A menina da casa ao lado

Por daniellenferreira

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A vida de Camila muda-se drasticamente quando é obrigada a se mudar. Acostumada a vida em sua pequena cidade... Más

Capítulo 1 - Goodbye St. Michaels
Capítulo 2 - Hello Miami
Capítulo 3 - Miami High School
Capítulo 4 - Lauren Jauregui
Capítulo 5 - Truth or consequence
Capítulo 6 - Broken glass
Capítulo 7 - I think I like you
Capítulo 8 - Secrets
Capítulo 9 - Over
Capítulo 10 - Give me love
Capítulo 11 - Surprises
Capítulo 12 - Hickey
Capítulo 13 - Back to school
Capítulo 14 - I'm a monster?
Capítulo 15 - Bad news
Capítulo 16 - 'Cause all of me loves all of you
Capítulo 17 - Explanations
Capítulo 18 - Smile
Capítulo 19 - I hate loving you
Capítulo 20 - I missed you
Capítulo 21 - We are well
Capítulo 22 - First time
Capítulo 23 - The christmas
Capítulo 24 - Stay Strong
Capítulo 25 - The marriage
Capítulo 26 - I will always love you, girl of light eyes
Especial de 01 ano
Capítulo 27 - P.S. Eu te amo
Capítulo 28 - P.S. Eu te amo - Parte 2
Capítulo 30 - P.S. Eu te amo - Parte 4
Capítulo 31 - P.S. Eu te amo - Parte 5

Capítulo 29 - P.S. Eu te amo - Parte 3

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Por daniellenferreira

BACK BACK BACK BACK BACK BACK TO ME ♪ 

Como vocês estão? Espero que estejam felizes pelo ano tá acabando porque ninguém aguenta 2016 mais.

Olha... Eu acho que o capítulo de hoje tá levinho, mas não sei né... Posso estar errada. De qualquer forma, espero que vocês gostem e se divirtam. 

Erros ortográficos corrijo depois!

Obs.: Muitas pessoas me apoiam relacionado à esta história, mas hoje eu estou aqui pra falar de uma em especial. Eu não sei o nome dela, mas sei teu apelido e sei também reconhecer o apoio incondicional que ela tem me dado esse ano. A Val é adm de uma conta de indicações no twitter e, além de divulgar lá, ela fala sobre na sua conta pessoal também. Menininha, eu juro de dedinho que uma das coisas que eu mais desejo é poder te abraçar e agradecer pessoalmente. Muitas vezes VOCÊ me fez sorrir por simplesmente me dar um reconhecimento que eu sinceramente não acho que mereço. Eu agradeço do fundo do meu coração por tudo que você fez e faz por mim, é realmente muito incrível. A felicidade que você sente em ler minhas histórias ou até mesmo a emoção, eu sinto sempre que você me cita em algo ou vem falar comigo. Muito obrigada por tudo! Você não tem ideia do tanto que me inspira. ❤  







– Oi molequinha, como você está? Espero do fundo do meu coração que esteja bem!Se você aguentou toda pressão de me ver em cada centímetro de Miami então já sabe o que essa carta significa, mas se não, fique tranquila, eu nunca te julgaria por isso. Mas, infelizmente, preciso te pedir que volte para Miami. E se não saiu, não saia enquanto as cartas não finalizarem. Camila precisa de você... Precisa de mim... E nós precisamos ajudá-la!
Cuide da minha filha, minha mulher e então siga sua vida! Essa é a única coisa que te peço.
Eu nunca vou me esquecer de você! Sinto sua falta todos os dias e enquanto não nos reencontrarmos novamente, eu não pararei de sentir! Eu te amo, irmã!
Daqui até a eternidade, Veronica Iglesias!
Com amor,
Lauren Michelle Jauregui Cabello

– Uau... – Permaneço com meus olhos atentos em Vero – Mas e sua universidade? Seus problemas pessoais? Não precisa ficar, eu estou bem!

– Eu fui transferida para a FIU (Florida International University), já resolvi meus problemas com o álcool e meu namoro terminou tem um mês. – Ela diz, bebe toda a água que meu pai havia lhe dado um pouco antes dela começar a ler a carta, e volta a me olhar – Se você acha que vai ficar melhor sem mim, eu posso voltar para a Columbia. Não era minha intenção te deixar tão constrangida assim!

