Cache Discovered (Em Revisão)

By camrenfh91

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Tudo que Camila queria era o melhor para sua filha, ela não mediria esforços para faze-la feliz. Já Victoria... More

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By camrenfh91

   OI, PESSOAL... Demorei, me desculpem, por favor!

   E se tivéssemos pelo menos uma vez na vida a chance de voltarmos ao tempo e concertar um erro irreversível? Uma estrada que não era para virar ou um namoro que não era para aceitar ou até mesmo, um amigo que não era para magoar? Me pergunto se usaria isso ao meu favor realmente ou contra mim literalmente. Tenha a plena certeza que seria contra mim. Tenho a certeza que seria a pior decisão da minha vida, por que olhando a minha frente tenho a imagem de Victória e Lauren, correndo uma da outra, que antes corriam atrás de uma bola, mas desistiram da bola fácil para manter a interação somente entre elas, sem nada ao redor que valesse além do que uma valia para outra. Eu voltaria atrás, não hoje, nem ontem, mas no dia que me descobri gravida da Lauren. Eu voltaria atrás e não me preocuparia com nada além de não estar esperando um filho com apenas 17 anos, eu voltaria sem dúvidas, aquele dia eu nem pensaria duas vezes em nunca me envolver com Lauren. Agradeço que não tive essa chance de voltar atrás, jamais cansarei de dizer que minha filha é a razão da minha vida e de que eu a amo com cada célula do meu corpo.
 
  A vida não pode retroceder, tem que ir para frente enfrentando todos os obstáculos que aparecem, mesmo que as vezes não temos forças para isso. Vai chega uma hora que entenderemos cada pedra que foi colocada em nosso caminho. A minha pedra, no caso, tem o sorriso mais lindo do mundo e foi o melhor para minha vida. Minha filha.

- Eu te amo! – Como se ela lesse os meus pensamentos, se jogou em meus braços e declarou seu amor por mim. – Por favor, me salva dela!
Lauren chega logo atrás e se joga ao meu lado.
- Como pode ser tão espertinha assim?! Fala que me ama só para te salvar dessa coisa!
   Falei com falsa indignação.
- HEY! Não me chame de coisa! – Vick caiu na gargalhada – Você sabe que não pode salvar ela de mim, não é?
   Sorriu maliciosa para mim. Eu estava sentada com Vick entre minhas pernas me abraçando forte. Em um movimento rápido como se tivéssemos peso de pena; nos pegou e trouxe até ela, deita sobre a toalha que está esticada na grama, com nós por cima dela. Ficamos eu e Vick cada uma presa em um braço.
  - Ela nunca vai nos soltar, mamãe! faça alguma coisa, por favor!
   Fez aquele bico adorável que descobri ser idêntico com o de Lauren.

   - Iiiiii nem vêm! faça você!
  Rimos mais uma vez, já tinha perdido a conta de quantas gargalhadas tínhamos compartilhado aquela tarde.

