Vuelves

By sunfllowerr

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Camila não suportava mais sentir saudades, não queria mais sentir ausências. Lauren queria a outra metade de... More

Prólogo
Seus Olhos
It Will Rain
O Suficiente?
Eu Irei Até O Fim
O Meu Que é Seu.
We See Just What We Want To See
New York
Que Tú Quieres
Depois Do Prazer
Pedaços De Um Amor
O Meu Que É... Meu.
To Make You Feel My Love
Stay Closer
Rede de Mentiras
A Carta - Parte I
A Carta - Parte II
Os olhos de Lauren, o sorriso de Camila.
Send Me An Angel
My True Mommies.
Siempre Vuelves.
Mi Buen Amor
Loving You
Conjeturas
Togetherness
Back Home
Don't Say You Love Me.
Cause loving you had consequences.
Tu Refúgio
Ohana
Que me alcance la vida.
Deadline
Feita Para Você
Fallin
Forever's gonna start tonight
Mírame
Até aonde você vai por ela?
Salve Lauren - Parte I
Salve Lauren - Parte II
Vivo Por Ela
O resto da vida.
Você sempre será meu felizes para sempre - PARTE 1
Você sempre será meu felizes para sempre - PARTE 2

No Te Quiero Olvidar

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By sunfllowerr

OLÁ NENEEEEEEEEEEES! Que feedback lindo recebi nesse comecinho, algumas teorias já borbulhando, adorei ver os comentários. Por isso que eu voltei para deixar mais uma parte da estória, e acredito que algo vá clarear e novas teorias surgir.

Aproveitem que eu to um amorzinho e atualizando rápido enquanto o tombo não chega.

Ps: os parágrafos em itálico são flashbacks.

Enjoy \o.

...

"E ainda que cada vez doa mais, não quero te esquecer"

- Anahí


Lauren abriu a porta de sua casa, tremendo pelo frio do inverno que havia dado apenas uma pequena trégua no período da manhã. Apertou o alarme de seu novo carro, uma BMW X1 Sport, sorrindo com satisfação por esta última loucura, merecida, batalhada e de forma direita conquistada. Fechou a porta de sua moderna e aconchegante casa, deixando sua bolsa e as chaves por cima de um aparador que servia de apoio bem pela entrada, observando as fotos penduradas na parede de forma tão cuidadosa e estratégica por sua esposa.

– Normani? – Chamou, observando as contas, as correspondências que levavam seu nome. – Querida? Ainda está acordada? – Apagou a luz do corredor, caminhando pela breve escuridão, soltando as fivelas em seus sapatos e logo ambos de seus pés, tirando o casaco, o deixando por cima do bege e fofo sofá.

Normani desceu as escadas com um sorriso carinhoso nos lábios. Lauren sorriu, esperando que seu coração batesse rápido, esperando que a imagem dela lhe causasse aquela sensação de ansiedade, ardor, saudades... Fechou seus olhos por breves instantes, mordendo seus próprios lábios quando apenas uma onda enorme de amor fraterno e carinho lhe assaltou.

– Boa noite, meu amor! – Normani a abraçou, a beijando nos lábios com vontade, enroscando-se nela, sentindo o conforto que os braços quentes de sua esposa lhe proporcionavam. – Como foi? – Lauren a beijou nas bochechas e então depois nos lábios.

– Tudo sob controle. – Foi tudo o que disse e Normani assentiu. Se era tudo o que a morena queria dizer, era o suficiente para ela. – O que temos para o jantar?

Lauren a viu sorrir com animação, colocando seus cabelos pretos e sensuais, na altura dos ombros para trás da orelha. Normani era linda, sem sombra de dúvidas era irrevogavelmente linda.

A mulher a segurou pelas mãos, a guiando para a cozinha onde encontrou um ambiente customizado, calmo, iluminado por algumas velas.

– Foi María quem cozinhou e bem, eu cuidei do restante. – Lauren sorriu, sentando-se em seu lugar. Ela a serviu, serviu a si mesma, cheirando o maravilhoso e apetitoso risoto em seu prato.

– O cheiro está maravilhoso! – Lauren disse com sinceridade, provando um primeiro pedaço. – E o gosto também.

– Ah, que bom que gostou! – Ela murmurou com felicidade, a mirando por longos segundos nos olhos. – Como foi seu dia? Como está no escritório?

– Tudo sob controle, os honorários do novo caso foram acertados, se vencermos, se correr tudo certo como esse último caso, podemos comprar um escritório um pouco maior, fazer uma viagem. – Ela mais uma vez sorriu e Lauren retribuiu.

– Fico feliz em saber disso. Bem, o meu dia foi muito animado no estúdio!

Lauren a mirou, esperando que daquela forma animada e contagiante, ela começasse a contar sobre o seu dia, os mínimos detalhes, as mais cômicas e dramáticas situações com suas funcionárias e alunas que mantinha no estúdio de dança e mais. Tudo.

Mais tarde, naquela mesma noite, quando já haviam recolhido a mesa, tomado banho e se deitado na confortável e grande cama de casal, Normani aproximou-se, deitando sobre o ombro agora desnudo de Lauren por causa da fina alça de sua camisola, acariciando seus ombros, sua barriga.