– Não é isso, Vero. Quer dizer, é ótimo te ter aqui, mas se não aguentar ficar nessa cidade, você pode ir embora. – Digo, explicando o que eu realmente queria dizer – Quer saber? Esquece tudo que eu disse! Eu estou feliz por você estar aqui!

Abraço-a fortemente e deposito um beijo em sua bochecha. Iglesias estava mais madura. Só de olhá-la era possível notar isso. Mas o que não mudou muito foi seu jeito de se vestir. Hoje ela usava uma calça jeans preta, regata branca e jaqueta de couro preta. Calçava um salto preto. Seu cabelo estava preso num rabo de cavalo perfeito e de acessório ela tinha apenas um colar que provavelmente ela nunca tirava, pois era o colar que Lauren havia dado a ela no aniversário de 02 anos de amizade delas.

– Quantos anos Laur têm? – Ela pergunta, se levanta e, junto comigo, caminha até a sala para ver a criança dormindo – Ela está maravilhosa!

– Ela tá com 02 anos. – Digo, observando Vero olhá-la – Faz três em outubro.

– Sei que parece loucura, mas ela lembra a Lauren criança. – Ela diz e me olha, sorrio e concordo com a cabeça – Mas como vocês estão? Como está seu curso? Está namorando? Melhor... Vamos dar uma volta e você me conta tudo, pode ser?

– Claro! – Digo, aviso meu pai, pego um casaco e saio junto com Vero – Aonde está seu carro?

– Carro? Eu não tenho carro! – Vero sorri ironicamente e continua caminhando, então ela para em frente a uma moto preta maravilhosa e olha pra mim – Eu tenho é essa belezinha aqui.

– Ela é realmente maravilhosa, mas eu não subo nisso nem que me pague. – Digo, rindo de nervoso.

– Ah, fala sério, Camila. – Ela diz com um sorriso incrivelmente debochado, coloca o capacete, me entrega o outro e sobe na moto – Vai vim ou prefere ir andando?

– Prefiro ir andando. – Digo um tanto irônica.

– Então tá. – Vero arranca a moto e me deixa de boca aberta. Segundos depois ela para e volta para o meu lado – E agora?

– Me ajuda a colocar essa merda de capacete. – Ela gargalha e então me ajuda, subo na moto e começo a torcer para não morrer.

– Segura firme!

Vero nem sequer precisa dizer duas vezes para que eu segure mais do que firme nela. A velocidade, o vento e o cheiro gostoso faz com que aquele momento seja perfeito. Talvez Laur estivesse certa e eu realmente precise de Vero e dessa adrenalina gostosa que é estar perto dela.

[...]

– Depois disso, Laur bateu no menino, pegou o carrinho dele e quebrou. Então ela foi até a mãe dele, deixou o carrinho do lado dela e disse... – Vero conta enquanto estávamos gargalhando muito alto no bar – Ela disse: "O seu filho é um mal criado, não sabe como tratar meninas, mas fique tranquila pois eu o ensinei que essa menina aqui é muita areia para o carrinho hot wheels dele".

– Ela não disse isso! – Gargalho ainda mais alto imaginando Lauren dizendo isso quando era apenas uma criancinha.

– Você tinha que ver as poses e o jeito que ela gesticulava, Mila, foi incrível esse dia! – Vero conta, toma o último gole de sua cerveja e, em seguida, pede mais uma para mim e para ela – Obviamente ficamos de castigo, mas valeu a pena. Até hoje eu não sei o que o menino disse a ela que a fez ter tanta raiva, mas sei que foi me ofendendo e que desde os 05 anos Lauren Jauregui era terrível.

– Ela era um ser humano incrível demais. – Digo enquanto ainda sorrimos gentilmente uma para a outra – Sinto falta dela!

– Ei... Eu sinto falta dela o tempo inteiro, mas não era isso que Lauren queria, ok? Ela queria que fossemos felizes, que seguíssemos com nossa vida. Ao invés disso você parou, Mila, você quebrou a promessa que fez a ela. – Vero diz, segura minha mão e permanece me encarando – É disso que você tem que ter vergonha, não de continuar vivendo.

