A menina da casa ao lado

By daniellenferreira

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A vida de Camila muda-se drasticamente quando é obrigada a se mudar. Acostumada a vida em sua pequena cidade... More

Capítulo 1 - Goodbye St. Michaels
Capítulo 2 - Hello Miami
Capítulo 3 - Miami High School
Capítulo 4 - Lauren Jauregui
Capítulo 5 - Truth or consequence
Capítulo 6 - Broken glass
Capítulo 7 - I think I like you
Capítulo 8 - Secrets
Capítulo 9 - Over
Capítulo 10 - Give me love
Capítulo 11 - Surprises
Capítulo 12 - Hickey
Capítulo 13 - Back to school
Capítulo 14 - I'm a monster?
Capítulo 15 - Bad news
Capítulo 16 - 'Cause all of me loves all of you
Capítulo 17 - Explanations
Capítulo 18 - Smile
Capítulo 19 - I hate loving you
Capítulo 20 - I missed you
Capítulo 21 - We are well
Capítulo 22 - First time
Capítulo 23 - The christmas
Capítulo 24 - Stay Strong
Capítulo 25 - The marriage
Capítulo 26 - I will always love you, girl of light eyes
Especial de 01 ano
Capítulo 27 - P.S. Eu te amo
Capítulo 28 - P.S. Eu te amo - Parte 2
Capítulo 29 - P.S. Eu te amo - Parte 3
Capítulo 30 - P.S. Eu te amo - Parte 4

Capítulo 31 - P.S. Eu te amo - Parte 5

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By daniellenferreira

Olá vocês, como estão? Espero que estejam bem!

Bom, eu pensei que não conseguiria concluir o especial nesse capítulo, mas eu consegui. O capítulo tá grandinho, mas tá gostosinho então vocês nem vão notar. Enfim, eu espero que vocês gostem.

Erros ortográficos corrijo depois!

Obs.: Escutem Eyes Shut - Years & Years. Deixa o capítulo ainda melhor.





Point of view – Veronica Iglesias

Reencontrar Keana foi como reencontrar uma irmã após vocês terem brigado. Você demonstra que ainda está chateada, mas a abraça apertado por finalmente tê-la encontrado. Lembro-me bem de quando ela foi embora sem se despedir de mim, pois eu tinha deixado claro que eu me recusava a fazer isso e que se ela fosse eu nunca mais a perdoaria. Agora estamos aqui... Abraçadas, fingindo que isso nunca aconteceu e sentindo um vazio imenso no peito por causa de Lauren.

– Não acredito que ela realmente se foi. – Keana chorava exatamente da mesma forma de quando ela brigou com Lauren pela primeira vez – Eu tinha tanto pra dizê-la.

– Diga agora! – Sorrio fraquinho e me afasto deixando-a só próxima da lápide. Vou para o lado de Camila, que segurava sua criança em seus braços, e de Dinah.

Keana estava ajoelhada na grama com sua mão direita sob a lápide. Era como se ela quisesse sentir Lauren mais uma vez e a cada segundo que ela não conseguia isso, a dor em seu peito aumentava ainda mais. Ela saiu daqui brigada apenas comigo, mas ao passar dos anos deixou de dar notícias para Lauren e esqueceu completamente de sua vida em Miami. Eu não sei como ela se sente, mas se eu estivesse no seu lugar provavelmente sentiria uma culpa imensa por deixar de lado a única pessoa que SEMPRE me apoiou.

– Desde quando ela e Lauren se conhecem? – Camila pergunta enquanto observa a morena chorar sob a lápide.

– Desde os cinco anos, eu acho. – Respondo-a e pego a criança de seu colo. A pequena Laur estava quase adormecendo e talvez fosse a melhor coisa que ela poderia fazer agora – Por quê?

– Ela está sofrendo muito. – Camila diz – Da pra ver de longe.

– Ela e Lauren têm muita história... Muita mesmo! – Digo à latina que permanecia atenta a cena – Nem eu sei de tudo.

– Entendo. – Ela tenta se tranquilizar mais assim que Keana começa a vir em nossa direção – Acha que ela me odeia?

