Não sabia o que haveria de fazer, se ficar sentada á espera de notícias ou sair de casa e andar pelas ruas feita barata tonta há procura da minha filha sem qualquer ideias de onde ela possa estar.
Estava agora deitada na minha cama e de André, abraçada au pequeno urso de peluche que a Leonor costumava andar sempre agarrada.
Ouvi a porta do quarto fechar e olhei para a mesma vendo André com um tabuleiro de comida na mão.
André pousou o tabuleiro ao meu lado, sentou-se e beijou a minha testa carinhosamente.
-Come o que te trouxe. – ele disse olhando nos meus olhos.
Os seus olhos estavam vermelhos, o seu cabelo estava despenteado, a sua cara estava branca, ele estava diferente.
-Eu não tenho fome. – eu disse com a voz fraca.
-Mas vais comer, o nosso bebé precisa de ser alimentado. – ele disse passando a mão na minha barriga.
Ele tinha razão, eu não posso pensar só em mim, tenho de pensar no pequeno ser que carrego na minha barriga.
Sentei-me na cama e puxei o tabuleiro para perto de mim e comecei a comer.
-Mas tu também tens de comer. – eu disse olhando para o André.
-Eu já comi. – ele disse mas eu vi que ele me mentia.
-Não me mintas André. – eu disse olhando seriamente para ele.
-Eu estou sem fome Rita. – ele disse suspirando.
-Mas tens de comer André, por favor, por mim, por ti, pela Nonô. – eu pedi au homem que se encontrava comigo naquele quarto, o homem que eu amo e está a doer tanto vê-lo daquela maneira.