Amor Confuso

By CeciLily130

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Imagine um universo onde existem humanos, deuses gregos. romanos, elementares e de todos os tipos possíveis... More

🌹Sinopse👑
🌹Book Trailer👑
🌹Capitulo I👑
🌹Capitulo II👑
🌹Capitulo III👑
🌹Capitulo IV👑
🌹Capitulo V👑
🌹Capitulo VI👑
🌹Capitulo VII👑
🌹Capitulo VIII👑
🌹Capitulo IX👑
🌹Capitulo X👑
🌹Capitulo XI👑
🌹Capitulo XIII👑
🌹Capitulo XIV👑
🌹Capitulo XV👑
🌹Capitulo XVI👑
🌹Capitulo XVII👑
🌹Capitulo XVIII👑
🌹Capitulo XIX👑
🌹Capitulo XX👑
🌹Capitulo XXI👑
🌹Capitulo XXII👑

🌹Capitulo XII👑

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By CeciLily130

🌹Capitulo XII👑
O Primo do Príncipe

MAGNIUS

Assim que ouvi a voz irritante de meu primo, afastei minha testa da de Marion e lancei-lhe um olhar assassino.

- Landom. - disse trincando a mandíbula, ele tinha de aparecer justamente agora? Justamente num momento como esse? Ele não haveria de chegar apenas daqui a dois dias?

- Achei que seu primo só chegaria daqui a dois dias - fala Marion confusa tirando as palavras de minha boca.

- É verdade senhorita, mas eu quis fazer uma surpresa ao meu priminho. - Ele fala em tom zombeteiro, e minha vontade de deferir-lhe um soco na face é enorme, mas controlo-me por causa da presença de Marion.

Todavia, não pude evitar serrar o punho, antes que lançasse ele em direção ao nariz de Landom já que as vezes meu corpo cede aos meus desejos sem a permissão da mente, Marion, viu meu gesto e de algum modo, entendeu que eu não sentia-me a vontade com meu primo por perto. Fascina-me esta "habilidade" que possuímos de compreender totalmente o que o outro quer transmitir, seja com gestos, olhares e falas, é útil e encantador, já que nenhuma outra já teve tal... Conexão com minha pessoa, e acho que o mesmo vale para ela.

- Acho que já está na hora de voltarmos, não? Já está a ficar tarde, é melhor nos recolhermos. - falou a princesa pondo sua mão sobre a minha que ainda se mantinha repousada seu ombro, pois a outra estava na lateral de meu corpo, cerrada. Ela levantou-se como uma dama, com elegância total enquanto eu a ajudava como um cavalheiro deve fazer. Ofereci meu braço para que se apoia-se em mim, e também para que Landom não o fizesse. Meu primo que ainda nos observava, agora felizmente calado, apenas deu um sorrisinho de lado e nos seguiu.

Fazemos todo o percurso em silencio, Marion está quieta, mais que o normal, percebo que ela estava novamente com aquela máscara de formalidade. que já a vira usar antes, mas agora, agora era mais intensa, como se ela sentisse a tensão que paira no ar e quisesse tentar contê-la e ou controla-la. Só posso afirmar um facto: Ela é uma mulher fascinante.

Assim que voltamos ao salão de refeições, Landom se retirou e eu acompanhei Marion até seus aposentos.

Quando chegamos na porta de seu quarto, ela parou em frente a porta e me encarou antes de abri-la.

- O que estava havendo entre você e seu primo? - indagou com a negra sobrancelha erguida, num tom que se assemelhava a uma bronca, com um misto de curiosidade e preocupação.

- Simplesmente nos odiamos - falei dando de ombros, como se aquela simples constatação explicasse tudo, mesmo eu sabendo que não.

- É mesmo? - indaga sarcasticamente - Nem pude perceber! - afirma ela/ com ironia na voz, essa mulher é sem limites, completamente confusa. Agora, em frente a ela, eu via que sua máscara formal caíra por terra dando lugar a uma curiosidade que suponho que possa ser insaciável.

