Eloá narrando
Depois de ouvir os desaforos do deus grego e de ter mentido para ele, eu desabei na minha cama. Chorei até soluçar, eu não sei oque está havendo comigo. Ele me atrai muito, até demais, mas quando ele me trata mal ou me olha diferente eu fico triste. É uma coisa ruim e tudo oque eu menos quero agora é ficar igual uma menina chorona por causa desse bandido arrogante.
Deito na cama e limpo as lágrimas, depois que o Guilherme saiu eu tomei um banho e coloquei um pijama, não queria comer nada, só queria ficar no meu novo casulo. Viro-me de lado e ponho o travesseiro entre as minhas pernas. Toco a mão nos meus lábios lembrando-se do beijo de Guilherme, e fico mais triste em lembrar que é o ultimo. Envolver-me com um traficante é arriscado, agora se envolver com dois é morte na certa, e eu ainda estou nova demais para morrer. Choro baixinho abraçada com o meu travesseiro imaginando que ele fosse o meu deus grego. Depois de alguns minutos escuto o barulho do meu celular, o pego no criado mudo e vejo algumas mensagens de Henrique, abro e vejo as fotos das armas que ele enviou.
Assusto-me com as imagens, as armas eram tudo potentes, tinha algumas de uso policial e outras que nas mãos de bandidos é o dobro de perigosa. Amanhã mesmo vou tentar descobrir porque raio Alex tem posse dessas armas. Havia também mensagens de Patrick perguntando sobre a minha atitude de hoje, coitado eu não disse para ele que estava a trabalho e também nem poderia. Ele é meu amigo e o mesmo tem um caso com Catarina, mas eu não posso sair por ai e contar para todos oque eu ando fazendo ultimamente.
Estava distraída no celular jogando o jogo do piano e de repente recebo mais uma mensagem e dessa vez era do deus grego, penso por uns dois minutos se devo ou não ler. Eu já estou decidida que não me aproximarei dele e não quero ter nada com o mesmo, porque sei que quando a operação acontecer no morro serei a inimiga, e pela sua fama de matador de policial, ele não hesitaria em me matar. Suspiro fundo e deixo o celular de lado mesmo estando curiosa em ler. Resolvo ir dormir para passar a vontade.
***
Acordei antes de o galo cacarejar, dessa vez não vou bobear. Preciso sair dessa favela e tomar um ar puro, tirar essa tensão do corpo. Corro para o banheiro e tomo um banho rápido e escovo os dentes, subo para o quarto, passo um hidratante corporal e meu perfume, depois visto uma calça jeans e uma blusa qualquer. Ajeito os cabelos e pego a minha bolsa e ponho a agenda e meu celular dentro. Faço uma maquiagem básica mesmo e desço sem fazer barulho, deixo um bilhete para dona Cecilia e saio de casa. Ainda estava tudo escuro, era cinco e meia e daqui a pouco o galo canta e os moradores começam a acordar. Desço o morro tomando todos os cuidados e olhando sempre para trás para ver se tinha alguém me vigiando.
Quando chego ao pé do morro, encontro um táxi disponível e entro. O motorista me leva para o meu apartamento em Copacabana. Não via a hora de chegar à minha casa e sentir o cheiro do meu lar, abro a janela do carro e deixo o vento tomar o meu rosto. Sentir aquele ventinho frio da madrugada é tão gostoso, o ar parece até ser mais puro. Depois de alguns minutos, chego ao meu apartamento, pago à corrida e saio. Encontro o porteiro e ele fica todo feliz ao me ver, cumprimento ele e subo em seguida.
Abro a porta e adentro, tudo parecia esta bem arrumado e do mesmo jeito que eu deixei, sorri e comecei a tocar nos meus moveis e logo me joguei no meu sofá abraçando-o.
-Senti sua falta, meu gordinho. –Digo para o sofá enchendo ele de beijo.