  Fazia por volta de dois meses que Lauren e Vick se conheceram como mãe e filha, desde então, não se desgrudam por nada nesse mundo. Sempre que Lauren tem tempo me liga diz que quer ver nossa filha e a mim também, pede se pode vir na nossa casa e eu falo pela milésima vez que não era mais necessário ficar pedindo, era só vir.
  - Obrigado por nos ajudar hoje na mudança - falo ainda abraçada no seu corpo - Não entendi por que minha mãe se recusou a nos ajudar, deve ser sua alergia a ácaros. Você foi bem útil, não em arrumar, mas em carregar pesos e quebrar algumas coisas, você foi muito boa.
  - Ei, sua chata! foi só uma jarra! Fui muito útil, mais do que você pode me confessar!
  - Nem vêm se achando, Vick me ajudou mais que você!
  Fiz bico.
  - Aaaa sua ingrata, adorei ajudar vocês, de nada. Ser a carrega peso oficial! - Dei de ombro como pude, já que ainda  estava presa em seu corpo - Não faz esse bico quando eu não posso mordê-lo...
   Eu sorri internamente, estávamos nos tornando tão próximas. Não tinha mais medo do que podia vir, nem acredito que em tão pouco tempo me acostumei com a presença de Lauren em minha vida, na vida da minha filha, adorava como ela a olhava com tanto amor, as vezes esses olhares eram destinados a mim também, eu me derretia e fingia que não tinha percebido.
  - Nada está te impedindo.
  Olhou para nossa filha e viu que ainda estava entretida lutando contra seu outro braço. Me agarrou pelos cabelos da nuca e fez que eu subisse até a altura de sua boca, mordeu meu lábio inferior, me deu um selinho e encaixou nossos lábios se movimentando de leve, movimentos doces e apaixonados. Senti como se tivesse flutuando. Quando tentei me soltar, pois nossa filha estava do nosso lado e um monte de pessoas iam e vinham por ali, ela me segurou no lugar firmando sua mão no meu cabelo com força, amoleci e agarrei a toalha de baixo de nós com uma mão de cada lado de sua cabeça.
  Ouvi um gritinho e palminhas logo em seguida. Paramos de nos beijar e eu encostei minha testa sobre a de Lauren, que riu de mim por estar envergonhada.
   Hoje eu e Vick nos mudamos para um apartamento não muito longe da casa de meus pais. Eu precisava viver isso, somente eu e minha filha, começando uma vida juntas em uma nova casa, estávamos nos tornando independente aos poucos.
  Era sábado, na segunda Vick teria seu primeiro dia de aula, -que ja estava mais do que na hora - como era nova de mais para começar no período integral, estudaria pela manhã, pegaria ela na hora do almoço e pela tarde ficaria com minha mãe.
   - Victória Cabello...
   - ... Jauregui! - Lauren completou e olhou para mim com um enorme sorriso, a poucos dias tinha registrado Vick com seu sobrenome também - Você é uma estraga prazeres!
   - Estraga prazeres?
   Nos olho com cara de duvida. Sorri internamente, mas logo me contive e dei um tapa fraco na coxa de Lauren.
   - Esqueci, filha! - disse - Não era isso que iria dizer, sua mãe que é uma enxerida, só queria que parasse com suas festas de palminhas.
   - Só sobra pra mim. Não sou enxerida!
   - E eu não sou estraga prazeres!
  Elas fizeram bico uma para a outra. Idênticas.
   Estávamos em uma praça perto de minha nova moradia. Estendemos uma toalha sobre a grama para nos sentarmos, Lauren levou uma bola para nós, mas quem acabou brincando foi somente ela e Vick, fiquei sentada as admirando, me recusando a levantar.
   Quando o sol tinha acabado de se pôr, levantamos e fomos andando para minha casa.
  - Lauren, você poderia ficar para o jantar. - afirmei na frente do prédio - Vai em casa tomar um banho e volta!
  - Sim, mamãe. Mamy vai ficar!
  - Não sei não, vocês estão cansadas, estamos desde cedo lutando com essa mudança. Não é melhor deixar pra outro dia?
  - Não, estamos bem, Vick tem carga extra, a não ser que você queira dormir, carregadora de pesos oficial?
  - Eu estou ótima! - pegou Vick no colo a abraçou e colocou no chão de novo. - Vou indo e já volto pra te ajudar no jantar.
   Deixou um beijo na minha bochecha, virou para ir embora , não se contentou e virou de volta, beijou meus lábios e se foi.
  - Mãe, a Mamy é doida! - colocou suas mãos sobre o rosto - Mas amo ela mesmo assim.
   Deu de ombros.
  - Eu também... - ela me olhou curiosa - ...Ehh.. acho ela doida.
   
     ...