- O que eu posso fazer se ele sempre quer problemas? Sempre busca provocar-me, insultar-me e... - Tirar tudo que é e pode ser meu, com você, quer ter tudo o que tenho de uma forma doentia e insanamente perigosa, sem levar em conta quem irá ferir no caminho para isso. Completo mentalmente, Creio que isso possa ser demais para ela assimilar.

- Poderia pelo menos fingir que não quer pular no pescoço dele toda vez que o vê? Não sei... Respire fundo, pense em algo agradável, repita um mantra, mas disfarce, deixe seus desejos e vontades apenas em seu interior, finja que sir. Landom não o incomoda. Pelas aparências. - Ela me pede com a voz assumindo um tom de súplica misturado a preocupação, ela realmente está querendo ajudar-me, não está a repreender-me pela rixa que venho a possuir com Landom como mamãe faria.

- Posso tentar, mas... Marion, ele é quem me provoca. E mesmo que obtenha êxito na tarefa de suportá-lo sem entrar em conflito, ele tentará me tirar do eixo, e... - Conquistá-la, toma-la para si, enganá-la. Completo mentalmente, sem ter total coragem para avisá-la completamente sobre meu primo.

- Não preocupe-se! Tentar-ei estar ao teu lado sempre que se fizer necessário para evitar que perca o controle, sim? - Marion me garante, mas ainda assim dá-me a opção de escolher. Não há o que se escolher, ela ao meu lado é exatamente o que preciso para não tentar bater em Landom.

- Sim - com isso ela me surpreende com um sorriso genuinamente belo e um abraço, que retribuo - Marion? - falo sem ainda soltá-la, que se move no abraço para poder olhar-me nos olhos - Tome cuidado com Landom, ele pode ser-lhe perigoso - aviso-a e ela assente, meio séria, mas com um ar um tanto risonho.

- Pode deixar! Afinal, sou irmã da princesa Mirian, e se sobrevivo a ela desde que nasci, seu primo não me será um problema - Marion afirma e faz piada da qual acho graça, possivelmente algo entre ela e a irmã,

- Sua irmã não deve ser tão ruim! - argumento, não pode ser pior que Landom.

- Ela é ótima! - afirma a princesa agora com um sorriso mais aparente. - E um pouco maluca.

Solto uma risada diante da visão que Marion tem da irmã mais velha. Ela se solta de meu abraço, abre a porta, entra no aposento e pouco antes de fechar a porta olha em meus olhos e fala docemente:

- Boa noite, Magnius

- Boa noite, Marion

Então sigo para meu quarto com um sorriso bobo pregado no rosto, pensando na princesa nácendiana de cabelos e olhos negros, juntamente com uma pequena lembrança de nosso primeiro beijo, de seu sorriso branco como diamantes, no seu perfume de magnólias e morangos, nela em si. Estes são os únicos pensamentos que possuem minha mente o resto da noite. E meus sonhos.

*~~~*~*~*~~~*

No dia seguinte, perante a correria que se instalou no palácio para terminar os preparativos para o baile, então mal tive tempo de conversar com Marion ou Landom.

Só pude ver a princesa durante as refeições, mas ela estava compenetrada no [s assuntos da organização do baile, em função deste fato nós não pudemos trocar mais que algumas palavras, e também havia a presença do desprezível do meu primo para dificultar tudo.

Landom, como já era de seu feitio, tentou tirar-me do sério, e devo dizer que houveram horas estive a ponto desferir-lhe um soco. Mas para minha sorte e principalmente a dele, Marion estava conosco, ajudando-me a controlar-me com sorrisos e olhares.

Agora, começo a pensar como consigo entender perfeitamente os sinais que Marion transmite, assim como percebo que ela entende os meus. É curioso como nos conhecemos a praticamente duas semanas e já temos um relacionamento amigável.

Mesmo que algumas vezes estejamos a ponto de esbofetear um ao outro, de ela me esbofetear para ser mais exato pois jamais levantaria a mão para ela, isso ocorria de um modo tranquilo e suave, como uma brincadeira inocente, já quando eu troco farpas com Landom, não é de brincadeira e o mais seguro é ter alguém por perto para impedir-nos de assassinar um ao outro. Pois ele é homem e não hesitaria em deferir-lhe alguns socos caso necessário.

