Olha quem apareceu, acho que agora só ano que vem, depende de vocês, mas qualquer coisa... Boas festas, feliz ano novo e que 2016 seja um puta ano pra vocês!
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Lauren POV
David conversava animadamente no banco de trás. Ele usava o short do time, que era vermelho com o número dez em dourado, a camisa do time de futebol da escola, que era branca, tinha o número e o nome Cabello gravados em dourado. A conversa fluía livremente entre futebol, e, músicas quando algo que ele gostava era tocado na rádio. A cada descoberta de seus gostos fazia uma nota mental para não esquecer. Sua fala era agitada e às vezes tropeçavas nas palavras por falar sem respirar, o que me lembrava de sempre Camila em seus momentos de nervosismo.
Depois de chegarmos à escola nos direcionamos para o campo de futebol, que ficava na parte de trás da escola. Havia ligado mais cedo para o Troy, ele tinha me dito que marcaria um bom lugar na arquibancada para que eu pudesse assistir bem de perto ao jogo. O lugar estava cheio de crianças e pais conversando, gritando e correndo atrás de seus respectivos filhos.
- Senhor Johson. – David chamou um homem que estava com uma camisa polo branca que tinha o símbolo da escola, julguei ser o técnico dele. – Está é – olhou para mim por uns segundos, procurava as palavras certas. – Ela é amiga da minha mãe – coçou a nunca desconfortável. – e também é minha tia.
- Rian Johson. – estendeu a mão, apresentando-se. – Técnico desses anjinhos. – senti seus olhos queimarem meu corpo. – Um prazer enorme em conhecê-la...
- Jauregui. – puxei minha mão rapidamente sentindo-me desconfortável.
- Por que Camila não veio? – senti certa intimidade escorrer em suas palavras. Um enjoo invadiu meu corpo, respirei fundo para não ser rude e nem dizer nada que deixasse David desconfortável.
- Hoje ela tem uma reunião muito importante. – fui rude. – Se me der licença, quero conversar com esse garoto antes do jogo... – o senhor Johson deu de ombros e mostrou a mão indicando que tinha apenas cinco minutos.
Puxei David para um canto mais reservado do campo. Abaixei-me e comecei a olhar seu rosto e analisar cada detalhe de sua face, os olhos curiosos queimando minha pele para entender o que eu fazia.
- O que a senhora está fazendo? – ele perguntou vencido pela curiosidade, minhas mãos verificavam suas orelhas cuidadosamente.
- Verificando você antes do jogo, sua mãe me mata se voltar com algum arranhão... – David negou com a cabeça, mas acabou rindo. – Preste atenção... – comecei depois da minha vistoria. – Sempre que puder passe a bola, tenha calma e se concentre nos chutes. É um amistoso, então não se preocupe se não ganharem, mas dê seu melhor e confie no que seu técnico te ensinou e na união da sua equipe. Um time desunido pode levar a derrota. Por último e mais importante se divirta. – David confirmou com a cabeça. – Depois do jogo tenho um presente para você. Ganhando ou perdendo, eu preparei muitas coisas legais para o dia de hoje. – os olhinhos brilharam e eu o vi abrir a boca, mas sua pergunta morreu quando o apito soou, chamando-o para se reunir com os outros jogadores.
Dirigi-me até onde Troy estava sentado. Ele sorriu e acenou assim que me sentei ao seu lado, dando-me um cachorro quente e refrigerante que havia comprado para mim.
- Obrigada! – comecei a assistir ao início da partida. – Meu primeiro jogo, como ele é como jogador? – meus olhos seguiam cada movimento do meu filho.
- Confesso que não esperava toda essa melhoria, mas ele era muito ruim – mordeu um grande pedaço do cachorro quente. – Mas ele é muito esforçado e colocou na cabeça que iria aprender. Hoje não é um artilheiro que possa se vê em um grande time ou jogando profissionalmente, mas joga muito bem! – o time adversário usava um uniforme azul escuro com letras em prateado. Meninos e meninas misturavam-se atrás da bola, a coordenação um pouco falha, mas notava-se no rosto que a diversão rolava solta. – Chris sempre me liga para saber como ele está jogando. – bebeu um gole de Coca.
- Chris? Está falando do Christopher meu irmão? – ele concordou com a cabeça. – Por que ele te liga?