Até hoje me pergunto por que me colocaram numa missão dessas, além de ser atrapalhada eu sou doida por conversar com os meus próprios moveis. Sorrio e jogo o meu tênis de lado e caminho para a cozinha e faço um café da manhã estilo Eva. Lavo as mãos e preparo o café, aproveito e faço umas panquecas que saiu meio sem forma, mas pelo cheiro ficou gostoso. Ponho a mesa e percebo que são seis horas e meia, já era a hora de acordar a Cat, mesmo que ela fique puta comigo. Caminho pelo corredor dando pulinhos de alegria, bato na sua porta e ninguém me atende, decido entrar e por sorte a porta estava aberta. Deparo-me com Cat dormindo de conchinha com um desconhecido. Seguro o riso e crio coragem para acorda-la.
-CAAAAAAAAAAAAAAAAT, ACORDAAA! –Grito e ela dá um pulo da cama.
Ela passa as mãos no olho e estreita os olhos me encarando, depois de alguns minutos ela pula no meu colo. Abraço ela e a mesma começa a chorar de alegria.
-Você voltou ai meu Deus que felicidade. –Gritou de felicidade.
-Amiga, que saudades. –Digo abraçando-a forte.
Ela se solta de mim e me olha de cima a baixo.
-Você está mais linda do que antes, oque anda tomando? –Indagou e eu ri.
-Eu que lhe pergunto, e essa barriga fitness ai? –Digo e ela cora ao perceber que estava apenas de calcinha e sutiã.
Ela começa a rir e põe seu robe, o rapaz me olhava atentamente ainda deitado na cama. Abro um sorriso sem graça e caminho para fora esperando Cat na cozinha.
Coloco a garrafa de café na mesa e a garrafa de suco. Cat aparece agora mais ajeitada com um sorriso de orelha a orelha, ela segurava nas mãos do rapaz. Ele era alto, pele clara, olhos castanhos e tinha um físico bem definido, resumindo, era um gato e pelo jeito que Cat olhava para ele dava para perceber o quanto ela estava louca por ele.
-Gente, senta. Não precisa ficar parado igual múmia na porta. –Digo e eles abrem um sorriso e logo se sentam um do lado do outro. –Fiz panquecas, mas elas ficaram um pouco deformadas, só que estão bem gostosas. –Sento-me em frente a eles me servindo. –Estou morrendo de fome, e vocês? –Pergunto para descontrair.
-Também estou. –Disse Cat servindo o boy magia dela.
-Você é a namorada do Heitor, certo? –Perguntou o rapaz. Paro de comer e quase me engasgo, bebo um pouco de suco e começo a rir.
-Não, nunca! A gente só... Você o conhece? –Indaguei e ele balança a cabeça confirmando.
-Os dois são amigos, foi o Heitor que me apresentou ao Rafael. –Respondeu Cat segurando nas mãos do tal Rafael
-Ah sim... -Digo desdenhosa.
Espero que esse Rafael não seja igual Heitor, é claro que Heitor tem qualidades, mas os seus defeitos ofusca tudo de bom nele.
-Então você e Heitor não são namorados? –Indagou Rafael.
Balancei a cabeça negando e comi tudo oque eu precisava, estava com muita fome, principalmente porque não jantei ontem à noite.
-Ele me disse que sim, na verdade ele é louco por tu. Não para de falar um minuto de você, né Cat? –Cat concorda e sorri maliciosa para mim. Dou de ombros e termino o café. –Fiquei até curioso em te conhecer, queria conhecer a famosa Eva, a menina dos sonhos do meu amigo. –Ele diz me olhando de um jeito diferente, podia jurar que era com malicia.
Fecho os olhos e balanço a cabeça. Termino de beber o meu suco e tiro a minha louça da mesa e lavo.
-Então amiga você voltou de vez né?
Olho para Cat e fico cabisbaixa. Queria poder voltar de vez para a minha antiga vida e larga essa missão...
-Infelizmente, não. Só vi porque eu precisava tomar um ar, sabe? E também tenho coisas para fazer. –Lavo a louça e me encosto a pia de frente para eles. –
-Que pena, estou louca para que você saia dessa missão. Alias sua tia ligou umas quinhentas vezes querendo saber de você, eu tentei menti mais ela não acreditou. Depois liga para ela. –Balanço a cabeça concordando e mordo os lábios. –Você vai encontrar com Heitor hoje? Vamos ligar para ele vir aqui. –Cat disse empolgada, abro um sorriso sem ânimo e percebo que não seria nada mal ver Heitor.
