Intenso (COMPLETO)

By autoralawright

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Antes de começarmos quero deixar algumas informações importantes aqui então, por favor, leiam: - Para a... More

Postagem
Início das postagens
Sinopse
Personagens
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Sorteio
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Sorteio
Capítulo 30
Votação - Capa - Incerto Livro 2
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Sorteio e Resultado
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Resultado
Capítulo 40
Aviso Importante!
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Sorteio
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Epílogo
COMUNICADO

Capítulo 48

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By autoralawright



O dia havia amanhecido ensolarado, as nuvens quase não eram vistas, havia uma ou outra salpicada pela imensidão azul como se um pintor tivesse sacudido seu pincel contra a tela e espalhados os respingos por toda parte. Era realmente bonito, da forma como seu pai amava. Dias assim o faziam sorrir e o deixavam mais divertido. Se ele estivesse ali estaria propondo para fazerem um piquenique.

Mas ele não estava.

Ainda assim a sensação de que o velho homem entraria a qualquer momento no quarto dela, mandando-a se levantar, não a deixava, era angustiante.

Maggie soltou a cortina fazendo o quarto cair novamente na penumbra e caminhou de volta para a cama. Não queria sair dali. Não queria ir para igreja. Não queria receber condolências. Tudo isso tornaria a perda dele muito real.

E ela não sabia se aguentaria.

Já havia gastado todas as suas formas no dia anterior enquanto resolvia tudo o que era preciso. A frieza com que tinha lidado com a organização do velório tinha a impressionado, ela nunca imaginou que pudesse ficar tão calma em um momento como aquele. A única vez em que suas paredes quase quebraram foi quando teve que consolar sua mãe. Aquilo era demais para qualquer um. Vê-la sofrer arrancou um pedaço do seu coração já tão machucado.

Virou-se na cama, ficando de lado. Seus dedos brincaram com a ponta do lençol bagunçado pela movimentação da noite. Ela nunca tinha ficado tão incomodada com seu colchão, com seus travesseiros e lençol. Nada estava confortável, nada a fazia relaxar. Suas pernas por mais que estivessem cansadas da correria, queriam continuar andando e andando, sua mente concordava plenamente com isso. Maggie era a única que não tinha forças para isso. Ela sentia que se tentasse se erguer iria quebrar-se no primeiro passo.

Doía cada respiração sem ele por perto. Era como se ele tivesse levado a capacidade dela inalar o ar quando se foi.

Apertou o lençol trincando os dentes para impedir o soluço de sair, o movimento fez com que seu celular perdido por entre as cobertas fosse descoberto. A tela estava iluminada e no meio dela um pequeno envelope era mostrado avisando de uma nova mensagem. Maggie a abriu vendo que era de Ethan.

"Queria estar aí com você, mas preciso buscar os meninos e Grace no aeroporto, isso provavelmente vai me atrasar."

Suspirou fechando os olhos e apertando o aparelho na palma da mão.

Saber que Ethan não estaria com ela a desanimou ainda mais. Começar o dia tendo que enfrentá-lo sozinha não era algo que esperava, não estava preparada para isso, ainda mais tendo que se manter forte na frente da mãe e ainda por cima tendo que consolá-la quando o que mais queria era ser consolada. No entanto, a mulher estava devastada, precisava mais do que nunca dela. Quando Maggie olhava para mãe ela sentia como se no momento em que Michael morreu uma parte dela tivesse sido levada embora, nunca a virá tão quebrada, tão envelhecida.

"Eu prometo que você não vai ficar sozinha, ok?" a mensagem chegou minutos depois da primeira. Era como se ele tivesse lido seus pensamentos.

Se ele estava se referindo aos poucos amigos que seu pai tinha e que iriam se despedir dele... Bem, então Ethan estaria terrivelmente enganado. Ela estaria sozinha, mais sozinha do que nunca esteve.

Jogou o celular para o lado sem vontade alguma de responder que estava tudo bem, que ela entendia. Porque ela simplesmente não entendia. Os rapazes e Grace poderiam muito bem pegar um taxi.

Sim, estava sendo uma puta egoísta, mas ela podia, pelo menos no dia em que estava prestes a enterrar o pai.

