Tudo Pela Reportagem

De mariiafada

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PLÁGIO É CRIME - Todos os direitos reservados a Maria Augusta Andrade © Não autorizo qualquer reprodução ou u... Mais

Prólogo.
Primeira parte.
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Segunda Parte.
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!!!!!100 MIL F*CKING VIEWS!!!!! ❤️
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31 (Pra quem não está conseguindo ler!!)
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41.
42. [Final]
Agradecimentos.
Capítulo Bônus (1)
Booktrailer <3
Se você gostou de TPR, vai gostar de Morde e Assopra também!
Capítulo Bônus da Gabi! Yey!

Epílogo.

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De mariiafada

Alguns dias depois...


– Agora que finalmente nos conhecermos formalmente, rapaz, já posso perguntar: Quais são suas intenções com a minha filha?

Homero foi acometido por uma crise de tosses.

– Pai! – protestei, empertigando-me no sofá do meu apartamento. Papai estava sentando numa poltrona onde Scarlett se encontrava apoiada. – Não começa, por favor. Você nunca fez isso antes. – o máximo que o Sr. Scott fazia era destilar ameaças aos meus namorados enquanto "casualmente" limpava uma das suas muitas armas de caça.

Coloquei a mão na perna de Homero para acalmá-lo e lancei um olhar para Scarlett, pedindo socorro, mas ela deixou claro que não iria se meter dando um sorrisinho de desculpas e encarando os próprios pés.

– Bem, é claro que nunca fiz isso antes. Você nunca tinha se casado antes! – papai rebateu. Ele continuou encarando Homero de maneira desconfiada e assassina. A última vez que o vi pegando pesado assim foi com o meu primeiro namorado. Pobre Alex.... Ficou com tanto medo do meu pai que não conseguia ao menos tocar na minha coxa.

– Sr. Scott... – Homero começou.

– Por favor, me chame de Robert – papai concedeu com um sorriso, esforçando-se para parecer amigável, mas falhando terrivelmente. Depois, ele mudou de ideia. – Não, Sr. Scott está bom. Não sei se gosto de você ainda.

Pai! – eu protestei de novo, intensificando o meu olhar para Scarlett. Como a minha nova madrasta, ela tinha a obrigação de intervir. Cedendo ao meu pedido silencioso, a minha melhor amiga colocou as mãos no ombro do meu pai suavemente. Lele, Gabi e Ray observavam de seus lugares no chão como se assistem ao desenrolar de uma novela.

– Rob, por que não escuta o que o Homero tem a dizer? – Scarlett propôs, persuasiva e sensata. 

Papai franziu o cenho e torceu o nariz, mas concordou à contra gosto.

– Muito bem. Vamos, rapaz, diga.

Homero engoliu em seco.

– Quanto ao casamento, Sr. Scott, não precisa se preocupar. Lizzie e eu... – ele olhou para mim e eu o incentivei a continuar falando. – Bem, nós decidimos nos divorciar.

– O quê?! – os meus três amigos que assistiam a cena em silêncio dispararam em uníssono.

– Que ótimo! – foi a reação do meu pai. – Fico feliz.

Homero não soube como responder àquilo, então olhou para mim.

– Achamos que era melhor assim, sabe. – eu expliquei. – O casamento em Las Vegas foi...

– Um erro! – papai complementou.

Rob – Scarlett interveio novamente.

Ele suspirou.

– Tudo bem, desculpem. Não quis dizer isso. Mas vocês são muito novos para casar agora, têm muito o que viverem ainda. Só estou pensando no melhor para você, Lizzie. Sobretudo, agora que você terá uma carreira... Quero que pense em tudo isso antes de pensar em casamento. Sem querer ofender, Homero, mas desejo que a minha filha seja independente.

– Eu entendo completamente, senhor. E concordo! – Homero sorriu para mim e eu fiz o mesmo, aconchegando-me mais para perto dele, sem deixar de fazer carinho na cabeça do meu cachorro, que estava no meu colo tirando um cochilo.

– Então, o que vocês são agora... Noivos? – Ray quis saber.

– Não! – Homero e eu respondemos juntos.

– Então o quê? – Lele insistiu.

– Nós somos... Nós estamos... – parei para pensar no assunto. – Estamos namorando, não é?

Tão confuso quanto eu, Homero assentiu meio atrapalhado.

– É, estamos.

Papai nos observou com olhos estreitos.

– Tá, mas como o namorado dela, quais são suas intenções com a minha filha?

– Tudo bem, olha a hora! Acho que o programa já começou – eu me levantei e liguei a televisão, depois voltei para o lado de Homero, ansiosa para mudar de assunto.

– Não acredito que a Lizzie deu sua primeira entrevista! – Scarlett bateu palminhas animada, arrastando o corpo mais para frente.

– E não foi a Oprah quem me entrevistou – lembrei desse fato com tristeza, murchando no sofá. A Oprah tinha se aposentado, e eu meio que esqueci desse detalhe enquanto sonhava em ser entrevistada pela minha ídola.

Foi estranho estar do outro lado pela primeira vez, ser a pessoa que responde as perguntas e não a que as faz. No entanto, eu teria de me acostumar, porque desde que Slender estava preso, esperando o julgamento, eu recebi inúmeros convites de talkshows e programas de televisão. As pessoas queriam desesperadamente ouvir a história da minha boca, mas não era fácil dizê-la, afinal, não foi só uma aventura de filme, foram momentos que marcaram a minha vida em sentidos bons e ruins.

O programa não tinha começado ainda, estava no comercial.

– O que está lendo, Gabi? – Ray perguntou para a garota que estava com o nariz enfiado em um livro.