*~~~*~*~*~~~*

Depois de correr contra o tempo nesses últimos dois dias, os preparativos para o baile de Landom estão, finalmente, prontos.

Marion está animada, sorridente, percebo que ela apreciou do resultado final. Devo admitir que o salão de bailes ficou encantador, apesar de ser em homenagem a um ser tão desprezível quanto meu primo, não posso negar que está tudo belíssimo. Das cortinas as flores e o buffet, tudo possui uma atmosfera agradável, leve, mas ao mesmo tempo é formal, não parece um baile organizado por uma criança, mas por uma princesa, uma futura rainha. Posso perceber que mamãe deixou Marion cuidar da maioria dos detalhes, então para onde olho vejo algo que a princesa fez, vejo como ela faz as coisas e penso que se algum dia ela vier a ser a Rainha de Cristarllion fará um excelente trabalho.

Estou a terminar de arrumar-me, escolhi para usar esta noite um tradicional fraque de gala prateado com detalhes em azul, e - modéstia à parte - admiro que fico muito bem em trajes como esse. Penteei os cabelos para trás, mesmo que inutilmente, pois fui nascer com cachos, então eles nunca ficam no lugar, já desisti, é trabalho perdido, apenas ficam mais brilhantes. Botas de gala negras destoam do resto do traje, mas ainda assim combinam, para finalizar, coloco um sabre de gala na cintura. Estou pronto para o baile.

Saio do meu aposento e desço para o salão de bailes, lá sou anunciado da forma tradicional, como "Vossa Alteza Real, o Príncipe Herdeiro Magnius", nada com o qual eu já não esteja acostumado, já que acontece todos os bailes. Assim que desço as escadas, ouço suspiros afetados de alguma donzela que pensa ter alguma chance de fisgar-me, mas quando passos os olhos pelo salão vejo meus amigos, como Marion não está entre eles e nem em nenhum outro lugar, presumo que ainda esteja a arrumar-se, vou ao encontro deles, assim que estou mais próximo, Joshua faz piada, como sempre e os outros dois riem. Tenho certeza que aquele winderino irritante disse algo sobre mim, mas acho melhor ignorar.

Entrar na conversa é fácil, conversar com esses três sempre é bom, agradável, nunca nos prendemos a títulos, então não há limites para as piadinhas, mesmo que elas irritem um pouco as vezes, é melhor do que ter um monte de fantoches que não sabem se divertir e sempre estão me bajulando desnecessariamente. Ficamos ali por algum tempo, sem importar-se muito com as pessoas ao nosso redor, até que ouço:

- Apresento, Vossa Alteza Real, a Princesa Marion, de Nárcend. - viro-me quase que automaticamente e encaro a princesa descendo a escadaria, mais bela do de costume, num longo e reluzente vestido dourado esvoaçante, cabelos presos em um coque alto, uma coroa de ouro em sua testa e um par de brincos tremeluzindo em suas orelhas.

Extremamente, completamente e totalmente bela.

Gabriela passa a mão discretamente pelo meu fraque para se certificar que está tudo em seu devido lugar, mulher perfeccionista essa. Não demora nem um segundo para Rodrigo e Joshua me empurrarem na direção as escadas, e da minha princesa. Espera, minha? Não, eles me empurram em direção a princesa, mas a verdade é que não é necessário, eu iria de qualquer modo, assim que saísse do estado de catatonia em que estava envolvido. Chego ao fim da escada onde não demora chega, estendo a mão para ela que a pega, dando-me uma silenciosa permissão para conduzi-la pelo salão, então a levo em direção aos nossos amigos, onde eu estava previamente.

Assim que chegamos perto dos três, eles a abraçam, trocam seus cumprimentos, pois apesar de amiga, Marion ainda era uma princesa, mesmo que eu também fosse um príncipe, esses três já não se importavam com etiqueta ou protocolo tratando-se de mim, somos amigos e espero que em breve eles possam tratar a princesa do mesmo modo.