– Não... – Keana finalmente chega e abraça a latina com toda a sua força que retribui com um sorriso fraco nos lábios – Definitivamente não!

Algumas semanas depois...

– Ela não te esqueceu, Camila! – Digo pela milésima – Para de drama!

– Não é drama, Veronica! – Ela responde nervosa. Camila guardava as vasilhas da forma mais rude que conseguia e isso já tinham custado dois pratos – Já faz semanas e nada! Acabou! É isso!

– Escuta... Não acabou, ok? Eu tenho certeza disso! – Paro-a por um instante e ela apenas encara meus olhos – Mas você tem que estar preparada pra quando realmente acabar, entendeu? São apenas cartas, Camila, e mesmo que seja de Lauren isso não muda o fato, ok? Ela permanece morta e você permanece viva, então tente seguir em frente, por favor... Não se apegue a cartas.

– Você tem razão! – Ela se senta na cadeira e eu me sento bem a sua frente – Tem notícias de Keana?

– Não! – Respondo-a e a observo suspirar chateada – Não se apegue a Keana também.

– Eu não a vejo desde o dia em que ela descobriu que Lauren está morta, ok? – Ela responde nervosa – Não é como se eu tivesse chance de me apegar a ela.

– Tudo bem. – Digo tranquila – Só estou tentando ajudar!

– Camila... – O pai da latina entra na cozinha e joga um envelope na mesa – Chegou isso pra você!

– O quê? Quando? Agora? Quem entregou? – Camila pega o envelope extremamente feliz e o abre – Você tinha razão, Vero, não acabou!

– Envelope. Agora. Sim, agora. O carteiro. – Alejandro responde pausadamente e se senta ao lado da filha – Agora respire, por favor!

– Eu respiro depois, papa. – Ela pega a carta e sorri ao notar a caligrafia de Lauren – É dela mesmo.

– Então leia! – Peço quase que implorando.

– Oi amor da minha vida, como você está? Como está nossa criança? Vero já chegou aí? Espero que sim!
Seu aniversário é depois de amanhã e eu não poderia deixar de te dar um presente, certo? Certíssimo! Eu sei que estou há dois anos sem te dar presente, mas isso tudo foi porque eu precisava de algo grande pra agora... Para os seus 20 anos!
Você está iniciando uma nova década e eu tenho certeza que continua exatamente a mesma. Eu não sei o que você cursa e como leva sua vida agora, mas sei que se eu estivesse aí com toda certeza estaria orgulhosa de você, minha Camz.
Bom, chega disso e vamos ao que interessa. Dentro deste envelope está o endereço e tudo que você deve fazer para finalmente conhecer o lugar que você sempre quis. Isso mesmo, meu amor, eu comprei tudo e já está tudo pago e o bom é que você pode levar duas acompanhantes... A parte difícil vai ser escolher apenas duas, pois eu sei que todas vão querer ir, mas explique a elas e com o tempo elas irão entender.
Enfim, faça as malas, menina da casa ao lado, pois você vai para o Brasil!
P.S. Eu te amo

– Você vai me levar, não é? – Pergunto quase que de imediato – Eu juro que vou me comportar!

– Papa, você ficaria com a Laur por... – Camila abre o envelope e tira todos os papéis de lá... Um deles constava todos os detalhes da viagem e o outro era sobre a hospedagem – Duas semanas?

– Claro, mas e a universidade? – Alejandro pergunta preocupado.

– Eu não vou perder muito... Relaxa! – Camila sorri abertamente – E eu vou conversar lá antes, eu prometo!

– Tudo bem. – O homem se convence – E quem você vai levar?

– Não é óbvio? – Camila permanece sorrindo – Vero e Dinah!

Point of view – Karla Camila Jauregui Cabello

Semanas depois...

– Enfim, é isso. – Conto sobre a viagem ao meu pai que ouvia tudo atentamente – Foi incrível lá! Aquele país é realmente maravilhoso!

– Fico feliz que tenha se divertido tanto, filha. – Ele responde contente – Está pronta para voltar a sua rotina agora?

– Sim! – Sorrio e pego minha filha no colo – Inclusive essa viagem me deu coragem para fazer tudo que eu já devia ter feito há muito tempo.

– Por exemplo?