– Eu sei, Vero, mas não é tão simples assim. – Tento me abrir pela primeira vez para alguém – Toda vez que eu acho alguém bonito, eu sinto que estou a traindo, que estou acabando com a memória dela e isso me mata por dentro.

– A única coisa que você está matando é você mesma. – Vero diz, séria e completamente concentrada em mim – Lauren já está morta fisicamente e, desculpe dizer isso, mas a memória dela você nunca vai matar. Eu sempre vou honrá-la assim como a família e as outras amigas dela. Você não era a única pessoa que ela tinha Camila e ela não deve ser a última que você vai ter. Tem ideia de que você só tem 19 anos? Toda sua história de amor com ela é maravilhosa, eu mesma me emociono sempre que me lembro daquele casamento, mas foi apenas um capítulo da sua vida, então continue escrevendo sua história... Continue vivendo e pare de apenas existir!

– Eu vou tentar.

– "No. Try not. Do or do not. There is no try!" – Ela diz, orgulhosa de citar aquilo – Obrigada por realizar meu sonho! Eu sempre quis citar Star wars em uma conversa séria.

– Você é uma imbecil. – Digo, rindo, e termino minha cerveja – Eu vou fazer!

– Ótimo! – Ela retira sua carteira do bolso – Vou pagar a conta, pode ir saindo.

– Tudo bem!

Deixo Vero no bar e saio. Querendo ou não, tudo que ela disse é verdade. É difícil admitir isso, porque por mais que eu sei que Lolo está morta, eu sempre fiquei na esperança de tê-la aqui de novo. Ficava sempre na esperança de realmente existir um poço de lazaro ou ter como viajar no tempo, sei lá, qualquer coisa que fosse trazê-la de volta nem que seja por um minuto.

Pensei por tanto tempo o que eu diria a ela se tivesse mais um minuto com ela. De inicio veio todas as frases clichês como "eu te amo" ou "sinto sua falta", mas depois cheguei à conclusão de que apenas a abraçaria fortemente e sussurraria em seu ouvido "minha Lolo"... Isso seria mais do que o suficiente para ela saber que eu a amo, que sinto a falta dela, que eu a quero de volta.

– Latina? – Uma voz extremamente conhecida ecoa pelos meus ouvidos. Viro-me para olhar se era comigo e acabo me deparando com alguém que eu pensei que nunca mais veria – É você mesmo! Latina fogosa!

– Nunca mais me chame assim, imbecil. – Digo, nervosa com aquele apelido estúpido.

– Desculpa! – Ela diz, sem graça – Sua amiga não quis me dizer seu nome. Disse apenas para te chamar assim, pensei que não teria problema.

– Dinah? – Pergunto e ela apenas acena com a cabeça – Só não me chame assim, ok? Meu nome é Camila.

– Ótimo! – Ela sorri e deposita um beijo na minha bochecha como cumprimento – Me liga pra gente sair qualquer dia desses. Meu número tá dentro do sobretudo que deixei no carro.

– Tudo bem! – Observo-a entrar em seu carro junto com outra garota e ir embora.

– Quem era? – Vero pergunta.

– Quem era o quê?

– No carro que você estava olhando ir embora... Quem era?

– Ah... Era uma garota que eu conheci numa boate ontem. – Respondo-a e ela se anima – A gente ficou, mas eu não sei o nome dela.

– Mas tem o número?

– Sim.

– Então você vai ligar, sair e descobrir o nome dela. – Vero diz animada – Agora vamos! Tenho que te levar de volta pra minha sobrinha linda.

– Tem razão! – Subo na moto e seguro nela.

– Sabe se os Jauregui ainda estão por aqui?

– Sim. Eles moram na mesma casa.

– E por que você não conversa com eles então? – Vero arranca com a moto e me deixa com um frio imenso na barriga – Hein, Camila?

– Eu não sei. – Respondo com medo de acontecer um acidente a qualquer momento – Eles ficam com Laur um final de semana sim e outro não, mas o contato mesmo acabou um mês depois da morte de Lauren.