Começamos a conversar sobre qualquer coisa a qual não presto atenção alguma, tudo o que consigo captar são apenas as reações de Marion, as quais observo com demasiado afinco.

Ela está lindíssima neste traje dourado, faz-me lembrar um raio de sol, e seus cabelos o espaço. Ou melhor, uma pedra preciosa, uma joia de inestimado valor feita do mais reluzente ouro e do mais escuro diamante negro.

Essa sim, é com toda certeza a melhor definição para a Marion ao meu lado: uma joia muito mais que preciosa composta de ouro e diamantes negros. Mais bela que os "diamantes da temporada" que querem chamar minha atenção com sua beleza calculadamente falsa, a beleza genuína e sutil de Marion a destacam e a deixam em maior evidencia.

Se fosse uma pintura eu iria desejá-la apenas para colocar na parede de meu quarto, para que somente eu pudesse admirá-la. Para que fosse apenas minhas. Pareço um tolo pensando tais coisas, eu sei, mas torna-se quase impossível com Marion ao meu lado tão bela. É o mesmo que pedir para alguém visitar Marelorn e desejar que ela não mergulhe por entre as águas plácidas ou arrisque-se por entre as ondas perigosas que lá existem. Impossivelmente difícil.

Quando vejo o maestro informar com um discreto sinal de mãos, que vai começar a primeira valsa da noite, percebo que Landom viu o mesmo, ou deve ter percebido a movimentação dos casais, mas de uma forma ou de outra, ele vem aproximando-se de nós.

Rodrigo, Joshua e Gabriela também o percebem, pois o Rodrigo tira a Gabriela para dançar, faço mesmo com Marion, que assente graciosamente. Quando nos viramos para nos juntar aos outros casais no centro do salão de baile, ela aperta de modo suave minha mão, fazendo-me olhá-la. Quando nossos olhares se cruzam, vejo que ela também percebeu a aproximação de meu primo, pois sorri enquanto meneia a cabeça em sua direção quase imperceptivelmente.

Nem por isto, paramos de andar, até que quando percebemos, estamos no centro da pista de dança, ao olhá-la num mudo pedido de desculpas por meu leve desatentamento, ela sorri. Compreensiva. Poucas mulheres são assim, entendo quando dizem que as princesas nárcendiana são joias raras, se eu vier a casar-me com Marion, nossos filhos poderão ser tão incríveis quanto a mãe. Mas o que estou dizendo? Filhos? Estou mesmo falando estas coisas? Ora dane-se! Estou com ela aqui e agora, não vou estragar o momento pensando nisto.

Nos primeiros acordes, como dita a música, nos afastamos um pouco e fazemos a mesura exigida na dança, em seguida seguro sua mão na minha e coloco a outra em sua cintura, enquanto ela deposita sua outra mão em meu ombro.

Começamos a dançar, o som da valsa nos guia, nada mais existe, nem mesmo o olhar penetrante de raiva e descontentamento de Landom sobre nós. Nem a cara de riso de Joshua de quem estava com a razão.

Não devia, mas não consigo evitar aproximar Marion mais ainda de meu corpo num gesto de possessividade.

Possessividade? Com a Marion? O que deu em mim? Desde quando eu sou possessivo? Bom, creio que sei: quando meu primo descarado e maldoso está de olho na minha noiva! Digo, possível noiva.

Respire fundo, acalme-se, pense em coisas boas, pense na Marion dançando com você, aqui e agora. Digo para mim mesmo tentando voltar a realidade, o que funciona, já que a lembrança da princesa colada a mim é muito nítida e agradavelmente revigorante. Continuamos dançando, ainda em silencio, numa espécie de confecção mágica invisível, e nenhum dos dois queria quebrar o encanto.

Mas infelizmente, ela deve ter sentido o peso do olhar de Landom sobre ela, pois foca seu olhar diamantesco em antes de falar:

- Por que seu primo está nos observando? Ele nos olha como se de alguma forma quisesse degolá-lo - elucidou ela baixinho para não atrair atenção indesejada para nós.