– Ela está bem? – Perguntou em um murmúrio, sem ter conhecimento da verdadeira expressão dos olhos de Lauren.

Já estava escuro, podiam apenas se sentir.

– Sim, está bem. – Respondeu, com seus olhos focalizando uma grande árvore lá fora que a cortina não tirava de sua visão. Haviam se esquecido de fechar a janela.

– Gostou das rosas?

– Sim, pediu para te agradecer pelo cartão e pelo buquê. – Permaneceu com os olhos bem abertos, mirando, mas não enxergando. Era aquela estranha força uma vez mais, aquela estranha força que arrastava Lauren como a ressaca de um mar, aquela mesma coisa que a deixava inquieta, levemente ressaltada, magoada.

– Quer conversar sobre isso? – Não, ela não queria conversar sobre isso.

– Não, eu não quero conversar sobre isso. – Normani assentiu, a beijando na curva do pescoço, abraçando e sendo abraçada com mais força, deixando que o intenso silêncio se instalasse uma vez mais.

– Você sabe que pode conversar comigo sobre ela. – Lauren fechou os olhos, dessa vez com intensidade, levando sua mão sobre a testa, penteando com os dedos seu cabelo para trás. – Sabe que pode, não sabe, Lauren?

– Eu não quero falar sobre ela. – Normani uma vez mais assentiu, fechando os olhos, perguntando-se quando ela daria acesso a essa parte de sua vida, de sua alma, de seu coração. Perguntando-se quando ela daria espaço para a parte na qual estava guardada Camila, seu casamento com ela, a filha que havia tido com ela.

– Lauren... – Sussurrou uma vez mais e Lauren voltou a abrir os olhos, mirando a escuridão, desejando que Normani ficasse em silêncio, que tudo ficasse em silêncio para que ela pudesse controlar aquelas sensações, para que pudesse dormir descansar, esquecer.

– Se algo mudasse entre nós, se algum sentimento seu fosse alterado, você me contaria? Se deixasse de me amar... Se deixasse de me amar como deixou de amá-la, você me contaria?

...

Camila sentou-se em sua cama, correndo a mão pelo branco e esticado lençol, deixando que seus intensos olhos mirassem lá fora, o céu, a escuridão...

...

[PLAY | No Te Quiero Olvidar - Anahí]

– Por que está perguntando isso? – Lauren sussurrou consciente do que estava fazendo, consciente de sua fuga quase que imperceptível da pergunta.

– Eu não sei, às vezes, não sempre, raramente...

...

– E se eu lhe dissesse que te amarei pelo resto da minha vida? – Disse a jovem Camila em um tom apaixonado, fascinado – E se eu lhe dissesse que eu me mudaria com você, nossa filha e nossas poucas coisas para qualquer lugar? Meu amor, e se eu lhe dissesse que não me importa que o dinheiro não seja exacerbado? Nós damos o nosso jeito, Lauren, faremos o nosso trabalho, deixaremos a nossa filha com a minha mãe quando for preciso. Não te preocupe! Não pegue esse caso, essas pessoas não merecem o tamanho do seu talento, da sua fidelidade, do seu caráter, eu trabalharei de final de semana de freelancer, conseguiremos o dinheiro da parcela da casa... Não pegue esse caso.

– Eu gostaria de ter a sua calma, a sua tranquilidade. Estou preocupada, Camila. Não somos mais apenas eu e você, trabalhando 24 horas para conseguir o dinheiro do mês, somos nós três agora, temos maiores responsabilidades, não posso recusar esse caso, precisamos botar comida na mesa, nós precisamos garantir nossa casa, nosso bem estar.

– Nós podemos vender a casa, podemos morar por algum tempo em um lugar menor.

– Não, eu não quero isso para você e para a minha filha, nós lutamos e demos o que tínhamos de esforço e economias para tê-la conosco. Nós não iremos desistir, esse trabalho terminará rápido, dessa forma terei uma chance de trabalhar no escritório, as condições são melhores, os casos aparecem com mais frequência. Nós damos um jeito.

– Eu sei que damos. Faça o que você achar melhor. Se acha que pegar esse caso é o melhor a fazer, tudo bem, por mim está tudo bem.

– Quando terminar poderemos pagar nossa casa, aumentar o quarto da Angel.

– Sim, poderemos...

– Se você estiver ao meu lado fica mais fácil, qualquer coisa, desde sempre, se você estiver ao meu lado fica mais fácil...

– Sim, estou aqui.

...

– ... Eu sinto que você não está aqui. – Normani suspiro com pesar – Ouça, eu não quero te irritar, sei que está cansada, sei que...

...

– Eu não acredito que você comprou! – Camila dizia com os olhos arregalados, mal podendo acreditar no que via. – Olha, filha, olha o que a mamãe trouxe de presente para você! Sua maluca, sua maluca idiota. Isto é lindo! Ah, Lauren, é lindo! Não foi muito caro? Não lhe fará falta? – Ela agora gritava com tamanha animação, que Angélica em seu colo batia palminhas, sorrindo, mostrando sua banguela, seu brilho que herdava dia após dia inteiramente de sua mãe cubana tão zelosa e apaixonada. – Olha, filha, olha que cama grande você tem agora! – Ela aproximou-se, emocionada, transbordando de amor e felicidade. – Obrigada. – Mirou Lauren, acariciando a cabecinha de Angélica. – Vem e me dê um beijo! Aperte-me em seus braços, parabéns pela sua vitória!