Com um grunhido afundou o rosto no travesseiro e permaneceu assim por um tempo. Sua cabeça ia e vinha com pensamentos sobre o dia que teria pela frente e lembranças dos melhores momentos com o pai. Maggie sabia que estava se torturando ao seguir em uma direção que apenas a deixaria mais para baixo, mas ela achava que se continuasse pensando tanto assim no pai nunca esqueceria de nada dele.

A negação do luto era uma merda. Sua mente te fazia acreditar em coisas absurdas que no futuro a faria sofrer um pouco mais.

Não havia como ela se lembrar de tudo tão bem como se lembrava naquele dia, não após se passar anos de sua morte. Aos poucos o cheiro, o toque e até mesmo o som da voz dele seriam esquecidos, se transformando apenas um fantasma de uma lembrança, estava ali, mas ela não podia de fato ter a certeza de como é.

Seus pensamentos foram quebrados com o despertador tocando. Hora de se levantar e encarar aquele maldito dia.

Com relutância saiu da cama se arrastando para o banheiro. A água quente acalmou seus nervos enlouquecidos e por alguns poucos minutos ela conseguiu relaxar, expulsando todos os pensamentos dolorosos da sua mente. Foi o que precisava para conseguir fortalecer suas barreiras. Ela ainda precisaria delas hoje para conseguir estar ao lado da mãe consolando-a. Depois, quando estivesse em seu quarto teria seu próprio momento de luto.

Apoiou as mãos na parede após lavar o cabelo e se permitiu alguns segundo a mais. Nada mais que isso.

Por mais que estivesse com vontade de se manter ali por mais que alguns poucos minutos, Maggie se obrigou a sair debaixo do jato quente e reconfortante. Não tinha muito tempo já que o velório começariam dentro de uma hora e ainda precisava acordar a mãe.

Quando terminou de secar o cabelo ainda enrolada na toalha escutou a campainha tocar. Rapidamente pegou o primeiro vestido que viu pela frente e o passou por cima da cabeça.

Descabelada e descalça Maggie desceu rapidamente as escadas a fim de impedir que quem é que fosse tocasse a campainha novamente. Queria dar mais alguns minutos para a mãe descansar, ela precisaria de todas as suas forças hoje.

Preparou-se para expulsar educadamente quem é que estivesse as incomodando tão cedo, mas quando abriu a porta se surpreendeu com quem encontrou ali. Era Josh. Ainda por cima tão tímido como nunca o viu. As mãos enfiadas no bolso e o olhar incerto.

Maggie esperou que a raiva a dominasse e o único desejo que sentisse fosse empurrá-lo para longe da sua vista, mas não havia nada disso ali, pelo contrario, seu coração parou e os muros que ela achou que tinha conseguido firmar se romperam.

Você provavelmente não quer me ver, mas eu... – Maggie não deixou que ele terminasse, se jogou em seus braços abraçando-o com força.

Não importava o que Josh tinha feito, ela só precisava de um abraço, só precisava de alguém que não estivesse afundado em dor como ela.

As lágrimas que pesou que houvessem secado desceram como uma cascata por seu rosto, todo seu corpo balançou com os soluços que saiam por seus lábios.

Eu sinto muito. – ele disse baixinho a apertando contra seu corpo.

Ela balançou a cabeça agarrando-se mais a ele. Não conseguia falar e nem parar de chorar. Seu corpo estava sem controle, ele tremia junto a cada soluço.

Sentindo que ela estava perdendo as forças Josh a segurou com mais firmeza em seus braços e entrou na casa fechando a porta. Ele então a conduziu até o sofá onde se sentaram juntos, ainda abraçados. Em nenhum momento o rapaz tentou passar dos limites como vinha fazendo, ele apenas a consolou e disse palavras que ela precisava ouvir. Ele foi seu amigo como há muito tempo não era.

Quem te avisou? – Maggie quando conseguiu se acalmar.

Ethan. – respondeu passando a ponta do indicador por onde as lágrimas ainda marcavam o rosto dela – Ele me pediu para vim ficar com você enquanto ia buscar o pessoal no aeroporto.

Agora a mensagem que Ethan tinha mandado fazia sentido. Ele tinha passado por cima de tudo, do o ciúme e da raiva que sentia pelo irmão para que ela não ficasse sozinha. Como sempre ele a tinha colocado a cima de qualquer um dos seus sentimentos.

