ANNABETH POV -
Percy e eu começamos a atacar Hefesto, enquanto minha mãe lutava com Ares.
Nunca vi Percy apanhar tanto. Ele estava ensaguentado e sem contracorrente. Ele não conseguia manusear a espada que ele estava usando corretamente. Após alguns minutos, mais cortes apareciam por seu braço e por seu rosto.
- Eu esperava mais, Percy Jackson. - Hefesto disse.
Se eu não estivesse ajudando Percy contra Hefesto, ele já teria virado pano de chão. Percy tentava continuar em pé. Hefesto me chutou e eu caí no chão. Percy foi levantado pelo pescoço. Ele tentou se soltar, mas já estava sem forças.
Hefesto suspirou.
- Eu sei que você consegue respirar dentro d,água. Mas será que pode respirar desse jeito?
Percy ficava cada vez mais vermelho e sem ar. Me levantei para ajudar, mas um vulto passou na minha frente e Hefesto foi mandado pelos ares.
- Salvou ele? - Perguntei, incrédula. Olhei para trás e Ares também havia sumido.
Percy segurava o pescoço como se ele quase tivesse sido arrancado.
Ela bufou.
- Ele é importante demais e deve continuar vivo.
- CHEGA! - Ouvimos um grito e meu coração se apertou quando reconheci a voz. O chão parou de tremer, o céu parou de trovejar e os deuses (Zeus e Poseidon) pararam de lutar.
- Peter Jackson, saia da frente. - Poseidon disse. A raiva de Poseidon, do nada, sumiu.
- Meus deuses... - Sussurrei. Tentei correr, mas fui presa pelo braço. Olhei para trás e Percy tinha se levantado e me segurado.
- Percy... - Ele balançou a cabeça.
- Não posso perder você. Meu pai não vai deixar nada acontecer com Peter.
- Não vou sair da frente. Vovô, vocês precisam parar com isso agora! Olhe para o nosso acampamento.
- Eu não pouparei minha raiva. - Zeus disse, levantando o raio-mestre de novo.
- Não vai machucá-lo. - Hércules apareceu ao lado de Peter. Havia aproveitado a distração de Nêmesis e voado até lá. Ele desceu de Pégaso e o cavalo voltou a voar.
Miriam também desceu ao seu lado, antes do Pégaso partir.
- Vai me matar aqui, ao lado do seu filho? - Ela perguntou.
- Meus deuses... - Percy falou ao meu lado.
- Vovô, peça desculpa a Zeus. - Peter pediu.
- O que? - Perguntei.
- O que? - Ele questionou.
- Zeus, pare com essa guerra agora. - Hércules disse. - Ela não faz nenhum sentido.
- Saiam da frente! - Poseidon ordenou.
- Vamos acabar logo com isso. Vou matar Miriam Carter! - Zeus levantou o raio-mestre de novo e Hércules se colocou na sua frente.
Peter suspirou.
- A humanidade não é nada sem o Olimpo e o Olimpo não é nada sem a humanidade. - Peter falou. - Vocês vão destruir o mundo se continuarem lutando e vão desaparecer, porque não vai ter nenhum humano para lembrar de vocês, deuses.
Zeus e Poseidon se olharam. Zeus suspirou.
- O garoto tem razão. - Zeus disse por fim. Mas, Poseidon não baixou a guarda. - Eu nunca vou perdoá-lo por isso, Poseidon.
Zeus bateu o raio no chão e gritou:
- PAREM DE LUTAR! - Os poucos que ainda guerreavam obedeceram e pararam. - MEUS ALIADOS, peçam perdão a Quíron.
Poseidon bufou. Deméter, Afrodite, Ares, Hefesto, Nêmesis e todos os deuses que lutaram contra Poseidon, se aproximaram de Quíron, que agora estava próximo a multidão que observava Zeus e Poseidon.
- Pedimos perdão por nossos mal modos. - Deméter falou. - Eu, deusa da colheita, falo por todos aqui e peço piedosamente, Quíron, que permita nossos filhos voltarem a conviver com vocês. Nos responsabilizamos por qualquer um deles.
Quíron balançou a cabeça.
- Seus filhos apenas foram leais a seus pais. - O centauro deu de ombros.
- Ainda não estou satisfeito... - Poseidon falou.
- Pai... - Miriam implorou.
- Prometa, pelo Rio Estige, que não irá atacar nenhum dos meus filhos. - Ele olhou para Peter. - Nem meus outros descendentes.
Zeus riu, com desdém.
- Prometerei, mas não por todos os seus descendentes. Apenas por estes semideuses modernos. Incluo em minha promessa: a garota - ele apontou para Miriam - Tyson, o ciclope... - ele olhou para Percy - e Jackson com seus dois filhos. Juro pelo Rio Estige nunca atacar nenhum deles.
Ele olhou para seus aliados.
- Vamos embora. - Então, todos desapareceram, ficando apenas os semideuses. Deméter ainda deu uma olhada para Atena, antes de sumir.
Peter correu para Poseidon, que automaticamente se adequou ao tamanho humano.
- Você foi grande, Peter! - o deus disse, sorridente.
- Um grande herói! - Ele falou, empolgado.
- E está numa grande encrenca. - Falei, me aproximando.
Ele parou de sorrir.
Suspirei.
- Você foi incrível, Peter. Mas, fez algo tremendamente arriscado e está de castigo. - Falei. Ele me olhou triste.
- Não seja tão dura com ele. - Percy sussurrou no meu ouvido. Suspirei.
- Bom, enfim, acabou. - Quíron falou.
- Hércules. - Miriam disse. Ele a olhou. - Agora temos muito o que conversar. Vamos à Casa Grande.
O semideus concordou.
- E vocês precisam ir à enfermaria. - Will apareceu ao meu lado. Concordei, olhando para o estado de Percy.
- Peter... - Ele entendeu e concordou, descendo do colo do avô.
- Tchau, vovô Popô. - Peter disse.
- Tchau, Peter. - Poseidon respondeu.
Ele caminhou alguns passos, até que Poseidon pediu para ele parar.
- Peter, há algo que não te pertence no seu bolso. - Meu filho o olhou sem entender e colocou a mão no bolso, tirando de lá a caneta de Percy.
- Ah, é... - Ele disse.
Algo apareceu no ar. Quando Poseidon pegou, percebi que era uma pequena bola de borracha, do tamanho de uma tampa de garrafa. Quando Peter a pegou, percebi que não era borracha, parecia ser feita de água mesmo, mas sua textura parecia silicone. Peter apertou a bola e ela se transformou numa espada dourada. Era do tamanho perfeito para ele.
- Ela vai se adaptar a você, enquanto você cresce. - Poseidon se ajoelhou. - Peter, eu confio em você. Só use essa arma em caso de extrema necessidade. Na idade certa, você será treinado. Mas, por ora, aproveite sua infância. - Ele piscou. - Devolva a espada do seu pai, ele está precisando dela.
Peter percebeu seu pai com a testa molhada de sangue e arregalou os olhos.
Percy sorriu, quando ele chegou perto.
- Tudo sobre controle, campeão. Você foi o herói hoje.
Peter sorriu e devolveu contracorrente.
- Minha espada é mais bonita que a sua. - Ele e Peter riu.
- É mesmo. - Percy disse.
- Vamos, filho. Seu pai precisa receber cuidados. - Falei.
Então, os puxei para a enfermaria.