Thayra
Alguns dias depois...
O que me cabia agora era aceitar a minha nova realidade. Eu arranjei uma academia por aqui, e estava me ocupando em decorar a casa do Th, já que a casa nova estava praticamente vazia.
Estava terminando de entregar um artigo para faculdade. Consegui trocar para online, e quando eu tinha que ir ao campus, eu ia cheia de seguranças. A Isa me mandou mensagem me chamando para tomar um cervejinha e eu iria, porque um calor desse, uma sexta dessa, e além disso, eu nem tinha nada pra fazer mesmo.
Tomei um banho e fui num salão que a Gabi trabalhava, ela conseguiu uma vaga pra mim. Ia fazer minhas unhas, depilação e sobrancelha.
Thayra: Boa tarde! - disse simpática. Todas me responderam. Exceto a tal Carol, parece que é um dos lances do Galo, a mona desenvolveu um ódio gratuito de mim.
Gabi: Aqui, amiga, aguarda só um pouco que a mona que vai te atender já vem. - a Gabi era recepcionista do salão.
Ficamos de papo até a menina chegar. Fiz o cabelo com ela, enquanto o cabelo estava na hidra, eu fiz as unhas e depois a sobrancelha. Depois fui fazer a depilação. Estava renovada! Sai de lá e fui direto pra casa da Isa. A Gabi falou que quando saísse do salão iria pra lá também.
A doida estava no portão sozinha bebendo com a caixinha de som dela ouvindo a marrom.
Isa: Faz uma loucura por mim...Sai gritando por aí bebendo e chora... - cantarolou de olhos fechados.
Thayra: Situação aí tá crítica, né, minha amiga. - ela abriu os olhos rindo.
Isa: Ai, amiga, essa é foda, machuca até quem não tá machucado.
Thayra: Hum... Você não tá machucada, não? - perguntei rindo. Sentei num banquinho do lado dela e peguei o outro copo que estava vazio e enchi. - Se resolveu com o Menor?
Isa: Ai amiga, infelizmente minha carne foi fraquíssima e eu caí em tentação, mas foi só um deslize nada demais.
Thayra: Sei... - ficamos o resto da tarde toda tomando uma cervejinha no portão.
***
Cachaça é foda, acabou que cismamos de ir pro baile. Nanda doidinha disse que ia sair da boate e ia vir direto e a Gabi também animou.
Eu estava bem altinha, com um pirulito na boca, copo na mão e dançava todas as músicas. Thiago estava puto comigo, porque os bofes chegando em mim e eu só ria, porque de fato estava muito alterada.
Não queria pegar ninguém, só queria me divertir. Na verdade, tinha uma boquinha específica que queria ficar, mas ele estava com uma cara de poucos amigos pra mim e eu nem sabia porquê. Então nem fui atrás dele, porque de problema, já bastam os meus.
Gabi: Amiga, pelo amor de Deus, bebe uma água.
Thayra: Eu nem to com sede, gente. - ri.
Nanda: Galo está possesso te olhando.
Thayra: Eu nem sei porquê, eu hein, tô nem vendo ele. - virei de costas pra ele e comecei a remexer meu corpo no ritmo da batida da música.
Depois de um tempo, comecei a sentir meu corpo dormente, aí me toque que de fato precisava da um tempo da bebida kkk. Peguei uma garrafinha de água, mas continuei fazendo a plena dançando.
XX: Já te falaram que tu é a coisa mais linda desse mundo? - nem olhei quem era, ainda mais que estava meio escuro.
Thayra: Nem precisa, eu tenho espelho. - respondi rindo. Ele riu também e colocou a mão na minha cintura se aproximando. Me afastei imediatamente e me virei pra ele.
Não tinha cara de ser daqui, branquinho, estilo playboyzinho. Me lembra o Thiago mais novo, playboy metido a bandido.
Thayra: Você não é daqui, né?
XX: Sou não, pô. Vim conhecer... Se eu soubesse a qualidade dos frequentadores, tinha visto antes. - piscou e bebericou a bebida dele. Uma gracinha que ele era, mas uma cara de novinho.
Galo: Qual foi, algum problema? - chegou todo ignorante. Esbarrando no menino e encarando ele.
O menino olhou logo pra cintura dele e travou.
XX: Pô, foi mal aí, já vou nessa. - e saiu quase correndo. O rosto de Davi ganhou um semblante que costuma sempre ter. De maioral, dono da porra toda.
Revirei os olhos e ia sair de perto dele. Totalmente sem noção ele. Mas ele me segurou pela cintura.