Sentiu seu peito apertar em culpa. Ela não merecia nada disso, não depois de tê-lo afastado, de tê-lo ignorado. Tinha errado, assim como ele, mas sentia que o que ela fez era pior.

O que foi? – Josh perguntou segurando sua mão.

Com a testa franzida olhou para os dedos entrelaçados se perguntando se deveria ou não contar a Josh o que estava pensando. Ele tinha sido um bom amigo agora, havia a consolado sem segundas intenção e isso tinha aberto um pouco de confiança, mas será que deveria mesmo? Será que ele não voltaria atrás e tentaria usar seu desentendimento com Ethan contra ela, contra o relacionamento deles como já fez uma vez?

Não estava pronta para descobrir isso.

Nada. – respondeu Maggie afastando a mão dele com delicadeza e se levantando – Preciso ir acordar a minha mãe.

Ele balançou a cabeça. Sem insistir. Sem questionar.

Eu vou preparar o café da manhã. – Josh disse também se levantando.

Você sabe onde está tudo. – falou apenas para confirmar.

Depois que Josh mais uma vez balançou a cabeça ela subiu as escadas.

O quarto da mãe se encontrava na penumbra assim como o dela, ar era tão abafado quanto no seu, ficar ali poderia ser uma tortura para qualquer pessoa, menos para ela, pois ali tinha o cheiro do seu pai. De alguma forma aquilo ao em vez de trazer dor, trazia um pouco de conforto, era como se ele estivesse ali, apenas não estava em um lugar visível.

Fechou os olhos inspirando o ar forte.

As lembranças de quando era criança e eles brincavam de se esconder a invadiram tão rápido quanto um cometa.

Ela sorriu.

Era isso, eles estavam brincando de esconde-esconde.

Foi até a cama da mãe, onde ela dormia profundamente encolhida no lado que o marido costumava ficar, ela parecia uma pequena bola em volta do travesseiro dele, agarrava-o tão forte que parecia desconfortável. Era como seela tivesse medo de que o único vestígio do homem que amava pudesse sumir dali. Doía ver que mesmo adormecida ela não tinha paz.

Mãe. – chamou com delicadeza, tocando seu ombro.

A mulher se mexeu abrindo os olhos, eles estavam vermelhos e inchados de tanto chorar no dia anterior. Ela piscou algumas vezes, confusa. Olhou então em volta como se não soubesse onde estava, sua mão serpenteou para longe do travesseiro e cautelosamente tocou o outro lado, onde o marido deveria estar. Não havia nada ali. Maggie sentiu seu coração se partir quando viu o momento em que a mãe se deu conta de que o homem que amava nunca mais estaria ao seu lado.

Com um suspiro Lauren voltou-se para a filha.

Oi, querida. – sussurrou a mulher com a voz rouca.

Oi. – sentou-se na ponta da cama e se baixou abraçando-a, sentindo a necessidade de tê-la por perto. Pelo menos ela. Pelo menos ainda tinha ela. Era o que pensava enquanto sentia o corpo da mulher estremecer e o choro tomar conta do ambiente com seu som doloroso – Eu amo você.

Também te amo.

Maggie nunca foi de falar constantemente aos pais que os amavam. Por mais carinhosa que fosse ela não via a necessidade de dizer o que seus gestos já demonstravam. Mas perder o pai a fez aprender da pior maneira que o tempo é muito precioso para não reafirmar o que sentia também por meio de palavras.

Ela mudaria isso a partir daquele momento. Todos os dias sua mãe saberia que ela a amava.

Eu ainda não acredito que ele se foi. – a mulher sussurrou. Maggie se afastou secando o rosto.

Parece que ele vai aparecer a qualquer momento, não é?

A mulher concordou limpando as lágrimas.

Maggie entendia esse sentimento que lutava dentro do peito da mãe era como ela mesma vinha se sentindo desde que acordou.

São que horas? – Lauren perguntou olhando para os lados em busca de um relógio.

Não se preocupe, ainda temos tempo, você pode se preparar com calma.

Nem fodendo que ela ia apressar a mãe, os convidados que se ferrassem, eles tinham que entender que elas estavam passando por um momento difícil e levaria o tempo que fosse necessário para chegar até o cemitério. Pelo amor de Deus, elas enterrariam a pessoa que mais amavam nessa vida, isso não seria fácil.

O café da manhã... – começou a mulher se sentando.