...

– Esqueça, sim? – Normani lançou. Lauren fechou seus olhos, com sua boca se fechando em uma linha de desgosto, com seu estomago se contraindo, a mandíbula se cerrando. – Me perdoa, me perdoa por estar dizendo tantas besteiras, me perdoa...

– Não tem pelo que te perdoar, é natural sua curiosidade, mas importa-se de não falarmos nisso? Eu estou aqui, estou aqui com você.

...

– Esse é o problema entre nós, eu simplesmente não saberia viver sem você.

– E quem disse que eu saberia? – Lauren sorriu.

– Eu estou dizendo.

– Então você nunca esteve tão equivocada em toda a sua vida.

– Lauren... – fez um suspense tentando esconder o sorriso emocionado – Eu fiz o teste... E deu positivo. Eu estou grávida!

– Eu sei...

– Estou grávida e assustada. Percebi que talvez nos precipitamos com as consultas e a inseminação, agora mal conseguimos pagar todas as contas. – A voz embargada se fez presente – Está me escutando? Eu estou grávida, Lauren Michelle!

– Eu sei... – Respondeu emocionada.

– E como você sabe?

– Porque seus olhos me contaram que minha criança já está crescendo em você. – A voz emocionada se fez presente.

– Eles são uns traidores...

– Sim, baby. Eu também sei disso. E sei que tudo ficará bem, eu prometo.

...

– Eu tenho medo do que você possa ter nessa parte. – Normani a acariciou sobre o lugar onde repousava seu coração. – Tenho medo de que o que você guarda nesta parte, deste lado, seja maior do que o que guarda nesse lado, o meu lado.

– Há coisas e sentimentos que sempre ficarão aí guardados, Normani. Eu avisei que elas existiam, avisei que elas permaneceriam aí, que elas sempre permanecerão.

– Sei disso, sou uma tola por perguntar, mas... – Molhou seus próprios lábios, roçando sua bochecha no pescoço de Lauren, entrelaçando sua mão a dela. – Eu gostaria que falasse comigo sobre elas, gostaria que deixasse que eu participasse desta parte da sua vida, dos seus sentimentos.

– Eu nunca lhe dei motivos para que se sentisse insegura.

– Eu não estou dentro da sua cabeça. – Sussurrou e Lauren entendeu sobre o que ela falava, cerrou uma vez mais a mandíbula, com uma grande atenção no balanço das flores da alta árvore que seus olhos pesados e avermelhados podiam enxergar. – Eu gostaria de estar, especialmente depois que você a vê...

– Camila nunca...

– Eu sei. Eu sei que ela nunca fez nada, que você nunca fez nada, mas pela primeira vez, eu peço que seja paciente, que entenda os meus sentimentos, meu amor. Sou tola, sim, sou tola, mas não posso evitar pensar que se algum dia ela pedir para...

– Estou aqui não estou? Deus, Normani! Já tivemos essa conversa antes. Há em mim uma parte, uma parte que me desculpe querida, mas nem eu mesma posso tocar. Deixe que fique guardada, quietinha, adormecida...

– E se algum dia estas coisas acordarem? E se algum dia vocês a encontrarem...

– Normani. – Sua voz foi mais alta, menos delicada ou carinhosa. – Por favor, estou pedindo, eu não quero falar sobre isso, não quero pensar sobre isso. Minha filha está morta. – Seu queixo tornou-se levemente trêmulo, seus punhos se cerraram, e os braços que prendiam sua esposa junto ao seu corpo tornaram-se frouxos, frios. O coração deslizando em estilhaços sempre que lembrava de seu bebêzinho. – A minha garotinha está morta. – Repetiu e seus olhos fecharam-se, com aquela dor tornando-se presente, com aquela sensação tornando-se constante conforme os segundos se passavam.

Seus braços queimaram, seus lábios tiveram a mesma sensação.

A sensação de falar de Angélica e não ter a outra mãe dela ao seu lado.

A sensação de falar de Angélica e não ter aqueles olhos, os mesmos que desgraçados e miseráveis eram como os seus, a mirando, dizendo-lhe algo que ela jamais saberia se era um pedido de socorro, ou um grito de acusação.

– Perdoe-me. – Sua voz chorosa começou a dizer. – Me perdoe, Lauren. Eu tenho estado com a cabeça tão carregada de preocupações, senti tantas saudades hoje, senti tanto medo de que ela pudesse lhe causar algum mal... Perdoe-me.

– Está tudo bem. – Lauren fechou seus olhos. Os apertando com força, voltando a recolher em seus braços, lhe alisando os cabelos pretos e curtos, esperando que ela deixasse de chorar. – Eu não queria ter sido rude, eu não quero falar sobre esse assunto, não quero brigar com você.

– Não vamos brigar, jamais quero brigar com você, eu te amo! Você vencerá o caso, entraremos de férias, iremos namorar e fazer amor... – Lauren assentiu a acariciando nos braços, cobrindo-a quando o vento da janela aberta se tornou um pouco mais intenso. – Boa noite. – Ela murmurou, beijando-lhe os lábios.

