Pov Lauren
Entrei na sala e logo com meu olhar fuzilando cada pedaço do corpo de Austin.
Ficamos assim nos encarando por alguns minutos, o silêncio gritava e a raiva reinava.
- Oi, o que você tem a falar comigo? - ele falou matando o silêncio.
Eu não disse nada, apenas a encarei.
- Você que pegou meu pendrive? - ele falou.
- O que te leva até mim? - perguntei.
- Nada ué, apenas uma suposição.
- E se fosse? Ia também me usar como a Camila? - perguntei.
- Não, não usuária a minha irmã.
Naquela hora parecia que eu tinha levado um tiro, como assim? Eu irmã de Austin? Que porra é essa?
- Sua o que? - falei gaguejando.
- Irmã! - ele disse firme.
- Como você sabe? Talvez você possa tá mentindo.
- Faz o exame de DNA para conferir.
- Como você consegue ser tão frio? - complementei.
- Do mesmo jeito que você consegue ser diabólica.
O sangue fervia em minhas veias, a pressão osmotica aumentava e eu só queria matar ele, ele machucou minha pequena camz.
- Me explica essa história de você ser meu irmão.
- Seu pai, nosso pai, ele sempre saia e traia a sua mãe, coisa de homem sabe? E uma dessas noites ele pegou a minha mãe, eles transaram, fizeram sexo gostoso, eu fui o esperma mais rápido, fecundei e depois minha mãe me cuspiu no mundo e hoje estou aqui. Entendeu?
Eu não sei como ele levava isso com tanta frieza e como ele era sarcástico ao mesmo tempo.
Eu estava sem entender nada, ainda não era possível.
- Por que que ele não me contou? - falei.
- Será que deve ser para preservar o casamento?
- Meu pai não seria capaz - afirmo.
- Acho melhor você não ter tanta certeza - ele fala.
- Por que você fez isso com a Camila?
- Vingança.
- De quem? - falo.
- Do Alejandro.
- Por que você tem tanto ódio dele?
- Do mesmo jeito que você tem - ele rebate.
- A morta de meu pai? - pergunto.
- Sim, dá morte do NOSSO pai - ele fala dando ênfase no nosso.
Aquela história ainda não entrava na minha cabeça.
- Enfim irmã, você também quer vingança neh?
- Quero, mas isso não vem ao caso - rebato.
- Será?
Eu juro que eu queria vingança, mas depois daquele acidente mudou tudo, eu não estava mais pensando naquilo, eu só pensava em Camila.
Me despedi de Austin, não estava disposta a falar mas sobre aquilo, ele já tava me cansando, agora eu só queria deitar e dormir, e também comer, pois estava morta de fome.
Sai da sala e fui procurar Ally.
- Ally?
- Oi Lauren, como foi? - ela pergunta.
- Não sei nem como explicar, vamos comer? Se não daqui a pouco vou passar mal.
- Sim, aqui, tem problema se a gente só for no hospital amanhã? Eu acabei de brigar de novo com o Troy e não to bem - ela pergunta.
- Claro, amanhã também é melhor para mim, pois eu to muito cansada e essa conversa não me fez muito bem - eu falo.
Saímos e fomos almoçar em um restaurante aqui perto, cheguei em casa e meus irmão ainda estavam na escola, então tinha um tempo para mim, que iria escrever, desabafar, se eu não escrevesse agora parecia que eu ia morrer de tanta informação em uma só pessoa.
" Preciso desabafar, preciso colocar para fora tudo que eu sinto, ou sentia?
Se ainda existe ódio? Claro, só que por outra pessoa.
O destino foi tão cruel comigo que para que eu percebesse que te amo teve que ameaçar me tirar de mim, olha que ironia?
O que é mais irônico ainda é que lembranças boa te fazem chorar, chorar de saudade, de algo que podia ter feito ou falado.
Quantas vezes eu me pegava olhando para a sua boca em sala de aula, e minha vontade era de parar o mundo é ficar navegando no céu da sua boca, ou voando no mar de seus lábios.
Ah destino, não foi a intenção brincar comigo, porque me fazes chorar tanto? Não tendes piedade de mim? Já pedi desculpa, perdão, o problema que nada disso faz com que minha pequena volte.
Onde está o botão de reiniciar? Prometo que deixarem o orgulho de lado, que irei fazer sempre tirar um sorriso de seus lábios.
Mas e agora? Como será a escola, os dias vazio, os dias sem cores, minha aquarela está internada e a cada dia perdendo sua cor, e meu mundo ficando mais preto e branco."
Fechei um caderno e fiquei pelo menos uns 5 minutos pensando sobre o que eu tinha acabado de escrever, ainda estava tudo muito confuso.
Deitei em meu quarto e lágrimas caiam dos meus olhos, eu não conseguia controlar.
Até que depois de um tempo eu voltei a dormir.