chegando no caminho de minha casa, eu sabia que iria me molhar, então subo correndo a rua e escuto alguns barulhos de brigas e trocas de soco. Fico com medo e hesito em me aproximar, contudo era o caminho que tinha que seguir. Pego uma garrafa de cerveja do chão vazia e assim que me aproximo, vejo um adolescente batendo em outro, respiro fundo e chego gritando, assustando o agressor que fugiu correndo. Olho para o mesmo se afastando e, em seguida para o outro em minha frente, logo agacho para ajudar o menino no chão, molhado, machucado, numa situação ruim.
-Hey.. Está tudo bem, eu não vou machucar você...
Seguro em seu rosto,ele chorava, e muito, se perguntava o porquê em meio o sangue que saia de sua boca com a saliva, pedindo para eu me afastar.
-Por favor fique longe de mim...
Ele era familiar, mas seria impossível ele ser alguém famoso, ou algum ídolo meu. Não, que isso! Me inclino para ver seu rosto melhor e o sento encostando suas costas na parede gelada, ele havia sito assaltado e espancado por um hater. O ladrão não deixou nada dele, levou simplesmente tudo, o pior era que realmente aquele menino era o tal Ídolo que eu amava, mas o encontrar assim? Aquilo partiu meu coração.
-Escuta, eu prometo que vou cuidar de você mas eu preciso que você confie em mim ok? Pense bem, eu também não poderia confiar em voce, apesar do seu estado mas vamos fazer isso para nos ajudar ok?
Ele me olha ainda chorando com seu olho inchado já começando a ficar roxo, eu acaricio sua mão e ele a retira de mim.
-Eu nem te conheço..
Bufa e revira os olhos se encolhendo de mim.
-Pode me chamar de G, hoje eu cuidarei de você.
Após o desaparecimento do membro do grupo masculino de Kpop, identificado como Kim TaeHyung. O mesmo sumiu ontem á noite, desde então os outros meninos do grupo e funcionários da empresa responsável pelo o menino veem a sua procura...
Isso era um noticiário da TV, eles pegam pesado com os famosos, mas fazer o que, não é? Tae desmaiou no local, não aceitou minha ajuda de forma alguma, eu ficaria com medo também mas tive que trazê-lo. Nós caímos mais de três vezes, ele é mais alto que eu, apesar de não ser muito, mas a dificuldade ainda é grande. Eu tentei informar alguém da Big Hit ou algo do tipo sobre o Tae, entretanto, infelizmente não acreditaram em mim. Eles recebiam muitos trotes falando que Tae havia falecido ou que estava sendo mantido refém. Coisas inúteis para a mídia ficar louca. Enfim, eu tinha que trabalhar, mas não podia deixá-lo ali, mesmo que ele dormisse, não era bom.
Vou ao médico, pego um atestado para apresentar no serviço, finjo que estou doente e lá aproveito para comprar algumas coisas para o almoço, geralmente eu cozinhava só para mim, então, não tinha comida.
Abri a porta e o menino estava parado em frente a mesma, ele me encarava todo machucado e desesperado achando que havia sido sequestrado e não sabia aonde estava. Sorrio e entro como se nada estivesse acontecendo, ele sai correndo e para a frente do elevador alegando que iria embora.
-Eu disse para confiar em mim, mas se você não quiser, o térreo é o último botão.
Deixo a porta aberta caso ele voltasse ou não, e entro com as compras em casa. Ele acaba voltando mas não entra, fica na porta e me enche de perguntas.
-Quem é você?
Me encara frio e eu, sorrindo, retiro as comidas das sacolas e separando o que logo já cozinharia.
-Alguém que te ama.
Ele me olha sem reação, não parecia ouvir aquilo sempre, acho que o assustou.
-Bom, eu vou fazer um almoço para nós dois, ali no meu quarto tem o meu Notebook, se você quiser mexer para se localizar ou falar com os meninos, por mais que seja impossível, fique à vontade.
O moreno ainda estava inseguro, ele caminha desconfiado até meu quarto, pega o Notebook e tranca a porta do cômodo, parecia que não sairia de lá tão cedo, pois bem, nada que um cheiro de comida pronta que não anime ele.
Nem me importei mais com sua presença. Termino o almoço e bato na porta delicada, sabia que ele havia trancado, mesmo eu tendo a chave reserva não quis abrir, não sabia como ele iria reagir então apenas aguardei. Após vários minutos, cansei de ser ignorada e abri a porta com a segunda chave e ele acabou cochilando um pouco, ainda estava meio acordado, me aproximo dele, seguro em sua mão e beijo de leve sua bochecha.
-Vem comer, está quentinho..
Digo baixo e ajeito sua franja que caia encima de seus olhos, ele os abre e me olha com um olhar de sono e dor pela posição que estava, respira fundo, Boceja e umedece seus lábios, mas não sai do lugar, tudo bem, vamos ter paciência.
-Se você quiser eu trago aqui para você..
O menino me olha sem expressão e depois solta sua mão da minha, se levanta, indo até a mesa encarando a comida.