-Tudo bem. Eu ligo para ele. –Dou um beijo no topo da sua cabeça e saio sentindo os olhares do Rafael em mim.
Sinceramente não gostei dele, nem um pouco. O jeito que ele me olhava é estranho, apesar de ser um gatinho, ele é estranho. Mas pelo jeito Cat está amarradona na dele e eu é que não vou colocar pilha na cabeça dela.
Vou para o banheiro e encontro a minha antiga escova de dente intacta me esperando, escovo os dentes e jogo mais água no meu rosto. Escuto umas batidas na porta e já até imagino que seja Cat me apressando no banheiro, sorrio e abro a porta. Escondo o sorriso ao ver Rafael parado com o braço apoiado perto da porta. Suspiro fundo e abro espaço para sair, sinto sua mão envolver meu braço.
-Me solta. –Digo nervosa.
-Você é brava, bem que Heitor me avisou sobre tu. –Ele diz se aproximando de mim. –Eu gosto disso... Você é bem bonita e com todo respeito, muito gostosa. –Ele diz todo safado.
Arregalo os olhos sem acreditar no que esse infeliz está dizendo. Solto o meu braço de sua mão e olho para os lados e não encontro Cat.
-Ela está no quarto, à gente pode aproveitar...
-Presta atenção seu merda, nunca mais me toca ou falte com respeito comigo. Fica bem longe de mim e saiba que eu vou contar isso para Cat, você vai ver só, seu nojento. –Digo furiosa.
A porta do quarto da Cat se abre e ela caminha até a gente com um sorriso alegre, ela entrelaça sua mão no braço do Rafael e o mesmo estava com um sorriso no rosto.
-Pelo jeito vocês estão se dando bem? –Cat me olhou e depois para ele.
-Não, Cat...
-Sim, estamos sim, não é Eloá? –Ele diz citando o meu nome falso e eu congelo na hora. –Desculpa Eva. Eu me confundo às vezes. –Se corrigiu com um sorriso de divertimento no rosto.
-Cat, eu posso falar um minuto com você? –Ela balança a cabeça. –Em particular. –Puxo pela mão e adentramos o meu quarto.
Fecho a porta e ela me encara, cruzo os braços e me aproximo dela.
-Você disse alguma coisa sobre mim para o Rafael?
-Como é?
-Ele disse o meu nome falso... Você disse para ele Cat? –Sussurro e ela vira o olhar. –Não acredito nisso! Amiga, você sabe que não se pode contar nada sobre a minha missão, porra. –Digo e ela faz um semblante tristonho.
-Desculpa, ele perguntou. Fez várias perguntas e eu acabei soltando, mas o Heitor também havia contado algumas coisas para ele, então... –Se explicou.
Reviro os olhos e fico tentando entender por que Rafael fez questão de saber sobre mim e o que é mais esquisito foi ele dá em cima de mim, isso foi muito repugnante e nojento da parte dele. Olho para Cat parada a minha frente, ela é uma pessoa inocente e deve ter dito nem por maldade e pelo jeito que seus olham brilham ela gosta muito desse traste.
-Cat... Não acho bom você cair de cabeça nesse relacionamento... Sabe? –Digo e ela franze a testa.
-Por que não? Você não gostou do rafa?
-Eu... –Soaram batidas na porta e de repente a voz de Heitor ecoa pela casa.
-Amor, abre sou eu! –Disse e eu reviro os olhos fuzilando Cat, ela sorria e desviava o olhar.
-Culpada. –Ela diz e eu dou de ombros. Respiro fundo e abro a porta.
Dou de cara com Heitor a minha frente, ele estava mais lindo e gostoso. Esforço um sorriso para ele e o mesmo me abraça. Meus ossos quebrariam a qualquer momento com o abraço forte que Heitor me dava.
-Heitor... Não consigo respirar. –Digo com dificuldade. Ele alivia o abraço e sinto seus lábios beijar meu pescoço, sinto um arrepio pelo corpo e a sensação não era as melhores.
Rafael me olhava atentamente, parecia uma cobra preparando para dar o bote. Me solto do Heitor com dificuldade e dou um beijo no seu rosto.
-Meu Deus você está linda demais... –Ele diz ainda com as mãos na minha cintura.
-E você continua o mesmo. –Digo e ele abre um sorriso largo.