– Vou conversar sobre com eles. – Ela diz, desviando dos carros e acelerando cada vez mais – Tem algo pra me contar relacionado a isso?

– Não! – Respondo. A cada acelerada que Vero dava na moto, meu coração batia mais rápido e forte – Mas provavelmente a culpa é minha. Eu afastei todos.

– Complicado, mas tudo bem! – Ela diz, tranquilamente – Eu vou dar um jeito nisso.

Point of view – Veronica Iglesias

Depois de deixar Camila em sua casa, fui até o hotel em que eu estava hospedada. Pedi algo para comer, bebi algumas cervejas, tomei um banho e tirei um cochilo. Precisava de tudo isso antes de ir enfrentar Clara e Michael Jauregui. Então, depois que acordei, por volta das 19h30min, coloquei a mesma roupa que fui visitar Camila e fui ver os pais da minha melhor amiga.

Cheguei em frente a casa deles já tem uns 10 minutos, mas o medo ainda não me permitiu entrar. Eu não sabia o que dizer e nem como explicar porque não me despedi deles.

– Você pretende entrar ou só vai ficar olhando pra casa deles? – Camila me surpreende ao parar do meu lado – Eles sentem sua falta, Vero, e não vão te julgar por ter ido embora.

– Talvez eu não esteja pronta para enfrentar os meus problemas. – Digo, ainda com o capacete e sentada na moto – Acho melhor eu voltar depois.

– Ei... Se não vai fazer por si mesma, faça por ela. – Camila sorri amigavelmente e sobe o visor do meu capacete para me olhar nos olhos – Nos melhores dias dessa família você esteve presente. Esteja nos piores também!

– Agora eu entendo porque Lauren casou contigo. – Brinco, retiro meu capacete, desligo a moto e desço da mesma – Você até que é bacaninha quando quer.

– Bacaninha? – Ela pergunta. Definitivamente Camila estava mais descontraída agora do que quando a encontrei de tarde – Não tinha um elogio pior, não?

– É o que você merece. – Digo enquanto caminhamos em direção à porta dos Jauregui – Você ligou pra garota do carro lá?

– Liguei. – Camila parecia uma adolescente que está indo se encontrar com alguém pela primeira vez... Era engraçado porque me lembrava de quando Lauren ficava assim para sair com ela – Vamos nos encontrar amanhã para um almoço lá perto da minha universidade mesmo.

– Ótimo! – Bato três vezes na porta, então desvio meu olhar de Camila para a entrada da casa dos Jauregui. Tantas lembranças que tenho desse lugar e o melhor é que 99,9% delas são perfeitas – Boa noite, senhora Jauregui. Será que eu poderia entrar?

– Vero. Camila. Que surpresa maravilhosa. – Ela diz, sorridente – Claro! Venha!

– Muito obrigada. – Ela da passagem para mim e Camila entrar e já que a latina estava ali, eu a obrigo entrar na casa que ela estava evitando por motivos óbvios – Boa noite, Mike.

– Vero... Quanto tempo. – O homem me abraça fortemente – Eu senti sua falta todos os dias desde o dia em que você se foi.

– Eu também senti a de vocês. – Digo enquanto observo Camila no canto da porta, sem expressão alguma, apenas engolindo seco e encarando aquela casa como se fosse o pior lugar do mundo – Eu cheguei esta manhã e prometo não ir embora tão cedo.

– Isso é fantástico. – Clara diz contente – Já tem onde ficar? Você sabe que pode ficar aqui, não é? Esta casa está solitária demais, você traria alegria pra ela.

– Eu vou analisar e comunico a vocês. – Praticamente arrasto Camila até o sofá, então nos sentamos e Clara nos da uma xícara de café – Mas como vocês tem passado? Dois anos é muita coisa.

– Realmente! – Mike diz, abaixa o volume da TV e volta a me olhar – Estamos levando. Ainda é estranho não escutar os gritos matinais de Lauren... Hã... Não tê-la aqui é estranho, mas ao menos temos nossa netinha para nos trazer uma certa paz que foi tirada quando nossa filha faleceu.