Josh está lá embaixo fazendo.

Lauren franziu o cenho confusa.

Não era o Ethan que deveria está aqui? – ela perguntou delicadamente, mas visivelmente preocupada.

Ela provavelmente estava achando que Maggie deveria estar tentando substituir Ethan por Josh. Não, ela nunca faria isso. Ethan não era algo que desse para substituir porque ela o amava. Não importa o quanto ele a magoasse, o quanto ela sentisse raiva dele, nunca deixaria de amá-lo.

Ele vai buscar Grace e os rapazes no aeroporto, por isso pediu para o Josh vim. – explicou Maggie.

Ah, certo. – apesar da resposta, parecia que ainda havia algo incomodando Lauren – Você e ele...

Nós vamos conversar, mãe, não se preocupe. – ela segurou a mão da mulher e olhou bem em seus olhos para lhe dar a certeza de que precisava.

O alivio que tomou seu rosto, iluminou um pouco a região que estava marcada pela dor, isso aqueceu seu coração. Era bom saber que pelo menos um pouco do peso dos problemas Maggie conseguiu tirar das costas da mãe.

Porque não vai tomar banho enquanto eu desço e ajudo o Josh?

Tudo bem.

Antes de se levantar e deixar a mãe sozinha, Maggie beijou seu rosto e disse:

Tome o tempo que precisar, ok?

Ok. – sorriu, grata.

-#-

Caminhar pelo cemitério até onde o pai seria enterrado, foi bem mais difícil do que Maggie imaginava. Se não fosse Josh a amparando ela provavelmente já teria caído algumas vezes de tanto que suas pernas tremiam. Nunca foi tão difícil andar.

Após o café da manhã que foi feito apenas com Josh falando com ela e a mãe, tentando distraí-las pensou que estava calma, que poderia enfrentar esse dia bem, mas no momento em que Josh estacionou o carro, seus nervos ficaram loucos. Ela primeiro ficou agitada, mexendo nas mãos e olhando ao redor, em busca de onde a lápide do pai ficaria. Em seguida, quando foi surpreendida por Josh abrindo sua porta e a ajudando a descer foi consumida pela vontade de sair correndo dali. Seria mais fugir do que enfrentar a imagem de ver o caixão do pai descer.

O que a impediu foi ver a mãe agarrada ao braço de Josh com seu rosto pálido e seus olhos vermelhos.

Fique aqui com sua mãe que eu vou ver com o padre o que falta. – Josh a distraiu dos seus pensamentos.

Ela concordou sentando-se na cadeira que lhe foi oferecida e agarrou a mão da mãe. Ela precisava de algo para mantê-la ali.

Seus olhos ficaram presos no caixão de madeira escura diante dela. A sensação de bolo na garganta só aumentou quando viu o tamanho daquela caixa que carregava o corpo do pai, ela era grande o suficiente para caber todo seu tamanho, seus ombros largos, sua barriga saliente, e suas pernas cheias. Ele estava bem ali e não podia ser tocado. Não podia ser abraçado. E não podia respirar.

Ele tinha ido embora.

Hey. – olhou para a mãe com os olhos cheios de lágrimas – Ele está em um lugar melhor agora.

Eu queria ter estado ao lado dele quando... – confessou em um sussurro engolindo aquela palavra feia que se recusava a dizer.

Com a mão livre, Lauren acariciou o rosto da filha, observando-a com um sorriso triste. Ela cuidadosamente limpou cada lágrima e então guiou a cabeça da garota para o seu ombro.

Ele não queria que você o visse morrer, ele sabia que isso te quebraria por esse motivo te pediu para sair.

Maggie levantou o rosto em assombro.

Então ele sabia que...

Sabia. – Lauren concordou – Quando você saiu ele se despediu e então me pediu para apertar o botão de emergência. – a mulher disse olhando além. Seus olhos estavam distantes recordando-se do momento em que perdeu uma das pessoas mais preciosas da sua vida.

Maggie voltou a encostar a cabeça no ombro da mãe suspirando. O melhor que tinha a fazer naquele momento era ficarem juntas.

