Cache Discovered (Em Revisão)

By camrenfh91

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Tudo que Camila queria era o melhor para sua filha, ela não mediria esforços para faze-la feliz. Já Victoria... More

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By camrenfh91

   Senti como se afundasse em águas, como quando mergulhamos e tudo fica mudo, a única coisas que ouvimos e o som do movimento da água. Em vez disso ouvia só as engrenagens do meu cérebro processando, cada palavra, "tenho medo", tudo em mim dizia para ir atrás de quem escreveu aquelas palavras, frases, seria um poema? Não faço ideia, seria pensamentos? Acho que posso chamar disso. Um grito quase sufocante veio de dentro de mim dizendo não, porque sim, eu também tinha medo. Medo de ser Lauren.

   Mesmo não querendo abri os olhos, os abri, dando de cara com dois pares de olhos me observando assustados.

  - Mila, fala alguma coisa... O que tá sentindo? Você ta bem? Ta me ouvindo? Meus Deus do céu. Só fala algo.

  Meu cérebro processou aquelas perguntas com dificuldades, eu ouvi cada palavra, mas é como se não soubesse as responder.

  - Dinah?... Ally?

  - Vamos te levar para enfermaria, me ajuda aqui Ally.

   Aquela palavra me despertou de vez, enfermaria, não, não e não, foi quando percebi toda a cena, Dinah estavas com seus braços em volta de mim, segurando meu corpo mole, Ally estava ao seu lado com uma carinha apavorada olhando meu rosto. Firmei minhas pernas no chão, as encarei, respirei fundo e disse:

- Não precisa gente, só por favor me levem até em casa.

- Mila, você ficou apagada por uns três minutos, vamos levar você a enfermaria! - Dinah disse firme - Ally pega as coisas dela, eu falei que tinha algo estranho com ela, mas...

- Já to bem, não comi quase nada hoje, deve ser só isso.

  Eu não tinha comido mesmo. Comi só uma salada de flutas de café da manhã, mas nada depois disso, já que acordei um pouco enjoada hoje.

- Como assim só isso? Você desmaiou, você tem que comer sua doida.

   Dinah brigava comigo, enquanto Ally arrumava o resto das minhas coisas quietinha, ainda preocupada.

  Quando olhei para trás, já caminhávamos para ir embora, vi a folha, onde tinha aqueles pensamentos escritos, que me queriam contar tantas coisas, mas eu não entendia ou me recusava a entender. Respirei fundo e olhei para frente, resolvi deixar tudo para trás, até mesmo aquela folha de papel, eu já escolhi o meu futuro, nada vai mudar minha decisão. Uma coisa eu tenho certeza, aquelas palavras não sairão da minha cabeça e que elas tem uma importância que não consigo entender.


     CINCO ANOS E ALGUNS MESES DEPOIS

- FILHA, MEU AMOR! Vem logo que nós já estamos atrasadas.

  Aqui estou eu depois de todos esses anos. Recapitulando:

Quando soube que a outra mãe da minha filha não a queria, depois de uns dias pensando, eu soube o que fazer. Contar aos meus pais que estava grávida, foi difícil, eles ficaram tão decepcionados comigo, tivemos uma enorme conversa que não foi agradável para ambas as partes, queriam que eu contasse quem era o "pai", mas eu disse que não contaria, que meu filho não merecia alguém que não o queria e que eu não exigiria nada de ninguém, dinheiro e muito menos o amor de um "pai" para o filho. Sei que o erro foi nosso, mas acima de tudo foi meu, por ser tão burra e cair na sua lábia. Me repreendi por chamar meu filho de erro, já era um amor tão grande que sentia pelo meu filho, que naquele ano morava só por uns meses em minha barriga, mas em meu coração parecia que habitava dês de sempre. Minha mãe me olhou com um olhar triste e me disse: O bebê não tem culpa de nada, o que vamos fazer se não cria-lo e ama-lo? Mesmo contragosto, respeitaremos sua decisão.

    Expliquei que queria me mudar de Miami, queria ir morar com a minha avó e avô em Ocala, estado da Flórida, no Condado de Marion, não queria continuar ali, precisava seguir por mim mesma,em outro lugar onde meu passado não apontava o dedo na minha cara.

   E assim fiz, continuei a ir as aulas que faltavam para as férias, sem perder nenhuma. Não vi quase a Lauren, sempre que estávamos no mesmo ambiente, ela dava um jeito de sair ou ir para outro canto do lugar, parecia que não queria me incomodar ou si incomodar com minha presença, não sei.

    Me lembro do meu último dia de aula em Miami, eu desmaiei, assim que li aquele bilhete que deixaram no meu armário, aquelas palavras me deixam confuso até hoje.

   Quando cheguei em Ocala, foi mais uma vez difícil, meus avós já sabiam de toda história, eles me receberam muito bem, só não concordavam com minha decisão, me disseram que meu filho tinha o direito de saber quem era seu "pai", nem se não tivesse o amor dele. O que foi difícil também, foi me instalar na cidade.