  Por volta das sete e meia Lauren chegou, sua presença, seu cheiro pareceu tomar conta do apartamento todo. Não sei se ela me ajudava ou me distraia mais, Nossa filha se concentrou em seus desenhos na TV, enquanto eu e Lauren terminávamos a janta.
  Quando estava perto de terminarmos, ouvi um toque de celular, a outra mulher da cozinha que mexia algo no fogo, desligou e foi pegar o celular sobre a bancada. Ouvi seu longo suspiro, logo depois ela atendeu e um grito de uma mulher no outro lado da linha pode ser ouvido até por mim " LAUREN MICHELLE!", ela afastou o celular da orelha e fez uma careta.
  - Mãe! Não grite... Sim, estou em um prédio e não faço nada contra lei... Eu ainda não fui embora por que não está na hora... Meu Deus, mãe. Não tinha nada que me seguir, está paranoica, por que fez isso? ... Eu não vou descer! ... E você não vai bater em cada porta desse prédio a minha procura! ... Ta bom eu vou descer!
  - O que está acontecendo, Lauren?
  - Minha mãe está...
- Essa parte eu já entendi. - respirei fundo para não gritar e Vick acabar ouvindo - Só não entendo por que sua mãe não sabe por onde anda a ponto de achar que faz algo contra lei.
   A encarei cruzando os braços na frente do meu corpo. Ela deu um longo suspiro dando um passo em minha direção ficando mais próxima de mim.
- Eu não devo mais explicações da minha vida pra ela.
- Não me venha com essa! Por que não contou ainda sobre Vick pra ela? - Ela me olhou como se não houvesse explicação para aquela pergunta e isso me tirou do sério. - Você quer brincar de casinha aqui enquanto lá fora vive a mesma vida de antes, sem compromisso com nada?! Aqui dentro você ama sua filha, mas não teve nem a decência de contar a sua MÃE! - Gritei a ultima parte e coloquei  as mãos sobre a minha boca para abafar o soluço. A raiva já possuía meu corpo, sem entender as atitudes de Lauren. - Você não é mais uma adolescente que tem medo disso, Lauren, eu fui uma adolescente que morreu de medo de seus pais. Então, me diga de uma vez o que você quer! Não venha com meias verdades, se quiser nos tornar uma mentira saia daqui e nunca mais volte!
Lagrimas escorreram pelos meus olhos, Lauren apenas se virou e saiu. Ouvi ela e Vick falarem alguma coisa uma para outra, me encostei na pia e chorei, rezei para minha filha não aparecer na cozinha e assim, me ver mergulhada em lágrimas.
  Queria socar Lauren,  gritar com ela, manda-la para os quintos dos infernos. Não tinha a mínima ideia de quanto tempo teria ficado de cabeça baixa sem acreditara no que aquela maldita fez.
   Levantei minha cabeça e a primeira coisa que meus olhos focaram foi em sua carteira e chaves sobre a bancada, meus olhos ficaram nublados de ódio e quando peguei a suas coisas para jogar no lixo ela entrou na cozinha a passos largos me encurralando na bancada, me deixando com mais raiva do que já estava, mas não tinha forças para discussões. Empurrei suas coisas sobre seu peito me sentindo frágil naquele momento.
  - Agora vá embora de vez!
Ela pegou suas coisa e colocou sobre a bancada de novo, segurou meu rosto com uma mão de cada lado, enquanto eu balançava minha cabeça de um lado para o outro, tentava a todo custo tirar suas mãos dali, quando minha mãos pousaram sobre as suas para arrancar as delas, ela falou.
- Eu não contei ainda para ela, por que não estava pronta, estou sendo covarde e não queria sentir mais tristeza de meu pai falecido e que não pode conhecer nossa filha, por que eu sei que ela vai falar, vai falar em como meu pai adoraria conhece-lá, isso vai acabar comigo. Tudo em nossas vidas agora para ela gira entre e se o Michael tivesse aqui. Eu sofro todos os dias por deixar meu pai morrer com tanto desgosto de mim, eu queria ter mudado antes, mas nunca consegui, era acostumada com minha vida do jeito que estava, quando eu tentei ser mais forte que tudo isso e mudar as coisas meu pai se foi, me fazendo ser fraca mais uma vez, buscando álcool como apoio. Faltava tudo em mim, mas em poucos dias. Não! - Balançou a cabeça - Foi no dia em que coloquei os olhos em você, depois de anos, percebi que só faltava uma coisa, uma pessoa, que mais tarde descobri que seria duas pessoas e vocês vieram com tudo que eu precisava, o meu refugio é quando estou com vocês. Por favor, não desista de mim, me perdoa por ser covarde e fica comigo, me deixa ficar?
  Ela me abraçou sem esperar minha resposta, suas palavras rolavam pela minha mente. Pude sentir o seu medo de nos perder e sua vontade de fazer dar certo, minha cabeça doeu, mas meu coração se aqueceu. Aquilo tudo poderia ser resolvido e isso me deixou aliviada, por um momento me senti dramática, mas me doeu ser uma mentira para as pessoas da vida de Lauren.