-Mais lindo e gostoso? –Indagou convencido.
-Nenhum pouco. –Digo e caímos na gargalhada.
-É O AMOOOR. –Cantarolou Cat perto da gente.
Suspiro fundo e me solto de vez das garras de Heitor. Ele tentou me beijar na boca, mas eu desviei. Não conseguia beijar de novo Heitor sem pensar no infeliz do deus grego, no entanto, eu tinha que esquecê-lo e Heitor seria a melhor opção para me ajudar nisso.
Puxo-o para sala e passo perto de Rafael pisando fundo no chão. Sento-me na poltrona enquanto Heitor sentava no sofá, perto de mim. Cat queria nos dá privacidade, mas o seu namorado estranho sentou na outra poltrona e ficava me encarando.
-Amor, me ajuda com um negocio lá no quarto? –Insistiu Cat.
Ele a puxou para o seu colo e a mesma dava gritinhos.
-Depois... Vamos fazer sala para a sua amiga e para o meu amigo.. –Ele diz sendo bastante inconveniente.
-Senti sua falta sabia? –Indagou Heitor e eu balancei a cabeça. –Como estão as coisas naquela favela?
Olho para o Heitor e depois para o Rafael que prestava mais atenção na gente no que nos beijos que Cat depositava em seu pescoço. Desvio o olhar e penso por alguns minutos. Não confiava no Rafael, principalmente porque sabia muito de mim, e por que um cara estaria tão interessado na minha missão do que na própria namorada que está louca para fazer sexo? Isso não me cheira bem.
-Tudo indo bem. –Digo sem detalhar muito.
-Como é morar numa favela? –Perguntou Rafael.
-Como vocês se conhecem? –Mudo de assunto querendo saber quem realmente é o Rafael.
Heitor e Rafael se entreolharam e começaram a rir.
-Rafael é policial também, primeiro tenente. –Explicou Heitor.
-Como entrou? –Pergunto curiosa.
-Entrei há pouco tempo.. –Disse Rafael.
-Nossa, entrou há pouco e já é Primeiro tenente... Estranho isso. –Arqueio a sobrancelha e percebo que ele desviou o olhar.
-Só falta eu querer ser policial para o quarteto está formado. –Disse Cat toda animada. Todos riram menos eu. Eu pensei que vindo para o meu apartamento teria paz, engano meu.
-Tenho que ir. –Levanto-me e pego o meu all star do chão, calço-os e pego a minha bolsa.
-Ah não amiga, fica mais um pouco... Por favorzinho. –Implorou Cat.
-Eu não vou deixar você ir, mal chegou e já que ir embora, caralho Eva. –Retrucou Heitor.
-Não é isso, eu tenho uma reunião agora. Preciso ir, apesar de que nem estou vestida para tal mais foda-se. –Digo rindo. –Me dá uma carona, Heitor? –Peço e ele concorda.
-Amiga... Promete que vai visitar a gente mais vezes? –Indagou Cat segurando em minhas mãos.
-Sim. E cuida do nosso lar, viu? –Ela acena com a cabeça e me envolve em um abraço apertado. –Eu não vou morrer, Cat. –Digo e ela rir.
-Eu sei que não porque você é a mulher mais forte que eu conheço, mas toma cuidado. Você sabe que esses bandidos do complexo são sinistros? –Mordo os lábios pensando no deus grego, sim ele é muito sinistro e gostoso e tudo de bom.
Balanço a cabeça e bagunço os cabelos dela, Heitor se aproxima de mim e eu abro a porta. Meu braço é tocado e quando me viro é o Rafael.
-Foi bom te conhecer, tenho certeza de que se veremos muito... Pode apostar. –Ele diz com um ar sombrio e logo me puxa para um abraço forçado.
Abraço-o sem vontade nenhuma, ele encosta sua boca perto do meu ouvido e dá uma fungada nos meus cabelos. Tento me soltar, mas ele continua me abraçando.
-Você não se livrará de mim tão cedo... –Sussurrou no meu ouvido. Me solto dele e encaro aqueles olhos castanhos.
-Rafael, foi um prazer te conhecer também. Cuide da minha amiga direito e é melhor respeita-la, ou eu mato você... –Digo séria para ele. Dou uma piscadinha para Cat que estava posicionada atrás do Rafael. –Até mais. –Digo e saio do apartamento.