– Boa noite. – Ela respondeu, sorrindo na escuridão, fechando os seus olhos na tentativa de adormecer.

...

– Boa noite.

Camila lhe disse, com sua calma e bela voz, subindo sobre seu corpo, lhe beijando o pescoço, os lábios, entrelaçando seus dedos com força.

– Durma com os anjos, sonhe comigo e boa noite. – A cubana agora murmurou, beijando-lhe as bochechas, ciente das mãos de sua esposa em suas costas, em sua cintura, em suas pernas, a acariciando com delicadeza, causando-lhe arrepios, amor, desejo.

– Boa noite. – Lauren também murmurou retribuindo o beijo, colando-a contra seu corpo, querendo fundir-se aquela mulher, querendo absorver qualquer sentimento que ela pudesse ter em seu interior.

Abriu suas pernas, permitindo que as dela ficassem entre as suas, beijou-lhe ainda mais os lábios, mordendo-lhe, bebendo daquele gosto tão doce e conhecido.

– Sonhe comigo, todas as noites... – Sussurrou Lauren, suas mãos subiram a camisola, acariciando-a nas nádegas arredondas e empinadas. Correu as mãos sobre sua barriga, suas costelas, seus seios ainda inchados por guardarem o leite materno. – Se eu pudesse, se você pudesse... – Mordicou-lhe o lóbulo da orelha, sorrindo com malícia ao perceber que ela se contraia por inteira, esfregando seus corpos, correndo suas pequenas mãos por suas pernas, por suas coxas até alcançarem sua intimidade. – Ah, eu estou enlouquecendo Camila. – Lauren quase gemeu ao lhe dizer. As mãos dela a acariciaram por debaixo da calcinha, ela lhe tirou a camisola, fechando os olhos ao sentir os seios quentes e fartos em contato com os seus próprios. Contraiu-se ao movimento das mãos dela em seu clitóris, mordeu-lhe o lábio, segurando-a pela nuca, trazendo sua boca avermelhada e sorridente de encontro aos seus lábios uma vez mais famintos.

– Seja paciente. – Camila murmurou entre um beijo e outro, fechando os olhos ao sentir os beijos deliciosamente macios e molhados em seu pescoço. Sorriu com prazer, tirando os cabelos de seus próprios olhos. – Apenas alguns dias... Dê-me apenas alguns dias e faremos amor até que seja difícil nos movermos. Eu também quero, também estou enlouquecendo... – Lauren apertou os olhos, deixando de beijá-la, segurando-a com força pela cintura, incapaz de mover-se enquanto ela investia daquela maneira, com aquela intensidade. – Pode sentir? – Ela sussurrou ao pé de seu ouvido, fascinada pelo prazer que podia proporcionar a esposa, fascinada com a forma que ela se contraia, apertava seus dedos enterrados em seu sexo, controlando-se para não a virar e a amar daquela forma primitiva, ousada, quase que selvagem que ela tanto amava. A advogada soltou um gemido abafado, segurando-a pelos cabelos, mordendo seus lábios, colando suas testas, olhando-a naqueles olhos tão profundos e transparentes, desejando-a de uma forma completamente enlouquecida.

– Ah, Camila... – voltou a gemer quando atingiu o ápice de forma tão palpável, tirando-lhe com rapidez a calcinha. Arrancando a mão dela de dentro de sua calcinha, achando impossível ela conseguir sorrir quando ela se encontrava à beira do desespero. – Quantos dias, faz quantos dias? – A virou com brusquidão, abrindo-lhe as pernas, arrancando sua própria camisola, encaixando-se na cintura dela, no meio de suas pernas.

– Trinta e seis... – Ela gargalhou, segurando-a afastado de seu corpo pela cintura.

– Você está rindo? Maldita cubana, você está rindo enquanto eu queimo, não posso me mover! – Ela novamente gargalhou com mais vontade, segurando as mãos da mulher com firmeza para que não a tocasse. – Acha que podemos, devagar, superficialmente? – Ela a mirou nos olhos, erguendo sua sobrancelha, deixando de gargalhar, a presenteando com aquele meio sorriso sensual e provocador. Lauren tentou investir um pouco mais e Camila a segurou com ainda mais firmeza, podia senti-la roçar sua boceta úmida pelo abundante gozo em uma de suas coxas.

– Você não consegue fazer de forma lenta, muito menos superficial. – Camila apoiou-se nos cotovelos, acariciando-a com uma mão no rosto avermelhado. – Seja uma boa garota, espere mais quatro dias e então poderemos desmontar essa cama. – Ela fechou os olhos, respirando fundo. Camila subiu suas pernas, subindo um pouco mais seu corpo para poder fechá-las, engatinhou até ela que já se encontrava com os olhos abertos. A viu bufar, negando com a cabeça pela sensualidade com a qual ela se aproximava. – Ninguém mandou fazer um maldito médico inseminar um óvulo seu fecundado em mim! – Lauren sorriu, estendendo sua mão, puxando-a para perto dela, beijando-lhe os lábios.

– E farei o maldito médico repetir mais algumas dezenas. – Os olhos dela tornaram-se iluminados, assim como todas as demais vezes que falavam sobre Angélica, o que acontecia com frequência. – Com a condição de que venham todos como a Angélica, com o seu brilho e a sua alegria.

