Melodia do Amor

By mariliaestevao

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Seis amigos, adolescentes, enfrentando as situações da vida pela primeira vez. Romance, festas, decepções, co... More

Apresentação
Prólogo
Capítulo 01
Capítulo 02
Capítulo 04
Capítulo 05
Capítulo 06
Capítulo 07
Capítulo 08
Capítulo 09
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Epílogo

Capítulo 03

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By mariliaestevao


Ando para dentro da escola novamente sem saber aonde ir para encontrar o Edu, afinal a única coisa que ele me disse no telefone foi que estava aqui dentro. A escola já está quase vazia e as poucas pessoas que ainda restam são professores e funcionários da limpeza, algumas salas já estão escuras e o corredor que leva para a biblioteca é a única luz que vejo, então sigo por ele, até sentir uma mão me puxar e sufoco um grito quando vejo Eduardo na minha frente.

— Quer me matar do coração?! – cochicho tentando recuperar o fôlego devido ao susto.

— Fala baixo, se nos descobrem aqui não vai ser bonito. – só então olhei ao redor.

— Você me puxou para o banheiro do diretor?! – falo de dentes serrados.

— Nada de escândalo ou vão descobrir a gente. – seu olhar é de diversão.

— Fala de uma vez Edu. – bato em seu braço.

— O Fábio sabe. – fala de uma vez e me olha preocupado.

— Como assim sabe?! – me controlo pra não gritar.

— Ele me viu estranho esses dias, me pressionou e eu acabei contando.

— Edu!

— Calma! O Fábio é meu melhor amigo depois de você, ele é de confiança, expliquei a situação pra ele e pedi pra não falar nada, ele não vai contar.

— Não acredito que você fez isso! – tento sair, mas ele me segura.

— Ei! Confia em mim. – coloca a mão no meu rosto e me faz olhar em seus olhos.

— Eu confio em você. – confirmo e ele sorri beijando meu rosto e me puxando pra fora correndo em direção à saída.

— Edu! Espera! – é minha vez de pará-lo.

— O que foi? – seu olhar é preocupado.

— Desculpa. – seguro suas mãos.

— Porque está me pedindo desculpa?

— Por ter agido como uma idiota essas semanas só por conta de um beijo. Eu sei que deveria ter falado isso antes e tal, mas enfim, era isso. – sorrio sem graça esperando uma reação enquanto ele só me olha em um misto de alegria e tristeza talvez, não consigo decifrar.

— Está tudo bem, o importante é que você falou, agora vamos que tenho outra coisa pra te mostrar.

— O que?

— Lá em casa. Era uma surpresa só sua, mas ainda sim, é pra você. – entrelaça nossos dedos enquanto olho para eles. — Como nos velhos tempos. – pisca pra mim e assim caminhamos para fora da escola.

Caminhamos até o estacionamento e o carro do Edu é o único que ainda está estacionado nos esperando. Fabio e Lucas estão sentados sobre o capô enquanto Babi e Fran dançam ao som da música que toca, mas ao nos ver andando de mãos dadas até eles os olhares que trocam me faz querer recuar, então Eduardo segura ainda mais forte a minha mão e me força a continuar. Fábio olha para Edu e depois para mim e vejo em seus olhos que posso confiar nele, então relaxo um pouco mais.

— Porque demoraram tanto? – Babi me puxa para longe de Edu.

— Fui pegar um livro na biblioteca e não lembrava o nome, por isso liguei pra Roberta ir até lá me ajudar. – explica entrando no carro.

— E cadê o livro? – Lucas entra e fecha a porta depois de Fran.

— Não encontramos. – falo sentando ao lado de Eduardo que me olha e sorri dando partida no carro.

Durante o caminho Edu dirige e me olha sorrindo, sabia que eu estava nervosa por ter mentido mais uma vez para os nossos amigos, mas por outro lado, seu sorriso era diferente, como se tivesse algo novo nele, algo bom e isso me contagiou, me peguei sorrindo de volta.

Lucas e Babi discutiam sobre alguma festa no banco de traz do carro, enquanto Fran estava calada do lado e Fábio mexia no celular no lado oposto com o braço para o lado de fora da janela. Olhei pra cada um deles antes de voltar a olhar para frente.

— Fechem os vidros, eu mal tirei habilitação e vou perdê-la se me pegam andando com quatro pessoas aí atrás. – Edu gesticula olhando pelo retrovisor antes de virar a esquina para uma rua movimentada.

A casa dele é mais afastada da escola, por isso seus pais o deixam ir de carro às vezes, enquanto eles vão de taxi para o trabalho que fica a poucas quadras dali e com isso Edu é um dos poucos alunos que dirige o próprio carro no nosso colégio, claro, sendo o cobiçado pelas garotas, mas o que menos se importa com isso. Agora se isso fosse com o Lucas, teríamos o maior ego que já vimos em uma pessoa. Estacionamos na garagem ainda escura da casa e todos descem do carro apressados, Edu me segura por alguns segundos e me olha, típico “tudo
bem?” e eu simplesmente sorrio para tranquiliza-lo antes de sair do carro.

