AMOSTRA - Minha sapatilha mág...

By AndressaGomesM

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... Amor Humor Magia. O que você faria se pudesse retornar por uma hora inteira no tempo quando quisesse? In... More

Epígrafe e Aviso
UM
DOIS
TRÊS
CINCO
SEIS
SETE
OITO
NOVE
DEZ
AMAZON

QUATRO

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By AndressaGomesM

Lá estava eu, dentro do banheiro, estática, um pouco tonta e enjoada — não me informaram os efeitos colaterais —, porém pronta para verificar se tudo deu certo.

Retirei as sapatilhas, fui ao meu quarto e as guardei na caixa. Calcei meus sapatos e desci lentamente as escadas rumo à sala de estar. Meus olhos correram pelo ambiente e vi que minhas amigas ainda estavam entretidas com o meu pai. Meu irmão, sua namorada e o motoqueiro cheiroso não estavam ali, provavelmente ainda não haviam chegado. Sentei ao lado de Raquel no sofá.

— Eu também fiquei chocada com a notícia do término deles! Sempre os achei um casal tão fofo! — Alice comentou sobre brangelina.

Minha mãe surgiu na sala com uma jarra de suco de caju e copos em uma bandeja. Começou a servir e quando chegou a mim, não disse nada, apenas sorriu e me serviu.

Realmente ela não mentiu quando disse que apenas eu me lembraria da última hora.

A conversa fluía tranquilamente e então a campainha tocou.

—Deve ser seu irmão! — Minha mãe disse, alegre.

Sei que é ele, mãe. Junto com a namorada e o assassino de pães de queijo.

Aconteceu tudo como da primeira vez. Eles entraram, minha mãe fechou a porta, o motoqueiro — o tal do Lorenzo — entrou por último, assustando minha mãe (de novo). Cumprimentaram a todos e se acomodaram na sala.

— Amiga, você está bem? — Eduarda caminhou e sentou ao meu lado.

Dessa vez não derrubei o suco. Ah, estava com meu vestido anterior.

—Sim, Duda, está tudo ótimo, não poderia ficar melhor!

Ela me lançou um olhar desconfiado, porém assentiu e voltou ao seu lugar de antes.

Conversa vai, conversa vem, meu pai parou de tagarelar qualquer coisa que fosse e chamou meu irmão e seus amigos.

—Como cresceu, filho! Como tem sido na Espanha?

Ah, é daí que veio o sotaque da Leonora.

— Tudo perfeito por lá, pai! Estava morrendo de saudades de vocês. — Virou pra mim, ainda de pé, bebendo suco. — Maninha, como se sente finalmente com vinte e cinco anos?

Parei de semicerrar os olhos que estavam atentos a tudo e a todos — inclusive Lorenzo —, e os foquei em meu irmão.

— Melhor impossível! É como rejuvenescer ao invés de envelhecer — disse, animada.

— Ou como voltar no tempo, né? — ele disse, arqueando uma sobrancelha desafiadora.

Meu irmão sabia da magia? Como assim?

Olhei os outros rostos, estavam todos atentos a mim.

O motoqueiro também estava atento a mim, em silêncio.

Minha mãe pigarreou, salvando a pátria.

— Bom... Fiquem à vontade, podem comer o que quiserem. O jantar está servido. — Olhou para mim. — Filha, vamos lá em cima um pouco?

Assenti.

Subimos e fomos ao meu quarto.

Sentei na cama e ela viu as sapatilhas na caixa, em cima dela.

— Ah, você usou — afirmou.

— Sim! — exclamei, animada. — E é incrível, mãe... Meu Deus!

— Te falei tudo sobre elas ou você mal me escutou e já saiu correndo para usá-las?

Meu sorriso fechou um pouco.

— Me conhece, né? Saí correndo. — Corei.

— Pois então preste atenção. — Observei-a com atenção. — Regra número um: deve esperar um intervalo de duas horas após usar a sapatilha, para que possa usar novamente. Regra número dois: cuidado com os lugares onde a usa, para não perdê-la. Regra número três: você não pode se tornar dependente da magia, senão ela castiga você. Regra número quatro: a magia durará até sua filha completar vinte e cinco anos. Regra número cinco: não conte sobre a magia a ninguém, em hipótese alguma.

— Uau. São muitas regras. Meu irmão sabe, né?