   Jauregui só estava esperando o momento de seu luto por seu pai não a doesse tanto, que ela já estaria mais conformada pelos rumos de que sua vida tomou, isso me reconfortou e me deixou triste por tudo que aquela mulher deveria estar sofrendo.
    - Mamãe, tem uma mulher na sala que a Mamy trouxe me olhando e eu estou começando a ficar com medo.
  Victória nos olhou e Lauren ainda continuou agarrada no meu corpo. Imaginei que essa tal mulher seria sua mãe, que finalmente me soltou e enxugou as lagrimas de costa para nossa filha, se virou e a pegou no colo.
  - Quero que conheça a minha mãe, meu bebê! - falou - Ela é uma pessoa legal e vai amar saber que você é minha filha.
  - Acho que eu tenho medo dela, Mamãe. - me olhou assustada. - Me desculpa, Mamy, mas eu acho que ela não gosta de mim. 
  - Não fique preocupada enquanto a isso, eu te juro que ela vai te amar, ela só está te encarando, pois ficou surpresa com a nossa semelhança, só pode ser isso, ela não sabe que é minha filha ainda. Confia na Mamy!
  Vick concordou com Lauren com um expressão de indecisão no seu rosto e naquele momento também descido confiar nela.
  - Filha vai indo na frente e não fale nada até nós chegarmos lá, tudo bem? - Ela concordou, Lauren colocou ela no chão e ela foi em direção a sala. - Eu exagerei, não sinta na obrigação. Eu sei que você está mudando, me disse que começou trabalhar, que parou de beber, vai ficar tudo bem, que seja no seu tempo.
  - Já está na hora de tudo ser esclarecido. Eu não fiquei do seu lado quando teve que contar e nem se compara o que vai acontecer aqui pelo o que você passou, mas por favor fique ao meu lado e me perdoe por tudo que te fiz passar.
  - Eu te perdoei, Lauren. Não tinha nada que ter tocado nesse assunto, pois quem perdoa esqueci. Eu fico com você, tenha paciência comigo e a gente da um jeito no resto.
  - Você nem precisa me pedir isso, você me perdoou até rápido de mais - sorriu - Não reclamo disso é claro!
     Sorriu sacana.
  - Sem gracinhas agora, Lauren. Vamos que sua filha está sozinha com a fera.
  - Que fera, linda? Ela não é fera!
  - Mas é sogra!
  Riu.
- Sogra é? Sua sogra? - Dei de ombros com uma carinha de ironia e ela gargalhou com vontade - Sem gracinhas agora, dona Camila!
  Fomos mais tranquilas até a sala. Chegando lá a Vick e a mãe de Lauren estavam em uma conversa bem animada, eu e a morena nos entreolhamos desconfiadas. A mais velha da sala parou a conversa com a mais nova e olhou para sua filha com os olhos cheios de raiva.
  - Por que não me contou, filha desnaturada?
  Vi a mágoa em seus olhos.
  - Por que não contou a ela, Mamy desnaturada? - Falou com carinha de raiva - Tive que contar não me contive.
  Deu de ombros e eu olhei para ela com repreensão, fazendo ela se encolher no sofá.
  - Mãe, eu ia te contar..
- Mas não contou! - soltou uma lufada de ar se controlando - Sua filha teve que me dizer: Desculpe, eu tenho medo da senhora, mas parece que minha Mamy tem mais e não te contou que eu sou a filhinha linda dela. Não fica mais brava com ela, faz pouquinho tempo que eu sei que minha Mamy é minha Mamy também! - Ela se levantou do sofá e apontou o dedo para Lauren - Eu só não te mato, por que agora você tem uma filha.. uma filha.. minha neta! Meu Deus, eu tenho uma neta? Uma neta, Lauren?
  Lagrimas escaparam dos seus olhos e eu continuei estática sem saber o que fazer, quando ela cobriu o rosto com as mãos eu dei um empurrão em Lauren para que ela fosse até sua mãe consola-la. Ela a abraçou acanhada, mas logo sua mãe a envolveu em uma abraço forte.
  - Sim, mãe. Ela é sua neta e minha filha. Me perdoe por não te contar antes...
  - Lauren, meu Michael... O sonho dele, minha filha! - soluço atrás de soluço - Que você tomasse jeito, claro, tomasse rumo na vida e depois dar uns netos a ele... E agora eu entendo, por que não chega mais bêbada e que está indo para a empresa trabalhar... Essa garotinha vai te salvar. 
   Elas continuaram abraçadas, percebi que não era só umas das mulheres que choravam e sim as duas. Peguei Vick no colo e segui em direção a cozinha dando o espaço delas.
  - Eu sou heroína e vou salvar a Mamy, Mamãe!
- Você merece um castigo, esta muito boca solta e ainda por cima se achando assim, com certeza isso vem da sua outra mãe.
- Desculpa, não faço mais, juro!
- Claro, filha, você já fez! - A olhei seria e ela murmurou um opps para mim - Agora me ajuda a arrumar essa mesa para chamarmos sua nova vó pra jantar!