— Vamos comer alguma coisa e depois levo vocês até o estúdio. – ele acende as luzes da varanda.

— Que tal pizza? – Fábio sugere.

— Ótima ideia, mais rápido e mais opções. – Lucas concorda.

— Por mim tudo bem.

— Se tiver bacon, por mim tudo bem. – Babi e Fran também aceitam.

— E você? – chega até mim e me olha curioso.

— Vamos à pizza. – dou de ombros.

— OK, vamos à pizza. – conclui por fim pegando o telefone.

Duas horas depois tínhamos devorado duas pizzas e uma garrafa de refrigerante de dois litros na sala de TV da casa de Edu enquanto assistíamos um episódio de The Walking Dead, pelo qual fui voto vencido e fiquei de costas para a TV. Como é que se consegue comer vendo zumbis deformados comendo outras pessoas em meio a corpos deformados e apodrecidos, desculpa, mas não consigo, meu estômago não é forte o suficiente pra isso.

— E esse estúdio, é real ou não? – Lucas comenta no final de mais um episódio.

— Pois é, vai mostrar ou era uma desculpa pra ficar sozinho com a Roberta?

— Dá pra parar com essa brincadeira chata Babi? – falo mais alto do que o normal e todo mundo me olha.

— Desculpa. – ela fala sem jeito.

— Pois é, já passou da hora desse assunto morrer, não temos culpa de ter uma amizade mais concreta e antiga que a de vocês e muito menos culpa por vocês não estarem aqui no meu aniversário. Agora vamos logo ver esse estúdio, porque estou curiosa. – levanto e deixo todo mundo parado me olhando. — O que foi gente?! – falo e Babi pisca rápido sem jeito.

— Vocês ouviram a Roberta, vamos ver o estúdio. – Fábio levanta acompanhado de Edu.

— Partiu estúdio. – Edu sai andando com a mão no meu ombro e todos nos seguem.

Subimos um lance de escada e paramos diante de uma porta preta com uma nota musical desenhada, Edu tira uma chave do pescoço e vejo que o formato é igual ao pingente de violão que tem na pulseira que ele me deu, olho pra ela e depois para ele e seus olhos estão sorrindo, ele fez de propósito, o pingente é uma chave cópia.

A porta se abre revelando um estúdio completo, com instrumentos musicais de corda, microfones, caixas amplificadoras e uma bateria, além de todas as paredes serem revestidas com material adequado para abafar o som de dentro da sala. Babi e Fran correm para os microfones e fingem cantar enquanto Fábio admira a bateria sem tocar, parece ter medo de estraga-la. Eu continuo na porta observando tudo, toco a textura das paredes, a tinta da porta, o cheiro dos materiais novos e então Lucas toca uma nota na guitarra e me assusta.

— Gostou?

— Edu, é incrível! – falo quase num sussurro.

— Faz dias que quero te mostrar, mas, enfim, você sabe. – ele fala baixo enquanto nossos amigos continuam olhando tudo.

— Eu estava sendo uma escrota.

— Não fala assim. – ele ri.

— É a verdade.

— Agora não é mais.

— Não.

— Vem, afinal não te dei uma chave daqui atoa. – pisca pra mim.

Desde que somos crianças Edu e eu brincamos de músicos e idealizamos um estúdio onde produzimos nossos CDs e DVDs, cantamos e compomos nossas músicas, até já desenhei um estúdio uma vez em uma aula de desenho na escola primária. Meus pais não entendiam de onde vinha essa minha fixação por estúdio, já que na família nunca tivemos músicos ou nada no estilo. Mas desde que comecei a falar, tudo que sei fazer é cantar, acredito que já tenho mais de vinte músicas compostas. Nunca mostrei nenhuma delas pra ninguém além do Eduardo, mas guardo todas elas com muito carinho e acredito que um dia vai chegar a minha hora e uma música minha vai ficar conhecida, seja pela minha voz ou por outra pessoa, não importa.

— Você sabe tocar? – Fran olha admirada ao ver Edu com um violão na mão.

— Não só eu. – ele me indica o segundo instrumento.

— Show particular, que legal! – Fábio senta numa poltrona à nossa frente.

— Não vou cantar nada. – falo pegando o violão.

— Vai me acompanhar. – Edu mostra a partitura com as notas musicais.

— Que legal. – Lucas senta no chão ao lado de Fábio todo animado.

Olho a partitura e reconheço a letra, é uma musica que ajudei Edu a compor há uns anos atrás, mas ele disse que não estava pronta e que ainda faria melhorias. Olho pra ele e seu sorriso é inconfundível, essa era a segunda surpresa que ele queria me fazer.

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