– Eu sinto muito por ter ido embora e ficado tanto tempo sem dar notícias. – Digo, verdadeiramente, e os observo se emocionar – A verdade é que é impossível olhar para vocês e não se lembrar de Lauren e quando eu fui embora, eu estava justamente fugindo disso. Não fugindo dela, mas fugindo da saudade absurda que eu sentia todo o tempo. Vocês entendem bem como é.

– Entendemos. – Clara diz, com os olhos lacrimejando – Lembro-me de quando vocês tinham por volta dos 07 anos e estavam brincando aqui de pega-pega. Eu já tinha pedido tantas vezes para vocês pararem de correr e mesmo assim vocês não paravam então numa descida rápida, Laur acabou caindo da escada e quebrou o braço.

– Eu me lembro disso. – Digo, com as lágrimas mais do que prontas para escorrer – Eu me sentei ao lado dela e comecei a chorar tanto, parecia até que eu tinha quebrado o braço. Você estava histérica, ligando para o Mike e tentando chamar uma ambulância. Já Laur... Ela estava tão calma, tentando me fazer parar de chorar.

– Ela te abraçou tão forte, Vero, tão forte... – Clara começa a chorar e Mike apenas afaga seu joelho mostrando que estava ali – Naquele dia eu tive certeza que minha filha te amava tanto a ponto de deixar suas dores de lado para cuidar das suas.

– Ela era um ser humano incrível. – Digo, chorando junto com Clara e Mike – Disso eu nunca duvidei.

Point of view – Camila Cabello

Vocês já passaram por um momento tão trágico que vocês decidiram deixar aquela memória de lado? Memória reprimida que os médicos costumam chamar. Eu passei por isso nos últimos dois anos. Cada lembrança que eu tinha com Lauren na casa dela, eu decidi simplesmente reprimir para ficar mais fácil de conviver com a dor. Não funcionou, mas eu me enganei fingindo que tinha funcionado.

Agora, ouvindo Vero e os meus sogros contando histórias da minha falecida esposa, cada lembrança está mais do que fresca na minha memória e a dor no meu peito está insuportável. Desde que entrei nessa maldita casa tá tudo voltando e a dor aumentando.

– Eu preciso sair daqui. – Digo entre um soluço e outro.

– Camila, por favor! – Vero pede. Ela também estava chorando. Todos estavam. E isso na mente deles era saudável, mas na minha era doentio e desnecessário.

– Eu não posso... Desculpa, mas eu não posso. – Levanto-me e encaro o olhar decepcionado de Clara – Eu consigo vê-la me prensando contra a porta, me beijando na escada, discutindo comigo na cozinha, jogando verdade ou consequência pela primeira vez nessa maldita sala e isso me assusta. Eu... Eu... Ah, meu Deus, eu não sei mais o que fazer para acabar com essa dor.

– Calma! – Vero se levanta e me abraça o mais forte que ela consegue. Aquele tipo de abraço que te sufoca e isso me tranquiliza mais, pois esses abraços costumam te tirar do seu mundo por um segundo e, normalmente, é apenas disso que precisamos – Estamos todos aqui, ok? Eu tenho lembranças com a Lauren desde os 03 anos de idade que foi quando nos conhecemos e tinha muitas que eu não me lembrava até ela morrer e tudo vim à tona. Cada briga, cada discussão, cada declaração, cada besteira que fizemos e tivemos juntas veio à tona. Ela era minha melhor amiga, meu porto seguro, o ser humano que eu mais confiava, então não pense que eu não te entendo porque eu entendo, mas o que você prefere Camila? Ter todas essas lembranças e saber que Lauren foi a melhor ser humano que ela conseguiu ou apagar tudo e fingir que ela nunca existiu?

– As lembranças. – Digo, com extrema dificuldade por causa das lágrimas e dos soluços.

– Então nos conte uma. – Ela, calmamente, me senta no sofá e, em seguida, se senta ao meu lado. Seus olhos permaneciam fixos em mim, suas mãos seguravam as minhas e, naquele momento, eu me sentia segura de novo – Pode ser uma que nós conhecemos ou pode ser uma que não sabemos. Também pode ser engraçada ou triste... Não importa! Apenas nos conte uma lembrança que você...