– Sair de casa, arranjar um emprego, educar minha filha, etc. – Respondo sorridente enquanto caminho até a sala – Estou pronta para recomeçar, papa, e Lolo sabe disso.

[...]

Dez dias se passaram desde que cheguei da melhor viagem da minha vida depois da minha lua de mel. Lauren me mostrou quem eu realmente sou e que eu não desisto nunca. Com isso, aluguei um apartamento pra mim próximo da universidade e estou morando apenas com minha filhinha. Consegui um emprego graças à maravilhosa da Vero Iglesias e tenho educado minha filha.

No turno da manhã, eu curso Psicologia. No da tarde, eu trabalho como assistente da psicóloga Aria Montgomery. No da noite, eu sou completamente da minha filha. Descobri que ela é a criança mais inteligente e se parece muito com Sofi quando tinha essa idade. Lembro-me de cada segundo da vida da minha irmã mais nova e nada apagaria isso. Tenho certeza que ela teria orgulho de mim se estivesse aqui e adoraria sua sobrinha. Assim como Lauren adoraria sua filha que é tão inteligente quanto ela.

Meu apartamento não é grande, mas é confortável e futuramente eu pretendo comprar um então, por ora, este serve. Ele tem dois quartos (um de casal e outro de solteiro), um banheiro, sala conjugada com a cozinha e uma pequena área de limpeza. Aluguei o mesmo mobiliado já, então não tenho problemas relacionado a isso, mas, além de já estar pensando em comprar meus próprios móveis quando comprar meu próprio imóvel, já abri uma conta poupança para a pequena Laur. Além disso, finalmente aceitei a antiga Ferrari de Lauren e a uso para ir à universidade e ao trabalho.

Lauren estava certa. Sempre esteve. Eu preciso seguir minha vida, educar nossa filha, ser um exemplo pra ela e nunca deixar de orgulhá-la assim como não devo deixar de orgulhar minha falecida esposa, então eu estou tentando... De uma forma torta e estranha, mas estou e Dinah junto com Vero acredita que eu esteja, aos poucos, conseguindo.

– Camila, eu estava pensando... – Emma chama minha atenção enquanto caminho apressadamente até meu carro – Nunca fomos tomar aquele café que você tinha aceitado tomar comigo.

– Verdade! Sinto muito por isso! – Digo rapidamente enquanto entro no automóvel – Que tal um jantar hoje à noite?

– Sério? – Ela fecha a porta do carro pra mim enquanto me olha com os olhos brilhando – Seria ótimo! Onde você gostaria de ir?

– Pode ser lá em casa? Tenho que estar com minha filha. – Pergunto e ela logo aceita com um sorriso imenso nos lábios – Ótimo! Envio meu endereço para você mais tarde.

– Ótimo! – Ela sorri e se distancia – Vai ser ótimo!

– Tenho certeza que sim! – Sorrio e dou partida no carro, deixando a jovem para trás.

[...]

– Boa noite. – A loira diz sorridente enquanto adentra meu apartamento – Como você está?

– Boa noite, Emma. Estou bem, obrigada! E você? – Pergunto a jovem que havia chegado às 20h00min em ponto – Fique a vontade! Aceita alguma coisa? Vinho, talvez?

– Estou bem! Obrigada! E um vinho seria ótimo. – Ela se senta no sofá, então a sirvo uma taça de vinho tinto e faço o mesmo para mim – Obrigada! Foi super fácil achar seu endereço.

– Jura? Que bom! – Sento-me ao lado da loira que permanecia sorrindo – Para o jantar temos a minha especialidade.

– Que seria? – Ela pergunta curiosa enquanto permanece encarando meus olhos.

– Macarrão. – Digo e começo a rir, então a loira logo começa a fazer o mesmo – Inclusive está pronto. Vamos comer?

– Claro!

Caminhamos até a cozinha onde minha filha já estava há um tempo. A pequena Laur segurava o seu prato enquanto estava escorada na geladeira com uma cara de tédio. Assim que entro na cozinha, ela logo se ajeita e corre para o meu lado com o prato na mão, então pego o mesmo e ela cumprimenta Emma que a trata da melhor forma possível. A loira se senta à mesa e então senta Lauren. Sirvo as duas e então me sirvo, sento ao lado da minha filha e começo a comer.

