Com muita dificuldade, Anahi conseguiu passar para a psicóloga todos os detalhes sobre sua vida no lar adotivo. Alfonso estava ao seu lado, não deixou de segurar a mão dela por um minuto sequer.
_Eu gostaria agora Anahi, que você fechasse os olhos e me dissesse o que sentiu quando chegou ao orfanato, como foi se adaptar a um lugar totalmente novo sabendo que seus pais não estariam mais lá com você.
Any sorriu e sua mente foi inundada apenas com uma imagem.
_Poncho... - o sorriso se espalhando por seu rosto.
Memories Anahi
Medo, dor e solidão. Era tudo o que eu conseguia sentir aos oito anos em frente ao enorme portão que se abria a minha frente, meus pais não voltariam mais. Nunca mais.
_Anahi, sei que nenhuma palavra que eu diga vai diminuir a dor que você está sentindo, mas aqui, você terá muitos amiguinhos. E terá a nós também. - a madre sorriu pra mim apontando para os rostos curiosos que me olhavam.
Um em especial se destacou. Ele me olhava com tanto carinho e o sorriso me deixava tão tranquila.
_Oi, eu sou o Alfonso, mas pode me chamar de Poncho. - o sorriso nunca deixava seu rosto.
_Oi, eu sou a Anahi. - respondi agarrada ao meu ursinho - Any.
_Vem, eu vou te mostrar nossa casa. - estendeu a mão pra mim.
_Você é meu amiguinho? - Any perguntou com certo receio.
_Vou ser seu melhor amigo. - Poncho a abraçou a segurou sua mão - Vem.
_E depois Anahi, como foram os dias seguintes? - q psicóloga incentivou a continuar.
_Em todo lugar que eu ia, Poncho sempre estava lá, empurrando o balanço pra mim, me ajudando com as tarefas. - franziu o cenho - E toda noite, todas elas, sempre que eu acordava, ele estava sentado no chão ao lado da minha cama, segurando a minha mão. Ele nunca me dizia o por quê. - franziu o cenho abrindo os olhos.
_Alfonso, são em momentos assim que precisamos da sua presença aqui. Para preencher as lacunas das lembranças dela. - olhou de um para o outro - Pode nos contar, por favor, porque você estava sempre lá todas as noites?