***
Estávamos no carro do Heitor, decidimos parar em uma rua qualquer, longe do meu apartamento e quase ninguém passava na rua, parecia até deserta. O ar condicionado estava ligado e as janelas fechadas, o carro do Heitor era escuro e não se dava para ver quem estava dentro do carro. Encosto minha cabeça de lado e fico olhando a face de Heitor. Ele é um homem lindo e bastante atraente sem duvidas.
-Sua reunião não era as dez? –Perguntou quebrando o silêncio. Concordo com a cabeça e ele olha o relógio. –Bom, vai dar nove horas daqui a meia hora. Você está bem adiantada. –Ele diz me olhando.
-Eu sei, é que eu precisava sair do apartamento um pouco. Não gostei muito do namorado da Cat, e precisava também conversar com você.
-Não gostou do Rafael? Pensei que vocês iam dar super certo. Ele é um cara legal, te garanto isso. –Ele tira o cinto de segurança e passa a mão no meu rosto.
-Heitor, não conta para ninguém sobre a operação, não se pode confiar em qualquer um.
-Por que diz isso? –Perguntou preocupado
-Há pessoas muito... –Não queria falar para ele sobre os policiais corruptos, não agora. –Diferentes.
-Quer dizer, corruptas? –Mordo os lábios e desvio o olhar.
-Também, mas só não fica contando as coisas, tudo bem? Principalmente para esse tal Rafael, ele não me passa confiança. –Digo e ele acena concordando.
-Estava com saudades de você, meu amor. –Ele diz todo meloso. Encaro-o fixamente aqueles olhos azuis. Sorrio e tiro o cinto, me aproximo de Heitor e sento em seu colo.
Coloco as mãos ao redor da sua nuca e estimulo por debaixo da calça, sinto sua ereção crescer e sua respiração mudar de ritmo. Eu mal o toquei e ele já está excitado. Movimento-me e ele põe a mão na minha cintura e com a boca entreaberta.
Não queria usar Heitor dessa forma, mas eu sei que o que sinto pelo deus grego é total atração e só o Heitor poderia me provar isso.
Puxo seu lábio inferior e depois beijo seu queixo, ele aperta a minha bunda e põe a sua mão na minha clavícula descendo para os meus seios.
-Ah Eva... Minha menina má. –Ele diz e em seguida beija o meu pescoço e põe a mão por debaixo do meu sutiã.
-Eu só quero esquecer tudo. –Sussurro e fecho os olhos para parar de pensar nele, o deus grego.
-Eu vou te fazer esquecer... –Comentou Heitor sem saber do que eu estava me referindo.
Beijo-o e passo a mão por debaixo da sua calça sentindo sua ereção, começo a gemer só para deixa-lo feliz. Ele ia tirar a minha blusa, mas o meu celular toca interrompendo nós dois.
-Não atende. –Ordenou segurando o meu rosto e beijando-o.
-Pode ser importante... –Digo olhando a minha bolsa.
Heitor nem ligava para o barulho que o celular fazia, e só sabia me beijar e aproveitar o momento, enquanto eu ficava olhando para a bolsa. O celular não parava de tocar, a pessoa que me ligava insistia mesmo em falar comigo. Decido por fim atender, puxo a minha bolsa com dificuldade e abro a mesma.
-Não atende Eva... –Insistiu Heitor. Censurei-o com o olhar e peguei meu celular.
-Silêncio. –Peço. Sem ver quem era eu atendo. –Alô. –Digo e escuto a respiração ofegante do outro lado da linha. –Quem é?
-Não reconhece mais a minha voz. –Congelei ao ouvir a voz do deus grego. Aquela voz rouca e grossa que me deixa louca só de ouvi-la.
Respiro fundo e encaro Heitor me olhando curioso.
-Oque foi? –Pergunto
-Cadê tu? Eu quero conversar com você, eu fiquei a noite toda pensando e sei que errei, por isso vir até a sua casa, mas tu não estava. Então a onde tu tá? Me fala que eu vou te buscar. –Ele diz autoritário, como sempre. Tento não sorrir com as suas palavras, até porque estava sentada em cima no colo de outro homem.