  Esperei até que elas aparecessem na cozinha. Os olhos das duas estavam vermelhos, mas estavam mais calmas e serenas agora.
  - Mãe, essa é Camila a outra mãe de Vick.
  Eu estava sentada na mesa, me levantei e estendi a mão para cumprimenta-la.
  - Prazer, Camila. Sou Clara.
  - Prazer, Clara. - Sorriu para mim e eu para ela - Quero te convidar para se juntar a nós para jantar.
  - Não vou poder ficar, querida, mas agradeço pela gentileza.
Vick apareceu na frente de sua mais nova Vó e lamentou.
  - Já vai embora? Nem te conheci direito, Vovó!
  - Vamos ter outras oportunidades, anjinho. Eu amei te conhecer e vou adorar se suas mães te levaram na minha casa. Pode ir lá quando quiser, assim vamos nos conhecer direitinho! Agora, você da um abraço na Vovó - se agachou e Vick pulou em seu pescoço quase a derrubando-a. - Calma, anjinho.
  - Victória! Cuidado, filha!
  Por incrível que pareça, não fui eu quem disse isso, tinha sido Lauren, fiquei feliz, pois percebi que ela já estava repreendendo-a e educando-a em pequenos detalhes como este, não só dizendo sim e rindo de suas artes, aos poucos pegaria essa de ser Mãe.
 