– Ela é você! Eu amo o meu pequeno anjo.

– Não, eu a amo. Agora se afaste antes que eu tome um baita puxão de orelha do seu maldito médico. Aliás, vou perguntar algumas coisas para ele, esse negócio de quarenta dias é um absurdo, onde já se viu? Eu, esperar quarenta dias para fazer amor com a minha mulher? Que absurdo, Camila! Isso é um verdadeiro absurdo!

– Boa noite, Senhora Problematizadora. – Levantou-se, pegando sua camisola, vestindo-a lentamente, vendo Lauren deitar-se na cama vestindo a camisola, cobrindo os olhos com o braço, respirando fundo.

– Você está brincando comigo, Karla. – Camila sorriu uma vez mais, negando com a cabeça quando a viu tatear a cama com os olhos ainda tapados pelo seu braço, pegando sua calcinha, estendendo-a de forma engraçada para Camila. – Posso saber aonde a senhora vai?

– Verei se minha filha está dormindo. – Lauren assentiu.

– Isso, vai lá cuidar da minha filha e me deixe aqui ardendo no inferno!

...

2 de Dezembro de 2017.

Por que o raio do telefone tinha que tocar naquele instante?

Camila levantou-se do chão, onde estava de frente para o seu guarda-roupa, arrumando suas gavetas que ameaçavam não fechar mais. Havia roupas espalhadas por todo o quarto, os presentes de aniversário, que ganhara há cerca de 10 dias, agora abertos repousavam em cima da sua cama.

Era uma manhã fria de sábado. Uma manhã fria de desponte do inverno.

Refazendo seu rabo de cavalo, encolhendo-se ainda mais em sua blusa de moletom velha, caminhou apressadamente até o telefone que se encontrava na sala.

– Hey, espere! Eu estou descendo! – Falou para o nada e segurou na parede, tentando não escorregar no liso chão pela ausência que seus pés possuíam do sapato. Sorriu ao encontrar na pequena mesinha ao lado do sofá sua caneca de chocolate quente, desde a primeira vez que havia descido há algumas horas atrás, não fazia a mínima ideia que onde havia a deixado. – Pronto. – Logo disse, caminhando de volta para o quarto. – Alô?

Senhora Camila Jauregui?

– Não, Camila... esquece. – Respondeu com impaciência, levava mais de dois anos divorciada, era tão difícil assim entender que em seu sobrenome já não tinha mais Jauregui? Segurou-se novamente para não escorregar, bebendo um gole do chocolate que já se encontrava quase frio.

Possui algum parentesco com Camila Jauregui?

– Quem está falando? – Durante o caminho recolheu sua bolsa. Fechando a janela que permitia que todo aquele vento gelado entrasse em sua casa.

Aqui quem fala e o Delegado Torres. Ligo da Central de Crianças Desaparecidas da Cidade do México.

Camila deixou de caminhar.

Com seu coração também deixando de bater.

Seus olhos se fecharam automaticamente.

Será que eu poderia falar com a Senhora Camila Cabello Jauregui?

Ela era a Camila Cabello Jauregui, tentava dizer.

Mas seu corpo não reagia, a voz não saia, começou então a tremer, não pelo frio, ou pelos seus pés que faziam contato direto com o chão gelado.

Tremia porque não acreditava mais que pudesse receber aquela ligação.

Tremia porque não acreditava mais que eles, algum dia retornariam suas ligações.

Seus olhos desesperados começaram a procurar algum apoio, algo, qualquer coisa que pudesse fazer para controlar-se, voltar a respirar com naturalidade, mover-se, falar, gritar!

Alô? Tem alguém na linha?

Suas mãos conseguiram se mover, seus olhos antes embaçados puderam enxergar a porta do quarto que agora permanecia constantemente trancada.

– Eu sou Camila Cabello Jauregui, esse sobrenome completo era de quando eu estava casada. – Disse por fim, voltando a caminhar com insegurança, atenta a cada barulho de respiração do outro lado da linha. Entrou em seu quarto, sentando-se na cama.

Eu entendo. Acha que pode falar, a senhora se encontra...

– É claro que sim, é claro que posso falar. – O interrompeu, cerrando seu maxilar, impedindo que seus lábios continuassem a tremer.

Iríamos ligar para Lauren Jauregui, sua ex-esposa, mas parece que o telefone dela já não é o mesmo. – A voz era baixa, quase em um sussurro.

– Não, não é o mesmo. – Respondeu, puxando a manga de seu moletom, subindo seus pés para a cama, abraçando seus joelhos.

Bem, é nosso dever avisar que a polícia reabriu o caso do desaparecimento de sua filha, Angélica Cabello Jauregui. – A testa de Camila se franziu, seus olhos imediatamente fecharam-se, com sua mão subindo até seu rosto. – A senhora ainda está aí?

– Sim, eu estou. – Sua voz saiu estrangulada. Tentou controlar suas mãos que tremiam de forma absurda, soluçou a primeira vez, prendendo sua respiração.