– Biografia de Gustave Coubert – ela murmurou sem tirar os olhos do livro. – Sabia que ele vendia obras de artes para um árabe rico que morava em Paris? E que esse árabe foi o primeiro dono do quadro A Origem do Mundo? Ele mantinha o quadro em seu banheiro, por baixo de uma cortina, e quando tinha convidados os levava até o seu banheiro e subia a cortina, mostrando A Origem do Mundo... Isso não é interessante?

– É bizarro – corrigiu Lele.

– Mas por que está lendo sobre esse cara? – Ray questionou.

Gabi balbuciou.

– Ah... Eu fiquei curiosa. Quero estar preparada quando encontrar aquele tal do Jacob.

Um sorriso malicioso surgiu nos lábios de Lele.

– Ah, sei.

– Não faça essa cara, não é nada do que está pensando! – Gabriela garantiu e voltou ao seu livro.

– Começou! – Scarlett chamou a atenção de todos para a televisão.

Homero passou os braços ao meu redor e sua mão pousou em minha cintura. Era tão bom tê-lo ali, pertinho de mim, preenchendo o ambiente ao meu redor com seu aroma, o meu preferido de todo o mundo. Finalmente podíamos agir como um casal normal. Sem casamento, sem Slender... Fiquei imaginando por quanto tempo a minha vida daria aquela trégua pacífica. Fazia algumas semanas que estava tudo calmo demais... Não que eu estivesse reclamando! Que continuasse assim por todo o mês que eu ganhei de férias, aproveitando o tempo. Logo Homero recomeçaria a sua faculdade de Arquitetura e eu voltaria ao trabalho, estávamos aproveitando o máximo o nosso tempo juntos. 

Quanto a minha primeira entrevista, ela foi bem tranquila. O apresentador era divertido e sabia como quebrar o gelo. Ele não insistiu em perguntas desconcertantes. Na verdade, ele estava mais interessado na minha relação com Homero do que com a reportagem em si. Uma das suas primeiras perguntas foi: "Então, me conta, Elizabeth, como foi que você e o Homero Smith se apaixonaram?"

Depois que a entrevista acabou, a televisão foi desligada e todos se levantaram, como que se preparando para dormir.

– Esperem! O que pensam que estão fazendo? – protestei. – Voltem aqui!

– Lizzie, estamos com sono – pontuou Lele, bocejando.

– Eu sei, mas... Ah, é o nosso último dia nesse apartamento, vamos aproveitar e ficar mais um pouquinho aqui – pedi, sentindo um pouco de tristeza se abater sobre mim. Afinal, aquele minúsculo apartamento deixaria lembranças.

– Já que estamos aqui vamos fazer o sorteio do Quarto da Hidromassagem! – Ray aproveitou a deixa e pegou o potinho de vidro picotado com papéis onde os nossos nomes estavam escritos diversas vezes. – O nome que sair mais vezes ganha!

Os futuros moradores do apartamento do Upper Est Side pegaram um papelzinho e seguraram.

– Muito bem, quem vocês tiraram?

– Ray! – Scarlett anunciou.

– Lele. – Gabi falou.

– Eu também peguei a mim mesma. – Lele complementou.

– Eu peguei a Lizzie! – Ray balançou o papelzinho no ar. – Liz, quem você pegou? Diga que fui eu, então ficará empatado entre mim e a Lele, diz que fui eu...

Homero e eu encaramos o nome do papelzinho e nos entreolhamos. Suspirei e amassei o papel.

– Sinto muito, Ray. Eu peguei a Lele.

– Isso! – Lele ficou de pé e comemorou numa dancinha, rebolando o quadril como se fosse a irmã perdida da Shakira.

– Tudo bem, eu aceito a minha derrota. – Ray retrucou, jogando-se na sua almofada vermelha no chão de linóleo.

Eu observei enquanto os meus amigos riam e conversavam, agradecendo por aquele momento, mesmo que estivéssemos todos apertados em um apartamento tão pequeno. Eles eram como uma família para mim.

Eu estava me aconchegando nos braços quentes de Homero quando o meu celular vibrou no bolso da calça. Pesquei-o de lá e encarei o visor.

– É o Joey! – franzi a sobrancelha. – Por que ele está me ligando?

– Ah, não... – gemeu Homero. – Vai começar...

– Será que é outra Reportagem? – eu especulei.

– Liz...

– Eu não vou atender! – enfiei o celular entre as almofadas do sofá. – Francamente, eu estou de férias. Como ele ousa? Não estou nem um pouco interessada em mais uma matéria bombástica que provavelmente deve ser muito interessante e desafiadora...

Liz...

– Será mais uma denúncia? Um empresário corrupto? Uh! Um político corrupto... Isso sim seria muito bom, não é? Sempre quis pegar um político.

– Ai, ai... Você não vai mudar nunca, não é? – Homero perguntou rindo e segurando meu queixo, seus olhos azuis brilhavam. Nós dois nos encaramos enquanto o meu celular continuava tocando. Mordi o lábio, contendo a vontade de atendê-lo. – Atende logo, vai.

Eu olhei para Homero, surpresa.

– O quê?!

– Atende, pelo menos, para saber o que é. Eu te conheço, iria passar a noite em claro pensando sobre o que seria a ligação de Joey se não atendesse.

– Mas eu estou de férias... – gemi, duas partes de mim lutando internamente.

– Não precisa voltar agora para o trabalho, só precisa atender a chamada.

Assenti e peguei o celular. Em um ímpeto de coragem, deslizei o dedo pela tela e atendi.

– Alô?

***

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