– Eu me lembro de quando eu cheguei em Miami. – Corto-a antes que ela possa terminar sua frase, mas isso não a irrita. Eu precisava falar tudo naquele momento ou isso nunca iria passar. Era como uma terapia que poderia funcionar ou ao menos valia a tentativa – Meu pai pediu para que eu o ajudasse a pegar as caixas, então eu fui ajudá-lo. Eu peguei uma caixa e quando me virei, ela estava parada bem na porta de casa. Naquele dia, Lauren estava com um short jeans azul e uma camisa preta da The 1975. Seu cabelo estava solto, seus olhos estavam num tom cinza claro. Lembro que nem sequer consegui identificar a cor de primeira. – Paro um segundo para respirar fundo, pois eu mal conseguia falar de tanto que estava chorando. Pensa no momento em que você mais chorou, parecia até que você ia morrer sufocada de tanto que chorava e não conseguia respirar. Eu estou bem pior agora – O sorriso dela... O maldito sorriso dela me encantou naquele dia. Eu levei a caixa, voltei para buscar mais uma e ela me surpreendeu... Ela veio atrás de mim e sussurrou em meu ouvido "Quer ajuda com isso?".

– Tão Lauren. – Vero diz e sorri.

– Simples assim? – Mike pergunta. Ele e Vero tentavam me acalmar enquanto Clara prestava atenção naquela memória que ela queria guardar para si mesma – "Quer ajuda com isso?".

– Sim. – Digo, me lembrando do dia – Ela me fez deixar a caixa cair e eu não sabia na época, mas hoje eu sei que naquele dia eu me apaixonei por Lauren Jauregui.

– Eu me lembro de que nesse dia ela mandou uma mensagem no grupo que estava eu, ela, Lucy e Normani dizendo que uma menina maravilhosa tinha se mudado para a casa ao lado. – Vero conta e me surpreende – E ela também disse que você era um tanto mal criada.

– Eu não sabia disso! – Digo, me acalmando aos poucos – Eu não sou má criada, ela que é intrometida. Foi logo na caixa de vidro. Sabia que três pratos quebraram? Eu tive que ouvir meu pai falar por quase uma semana desses malditos pratos.

– Zoamos ela por um bom tempo. O nome do grupo ficou quase um mês de "A menina da casa ao lado". – Vero diz rindo daquilo – A questão é que ela também se apaixonou por você naquele dia mesmo sem saber.

– Minha filha nos enfrentou por você. – Clara diz, olhando diretamente para mim – Eu não apoiava mesmo no inicio, detestava a ideia de ver minha filha com outra mulher e detestava você, mas com o tempo eu percebi o quão bem você fazia a ela. Quando vocês brigaram a primeira vez por causa de uma aposta ou algo do tipo, Lauren se trancou no quarto e ficou sem comer por dias. Ela odiava a si mesma por ter feito algo do tipo contigo... Ela já te amava mais do que amava a si mesma e isso realmente a assustava, pois tinha um pouco mais de uma semana que vocês conversavam.

– O mais gostoso da nossa relação foi a reciprocidade. – Enxugo minhas lágrimas e bebo a água que Mike havia buscado para mim – Tudo que sentimos uma pela outra sempre foi recíproco. A raiva, o "ódio", o amor, absolutamente tudo foi recíproco.

– Vocês foram o casal mais lindo que eu já conheci. – Vero diz, me puxa para o seu braço e deposita um beijo no topo da minha cabeça – E vocês têm a criança mais linda que eu conheço.

– Se não for pedir muito, Camila, gostaríamos de passar mais tempo com a pequena Laur. – Clara pede.

– Claro! – Digo e sorrio fraquinho para eles – Vocês podem pegá-la quando quiserem, apenas avisem a mim ou ao meu pai antes.

– Pode deixar. – Mike diz com os olhos brilhando – Muito obrigado.

– De nada. – Digo e me levanto – Agora eu realmente tenho que ir. Muito obrigada por isso, eu estava precisando.