Foi confirmado o depoimento de uma senhora, que parece ter conhecimento do paradeiro de algumas crianças que desapareceram juntamente com a sua filha durante aquele mês. Ela foi presa por tráficos de drogas há menos de uma semana e disse que tem acesso a essa informação e que a fornecerá se lhe providenciarmos um bom advogado e um bom acordo.

– Ela está viva? Minha filha está viva?

Desculpe-me, senhora, mas não temos acesso a essa informação, apenas mostramos as fotos das crianças desaparecidas naquele mês, o mesmo mês que ela havia falado no começo do depoimento. Ela disse ter reconhecido a sua filha e mais outras duas crianças de idades bem próximas. – A voz dele parecia estar ainda mais baixa.

O mundo deixou de girar por alguns instantes.

Camila agarrou-se ao pingo de controle que possuía em seu interior.

Podia sentir a adrenalina percorrendo e esquentando seu corpo, lhe acelerando os batimentos, as percepções, os sentidos. Podia ouvir sua própria respiração, ofegante, trêmula apavorada.

Havia alguém, alguém naquele maldito mundo que poderia lhe dizer onde seu coração, sua filha, se encontrava. Havia alguém naquele maldito mundo, que ao menos por alguns minutos havia visto uma menina que em uma tarde ensolarada simplesmente havia desaparecido da face da Terra.

Não podia respirar, não conseguia respirar.

Sentimentos fortes lhe envolviam, deixando seu corpo dormente, sua mente distante.

Seu coração voltou a bater de forma regular, somente para logo ameaçar-lhe saltar do peito uns segundos depois. Levou as mãos contra o mesmo, ciente de seu constante silêncio.

A senhora está aí? – Camila engoliu a seco, assentindo de forma inútil.

– Sim, estou aqui. Quem é essa mulher, já conseguiram um bom advogado para ela? Já avisaram os outros pais?

A senhora é a primeira a ser avisada, senhora Camila. Olha, eu sinto muito por lhe dizer isso, mas não... – Uma longa pausa. – Não adquira falsas esperanças, nós não sabemos qual é a verdadeira situação, se de fato ela nos contará, se de fato sabe.

– Ela sabe. – Camila respondeu entre os dentes, contraindo seu corpo, respirando pausadamente, controlando-se. – Ela precisa saber... – Completou, com seus olhos avermelhados se fechando.

Há um problema... Esta senhora não é mexicana. – Camila subiu seu rosto, que antes se encontrava enterrado em seus joelhos, tirou os cabelos de seus olhos, ciente do tom baixo, controlado e pausado que Torres usava para lhe falar. – Ela é americana, é uma americana que foi pega aqui na nossa fronteira. Há uma série de burocracias por ela ser uma cidadã americana, a polícia Federal dos Estados Unidos está nos pressionando para a mandarmos de volta.

– Não, não deixe com que façam isso. – Levantou-se apavorada. Sem saber direito o que fazia começou a recolher algumas roupas do chão, as que mais usava. – Onde vocês estão? EU POSSO FALAR COM ESSA MULHER?

Escute senhora...

– NÃO, VOCÊ NÃO ENTENDE, SENHOR TORRES? ELA SABE ALGO SOBRE O MEU BEBE, ELA SABE ALGO SOBRE O MEU BEBEZINHO.

– Eu entendo o seu desespero e entendo a sua dor, mas a senhora gritar não vai adiantar coisa alguma, também a queremos aqui, mas acredito que não poderemos interrogá-la até que algumas decisões sejam tomadas, não se encontra um ótimo advogado da noite por dia... – Outra grande pausa. – Ela está sendo protegida pela polícia Federal dos Estados Unidos da América.

– Como assim está sendo protegida? Ela está aqui em nosso país, é dever da nossa polícia tratar dela. – Indignou-se, recolhendo o resto de suas roupas, descendo uma mala qualquer de seu alto armário.

As coisas não funcionam bem assim, Senhora Jauregui. – Sentiu vontade de gritar seu atual sobrenome.

Filho de uma mãe, como as coisas não funcionavam bem assim?

– Clareie minha mente, senhor Torres, eu estou achando-me uma idiota. Está dizendo que não pode interrogar aquela mulher, sob custódia da polícia Federal do nosso país, porque a polícia dos Estados Unidos da América a protege?

É mais do que isso senhora Camila, olha... – Camila parou, respirando de forma ofegante, com seu coração batendo acelerado, os cabelos lhe caindo sobre o rosto agora pálido. – Eu não poderia estar lhe dizendo essas coisas, mas se essa mulher de fato reconhecer essas crianças, souber o que aconteceu com essas crianças... Isso pode vir a ser um caso de tráfico de pessoas, tráficos de crianças e a polícia Federal dos Estados Unidos da América, sabe que isso seria um caso que poderia...

– Está me dizendo que elas estão protegendo essa mulher para evitar um escândalo? – Seus olhos se apertaram dolorosamente. – Eles podem fazer isso? – Sua voz saiu em um fio, baixa, trêmula.