-Eu espero que você goste, é minha comida favorita.
Me sento a mesa e ele no outro lado, bem longe, o mesmo me encarava com seus olhos úmidos de sono e serve-se, sem me tirar de sua visão, o que me deixava nervosa.
Talvez ele nunca confiará em mim, mas pelo menos, fiz uma boa ação, acho que isso vale mais que um reconhecimento.
Informamos que novamente não tivemos notícias sobre o mem...
Tae desliga a TV e encara meu celular.
-Você quer falar com eles, não é?
Me olhando, revira os olhos cruzando os braços e abraçando uma almofada.
-Seu aniversário... Minha senha é seu aniversário..
Olhou curioso para mim e depois ao meu aparelho, pegando o e desbloqueando o mesmo. Encara sua foto no fundo do celular e depois me olha novamente, talvez ele esteja percebendo que eu não vou e machucá-lo e que possa confiar em mim.
-Eu estou horrível não estou..?
Olhando sua própria foto, seu reflexo na tela do smartphone não aparentava ser a mesma pessoa, contudo, ele foi agredido, e isso não era sua culpa. Me levanto indo ao seu lado, respiro fundo e mosto minhas fotos favoritas dele para o mesmo.
-Eu amo essa aqui, essa também, opa essa principalmente.
Ele sorria fraco e ficava sem jeito conforme eu mostrava todas as fotos a ele.
-Sobre seu rosto, é só um machucado, eu sei que posso cuidar de você, mas preciso que confie em mim..
Olho em seus olhos e ele retribuiu meu olhar, parecia que algo o incomodava mas não diz nada sobre, sorrio fraco e desvio minha atenção para a TV desligada.
-Eu só peço que confie em mim... Como sua mamãe... E você será meu bebê..
Desentendido, ele volta a olhar o celular e depois a mim.
-E como uma boa mãe, eu vou cuidar do meu filho e vou fazer de tudo por ele
Rio e ele finalmente sorri mostrando seus dentes, encarando o celular novamente e de leve deixo meu braço envolta de seu pescoço.
-Eu prometo que eu vou cuidar de você e não vou deixar ninguém mais te machucar
Beijo novamente sua bochecha e saio, indo para meu quarto e pegando uma muda de roupas. Como eu usava roupas grandes, que já foram de meu irmão, provavelmente serveria nele, agora cueca, seria complicado.
-Então, aqui estão algumas roupas e... Você pode dormir na minha cama hoje, ok?
-Eu preciso ir... Não posso ficar aqui..
Faço um biquinho e ele deixa meu celular na mesa, respiro fundo e entrego as roupas a ele.
-Por favor, só descanse
Saio da sala e o deixo sozinho, vou para o meu quarto trocando os lençóis da cama para ele e o vejo indo para o banheiro. Escuto alguns barulhos e abro a porta, fiquei preocupada e, mesmo sem bater, logo entro e seus olhos molhados indicaram que ele chorava, pois seu corpo estava muito ferido, principalmente na parte do estômago. O apoio sentado na privada fechada e ajudo a retirar sua camiseta.
-Voce não está sozinho ok? Como sua mamãe eu vou cuidar de você
Ele bufa e revira os olhos, estava corado, mas eu não liguei, queria ajudá-lo e mesmo seu corpo sendo atraente, o que me importava era o seu bem estar.
-Eu não quero ir além para você não pegar uma impressão errada de mim, então você vai tomar banho sozinho, eu fico na porta do lado de fora sentada no chão. No que você precisar eu te ajudo ok?
O mesmo se levanta de cueca e vai para o box, eu saio e aguardo do lado de fora. Saindo de roupão, ele vai para o quarto e eu o sigo.
-Não veste as roupas ainda, sei de um remédio para seus ferimentos.
Tae me encara e se senta no canto da cama bem longe, por segurança, mostro o pote para ele, com o remédio e ensino como passa. Acabo colocando uma música no meu celular, para descontrair e ele entra no ritmo. Passa o remédio em si e eu sentada do outro lado apenas me levanto saindo para que ele se trocasse.
-Isso o que você está fazendo por mim.. Eu prometo pagar... De alguma forma..
-Não quero seu dinheiro meu amorzinho, eu quero que fique bem
Fecho a porta e saio. Fiquei curiosa para saber o que ele pensava, até quis espiar mas minha medo de caso ele querer fazer o mesmo comigo, respeito em primeiro lugar. Fico na sala vendo TV pensando se ele gostaria de assistir algum filme comigo.
Quando o mesmo sai do quarto, eu largada no sofá continuo na mesma posição, ele chega, se senta e eu coloco minhas pernas encima do colo dele.
-Desculpa a intimidade, mas eu tô carente mesmo
Ele ri baixo mas eu escuto, foi o suficiente para me arrancar um sorriso, me sento direito no sofá e o outro me olha com seu olho roxo, que aparentemente o mesmo mal se lembrava que tinha.
-Gosta de filmes ?
-Gosto..
-STAR WARS?
-Nunca assisti tudo...
-Então se prepare jovem padawan
Se prepare, porque nossa história apenas começou...