Ela passou a mão na cabeça, num gesto desconfortável.

— Tive que contar. Ele percebia a minha reação algumas vezes, quando eu já sabia as coisas antes de acontecerem. Claro que nunca achou que fosse magia, mas acabei revelando tudo e ele achou o máximo. Por isso está aqui hoje, ele quis estar nesse dia importante. Dante está de férias do curso lá na Espanha e passará uns dias aqui.

— Vou falar com ele depois, com calma, então. E quem são aquelas pessoas com ele?

— Para de fingir que não sabe — ela riu. — Sua namorada e o irmão dela. Vamos descer, já sabe o que precisa saber.

Descemos e a cena do meu pai me chamando para conhecer a namorada do meu irmão se repetiu. Na hora em que Lorenzo puxou minha mão e ameaçou beijar minha bochecha, fui surpreendida.

— Prazer, Lorena — ele disse e eu fiquei sem ação.

Não era pra ele ter me chamado de pão de queijo?

Assenti me afastando e não corei mais, apesar de ainda sentir um aroma vindo dele, que me enfeitiçava. Pedi licença para chamar minhas amigas para o jantar.

A janta fluiu tranquilamente, meu irmão Dante contava suas aventuras na Espanha, sua namorada estava muito simpática, porém silenciosa. Lorenzo também quase não falou, mas percebi que ele me olhou algumas vezes.

Ao encerrar o jantar, as meninas ficaram um pouco mais, depois se despediram e foram cada uma para sua casa. Eu avisei que dormiria ali naquela noite, pois minha mãe quase me implorou pela manhã ao telefone.

Dona Estela avisou que não acordaria cedo no dia seguinte, então pediu para que eu fizesse silêncio ao sair. Meu irmão e sua namorada dormiriam no quarto dele e Lorenzo no quarto de hóspedes. Desejei uma boa noite a todos e me recolhi, a fim de dormir.

Xô preguiça tocou às 6 da manhã, como todos os dias, mas decidi não correr. Como estava na casa da minha mãe, preferi acordar lentamente e tomar um café da manhã reforçado antes de ir ao trabalho.

Levantei-me e entrei no banheiro do quarto para tomar um banho quentinho. Estava bastante frio e com certeza isso me afetaria, pois não havia trazido nenhum casaco.

Saí do banho, vesti uma roupa simples do meu armário e desci as escadas rumo à cozinha. Todos ainda dormiam, pelo menos aparentemente.

Enquanto preparava o café, ouvi o barulho da porta da frente ser aberta. Pouco tempo depois a pessoa responsável pelo barulho adentrou a cozinha.

Era Lorenzo, novamente todo de preto, com algumas sacolas nas mãos.

—Bom dia — disse a ele.

—Bom dia. — Aproximou-se e depositou as sacolas sobre a mesa. — Não te parabenizei ontem.

Ele mexeu em uma das sacolas e pegou um saquinho. Estendeu a mim.

— Feliz aniversário atrasado — sorriu.

Eu, hein... Nem estava mais parecendo o babaca que me atropelou.

Quando abri o saquinho, a ironia.

Pães de queijo.

Sorri e agradeci.

Sentamos-nos à mesa e tomamos café em silêncio.

— Então... Você não é tão ruim — soltei.

Ele sorriu de canto e bebeu um pouco de café.

—Talvez. Você não me parece uma histérica louca — Lorenzo rebateu.

—Ótimo. — Não tinha mais o que falar. — Bom, acho que já vou. Tenho que passar em casa antes do trabalho.

—Quer carona? — ofereceu, solícito.

— Não. Estou de carro, obrigada.

Retirei-me de lá após terminar meu café e comer todos os pães de queijo. Peguei minhas coisas, inclusive as sapatilhas, e saí da casa.

Guardei tudo no banco de trás do carro e me sentei à frente. Dei partida.

Nada aconteceu.

—Ah, não... Mais uma coisa pra lista de azar, não!

Tentei novamente e mais uma vez, porém o carro não ligava.

Não sei quanto tempo fiquei tentando ligar o carro, mas logo vi Lorenzo sair da casa e começar a se aprontar para sair com sua moto.

—Velhinho barbudo, você me paga! — gritei ao céu.

Saí do carro com pressa e gritei o nome dele, que parou antes de encaixar o capacete e me olhou espantado. Eu me aproximei.

— Aceito a carona.

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