- Isso é comum entre mim e ele - expliquei tentando não dar muita importância ao fato.

- Olhares mortais? - Questiona cinicamente. - Trocas de farpas a cada segundo em que estão no mesmo cômodo? Uma louca vontade de baterem um no outro? Pois para mim isto é demasiado confuso! - admitiu - Vocês dois são amigos ou são inimigos?

- Eu mentiria se dissesse que somos amigos, e para ser genuinamente sincero, a balança tende a pender para o lado de inimigos quase sempre - expliquei lembrando-me das inúmeras brigas provocadas por Landom apenas pelo fato de que ele não aceitava perder para mim. Se ele não ganhava honestamente, ele queria tirar a força.

- Um pouco dos dois, só que a balança tende a pender para o lado de inimigos quase sempre - expliquei

- Compreendo, - fala depois de um pequeno e quase imperceptível suspiro - deve ser muito desagradável não poder manter um bom convívio com um membro da família, qualquer que seja ele. - Ela afirma pesarosa.

- Desagradável é pouco! - Comento tentando arrancar-lhe uma risada, que bem funciona.

- Sim, fato o é. -Diz ela com seu iluminado sorriso.

- Mas já estou acostumado, - informo-lhe, não quero vê-la aflita pelos cantos pensando no que poderia vir a ocorrer entre mim e meu insuportável primo, está certo que ela não ficaria preocupada a toa, e nem ficaria apenas confabulando mentalmente o que poderia ocorrer. A Marion formal apenas assiste, mas eu conheço a outra Marion, a Marion que é persistente em seus objetivos e sempre luta por eles. Essas duas facetas da princesa, juntas, a tornam quem és, e devo dizer que gosto muito de ambas. - Não deves preocupar-se.

- Como queira, - seu suspiro de rendição indica exatamente o contrario, bem me lembro do dia em que demos nosso primeiro beijo, uma pequena brecha e ela a usou com maestria - mas... Poderia dizer-me como começaram com essa "briga"? - pergunta com genuína curiosidade nos olhos escuros.

- Terás de esperar princesa, - digo sorrindo misteriosamente enquanto aproximo meu rosto do seu e sussurro em seu ouvido de forma discreta. - Mas prometo-lhe, que quando chegar a hora certa, Marion, você saberá. Saberás de tudo. - prometo-lhe, e esta é de fato uma promessa que pretendo cumprir.

Percebi que ela iria dizer algo, mas não pôde dizer mais nada, pois a valsa chegou ao fim, afastamo-nos, como pedia o decoro, e realizamos uma vênia para finalizar a dança do modo como deveria. Em seguida levei-a em direção aos nossos amigos, como estava cansado pelo esforço recente, fui tomar uma limonada para refrescar-me. No entanto esqueci-me de perguntar-lhe se também desejava que eu lhe trouxesse uma.

Preciso refrescar a sede e a mente, pois não há momento em que estou próximo a princesa em que meus pensamentos não voem em sua direção, atraídos por um imã invisível e poderoso. Felizmente isso só acontece com ela, pois se houvesse outra a fazer isto comigo tenho certeza de que perderia a cabeça.

Aproximo-me do buffet e pego uma limonada. Enquanto bebia meu refresco com a total ausência de pressa, observava Marion de longe conversando com os rapazes e com Gabriela, percebo então que a princesa tem real facilidade em fazer amizades. Seu jeito apesar de formal intriga e atrai as pessoas para seu meio. Ela diz que a irmã boa nas relações sociais é a outra, a princesa Mirian, mas vendo-a agir tão relaxadamente e ao mesmo tempo não passar dos limites do decoro, sem grandes exageros, percebo que mesmo não tendo conhecido a outra irmã, creio eu que ambas tenham o mesmo talento para dialogar com as pessoas. Não conheço a princesa Mirian, mas conheço Marion o suficiente para saber dizer que ela cativa facilmente quem quer que esteja por perto.