-Eu estou ocupada, tive que... Bom isso não é da sua conta, mas daqui a pouco eu volto.
-Eloá...
-Até mais. –Encerro a chamada e vejo as horas.
Ainda era cedo só que depois de ouvir a voz do deus grego toda a vontade de não pensar nele se esvaio e agora nem consigo beijar mais Heitor. Saio de cima do seu colo e volto para o meu banco. Ajeito a minha roupa e os cabelos.
-Que porra é essa? Volta aqui... –Insistiu
-Não, eu não estou no clima. Desculpa.
-Como não? Você estava adorando. –Ele diz se gabando.
-Pode me levar para a delegacia ou não?
-Ainda é cedo Eva.
-Não importa, eu quero ir logo. –Digo pondo o cinto de volta.
Heitor bufa e bate com força no volante, depois do ataque de raiva ele dá partida rumo à delegacia, ele não falou o trajeto todo. Peguei meu celular e vejo as mensagens do deus grego, havia varias. Uma me interessou mais, a que ele tinha enviado ontem à noite, logo depois que ele foi embora do meu quarto. Na mensagem diz que ele me quer. Meu coração acelera e o frio na barriga volta a me atormentar. Mesmo eu relutando contra esse desejo eu não consigo, eu só penso naquele sorriso diabólico, aqueles olhos verdes e redondos e naquela boca rosada perfeitamente desenhada e carnuda.
Leio as outras mensagens e meu sorriso se alarga cada vez mais, ele está preocupado comigo e arrependido pelo oque disse. Encontro outras mensagem de Alex também.
''Princesa, cadê tu? Tô com saudades vem pra casa logo. '' Reviro os olhos e percebo que Alex e Heitor são bem parecidos, os dois são autoritários e também melosos, na verdade, o deus grego tem disso também, mas ele não é meloso comigo, ele é um tanto rude e grosseiro. Não que eu goste disso, mas também não gosto de homem meloso demais.
Depois de meia hora chegamos à delegacia, me despedi do Heitor e pedi desculpas. Ele não aceitou muito bem e continuou com a cara amarrada. Saio do carro e caminho para dentro da delegacia. Encontro alguns policiais no pátio e o cumprimento. Entro e dou de cara com a tenente-coronel olhando algumas papeladas. Ela me olha surpresa e com cara de poucos amigos. Dou uma olhada de cima a baixo e ela não usava o uniforme padrão, apenas uma calça jeans e uma blusa fechada e estava repleta de joias e usava salto alto.
-Cabo Eva. –Ela diz sem ânimo
-Tenente-coronel. –Faço as reverências
-Que surpresa vê-la, oque faz aqui? Soube que a sua missão ainda não terminou.
-Senti saudades daqui... –Minto e ela torce o nariz.
-Pensei que já estivesse morta... –Ela fala e eu franzo a testa. –Quer dizer, você está segurando a barra legal. É uma surpresa, pensei que não daria conta. –Ela desvia o olhar e junta às mãos. Ela estava nervosa, dava para perceber. Em suas mãos carregavas uns anéis de bijuterias e um que me chamou atenção, era um anel de diamante.
-Belo anel, comprou? –Pergunto. Ela ergue a mão para mim e eu vejo melhor o seu anel. –Diamante? Uau.
-Sim, ganhei do meu namorado. Coisa boba. –Ela diz tocando no anel.
-Namorado? Deve ser bem rico para lhe dar algo dessa proporção.
-Ele é comerciante, nada demais. –Se explicou sem olhar nos meus olhos.
Sorrio falso para ela e me aproximo da mesma.
-Foi bom falar com você, até mais. –Digo e saio de perto dela.
Caminho pelo corredor, encontro o delegado e o cumprimento, depois sigo para a sala do Coronel e por sorte ele estava sozinho olhando umas papeladas bastante concentrado. Bato na porta e ele abre.
-Cabo Eva.
-Coronel, Alfredo. –Cumprimento e ele me convida para entrar.
-A cabo Laura marcou uma reunião minha com você. Fiquei surpreso, oque está acontecendo? Descobriu algo? –Ele me convidou para sentar e depois se sentou em sua cadeira.