  O jantar ocorreu entre risadas e brincadeiras leves. Vick falava tudo que vinha na cabeça, Lauren ouvia com atenção e eu ria com gosto. Fomos até a sala com intenção de assistir um filme, mas Vick estava cochilando com seu braço direito sobre minha barriga e uma das pernas em cima das minhas e a morena do seu outro lado com o braço apoiado no encosto do sofá e sua mão perdida nos meus cabelos me fazendo um carinho que me deixava relaxada, mas quando suas curtas unhas desciam arranhando minha nuca me causava um estado de alerta e arrepios pelo meu corpo.
  - Leva Victória para o quarto! - Ela a pegou do meu colo e minha filha esperneou manhosa, depois relaxou no colo da outra Mãe - Eu preciso de um banho, vai ficar mais um pouco ou já vai pra casa?
- Eu posso te ajudar no banho. - sorriu torto - Adoraria ajuda-la!
Sorri sapeca, para não gritar sim. Fui para o meu quarto. Querendo muito que ela aparecesse por lá.
   Minha corpo pedia e implorava por ela. Minha mente gritava fodasse, separando as silabas, eu queria me jogar em seu braços e me perder em seus beijos, mas não só nos beijos, uma necessidade de Lauren nesse momento era mais que o ar que puxava com dificuldade, mas tinha medo, talvez vergonha, não consigo identificar. Uma insegurança tentava se apossar do desejo ardente que tomava conta do meu corpo.
  FODASSE!
  Eu quero aquela maldita, com ou sem insegurança. Quero o corpo. Quero todos os toques, que estavam mais vivos do que nunca na minha mente da nossa primeira vez. " Quero tanto você, Lauren!". Minha boca secou, meu coração disparou e minha mente falhou. Tinha que ser hoje, tinha que ser agora. Em todo esse tempo nunca quis tanto isso como quero agora. Eu queria algo carnal, sem carinho, com força e brutalidade. Como esse desejo tomou posse do meu corpo? Nunca experimentei algo parecido. "Quero tanto você, Lauren!". Meu Deus, sou uma mulher de vinte e poucos anos que ainda não experimentou nada parecido, que nunca ficou de quatro para alguém, pode parecer exagero meu, muitas pessoas morrem sem fazer isso, mas para mim, para agora, eu quero que se torna real em minha existência. Nunca achei que isso se tornaria algo tão necessário para mim, mas ela me fez imaginar. Ela sobre mim. Ela em um chuveiro comigo. Ela dentro de mim. Lauren me fazendo gozar e gritar com isso, amolecer em seus braços. Seria possível não sentir minhas pernas por um tempo?
"EU QUERO TANTO VOCÊ, PORRA!"
   Eu não tenho experiência, fiz sexo poucas vezes na minha vida, mas nada se compara o que eu quero agora. Minha insegurança sobre não estar a sua altura sumiu em poucos pensamentos de Lauren nua. Então, fodasse.
  Assim que pisei em meu quarto arranquei a blusa do meu corpo. Fui para frente de um espelho que refletia meu corpo inteiro e me senti ridícula pelo estilo do meu sutiã. "Bege, Camila? Tinha que ser bege?" Pode ser que uma lingerie bege pode até ser sexy, mas com toda certeza essa de mamãe que está no meu corpo não é. Ela foi a segunda peça que eu arranquei e joguei pelo quarto, depois foi a calça moletom e fiquei orgulhosa da minha calcinha, pequena, preta e sexy, mas não precisaria dela, a tirei e o orgulho maior foi minha depilação, essa que me fez de vez seguir em frente. 
  "Eu quero tanto você, Lauren!".
Soltei meus cabelos e eles caíram pelas minhas costas, apaguei as luzes, somente a luz da lua que entrava pela janela me iluminava, sentei na beira da cama e cruzei as pernas.
   Quando conseguir ouvir passos pelo corredor um sorriso nasceu em meus lábios, mas quando ouvi que passaram direto pelo meu quarto quis chamar ela de burra. Ela me esperaria na sala.
Coloquei a cabeça pra fora do quarto e me escorei na moldura da porta.
- Lauren! - Não gritei alto, pois Vick dormia no quarto mais a frente. - Eu preciso de você aqui!
  Senti minha umidade crescer e meu sexo se contorceu pelas simples palavras que saíram da minha boca.
Fui até o meio do quarto e permaneci de costas para a entrada dele.
   - Do que você precisa, Cami...?
  Sua voz morreu no fim da frase e um sorriso matador brilhou em meu rosto. Acho que o tesão transforma as pessoas, por que realmente não me conhecia agora.
  - Eu preciso de um banho e quero que você esteja nele! - Me virei em sua direção e me surpreendi comigo mesma por não sentir vergonha, nem insegurança e acabar gaguejando estragando tudo. Sua boca abria e fechava tentando pronunciar alguama palavra e suas mãos estavam fechadas em punho com tamanha força que conseguia enxergar seus músculos dos braços rígidos. - Não me faça gritar que eu quero você, Lauren!
....

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