Ela é cativante sem exageros. É natural, mesmo que sempre venha haver a Marion formal, é como se ela tivesse nascido para ser isso: Rainha. Minha rainha, espero.

Landom se aproxima de mim sem que eu o veja, e antes de passar direto, para discretamente ao meu lado enquanto diz baixo o suficiente para que apenas eu o escute de forma lúcida, infelizmente.

- Preciso falar com você., e não tente fugir, venha, agora. - O tom imperativo em sua voz é nítido, mas vou mesmo assim.

Eu vou. Vou porque que o que ele pode fazer se não for. Vou porque quero saber o que ele achou de eu estar protegendo, pela primeira vez, alguém por quem me importo já que não havia o feito antes e por este alguém também estar na defensiva...

E vou principalmente porque preciso tentar garantir que ele não vá ir atrás de Marion.

*~~*~*~*~~*

Ando segundo a mesma direção de meu primo, entrando numa das muitas salas de visitas desocupada, olhei ao redor vendo algumas poltronas espalhadas pelo local num semicírculo, uma lareira, e encaro Landom, ele estava de costas para mim, olhava atentamente para qualquer coisa do lado de fora da grande janela.

Observo-o atentamente, as mãos presas nas costas, coluna ereta, postura séria, conheço isso, nunca é bom, odeio-o por fazer-me sentir-me intimidade, mas a verdade é que temo pelo que ele poderia vir fazer a Marion. Não demora muito e ele se afasta da janela, me olha por um breve momento, ainda próximo a porta, sem ter avançado nada para próximo dele, logo em seguida senta-se numa das poltronas colocada no semicírculo ao redor da lareira que se encontrava sem as chamas costumeiras.

Ele foca o olhar em mim, encarando-me, vejo ódio em seu olhar, vejo inveja, vejo várias coisas, todas ruins, e todas elas possivelmente desejam que ele me mate neste exato momento. Sei disto, mas para minha sorte, sei me defender, e além do mais, Landom não poderia matar-me ou seria condenado por regicídio, e então toda e qualquer chance dele de assumir o trono, que já são baixas seriam extintas, pois Samantha é a segunda na linha sucessória. E como eu sou um ótimo irmão caçula, permanecerei vivo já que tenho total consciência de que Sam detestaria ter de governar, e que me traria de volta a vida apenas para matar-me com as próprias mãos.

Ele faz um sinal para que eu avance, mas me nego continuando parado a frente da porta de madeira fechada, punhos cerrados atrás das costas, expressão neutra, mas quem realmente me conhece e entende, sabe que estou segurando-me para não desferir-lhe um soco, por esta razão é melhor ficar o quão distante for possível.

- Pelo visto você realmente conseguiu domar a princesinha - ele afirma com sorriso zombeteiro, desgraçado! Odeio-o ainda mais depois desta frase!

- Ela não é animal para ser domada Landom! – retruco fechando minha expressão não estou com a mínima paciência para os joguinhos dele, o baile pode ser de boas vindas para Landom, mas espero que quando tornar-me rei, se Marion for minha rainha e me apoiar, farei o possível para mantê-lo longe da corte. Não o suporto de modo algum.

- Ouvi dizer que as princesas nárcendianas são mulheres difíceis - elucidou ignorando meu comentário anterior, parecendo pensativo, daria uma moeda para saber o que se passa por este objeto psicopatico a qual ele denonima mente. Na verdade, para ser mais sincero, daria uma moeda para separar a cabeça dele do restante do copo com alguma lamina extremamente afiada para que não houvesse erro. Infelizmente, neste caso, só se pode sonhar.

- Difíceis e prudentes! - afirmo começando a demonstrar minha irritação e desagrado com o assunto. - Prudentes o suficiente para ficarem longe de pessoas como você.

- Será? Você pode até me conhecer, mas ela apenas vê o belo homem que sou - ele retruca sorrindo sarcasticamente apontando para si próprio. - Nada do que disser vai impedir-me de tê-la. – Mas ainda há coisas que posso fazer, penso.