– Está ótimo! – Emma diz assim que experimenta a comida – De verdade mesmo!

– Obrigada! – Sorrio ao ouvir seu elogio, mas sabia que era mentira. A menos que ela gostasse de comida salgada, estava realmente ruim e até minha filha fazia careta ao comer – A sobremesa está melhor, eu juro!

– E o que é? – Ela sorri enquanto toma um gole do vinho.

– Surpresa.

[...]

Assim que terminamos de jantar, servi a sobremesa que era algo que eu havia aprendido no Brasil. O doce se chama brigadeiro e, além de ser super fácil de fazer, é gostoso. Emma, assim como minha filha, tinha adorado. Depois, lavei todas as vasilhas e a loira as secou, então as guardei e fui colocar a criança para dormir. Lauren escovou os dentes, se deitou e então eu contei uma história para ela que rapidamente adormeceu. Voltei para a sala onde estou até agora jogando conversa fora e tomando vinho com Emma.

– Eu confesso que tenho interesse em você desde o primeiro dia que te vi. – Ela diz um tanto sem graça.

– Sério? Por que não falou comigo?

– Você não era o ser humano mais simpático dali. – Ela toma um gole do seu vinho e respira fundo – Você era tão misteriosa. Nunca deixava ninguém se aproximar, nunca falava... Sei lá, parecia até que não queria estar viva.

– Bom... Desde a morte da minha esposa, eu perdi o sentido da vida. Nada fazia sentido pra mim. Absolutamente nada. – Confesso para a loira que me olhava atentamente – Então eu comecei a receber umas cartas que ela escreveu quando ainda estava viva e, de uma forma bem louca, me lembrei de que só de eu estar aqui já valia a pena, sabe? Ter pessoas que se importam comigo, minha filha, minha universidade, eu mesma... Isso já é o suficiente para que eu queira continuar nesse mundo. Faz sentido?

– Faz todo sentido do mundo! – Ela sorri, deixa a taça em cima da mesinha de centro e se senta ao meu lado. Então, sem hesitar, a loira me beija de uma forma delicada. Sua mão na minha cintura enquanto as minhas permanecem juntas a minha taça. Nossos corpos próximos, mas não sinto nada. Era gostoso o beijo, mas era apenas um beijo – Isso foi estranho!

– Pensei que só eu tinha achado isso. – Digo com certo receio e ela começa a rir, então faço o mesmo – Amigas?

– Amigas! – Ela coloca minha taça na mesinha e me abraça apertado, então retribuo e, de certa forma, me sinto bem por tê-la aqui.

27 de junho de 2019

Três meses e vinte seis dias se passaram desde a última carta de Lauren, mas que está contando, não é mesmo? Além disso, hoje ela estaria completando 21 anos se ainda estivesse viva. Não é um dia bom para mim, mas eu estou tentando me manter forte por tudo aquilo que eu acredito. O luto é essencial para que possamos seguir em frente e eu já estou na fase de seguir em frente, então não posso pensar em regredir ou algo do tipo. Hoje é um dia importante. Não é um dia para chorar, é um dia para agradecer. Agradecer pela existência de uma das mulheres mais brilhantes do mundo; agradecer seus ensinamentos; agradecer tudo de bom que ela nos deixou; apenas agradecer.

A quinta-feira está ensolarada graças ao verão. A universidade está de férias, então estou podendo passar todas as manhãs com minha criança que já fez amizade no prédio. Agora, estamos no playground do condomínio onde ela brinca com sua amiguinha que, ironicamente, se chama Camila Steinfeld. A jovenzinha é filha de Hailee Steinfeld, uma mulher forte que acabou se tornando uma grande companhia para mim.

Atualmente tenho contato apenas com Dinah, Emma e Vero. Obviamente converso com meu pai e com os pais das amigas de Lauren, mas nada de Ally, Normani ou Lucy. Sinto falta delas e até tentei procurá-las, mas nenhuma atendeu o celular e eu aceitei isso como um sinal de que elas ainda estavam chateadas comigo por tê-las afastado quando mais precisávamos ficar unidas.