Galo: Tu gosta disso, né? De chamar atenção, se exibir... - Me soltei dele e o olhei com deboche. Mas nem me dei o trabalho de responder, até porque estava numa onda máxima. Revirei os olhos e me desvencilhei dele.
Fui saindo do meio da multidão. Ia tomar meu rumo pra casa, zero condições. Peguei meu celular da bolsa e mandei mensagem pras meninas e pro Th que estava indo pra casa. E esbarrei numa pessoa.
Era o novinho de mais cedo.
XX: Pô, foi mal.
Thayra: Relaxa, nem se despediu direito, saiu correndo... - fiz bico.
XX: Sabe como é né... Pegar mulher dos outros é furada.
Thayra: Que eu saiba, eu não sou mulher de ninguém... - Ri.
XX: Ah, é? - assenti rindo. Ele sorriu também, foi se aproximando e me beijou.
Eu nem sei descrever o beijo. Meu corpo estava dormente, estava totalmente numa onda máxima, mas dei o melhor de mim.
Parei o beijo do nada, porque lembrei que nem sabia o nome dele.
Thayra: Pera aí, eu nem sei seu nome.
Ruan: Ruan, satisfação. Prazer eu tô doido pra te proporcionar. - piscou. Gente, que garoto pra frente. - E teu nome?
Thayra: Thayra. Tu tem quantos anos, Ruan?
Ruan: 16, e você? - arregalei os olhos.
Gente, cadê a mãe desse menino????!! Chocada!
Thayra: Gatinho, vou ali e já volto, beijos. - sai rapidamente de perto desse menino. Gente kkkkk esses novinhos são o erro.
Comprei uma coca no caminho, tirei o salto e fui andando descalça pela rua.
Veio um carro diminuindo na minha direção. Abaixou os vidros e era ele. Revirei os olhos e dei um gole na minha coquinha.
Galo: Entra. - nem acreditei quando ouvi a ordem. Até parei. Coloquei a mão na cintura e o encarei com a mão na cintura.
Esse garoto acha que é quem???
Galo: Bora, Thayra. Te levar em casa.
Thayra: Quero não, valeu. Eu sei o caminho.
Ignorei ele e segui o meu caminho.
Cheguei em casa tirando a roupa e indo pro banho. Depois do banho nem me vesti, me joguei pelada na cama e fui de berço.
***
Acordei no outro dia com a cabeça latejando. Desci seguindo o cheiro do café que vinha da cozinha.
Thayra: Bom dia!
Nanda: Bom dia, cachaça! Amiga, você ontem se doou demais, fazia tempo que não te via assim! - falou debochando. Revirei os olhos. Peguei uma aspirina e tomei.
Tomamos café conversando e eu contei do menino pra ela.
Thayra: Amiga, por Deus, como eu iria imaginar uma coisa dessas??!!
Nanda: Que isso, Thayra só para baixinhos.
Thayra: Garota, que inferno!!!! - ri junto com ela.
***
Depois do almoço, que saiu quase na hora da janta, fomos num pagodinho que estava rolando.
Quase que não vou, um tempinho desse, só queria cama.
Mas aqui estava eu, com meu cropped de frio e um short jeans, porque tudo na vida é equilíbrio.
Eu estava na minha só balbuciando os pagodinhos que tocavam. Hoje eu estava no sapatinho, depois de ontem... Nunca mais! Kkkk
Isa me cutucou.
Isa: ali seu kids te olhando - riu. Quando eu viro pro lado, o novinho todo apresentado. Minha cara foi ao chão, porque olhando assim, realmente, a cara do ninho fase 1.
Thayra: Cara, que ódio! - ri de nervoso.
Me fiz de pão legal pro menino, coitado. Do nada senti um esbarrão no meu ombro e algo molhado na minha roupa. Era a tal da Carol.
Carol: Desculpa, colega, nem te vi. - falou sonsa e com um fundinho de deboche. Ergui as sobrancelhas e encarei ela.
Thayra: Da próxima, você olha melhor por onde anda! - fechei logo a cara.
Carol: Ih, mona, não quer ser esbarrada, fica em casa... - falou saindo. Eu ia atrás, mas a Isa entrou na frente.
Isa: Isso que essa quenga quer, te irritar. Ela tá puta porque estava lá com o Galo e ele não tirava os olhos de você.
Thayra: Se ela quer ele, que fique de brinde, eu hein. Vê se eu tenho cara de quem briga por macho... - revirei os olhos e pedi uma cerveja. Nem ia beber, mas essa feia desvirtuou meu santo.