Eu gostaria de poder lhe dizer mais senhora, mas não posso. Na realidade liguei primeiro para a senhora por um motivo... Eu me lembro do seu rosto, dos seus olhos. – Camila voltou a sentar-se, cobrindo uma vez mais os olhos com sua mão. – Eu estava aqui, era o meu primeiro dia quando a senhora veio pela primeira vez... Escute, se eu pudesse fazer algo, qualquer coisa para ajudar na busca de alguma informação concreta sobre o paradeiro destas crianças, eu ajudaria... Mas estou com a corda no pescoço, estamos esperando, esperando para ver se conseguimos fazer o acordo, esperando que nossos superiores nos digam o que exatamente pode ser feito.

– E se ela for deportada? E se a polícia Federal dos Estados Unidos a conseguir, a manter sob sua custódia? O caso será fechado?

Escute senhora, eu não posso mais falar. Isso é mais complicado do que parece... A polícia Federal dos Estados Unidos tem certos privilégios aqui... – Calou-se de repente, deixando Camila com os olhos bem abertos, os punhos cerrados. – Se isso não der certo, se eles conseguirem, se não pudermos fazer nada... Faça barulho, senhora. – Foi o que ele disse e Camila passou a respirar de forma ainda mais ofegante. – Nós fazemos parte de um sistema falho, fazemos parte de um sistema que os mais fortes comandam e os mais fracos obedecem e não pense que me sinto bem em lhe falar isso. Mas a senhora precisa saber, alguém precisa saber...

– Eu sou só uma mãe, senhor Torres. – Parou de frente para a sua janela. – Eu sou só uma mãe que procura com desespero pela sua filha, senhor Torres. Ajude-me, eu imploro, é a única esperança que posso ter, ela pode ser a única mulher que tem conhecimento do paradeiro da minha filha. Ninguém, senhor Torres, ninguém jamais viu a minha criança.

Eu voltarei a ligar se conseguirmos um advogado. Entraremos em contado com a senhora e as outras mães caso novas notícias sejam liberadas.

– Conte para elas o que contou para mim, senhor Torres. – Murmurou, com sua trêmula voz falhando. – Passe meu telefone para essas mulheres...

Se for chamada para dar um novo depoimento, não lhes fale sobre a nossa conversa. Está escutando, senhora? Apenas diga que fiz uma ligação breve, para comunicar a reabertura do caso das crianças desaparecidas do mês de Dezembro de 2013.

– Eu não falarei, eu espero, espero com desespero que me retorne esta ligação.

Eu farei o possível. Avise sua ex-esposa, senhora.

– Eu avisarei.

Camila desligou o telefone, o deixando sobre a cama.

Fechou seus olhos uma vez mais, erguendo sua postura, mantendo-se imóvel por longos minutos, com sua mente trabalhando de forma árdua, com seu coração batendo de forma grotesca, ciente do barulho que o vento fazia ao bater na janela, ciente de que as árvores lá fora balançavam com uma fúria contida, a mesma fúria que ardia nela, em cada uma de suas veias que pulsavam seu sangue de forma acelerada, queimando-lhe, ardendo-lhe as entranhas. Concentre-se, dizia a si mesma. Concentre-se e recapitule esta ligação. Sua testa se franziu, seus lábios se torceram.

Iria chorar como uma maldita e desesperada fraca. Iria chorar, porque aquela era uma sensação única e aterrorizadora.

Abriu seus olhos, levantando-se apressadamente.

"–... Ela disse ter reconhecido a sua filha e mais outras duas crianças de idades bem próximas".

Ainda podia escutar e limpou as grossas lágrimas que escapavam de seus olhos, colocando uma meia qualquer, um tênis qualquer. Não se preocupou em pentear os cabelos, ou cobrir seu rosto com qualquer tipo de maquiagem. Pegou com pressa sua bolsa, pisando sobre suas roupas, deixando o quarto com uma velocidade impressionante. Desceu as escadas correndo, segurando-se na parede de cor branca, alcançando a porta da saída em alguns segundos. Com as mãos trêmulas abriu seu pequeno e antigo carro, deu partida, colocando o cotovelo sobre a janela aberta, que permitia que o vento frio lhe lambesse o rosto que parecia queimar.

Segurou o choro, mantendo sua respiração constante, inspirando pelo nariz e soltando pela boca, aumentando cada vez mais a velocidade de seu pequeno carro, ultrapassando faróis vermelhos, os limites da velocidade.

...

– Lola, cadê a Angélica?

– Está dormindo lá em cima, Camila. – Respondeu a senhora que trabalhava para a família Cabello Jauregui.

– Está dormindo até agora? Já não deu o horário da mamadeira?

– Desci justamente para prepará-la, mas o liquidificador pifou e tive que preparar de outra forma. Cortar novamente todas as frutas. – Camila assentiu.

– Ela não chorou, estou atenta. O rádio está em um baixo volume, eu teria escutado.

– Sim, pela forma que essa menina chora, toda a vizinhança teria escutado. A porta estava aberta quando eu entrei, fique mais atenta em trancá-la. É um bairro tranquilo, mas nunca se sabe quando é hora de acontecer alguma coisa.

– Mas eu tranquei a porta, Camila. – Camila sorriu, adorava as músicas de salsa que passava no rádio àquela hora da tarde.

– Não trancou não, Lola. Mas não há problemas, apenas fique atenta, sim? Bem, quer ir para a sua casa? Pode deixar que eu cuido das coisas por aqui, sim? Eu agradeço por me fazer esse favor.

...