– Mama... Mama... Mama... – Lauren vem correndo para o meu lado – Posso dormir na casa da Camila hoje? Ela quer me mostrar os brinquedos que ela ganhou de aniversário.

– Outro dia você vai, filha. – Coloco-a no meu colo enquanto a amiga dela a esperava no balanço – Hoje é um dia muito importante para nossa família e você deve ficar comigo, tudo bem? Explique a pequena Camila que hoje sua mamãe completaria 21 anos se estivesse aqui conosco, então por isso você deve ficar com sua outra mamãe que sou eu, tudo bem?

– Tudo bem, mama. – Ela beija minha bochecha e logo desce do meu colo – Eu irei explicar. Ela vai entender.

– Com certeza, meu anjo. – Sorrio para a criancinha que corre gritando Camz. As duas era quase como uma grande charada do destino que, talvez, eu nunca fosse descobrir.

[...]

Exatamente às 13h00min eu estava pegando serviço e, exatamente, às 18h00min eu estava o largando. Lauren ficou com Dinah hoje. As duas, junto com Vero, iriam me encontrar no cemitério para que fizéssemos uma pequena homenagem a minha falecida esposa. Eu estava quase chegando já e o nervosismo aumentava a cada segundo que se passava. Era como se a Lolo estivesse aqui, nos vendo e esperando ansiosamente pela nossa surpresa mesmo já sabendo o que era. Na verdade, eu acho que era isso que eu desejava profundamente e insanamente.

– Deu quinze dólares, senhorita. – O taxista diz assim que para em frente ao cemitério.

– Obrigada! – Entrego uma nota de vinte pra ele e saio do carro – Pode ficar com o troco.

– Obrigado! – Ele da partida em seu carro e eu entro no imenso cemitério. Caminho até onde Lauren estava enterrada e encontro Vero, Dinah e minha filha.

– Boa noite, garotas. – Sorrio para elas que fazem o mesmo, então pego Laur no colo e me preparo para a homenagem. Cada uma – inclusive minha filha – estava com um balão japonês com lanterna de papel para soltar assim que eu terminasse o discurso que iria fazer em nome de nós quatro – Todas estão prontas?

– Sim! – Todas, inclusive minha filha, respondem.

– Então eu vou começar. – Engulo seco, coloco Laur no chão e desvio o olhar por alguns segundo para, em seguida, olhar a lápide e começar – Ei Lolo, como você está? Todo esse tempo você vem me perguntado como eu estou; todo esse tempo você tem se preocupado com meu bestar, o bem estar da nossa filha e eu nunca retribuo. Parece até quando namorávamos; você fazia muito e eu fazia nada, mas pelo menos eu comecei a te dar valor antes que fosse tarde demais, não é mesmo? Bom... Eu queria que todas estivessem aqui, mas estamos apenas eu, Dinah, Vero e nossa filha. A propósito, todas estão ótimas. Enfim, quando eu aceitei fazer o discurso, eu não sabia o que iria dizer e agora percebo que ainda não sei, então acho que vou ficar com óbvio. Nós te amamos, sentimos sua falta e queríamos muito que você estivesse aqui. Por muito tempo, eu desejei trocar de lugar contigo, mas aí VOCÊ me lembrou de que nunca aceitaria isso e eu voltei a viver. Eu me reergui, Lolo, e você teria orgulho de mim. Eu sei que sim. Assim como você teria orgulho da futura jornalista, Vero Iglesias, e da futura advogada Dinah Jane. E eu seria a futura psicóloga Camila Jauregui Cabello, pois você me inspira a querer ajudar os outros. Você inspira a todos nós. Você é nosso orgulho, Lolo, e nós nunca iremos te esquecer. Você é razão pela qual continuamos todos os dias. Obrigada Lauren. Muito obrigada!

Assim que paro de falar, soltamos os balões que iluminam, junto à lua e as estrelas, o céu. Pego minha criança no colo novamente. Ela olhava atentamente aos balões assim como Vero e Dinah. Eu as observava e agradecia mentalmente por tê-las ali. Esse era o mínimo que eu poderia fazer por ter pessoas tão incríveis ao meu lado.