– Sempre que precisar, minha querida. – Clara me abraça e, em seguida, Mike faz o mesmo. Saio em direção à porta com Vero que ficaria mais um pouco com os Jauregui – E Camila?

– Sim?

– Ficamos imensamente felizes por você fazer parte da nossa família. – Clara e Mike dizem juntos.

– Igualmente! – Sorrio fraco para eles, abraço Vero e saio da casa – Obrigada, Vero.

– Pelo o quê? – Ela pergunta confusa.

– Por tudo. – Deposito um beijo em sua bochecha e vou para a casa. Ao chegar à mesma, subo direto para o meu quarto e deito com minha bebê – Um dia, quando você estiver a fim, eu irei lhe contar como eu conheci sua mãe.

– Conta agora, mama. – Ela pede, com a voz extremamente sonolenta, e me surpreende, pois eu jurava que ela já estava dormindo.

– Tudo bem, meu anjinho. – Deposito um beijo em sua testa e a trago para mais perto de mim – Foi assim...

[...]

– Você ainda está aqui, não está? – Pergunto no meio da madrugada, após ter dormido por longas horas – Eu posso senti-la me abraçando.

– Eu disse que não iria a lugar algum. – Laur sussurra em meu ouvido e um sorriso surge em meus lábios – Nossa filha está tão grande.

– Ela se parece com você. – Digo, sem abrir os olhos, com medo de aquilo ser apenas um sonho.

– Com certeza, mas ela tem seus traços latinos que eu sempre amei. – Ela diz, me aperta mais sobre seu corpo e deposita um beijo em minha bochecha – Eu te amarei e cuidarei de você por toda a eternidade, minha Camz.

– Minha Lolo.

Point of view – Dinah Jane

– Pareceu tão real, Dinah, era como se ela estivesse lá... Deitada de conchinha comigo. – Camila me conta sobre sua noite enquanto estamos saindo da universidade – Eu não sei o que achar disso... Por um momento eu realmente acreditei que ela estava viva.

– Pode ter sido um sonho. – Digo, sem desanimá-la – Ou talvez realmente seja ela. Você a viu no dia do enterro dela, não viu?

– Sim, mas foi diferente. – Continuo caminhando ao lado da latina – Talvez seja a forma dela dar adeus, afinal já tem dois dias que não recebo carta.

– Não acho que seja isso. – Paramos para esperar o encontro de Camila chegar – Pode ser uma lembrança.

– Podemos tomar um café? – Emma chega de surpresa e nos assusta – Oi Dinah.

– Oi Emma. – Digo, achando fofa a forma estranha de ela chamar Camila para sair. Mesmo com aquela cara de defunto, a latina ainda conquistava geral – Ela aceita.

– É, eu aceito. – Camila responde normalmente – Mas hoje não dá.

– E amanhã? – Emma pergunta.

– Pode ser. – Camila da de ombros – O que você sabe sobre presenças? Tipo... De gente morta?

– Tipo fantasma? – Emma pergunta assustada e intrigada ao mesmo tempo.

– Não é fantasma, mas é... Pode ser. – Camila responde – O que você sabe sobre?

– Oi Camila. – A morena maravilhosa chega e acena para a latina que estranhamente se anima – Vamos?

– Conversamos sobre isso amanhã no café. – Camila diz a Emma que fica sem entender nada, então ela deposita um beijo na minha bochecha e vai em direção à garota misteriosa – Vamos sim!

– Ei... Espera! – Observo Emma ir embora, então corro até as duas que já estavam entrando no carro – Você cuide muito bem da minha melhor amiga, entendeu? Igual cuidou na outra noite.

– Pode deixar! – Ela responde animada.

– Eu já tenho 19 anos, Dinah Jane. – Camila diz, revira os olhos e entra no carro – Te ligo quando eu chegar.

– Tudo bem. – Observo a menina entrar no carro, então me abaixo para vê-la pela janela – Só mais uma coisa... Qual seu nome?

– Marie. – Ela liga o carro e sorri para mim – Meu nome é Keana Marie.





Então é isso... O capítulo tá leve, mas tá bem gostosinho. Enfim, espero que vocês tenham gostado. Até breve ><  

Twitter: orgasm5harmony

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