- Landom - digo pausadamente tentando apelar para o senso comum de meu primo e para inha paciência. Pense em coisas agradáveis, foi o que Marion disse, bom, a única coisa agradável que me vem a mente no momento a imagem que possuo da princesa dançando belamente em mus braços no salão a poucos minutos atrás. Respiro fundo antes de prosseguir. - Marion não é qualquer uma, ela é uma princesa! Você não pode simplesmente levá-la para sua cama como se ela fosse uma rameira qualquer! Primeiro porquê ela certamente não é nenhuma tola e segundo porquê eu jamais permitiria.

- Mas eu não pretendo apenas desfrutar da bela princesa! Deflorá-la é apenas uma parte do plano! Imagine se eu me tornasse rei de Nárcend? - ele pergunta sonhando alto. Alto demais penso, deixou por um momento de desejar a coroa cristarlliana para almejar coroa do planeta da princesa, mas ele se esquece de alguns fatos.

Pelo que sei, Marion é a caçula, a próxima rainha nárcendiana por direito sucessório é Mirian, a primogênita, que está noiva e, diga-se de passagem, desde os três anos de idade, de meu amigo, príncipe Reignald de Winders. Creio eu que Landom sonhou alto demais desta vez, tão alto que quando voltou ao chão bateu a cabeça com força excessiva, deixando-lhe duplamente mais louco.

Além do mais, ele não teria como...

- Me casando com Marion – ele afirma sorridente como uma criança ganhando um doce, essa explicação não faz o menor sentido. Ele não... Mas... Casar... Com... a Marion? De jeito nenhum eu permitirei que tal sandice ocorra. Marion jamais casaria-se com alguém como este lunático que é Landom. Ela é astuta, inteligente e bela demais para aceitar matrimônio com um monstro como ele. Jamais.

Sem pensar duas vezes em minhas ações, avanço em direção a ele, acerto-lhe um soco de esquerda certeiro o ombro, forte o bastante para deixá-lo desnorteado. Meu primo não fica atrás e me devolve o golpe, só que num gancho de direita, direciono-lhe outro soco, acertando desta vez seu olho esquerdo com tal precisão que o deixa momentaneamente fora do eixo, aproveitando-me disso eu o levanto do chão pelo colarinho, coma fúria irradiando de cada parte do meu corpo. Poderia matá-lo agora mesmo, tudo o que tenho de fazer é torcer seu pescoço...

Respire fundo, digo a mim mesmo, não sou um assassino, penso em Marion no salão de bailes, interagindo com nossos amigos... Por ela. Irei controlar-me, mas somente por ela.

- Nem pense em se aproveitar da bondade de Marion para deflorá-la e casar-se com ela! Marion é minha noiva! - digo enfurecido e o solto sobre a mesma poltrona que ele se sentara outrora. Sei que eu e a princesa não oficializamos nada, mas é necessário algo como isso para, pelo menos, retardar suas ações.

Saio da sala ainda um pouco possesso, tão logo entro no salão de bailes, observo Marion conversando com os três. Sua imagem reluzente e esvaçante enquanto perde-se em algum diálogo desconhecido para mim traz-me calma. Sinto-me relaxando, aos poucos. Sinto alívio por vê-la bem, por ver que toda a conversa com Landom foi rápida o bastante para que ela não dê por minha falta.

Levo alguns minutos para acalmar-me e esconder os pequenos, quase imperceptíveis hematomas causados pela briga, observar Marion, mesmo que de longe, ajuda muito. Logo em seguida junto-me ao quarteto. Conversamos o resto do baile, a todo momento olho ao redor,vejo que Landom saiu da sala de forma discreta e vai cuidar dos machucados, ninguém se importa mesmo. O baile é de boas vindas a ele, mas ninguém o suporta, não genuinamente. Bem sei que ele pode usar o que fiz a ele contra mim, mas preciso a todo custo proteger Marion, ela não merece o destino que a aguarda caso se case com Landom. Ela merece mais. Muito mais.

E mesmo que eu não seja o que ela merece, farei o possível para o ser.

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