Ouço um barulho aguçado e rapidamente fecho os olhos. Algo havia caído sobre meus ombros e um zumbido ecoava no meu ouvido. Cai de joelhos no chão por conta do barulho infernal mas logo abro meus olhos encarando o garoto a minha frente me olhando com uma expressão indecifrável. De pouco a pouco o barulho ia sumindo e eu me recuperando com as mãos pressionando meus ouvidos.
"Mas que porra." Murmuro baixinho para mim mesma mas sei que ele ouviu.
"Agora duvida de mim ?" Murmura me fazendo olhá-lo com um certo ódio. "Nunca diga que eu não faço, nunca diga nada sobre mim, nem mesmo tente vasculhar minha vida, a próxima vez não será na parede."
"Devia ter sido na minha cabeça logo." Falo levantando do chão e olhando para a parede que tinha um buraco. "Pouparia eu na sua vida."
"Você quer se matar mesmo não é ?" Ri irônico enquanto coloca a arma de volta na sua cintura e passa a mão entre seus cabelos. "Se mate sozinha."
"Como se eu precisasse da sua ajuda, você está mais morto que qualquer cadáver no cemitério, mesmo respirando." Digo baixo enquanto arrumo meu cabelo e arrumo meus óculos que haviam sido preenchidos de pó. Ele fica me encarando por alguns segundos e eu cruzo os braços. "Que foi ? Tá olhando por que ?"
"Por que você é assim em ?" Pergunta com uma certa curiosidade na voz e eu franzo o cenho. Por que ele estava falando isso ?. "Por que você gosta de me enfrentar ? Se me vier com a resposta de que é por que eu não sou dono de caralho nenhum aqui nem me responda, agora se tiver uma resposta para me dizer por que quer ser assim eu ouço."
"Do mesmo jeito que você não quer que eu saiba da sua vida, eu não quero a minha em sua memória. O que isso mudaria ?" Faço uma pergunta retórica e ele entende isso pois não me responde. "Por que ? De repente se arrependeu do que fez e se apaixonou por mim ?"
"Não! Eu só queria entender o por que de você ser...tão...tão.. tão...misteriosa por trás desse rosto de inocente que aliás, não tem nada de inocente além do rosto, o do por que você não ter medo de mim." Ele solta no ar e eu cruzo os braços. Eu realmente nunca iria entender esse garoto, nem mesmo que eu me tornasse sua melhor amiga, ou até mesmo se eu fosse da sua família, é uma coisa impossível de se fazer, entender a sua mudança de humor era complicado, que chegava a doer, e eu nem ao menos tentei entender.
"Eu também." Murmuro enquanto começo a sair dali, deixando ele sozinho no escuro, apenas olho para trás por cima do ombro e o mesmo me olhava sem expressão no rosto, eu nem entendia por que. Eu nem havia notado que tinha algumas pessoas observando tudo que eu e Zayn conversávamos, deve ter sido por conta do tiro, que pode sido alto o suficiente para todos terem ouvido. Abraço meu corpo enquanto passava desconfortávelmente pelas pessoas, olhando para o chão através da lente do meu óculos e vendo o chão de pedra contra meu pé. Alguém segura meu braço e eu vejo que é Bryan, o mesmo pergunta se eu estou bem. "Claro...por que não estaria ?"
"Eu ouvi um barulho estranho e.. você perdeu a corrida." Ele me lembrou da coisa que eu menos queria lembrar agora, já que eu sabia muito bem que minha mãe já poderia preparar meu caixão para quando ela me matasse.
"Estou bem Bryan, só estou indo pra casa, afinal, acabou não é ?" Ele assente e solta meu braço. Cumprimento todos ali em despedida e logo começo a sair daquele lugar que ainda estava me fazendo pensar sobre a vida. Eu tive medo hoje e isso era ruim, por que por mais que eu não demonstre eu tinha medo da morte, e Zayn fez ela passar diante os meus olhos em questão de segundos, pela primeira vez na vida eu estremeci diante um problema, por que eu vi apenas escuridão nos olhos daquele garoto e eu não fazia a minima ideia se ele iria me matar ou não.
Coloquei as mãos dentro da blusa de frio por conta do vento que estava começando a ser mais forte e eu observo o chão começar a ser coberto por uma fina camada de neve. O inverno havia chegado, e por mais que isso seja ruim para algumas pessoas, pra mim era a melhor época do ano. Era onde eu me sentia em casa por ser frio, por que eu vivo num mundinho frio e vazio, e não há nada melhor que ficar o dia debaixo da coberta olhando a neve cair, como se só aquilo te acalmasse, e era, só o frio me acalmava.
Vi alguns carros passando pela avenida rápido, e vi algumas pessoas andando por ali, mas o que mais me assustou foi um carro da policia parando ao meu lado e o vidro revelando uma mulher de cabelos curtos.
"Entra!" Manda e eu não desobedeço, apenas faço o que ela pede e entro na parte de trás do carro. "Que porra você está fazendo na rua ? O que eu falei pra você Sun ?"
"Eu sei, desculpe, precisava de ar." Falo sem nem medir as minhas palavras e vejo ela me olhar pelo retrovisor. limpo meus óculos na blusa, por conta de alguns flocos de neve nele e coloco de volta. "Aquela casa é um tédio para uma adolescente sem amigos."
"Mas eu Mandei você ficar em casa...e aliás...vai andar até essas horas na rua ? Não minta pra mim Sun." Continua insistindo e eu bufo alto na intenção de fazê-la ouvir. "você ainda está de castigo, e eu só não tiro seu cartão de crédito por que seu pai iria falar merda."