– Parabéns, Jauregay! – Escuto uma voz um tanto conhecida e, assim como as meninas, olho para trás e confirmo minhas suspeitas de quem era – E parabéns, Mila! Você conseguiu!

– Não estou entendendo. – Digo e noto outras duas pessoas aparecerem atrás dela. Eu as conhecia muito bem e não conseguia acreditar que elas finalmente estavam de volta – Eu liguei pra você. Aliás, pra todas vocês. Por que não me atenderam se não estão com raiva de mim? Lucy? Ally? Normani? Alguém pode me responder?

– Sua esposa pode. – Ally me entrega o envelope branco com um sorriso imenso nos lábios – Esta é a última, Mila, e você está pronta pra ela!

– A última? – Meus olhos se enchem de lágrima assim que pego o envelope. Coloco Laur no chão que corre para os braços de Dinah, então abro o pedaço de papel para notar a caligrafia de Lauren – Como vocês... Como vocês sabiam?

– Fazemos parte do plano dela, chancho. – Dinah diz sorridente e se junta às meninas assim como Vero – Sabíamos de tudo desde o início.

– Precisávamos deixar você sozinha ou você nunca iria realmente superar. Aliás, nós também não. – Normani completa enquanto sorri – Você precisava sentir a dor assim como nós, Mila.

– Cuidamos de você todo esse tempo. – Lucy diz tranquila e entrelaça seus dedos com Vero – Assim como Lauren, sabíamos que você iria conseguir.

– Mas fique tranquila, porque não foi tudo mentira ok? Na verdade, tudo foi real. Tudo aconteceu exatamente da forma que Lauren previu. A diferença é que teríamos voltado bem antes pra você, porém Laur queria que você tivesse seu tempo. Ela sabia que se tivéssemos voltado antes, você teria nos afastado. – Vero diz sorridente – Meu antigo namoro terminou há um ano, na verdade, e eu voltei com Lucy um mês antes de vir pra cá. Estamos bem, Mila, estamos todas bem e precisávamos que você ficasse também!

– Ela se foi, mamãe, mas nós estamos aqui. – A pequena Laur diz e eu desabo a chorar. Quão sortuda eu era por ter todas essas maravilhosas pessoas em minha vida?! Corro e as abraço, eu precisava disso, eu precisava delas e eu as amava imensamente. Após abraçá-las, pego Laur no colo e volto a olhar as meninas.

– Até minha filha sabia? – Pergunto um pouco mais tranquila – Meu pai? Os Jauregui?

– Não! Ensinamos essa fala pra Laur ontem. – Dinah diz sorridente – Lauren fez absolutamente tudo. Eu, Vero, Lucy, Normani e Ally apenas ajudamos para que tudo desse certo.

– Vocês, assim como minha esposa, são incríveis. – Sorrio para as meninas que retribui. Desço Laur e volto a olhar para a última carta – Se importam de eu lê-la sozinha quando eu estiver em casa? Prometo mostrar pra vocês depois.

– Sem problemas! – Vero responde tranquila – Ah, e Mila... Keana é uma boa pessoa. Se a reencontrá-la, não a deixe escapar por causa de mentiras de novo.

– Pode deixar! – Sorrio, pego na mão da minha filha e começo a caminhar em direção à saída junto com as meninas – Mas agora eu estou focada apenas em mim. Afinal, amor próprio é tudo!

– É assim que se fala! – Ally diz e então começamos a rir. Era bom tê-las ali e eu não as desapontaria... Não de novo.

– Não acredito que você roubou o apelido que dei a Lauren. – Escuto Dinah reclamar com Normani que sorria tranquilamente – Você me deve um jantar por isso.

– Você é ridícula, mas tudo bem! – A negra responde ainda sorridente – Podemos fazer isso!

– Você está bem? Como está a universidade?

– Ei... Isso é assunto para outro dia. – Normani a responde tranquila – Hoje o dia de Camren.

– Tem razão!

[...]

Assim que saímos do cemitério, fomos a um bar/restaurante onde juramos uma a outra manter contato. As meninas voltariam para seus respectivos estados no domingo de manhã, então programamos todo o nosso final de semana e estávamos animadas para isso. Enfim, quando cheguei em casa, tomei banho e dei banho na Laur, então a fiz dormir e estou até agora olhando para o último pedaço de papel que eu receberia da minha falecida esposa.