-Não descobri muitas coisas... O motivo de eu estar aqui é que tem alguém dando informações sigilosas sobre mim e talvez até dos passos que os policias dão. E não acaba por ai, existe um fornecedor de armas pesadas, inclusive, armas de uso policial. –Pego o meu celular e mostro as imagens.
O coronel arregala os olhos ao vê as imagens, balança a cabeça sem acreditar. Ele me olha espantado e depois me devolve o celular.
-Como descobriu? Santo Deus! Eles têm várias AK-47, pistola.40 PUTA QUE PARIU.
-Consegui um aliado do movimento, ele sabe tudo de mim, pois alguém iria entregar meus verdadeiros documentos para o traficante Alex e acabar com o disfarce, mas por sorte esse documento parou nas mãos desse rapaz e em troca disso ele quer a liberdade. –Digo e o Coronel passa a mão na barba.
-Isso não é bom. Alguém está querendo te prejudicar.
-Não, alguém está querendo alertar os bandidos. Eu não posso ficar num lugar a onde eu posso morrer por culpa de policiais corruptos.
-Você desconfia de alguém? –Indagou preocupado.
-Eu ainda não sei, é muito difícil isso. Não quero acusar ninguém, mas peço para que nada mais vaza sobre mim e que não diga que estou nessa missão, quanto menos informação vazar eu vou me sentir um pouco mais segura. –Digo e ele concorda.
-Vou conversar com a tenente-coronel e com o delegado. Convocarei uma nova reunião para que todos saibam disso. –Ele diz
-NÃO! Não fale para Tenente-coronel. Por favor, não diga nada para ela.
-Você desconfia dela?
-Pra ser sincera, eu desconfio de todo mundo. Eu estou contando isso para o senhor, pois sei que me ajudara. –Esclareço e ele fica pensativo.
-Eu vou dar um jeito nisso, não se preocupe. Sua segurança será protegida.
-Eu gostaria também de pedir mais vigilância na favela, quase não vejo carro de policia. Até agora não vi nenhum subir aquele morro.
-Estranho... Há patrulhas daquele lado de lá, mas eu vou checar com o delegado. Enquanto ao traficante Alex? Você está próxima dele? –Desvio o olhar e suspiro fundo.
-Mais próxima do que eu gostaria. Sou como uma ''namorada'' dele. Está sendo horrível viver lá, conviver com pessoas diferentes e complicadas, não vejo a hora dessa missão terminar. –Fico cabisbaixa e passo as mãos no rosto.
-Sei que não está sendo fácil, mas depois da invasão todos, inclusive eu, te aplaudirei. Você é mulher guerreira e se sairá muito bem nessa missão, não é atoa que te escolhi. –Ele diz pegando em minhas mãos e me confortando.
-Obrigada Coronel, Alfredo. –Agradeço e me levanto. –Agora tenho que ir... E por favor, não diga nada do que eu falei para ninguém. –Ele concorda e me leva até a porta.
Decidi que não iria mostrar a agenda para ele, não agora. Eu tenho que juntar mais provas e só assim poderei-me ver livre dessa favela. Saio à procura de Laura, mas me disseram que ela estava fazendo rondas. Decido ir embora, mas antes encontro novamente Luana, a tenente-coronel.
-Já está indo?
-Sim, voltar para o meu lar doce lar. –Falo meio irônica.
-Está falando da favela? Cuidado... –Ela diz com um olhar maldoso e com um jeito que chegava a me arrepiar.
-Cuidado com oque?
-Com os perigos ao seu redor, querida. Agora você vivi na favela aonde mora o traficante mais procurado do rio janeiro e até do país. –Ela fala pondo a mão no meu ombro.
-Não é só do traficante que eu devo temer não é?
-Não sei do que diz, mas todo cuidado é pouco. –Ela sorrir e deposita um beijo no meu rosto.
Afasto-me e saio, respiro fundo e caminho em passos largos para fora da delegacia. Ando pelas ruas com os pensamentos vagos, depois de tanto andar, encontro um ponto de ônibus. Fiquei esperando sentada no banco, havia poucas pessoas. Pego o meu celular e encontro novas mensagens do deus grego.