-#-

Quando Ethan chegou ao cemitério, todos estavam de pé diante do caixão de Michael escutando as palavras do padre. Ethan xingou baixinho apressando os passos. Sabia que ia chegar atrasado, mas não esperava que fosse tanto. Pedindo licença passou por entre as poucas pessoas que estavam ali até chegar a Maggie. A garota tinha o braço ao redor da mãe, apoiando-a, enquanto prestava atenção ao que o padre dizia. Ethan não queria atrapalhar, mas também não queria que Maggie achasse que ele não tinha aparecido a tempo, então afastou a cadeira e delicadamente tocou a base das suas costas. Ela se virou na sua direção com os olhos azuis avermelhados e tristes.

Oi. – ela sussurrou.

Eu sinto muito. – Ele disse baixinho.

Maggie concordou e para surpresa dele estendeu a mão livre. Aquilo trouxe alivio para seu peito. Ele jurava que ela iria no mínimo deixá-lo ficar ao seu lado e pronto, nada mais que isso. Graças a Deus, Maggie pelo visto estava disposta em deixá-lo voltar para o lugar que ele nunca deveria ter saído, ao seu lado.

Deu um passo a frente entrelaçando seus dedos nos da garota. Ela relaxou contra o corpo dele, deixando suas costas repousadas no peito dele. A movimentação chamou a atenção das pessoas perto deles. Lauren olhou para eles e sorriu aliviada. Josh que estava ao lado de Maggie, olhou por sobre o ombro, quando seus olhos encontraram os de Ethan, ele não expressou nada, não havia raiva, nem aprovação, ele estava escondendo qual é que fosse sua reação provavelmente para não aborrecer Maggie. Ethan fez um movimento de cabeça em cumprimento que foi completamente ignorado quando o irmão mais novo se voltou novamente para o padre.

Josh nunca mudaria, muito menos a relação inexistente deles.

Descansou as mãos entrelaçadas dele e de Maggie sobre o estômago da garota enquanto encostava a lateral do seu rosto ao lado da cabeça dela. Foi recebido com um suspiro cansado. Era como se ela tivesse se segurado até aquele momento e agora que Ethan tinha chegado finalmente poderia deixar ir.

Beijou o ponto em sua têmpora onde sentiu latejar e arrastou os lábios até sua bochecha febril. Maggie fechou os olhos, se recostando mais contra ele, permitindo que Ethan segurasse todo seu peso. Seu pequeno gesto era um aviso de que ela já tinha lutado demais e agora estava exausta para continuar.

O sermão não durou mais do que meia hora, em seguida alguns dos amigos mais próximos de Michael relembram momentos divertidos que haviam passado com o homem, assim como sua feroz lealdade.

Por volta do meio dia o caixão começou a ser baixado. Lauren que até então estava se mantendo firme começou a chorar copiosamente foi quando Ethan se afastou da namorada dando a ela espaço para abraçar a mãe. A cena era de partir o coração.

Quando o enterro terminou todos começaram a se dispersar.

Esta pronta para ir? – Ethan perguntou acariciando a base das costas dela.

Maggie tinha os olhos perdidos onde o corpo do pai agora jazia. Ela lentamente balançou a cabeça.

Não consegui arrumar a casa para receber o pessoal. – ela suspirou encostando o rosto no peito dele.

Não se preocupe, Grace e os rapazes saíram mais cedo para fazer isso.

Ela levou a cabeça e o encarou com seus olhos azuis tristes.

Você pensou em tudo não é? Josh, a recepção... Tudo.ele deu de ombros como se não fosse nada, mas era, era muito mais do que ela podia esperar de alguém que tinha sido tão injustiçado – Porque não me contou que meu pai te pediu para não falar nada?

Ele não pareceu surpreso com sua pergunta repentina, era como se soubesse que haviam contado a ela. Talvez sua disposição em conversar tenha feito com quem Ethan chegasse aquela conclusão.

Era um assunto delicado que só dizia respeito a sua família, eu não podia me meter.

Você é minha família, Ethan. – disse com a voz profunda.

Ele sorriu, então em seguida tocou sua bochecha acariciando-a com um movimento lento, quase preguiçoso.

Você também é a minha família, mas eu não...

Eu sei. – a morena o interrompeu, fitando-o – Eu agora entendo.

Afastando-se Maggie deixou entre eles um pouco de espaço. Precisava disso para o que diria.

Me desculpe. – pediu desviando os olhos para as mãos nervosas – Eu não tinha noção do que estava fazendo, mas agora entendo que eu estava descontando em você a raiva que estava sentindo pelos meus pais.