– Ande logo com isso, Camila! – Digo a mim mesma e abro a carta para, em seguida, começar a ler.

Boa noite meu amor, como você está? Espero que esteja ótima! De uma coisa eu sei: você está maravilhosa! E também sei que é noite porque pedi, especificamente, para as meninas entregarem esta carta de noite. Eu não sei o dia, não sei quanto tempo demorou, mas sei que funcionou ou você não estaria lendo esta carta.
Eu gastei os meus últimos três meses de vida tramando tudo isso, Camz, porque eu sabia que mesmo me prometendo você não iria seguir em frente... Não tão facilmente. Felizmente, eu também sei que as meninas não aguentariam e eu não as julgaria por isso. Claro que não! Então conversei com todas sobre seus sonhos, onde elas fariam universidade caso conseguissem entrar, etc. Eu planejei cada centímetro desse plano para que não desse errado, Camz. A questão é: não é só você que precisaria de um tempo, elas também, então todas teriam.
Quando comecei a sentir que realmente estava morrendo e que não me restava mais tempo, contei as meninas meu plano e as fiz jurar que não iria estragá-lo. E assim aconteceu. Elas seguiram tudo assim como a vida delas. Não as culpe por isso e nem me culpe por isso, eu não as mandei sair de Miami, eu apenas previ que elas fariam isso. Você não é o ser humano mais fácil do mundo de lidar, Camila Jauregui Cabello, e de luto consegue ser ainda pior. Enfim, eu queria te surpreender e queria te ajudar. Espero que tenha funcionado!
Eduque nossa filha como você faria se eu estivesse aí ou até mesmo melhor. Termine sua faculdade. Seja uma das melhores na sua área. Seja feliz, meu amor, e muito! Cresça! Apareça! Se torne um ser humano melhor a cada dia! Tenha orgulho de si mesma, Camz! Enfim, apenas seja!
Muito obrigada por absolutamente tudo que vivemos. Eu nunca te esquecerei, minha menina!
P.S. Eu te amo

Quatro meses depois...

– Ei Mila. – Ally deposita um beijo na minha bochecha assim que adentra o apartamento. Hoje era o aniversário de três anos da pequena Laur e todos estavam aqui – As meninas já chegaram?

– Só a Vero que ainda não. – Respondo-a e fecho a porta – Mas o restante está na sala.

– E a pequena Laur?

– Também.

– Ok! Vou até ela entregar o presente. Espero que ela goste! – A baixinha sorri animada – E Mila? Você está ótima!

– Você também, Ally! – Sorrio e vou em direção à cozinha para terminar de servir refrigerante as crianças que esperavam.

Assim que termino, vou até a sala onde todos os convidados estão. Dinah e Normani estavam se paquerando. Segundo ambas, elas estavam dispostas a dar uma nova chance ao relacionamento mesmo que fosse a distância. Lucy conversava com Ally enquanto esperava Vero chegar. Hailee, a mãe da melhor amiga da minha filha, conversava com Shawn, um colega de trabalho meu, e Emma. As crianças brincavam tranquilamente com os novos brinquedos de Laur que assim como sua mãe, não se importava de dividir nada.

– Já vai! – Aviso à pessoa que batia na porta. Dei nome de todos os convidados para o porteiro que iria liberar sem me consultar. – Até que em fim! Sua namorada está um pouco nervosa com você!

– Ela vai entender! – Vero sorri de uma forma um tanto cafajeste – Enfim, eu trouxe alguém. Espero que não tenha problema!

– Mama... Mama... Mama... – A criancinha me chamava desesperadamente.

– Ah, claro que não! – Viro-me para ver o que Laur queria e nem noto quem era – O que foi filha?

– Olha o que eu sei fazer. – Sem hesitar, a criança fica de cabeça para baixo, apoiada apenas com as mãos no chão e quase me mata do coração – Camila acabou de me ensinar. Não é legal?

– Super! – Digo morrendo de medo, então a criança volta ao normal e sorri para mim – Só não faça o tempo todo!