Pisou ainda mais no acelerador, cerrando seu maxilar, piscando para que as lágrimas caíssem e sua visão voltasse ao normal. Não respeitou as instruções de trânsito que a levaria até a rua da casa que Lauren morava atualmente. Estacionou o carro rapidamente, saltando do mesmo logo quando a porta se abriu. A fechou com uma forte batida. Não conseguia andar, tinha que correr, dizer aquelas informações a alguém, dizer a outra mãe de sua filha que havia uma esperança, que depois de tanto tempo havia uma esperança.

Bateu na porta com força, tocando a campainha logo em seguida, com aquela necessidade a consumindo, alterando seu metabolismo. Sorriu entre as lágrimas que caiam por seu rosto, levou a mão sobre seu coração, sorrindo por sentir-se arrebatada e emocionada depois de tantos anos. Voltou a bater na porta com mais força.

...

– Não posso mais olhar seus olhos.

– Eu preciso dos seus...

– Eu não posso mais... Eu não posso mais, Lauren.

...

– Lauren! – Gritou, batendo na porta uma vez mais, andando de um lado para o outro, checando que o novo carro se encontrava na garagem. Ela tinha que estar ali, ela tinha, ela precisava, ela deveria estar ali. – LAUREN! – Chamou com mais força, com sua respiração completamente descontrolada. Seus cabelos se soltaram, seu sorriso tornou-se ainda mais emocionado. Cobriu seu rosto com suas mãos, deixando que aquele soluço forte, atrasado e contido invadisse sua garganta enquanto permanecia sorrindo de todo o seu dolorido e destruído coração.

...

– É ISTO O QUE ESTÁ FAZENDO? OLHE PARA MIM E RESPONDA SE REALMENTE ESTÁ FAZENDO ISSO COM VOCÊ, SE ESTÁ FAZENDO ISSO COMIGO. Era a minha filha, Camila. Era a minha vida!

...

A porta se abriu.

E imediatamente Camila tirou as mãos de seu rosto, com seus olhos mirando aqueles olhos que agora assustados e preocupados miravam os seus olhos.
Não soube dizer o que viu nos olhos dela nos instantes que se seguiram àquele momento. Não soube dizer o que havia em seus próprios olhos naquele instante, que fizeram com que ela em poucos segundos franzisse suas sobrancelhas, fechando seus olhos de forma dolorosa, abrindo um emocionado sorriso.

Era isso o que ela via?

O sorriso trêmulo em seus lábios?

Era isso que fazia com que a expressão dela se tornasse não intensa e profunda?

Lauren voltou a abrir os olhos e as lágrimas que escorriam dos olhos de Camila simplesmente cessaram. Lutou contra sua essência, lutou contra sua própria mente e coração que maquinavam contra ela de forma vil.

A advogada não cessou, não se retraiu e nem recuou. Seus olhos agora escuros permaneciam fazendo um estranho contato com os olhos dela, escuros e avermelhados. Ela deu um passo para frente e Camila pôde sentir naquela mesmo instante o que ela faria, o que ela mesma faria, o que de fato queria fazer. Puxaram-se no mesmo instante para um forte e desesperado abraço, puxando roupas, unindo corações. Segurando-se uma à outra como uma força despercebida, primitiva. Lauren mergulhou o rosto em seus cabelos, erguendo-a do chão, segurando-a com uma mão pela nuca, obrigando-a permanecer em seus braços, a grudar-se, a fundir-se a ela. A saudade ameaçava-as consumir.

– Eles me ligaram, Lauren. – Camila dizia apertando-a contra seu corpo, com suas mãos deslizando pelas costas dela, procurando uma forma que o fundir ao seu corpo, de obrigá-la a continuar a apertando daquela forma. – Ele disse que há alguém, que há alguém que sabe sobre ela, há alguém que sabe sobre ela. – Mergulhou a cabeça no pescoço de Lauren, embriagando-se com aquele cheiro natural, conscientizando-se de que aqueles sentimentos ultrapassavam qualquer limite, qualquer explicação.

Não procurou entender o que acontecia.

Não procurou soltar-se dela por saber que havia um par de olhos cheios de lágrimas as mirando com intensidade. Ela tinha esse direito, ELA TINHA ESSE DIREITO. Voltou a sorrir, com seus olhos firmemente fechados, com os soluços ainda lhe sacudindo todo o corpo, com seu coração colado ao coração dela, batendo em um mesmo compasso desesperador.

– Quem lhe disse isso? – Lauren lhe perguntou, com o rosto e os olhos avermelhados, segurando-a pelo rosto, afastando com euforia os cabelos de seus olhos. – Quem te ligou? Quem lhe disse isso? Quem sabe sobre a minha menina?

De repente, naquele precioso instante, Camila desejou que pagasse por sua injustiça.

Que pagasse por sentir durante tanto tempo aquele sentimento egoísta e egocêntrico o qual havia a feito se convencer que somente ela mesma havia chorado a perda, de que somente ela havia sentido a cada maldito dia a ausência de Angélica, que somente ela, aquela mãe que a gerou, não poderia ser a mesma depois de seu desaparecimento.

...

Como estamos? O que será que aconteceu com a Angélica?

Para críticas e surtos estou @ rafaellacabello no twitter.

Beijoxxx.

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