  Meus avós moravam em uma fazenda, onde ficava, de carro, meia hora da cidade e uns quarenta minutos da minha escola.

  Obstáculos que ficava cada vez mais difícil de ser percorridos, com o decorrer da minha gravidez, nada que não venci também.

  Quando concluir o high scholl, estava com sete meses de gestação,  eu consegui antecipar a entrega do meu diploma, mesmo que minha gravidez foi tranquila (tirando os enjoos do início) estava entrando em um estagio difícil e precisava de descanso.

   Naquele ano não entrei na universidade, só cuidei do meu bebé. Mesmo que meu intuito era conseguir seguir com minhas próprias pernas, ainda estava sento sustentada pelo meus pais e avós, que foram verdadeiras anjos na minha vida e da milha linda filha Victoria.

   Que lindo clichê, ela era minha vitória, não poderia colocar outro nome nela, Victoria Cabello Estrabão, minha vida, minha filha.

   No próximo ano entrei aqui mesmo em Ocala, na universidade College of central florida, para cursar contabilidade, foi mais uma coisa difícil, por que ainda estava amamentando, muitas vezes sai de casa na camionete que era do meu avô, mas que praticamente já era minha, com lágrimas nos olhos, ouvindo meu bebê chorando, um sacrifício, que futuramente seria para o nosso bem. Eu me afundava nós estudos tentando erroneamente esquecer minha filha, coisa que era impossível, mas me aliviava em saber que ela ficava em ótimas mãos, com minha avó.

  Quando minha filha completou um ano, queria arrumar emprego para banca meus gastos e meu avô me arrumou, na sua própria fazenda, eu somava os gastos e ganhos, o dinheiro que ia para o pagamento dos funcionários, gados vendidos ou comprados, preço das vacinas e etc, tentava achar os erros, para que meu avô conseguisse mais lucro, toda a parte burocrática. Era um teste para meu futuro, afinal estava cursando contabilidade.

   Eu trabalhava e estudava com minha filha agarrada em mim, só a ida para faculdade nos separava.

  Esses anos foram assim, faculdade, fazenda e filha.

   Minha filha, meu anjinha, que agora com cinco anos, foi minha força por esses anos, cabelinhos castanhos, pele branquinha, nariz perfeito, boca rosinha, seus olhos era como uma mistura dos meus e da sua outra mãe, ela é uma perfeição, minha baixinha.

   Conclui minha faculdade. Como meu sonho sempre foi fazer pós-graduação de direito, hoje eu estou voltando para Miami, onde vou cursar e montar um escritório de contabilidade junto a minha amiga Verónica, voltar com a cabeça erguida e preparada para tudo, uma mulher de 23 anos, indo para o lugar onde seu segredo está  descoberto.

- Mamãe, não consigo achar meu ursinho. - seus olhinhos marejados e um biquinho fofo nos seus lábios - Não vou sem ele.

- Minha dengosinha - ajoelhei na sua frente deixando um beijinho no seu biquinho fofo - Ele já ta no carro da mamãe.

  Ela se agarrou com os bracinhos em meu pescoço, eu a envolvi em meus braços e a levantei pegando-a em meu colo. Quando sai pela porta da frente vi minha meus avós segurando o choro, acabando de me deixar quebrada.

  - Amor, vai abraçar a vovó e o vovô - coloquei ela no chão, quando ela se agarrava no meu avô, fui falar com minha avó - Vou sentir falta daqui e muitas dos senhores.

  Uma lágrima escorreu pelo meu rosto.

  - Querida, estaremos aqui quando quiser visitar seus velhos avós.

  - Obrigada por tudo, por tudo - a abracei e comecei a chorar - não sei como vou poder agradecer por todos esses anos, eu sou tão grata por tudo.

- Nós que deveríamos te agradecer, por fazer esses anos mais felizes, por trazer essa bênção para nossas vidas, eu sei que o fará, mas não custa dizer, cuida bem da pequena Vick, ta bem?

- Sim, vovó. Sempre.

  Meu avô se juntou a nós com Vick.

- Mamãe, ta chorando.

Fez menção que também iria chorar, tremendo seu beicinho inferior.

- Não chora, mamãe só estava se despedindo. - dei um abraço em meu avô que estava com minha filha em seus braços, que se juntou a nós e puxamos minha vó também - Obrigada.

  Sussurrei no ouvido do meu avô, quebrando o lindo abraço.

- Camilinha, não sei se consigo ir pra frente com essa fazenda sem você, sentirei sua falta. E de você, gatinha.

  Fez cosquinha na barriguinha da minha filha.

- Também, muita, muita, muita - se contorceu e foi para meu colo fugindo das cosquinha - dos dois.

  Depois de mais alguns abraços e lágrimas, entramos no carro (que tinha ganhado de presente do meus avós) e partimos em direção a Miami, que daqui de Ocala daria mais ou menos umas 7 horas, um longo caminho para uma criança agitada.

  Já não vejo a hora de chegar, estou com uma sensação que essa mudança será... Boa.

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