– Tá bom, mamãe. – Ela sai correndo para pular em Vero que já estava ao lado de Lucy, então me viro para verificar que a porta estava fechada e dou de cara com a convidada misteriosa de Iglesias.

– Ei. – Ela sorri timidamente enquanto segura um pacote imenso que, provavelmente, era o presente de Laur – Espero não estar te incomodando!

– O quê? Claro que não! – Abraço-a e sinto meu coração arder de emoção por tê-la em minha vida de novo – É para Laur?

– O quê? Ah, sim! – Ela sorri, então chamo Laur que pega o pacote e a agradece para, logo em seguida, sair correndo – Você está maravilhosa, latina fogosa!

– Esse é, definitivamente, o apelido mais imbecil que Dinah poderia ter te falado. – Sorrio abertamente e a vejo fazer o mesmo – Mas enfim, aceita vinho, morena misteriosa?

– Pensando bem, eu adoraria uma taça de vinho. – Ela sorri e então caminhamos em direção aos convidados que logo nos olha. Sirvo uma taça para a morena que agradece com um sorriso, então brindamos e tomamos um gole.

– KEANA! – Dinah, como sempre, grita e vem cumprimentar a morena – Tão bom te ter em nossas vidas de novo!

– Igualmente Dinah! – A morena sorri abertamente para a maior.

– Mamãe... Mamãe... Mamãe... Olha o que sua amiga me deu. – Lauren me mostra a bola de futebol americano e eu olho para Keana sem entender, então volto a olhar para minha filha, sorrio e digo quão incrível é – Eu adorei! Agora eu e Camz iremos brincar direto com ela!

– Vai ser ótimo, Laur. – Digo ainda sorrindo para a mesma, então encaro Keana – Uma bola de futebol americano?

– Era de Lauren. Ela a ganhou de um jogador quando fomos ao nosso primeiro jogo. Tínhamos oito anos. Enfim, antes de eu ir embora, ela me deu a bola e me fez prometer que um dia iria devolvê-la. Era uma forma de ela saber que eu iria voltar. – Ela sorri abertamente e toma um gole de seu vinho – Sabia que a Lauren mirim iria gostar. E, além disso, a bola está até autografada.

– Eu não sabia! Quer dizer, muito obrigada! – Digo com brilho nos olhos e um sorriso bobo nos lábios.

– Eu e Lauren temos muitas histórias. – Keana diz um pouco sem graça – Talvez, se você quiser é claro, podemos ir a um jantar e eu te conto algumas. O que acha?

– Hã... – Deposito um beijo na bochecha da morena para, logo em seguida sair, mas antes a respondo – Eu iria adorar, Keana Marie.





Bom... É isso! A menina da casa ao lado está oficialmente finalizada. Eu não irei escrever mais nada a respeito e deixo aí um final que, na imaginação de vocês, terá uma continuidade maravilhosa com certeza. Enfim, com a história eu tentei mostrar quão importante o amor é e que ninguém é errado por amar. Nesse especial eu venho com a mesma ideia, mas dessa vez é o amor próprio.

A única coisa que desejo a todos vocês é que vocês se amem profundamente e, então, encontrem a felicidade mais pura que existe nesse universo. Todo o resto vem depois.

Li em algum lugar algo como: "Se tiver uma chance de ser gentil, seja gentil. Se tiver uma chance de mostrar compaixão, mostre compaixão. Se tiver uma chance de conhecer o amor, conheça o amor. Mas, se tiver uma chance de só ser, seja!" Levem isso para a vida de vocês e apenas sejam!

Obrigada! Muito obrigada!

ATUALIZAÇÃO 21/01/2022: Depois de muitos anos venho aqui não para falar sobre esta história, mas para agradecer vocês pelo carinho que sempre tiveram e continuam tendo pela história. Além disso, venho divulgar minha história original intitulada Imagine eu e você que também está nesta plataforma. A história é em torno de um casal lésbico e é cheia de romance, drama e tantas outras coisas que a gente ama, então espero que vocês possam dar uma chance para este novo "trabalho" e espero que gostem bastante. Mais uma vez obrigada por tudo e espero vocês na outra história! 🧡

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