''Me diz onde está? ''
''Porra, me responde. ''
''Você sumiu por que está magoada comigo? ''
''Eu vou atrás de tu, nem que pra isso tenho que rodar essa porra toda de cidade. ''
Sorrio com as mensagens e fico igual uma bobona no ponto de ônibus. Para acalma-lo, mesmo ainda estando com raiva, mando uma mensagem.
''Relaxa seu chato, eu estou bem. Já estou voltando para casa, só falta o ônibus chegar... '' Envio a mensagem e dou uma olhada para ver se ônibus estava vindo.
Dentro de segundos meu celular vibra e meu coração dispara.
''Olha para frente, estou aqui, minha demônia. '' Arregalo os e o vejo dentro do carro. Ele abre a porta e me chama pela mão.
Sem pensar, atravessei a rua e fiquei parada diante da porta. Se eu entrar nesse carro é porque darei a ele mais uma oportunidade, uma nova chance de me atormentar e me deixar louca por ele. Dou um passo atrás e balanço a cabeça negando. Vejo o meu ônibus chegando e decido voltar mais sou puxada pelo deus grego.
-Você não vai! PORRA FICA COMIGO. –Gritou puxando meu corpo contra si. –Vamos sair só nós dois... Por favor. –Insistiu e eu não resisti.
Puxei ele pela camisa e o beijei. Eu o queria muito mais do que poderia imaginar, tanto que meu coração doía.
-Eu vou me arrepender, mais que se foda. Vamos logo! –Digo e ele abre um sorriso e me puxa para dentro do carro.
***
''Tarde demais o conheci, por fim; cedo demais, sem conhecê-lo, amei-o. '' -William Shakespeare.
***
Antes de mais nada, a música que eu coloquei não tem nada a ver com o cap. de hoje. Eu coloquei mesmo porque eu gosto dessa música e ela é muito bonita, assim como o meu casal GUILOÁ/ GUIEVA. (MÚSICA: EARNED IT - THE WEEKND )
Recadinho: Desculpa pela enrolação de postar o capítulo. Eu ando um tanto cansada para escrever, mas prometo não ficar enrolando muito. Eu vou decidir quais dias eu vou postar cap de cada livro, pois está sendo muito ruim ficar postando por dia. Isso me deixa exausta e sobrecarregada. Escrever é bom, só que tem o porém; tem que ter muita responsabilidade. Não se escreve qualquer coisa, eu gosto muito de agradar os meus leitores e me dedico o máximo para sair um cap. bom e não qualquer porcaria, é claro que de vez em outra sai um errinho ou até mesmo alguma coisa que eu escrevo por falta de atenção. Isso pode? Não! Eu me cobro muito, sou perfeccionista e gosto de tudo perfeitinho e bonitinho, por isso escrever leva tempo e horas. Eu, particularmente, quando escrevo imagino uma cena e me dobro em vários personagens, gosto de colocar as expressões e as sensações causadas em cada personagem. Ainda o meu livro não está no auge e nem é tão popular, mas FODA-SE, eu gosto do meu livro, gosto do jeito que ele está e agradeço muito pelos votos que aumentaram e até mesmo pelos comentários de apoio e de opiniões. Enfim, depois desse discurso de dilma, eu venho dizer o real motivo disso tudo.
Vou pensar com calma e escolher dois dias da semana ou um dia da semana, isso vai depender, porque as minhas aulas estão voltando e consigo trás muitas coisas que vai precisar da minha atenção, mas enfim, vou tentar escolher com calma para postar os cap.s dos dois livros. Eu vou escrever por semana e quando for o dia de postar eu postarei. Terá data e hora para postar. Mas, se caso eu tiver de bobeira em casa e dá na telha de escrever e postar, eu vou postar!! Enfim, ainda vou decidir isso, mas fiquem ligadinhos, viu?
A minha vida mansa de ficar em casa e dormir tarde e acordar tarde está na reta final e por isso peço com a colaboração de vocês!! Muito obrigada por esperar com paciência...
Amanhã vou tentar postar pôr do sol. Vou passar a tarde escrevendo cap enorme de pôr do sol e talvez a noite eu poste, vai depender se eu terminar. Enfim, é isso.
Qualquer erro me avise!!
Continue votando e comentando se quiserem e divulguem para os seus amigos, pelo amor de Deus. Me ajude!!
Beijos, Lara