A compreensão dos seus erros vieram com o decorrer dos dias, quando a raiva foi baixando e baixando, Maggie só não queria pensar nisso, porque admitir doía mais do que continuar pensando que Ethan era o culpado, de que ele tinha a magoado.

Eu não podia brigar com eles então... – suspirou – Foi tão errado.

Determinada, Ethan quebrou a distancia entre eles, envolvendo o rosto da garota entre as mãos e erguendo sua cabeça, obrigando-a a olhar em seus olhos.

Está tudo bem. – sua voz era firme e seu olhar intenso.

Não, não está, eu não devia ter... – Maggie tentou rebater, mas foi interrompida pelos lábios macios dele.

O beijo era doce e recatado. Sem língua. Sem desespero. Apenas um simples encostar de lábios. Estava de longe de ser o beijo mais elaborado dos dois, mas isso não importava. Para Maggie aquele era o melhor beijo do mundo.

Não quero mais você pensando nisso. – Ethan disse descansando a testa na dela, ainda de olhos fechados.

Você me perdoa? – ela ainda sim perguntou. Precisava ter certeza de que tudo estava bem entre eles.

Ele abriu os olhos vendo o medo e a incerteza brilhando nos dela, como chamas de uma fogueira descontrolada. Ele não podia acreditar que mesmo depois do que disse Maggie ainda temesse isso. Bem, então se suas palavras não tinham adiantado talvez seus gestos tivessem um efeito melhor. Sem dizer nada, Ethan baixou a cabeça encontrando seus lábios novamente. Só que desta vez, a ponta da sua língua deslizou por entre eles encontrando a dela. Não havia tanta delicadeza como da outra vez. Maggie apertou seu corpo contra o dele, as mão até a parte de trás de sua cabeça e apertando fios negros entre os dedos. O som baixo que ela soltou foi um aviso de alerta para Ethan que já estava na hora de encerrar aquele beijo antes que saísse do controle.

Afastando-se ele sorriu ao ver como suas bochechas agora estavam coradas, não por causa do choro, mas por causa dele.

Acho que isso é um sim. – ela sorriu, ofegante.

Se você ainda não tiver certeza talvez tenhamos que trabalhar mais nisso depois.

Maggie mordeu o lábio inferior tentando prender uma risada que queria escapar.

Tenho que pensar sobre isso.

Ethan concordou em seguida depositou um beijo em sua testa.

Vamos encontrar a sua mãe.

Por um segundo ela tinha se esquecido de tudo o que estava acontecendo ao seu redor. Na sua cabeça embriagada pelo beijo de Ethan não estavam mais no cemitério, seu pai não tinha morrido e ela não estava prestes a ir para uma casa onde cada cômodo lhe traria lembranças dele.

Seu sorriso se foi e culpa ameaçou bater contra ela, a única coisa que a impediu de se sentir mal foi a voz do pai que chegou até ela.

"Eu quero que você seja feliz."

Aquelas foram as palavras que ele tinha lhe dito logo depois que revelou que Ethan não teve escolha a não ser guardar o segredo sobre sua doença.

Tudo bem? – perguntou o namorado.

Ela olhou para ele ainda com os pensamentos no pai.

Michael parecia determinado em tirá-la da escuridão que estava. Ele não queria vê-la triste, então não havia problema em estar sorrindo, não é?

Tudo. – respondeu lentamente testando a palavra, em como ela fazia Maggie se sentir – Tudo. – respondeu mais forte quando a culpa não veio – Com você do meu lado tudo fica bem.

Nunca tinha dito palavras tão verdadeiras. Ethan sempre fazia seu mundo melhor mesmo durante os momentos mais turbulentos.

Então eu nunca vou sair do seu lado.

Ele sorriu antes de baixar-se e beijá-la levemente.

Espero que não. - respondeu contra seus lábios macios.

Se dependesse dela a partir daquele momento eles nunca mais ficariam separados. Ethan era refém do seu amor, assim como ela era do dele. 

Nota da autora: Agora só falta o epílogo =(
Eita dorzinha no coração por me despedir desses dois
O que acharam do capítulo? Demorei umas 2 semanas para escrever fiquei totalmente travada.
Se até domingo chegarmos a 100 votos posto o epílogo. Por favor, me deem esse presente *olhinhos piscando* =*   

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