"Que bom." Murmuro baixo para ela não me ouvir.
"Eu não quero saber se vai dormir ou não, mas quero que vá a aula, mesmo que eu precise te levar você vai." Cruzo os braços escutando todas as suas broncas e tento me desfocar dela. Olhei para a Janela vendo as casas passarem devagar, enquanto os telhados de cada uma estava começando a ficar branco, as árvores começavam a ficar sem o verde, algumas luzes de alguns comodos acesos em algumas casas e o céu escuro. "Sun está prestando atenção ?"
"Claro que estou." Falo sem mostrar emoção na voz e ouço um suspiro de sua parte.
"Eu sei que estou privando sua vida, mas eu só quero te proteger das coisas ruins que eu vejo acontecer com os jovens hoje em dia." Reviro os olhos para o mesmo descurso de sempre que ela fazia, era sempre a mesma coisa. "Quando você..."
"Tiver maior de idade eu farei o que quiser, eu sei, eu sei." Termino sua frase enquanto sinto o carro parar. "Já decorei."
"Espere aqui no carro." Franzo o cenho para o que ela disse e a vejo sair do carro. Olho para fora e vejo que não estamos em casa e sim no centro, pra ser mais exata na frente de uma boate.
Saio do carro e olho tudo ao redor arrumando meus óculos, tinha muita gente ali, pra dizer melhor estava rolando uma briga e minha mãe tinha ido separar. Eu iria entrar de volta para o carro, mas então algumas pessoas recuaram ao grito da minha mãe e eu pude ver quem brigava.
"Zayn ?" Falo baixo mas fico parada no mesmo lugar que eu estava. Mas que porra ele estava fazendo aqui ? Por que ele tinha uma garrafa quebrada na mão e tinha uma cara de quem tinha tomado várias em questão de segundos ?. Pisco algumas vezes voltando a realidade vendo assim minha mãe algemando ele e o outro que estava se contorcendo no chão e trazê-los para o porta malas, que eu sabia que era onde colocava os presos.
"Sun eu mandei você ficar dentro do Carro." Minha mãe reclama enquanto leva o moreno para dentro do carro e eu não hesito em entrar. Não estava afim de ficar de castigo o resto da minha vida.
Assim que entrei olhei para trás, para a grade que separava os presos e os bancos do carro. Zayn estava de cabeça baixa e parecia ezalar ódio por todo seu corpo.
"Bebeu ?" Pergunto e o mesmo olha pra mim e logo junta as sobrancelhas em confusão.
"O que você faz aqui ?" É a única coisa que ele diz, ainda por cima rudemente, antes da minha mãe colocar o outro que eu nem se quer tinha visto na minha vida. Me viro para frente novamente enquanto minha mãe entrava no carro.
"Eu vou te levar para casa,Sun, e vou resolver esse probleminha que tinham me passado." Minha mãe diz e eu apenas concordo com a cabeça sem falar nada. Me encosto no banco e me esqueço de tudo ao redor.
"Me ajuda,Sun." Ouço a voz grave de Zayn sussurrar e tento não me virar para não dar trela. "Por favor."
Ele realmente estava me pedindo ajuda ? E o que eu iria fazer ? Ele estava bêbado, eu acho, e eu não ignoro pedido de ajuda. Eu sei que me arrependeria de ajudar o cara que quase me matou á minutos atrás, mas eu precisava ajudá-lo, sei que precisava.
"Mãe ?" Chamo a mesma e ela me olha pelo retrovisor. "Por que não deixa isso quieto ? Aposto que nem concientes eles estão, por favor vamos pra casa comigo."
"Sun, eu sou responsável no que faço e não deixarei nada passar." Ela diz fria e eu supiro fundo.
"Por favor." Peço, o que eu nunca pedia para minha mãe, era uma coisa muito rara.
"Sun.." ela continua e eu suspiro e me encolho no banco e abraçando minhas pernas. "Tudo bem."
Sinto o carro parar e vejo ela sair pisando duro para tirar os dois dali. Sorrio satisfeita e olho para trás.
"Te devo essa." Ele murmura e eu suspiro pensando que ele poderia dizer um obrigada, ou talvez falasse que se arrependeu do que fez, mas isso não acontece. Logo os dois são tirados dali e minha mãe fica frente a frente com os dois depois de tirar as algemas.
"Eu não quero saber de problemas com vocês, me ouviram ?" Ela diz e eles assentem. "Ótimo. "
A mesma diz e logo volta para o carro e dá partida. A figura deles some na rua escura e eu tinha certeza que aquele garoto que estava com Zayn não iria estar mais vivo, eu acho. O caminho todo nós fazemos em silêncio e logo ela coloca o carro na garagem, desço do mesmo e ando até a porta encontrando ela aberta, já vou diretamente para meu quarto. Meu dia tinha sido cheio demais para uma garota igual a mim.
Tiro minha roupa, ando até o banheiro, escovo os dentes e me jogo na cama sem vontade de falar com minha mãe novamente. Deixei meu cansaço consumir meu corpo e eu só consegui ter um pesadelo horrível achando que iria morrer como uma certa pessoa quase me matou hoje.
XX
EEEEEEH eles evoluíram certo ? Ah, anda lá só um pouco pelo menos huh ?
Sun esta dando sinais já, parece que ninguem resiste ao malik...
VOTEM E COMENTEM AMOREEEES.
E OBRIGADA PELOS VOTOS E COMENTÁRIOS, SÉRIO ME INCENTIVARAM MUITO O DO CAPÍTULO ANTERIOR.