- Para saber do David. – deu de ombros. – Tipo, é seu irmão, mas não gosto quando ele me liga, mas sei lá... Já me acostumei! – eu desviei minha atenção momentaneamente do jogo para encarar o loiro ao meu lado. Esperando que ele prosseguisse com aquele comentário estranho. – Não entendeu? Ele quer saber como anda a masculinidade do sobrinho? – arqueei a sobrancelha sem entender. – Não entendeu ainda? – rolou os olhos. – Seu irmão é homofóbico. – bebeu mais um gole do refrigerante. Neguei com a cabeça. – Você conversa muito com seu irmão? – tentei argumentar, mas pausei.
- Na verdade não converso muito com minha família desde minha viagem pra Londres... – olhei para o jogo com vergonha de encará-lo. – Meu relacionamento mais saudável é com a Tay. – confessei envergonhada.
- Pois saiba que seu irmão conversa com a Camila, mas às vezes me liga para saber como está o desenvolvimento da masculinidade do garoto... – olhou rapidamente para o jogo e depois para mim. - Quer dizer, ele se preocupa muito com David por estar cercado de garota... – pigarreou. – Tipo, ele aceita ter uma irmã lésbica, mas acho que não aceitaria se o sobrinho fosse gay. – gesticulou com as mãos mesmo ocupadas. - Diminuiria a virilidade dos Jauregui. – Troy rolou os olhos. – Ele é um idiota, com o perdão da palavra, mas... Eu amo esse garoto como um filho, tanto que aprenderia balé se ele quisesse ter aulas. Ele é o irmão mais velho da Vick e no fim, eu só quero que ele seja feliz e aproveite a infância. – bebeu mais um gole. - Eu não quero, assim como Camila não, podá-lo da vida... – deixou a frase morrer para que eu pudesse absorver a quantidade de informação por ele transmitida. Voltei a acompanhar o jogo sentindo todo um pensar entre meus desejos e os desejos de meu filho. Afinal criamos os filhos para nós ou para o mundo? Minha linha de raciocínio foi quebrada quando um jogador adversário empurrou David para pegar a bola.
- PORRA JUÍZ – gritei frustrada. – OLHA PARA O JOGO. NÃO VIU ESSA FALTA? – levantei a mão como se mostrasse um cartão. – ISSO É CASO PARA EXPULSÃO, CADÊ O CARTÃO VERMELHO? – Troy me puxou para me sentar novamente.
- Lauren para de escândalo. – sussurrou constrangido. – David voltou a jogar e você fazendo tumulto. – olhei novamente e vi que David corria despreocupado com a bola em direção ao gol como se a queda não tivesse sido nada. Driblou lindamente o goleiro e com um chute mandou a bola para o gol.
- GOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOL – Troy e eu gritamos ao mesmo tempo. – DAVID! DAVID! DAVID! DAVID!
O resto do jogo passou com muita emoção. David passou a bola para Rachel marcar um gol, um garoto do outro time marcou dois gols, que definiu o empate da partida. Desci rapidamente para saber como David estava.
- A senhora viu que eu fiz um gol incrível. – sua voz saia ofegante. – E eu passei a bola como a senhora disse e nós fizemos outro gol? – seus olhos brilhavam, suas bochechas estavam vermelhas, o suor escorria pelo seu rosto o deixando mais fofo e mordível. Abaixei-me para ficar da sua altura, pude ver um pequeno arranhão em seu joelho esquerdo.
- Acho que por isso sua mãe manda o kit de primeiros socorros na bolsa. – disse contemplativa. O arranhão não era grave, mas havia uma linha de sangue ressecado.
- Não foi nada. Mama é exagerada, mas já sou homem... – estufou o peito. – Nem doeu, ardeu um pouquinho, mas me levantei e continuei a jogar como homens fazem. – neguei com a cabeça, meu sorriso sempre presente. Trisquei próximo ao machucado para ver a situação, mas não era nada grave.
- Eu disse que tinha uma surpresa para você. – peguei o presente e o entreguei. – Abra!
A boca de David estava aberta, ele rasgou o presente rapidamente e seu sorriso aumentou ainda mais ao ver o que havia ganhado.
- Eu ganhei uma camisa do New York City Fotball Club! – comentou surpreso. Troy aproximou-se de nós, mas apenas ficou vendo a reação do meu filho. – Olha tio Troy. – mostrou a camisa azul claro do time. – Sou número dez e tem meu nome! – informou abobalhado mostrando para Troy a parte de trás do uniforme com o nome Cabello escrito.
- Que presente incrível. – David sorriu em confirmação, depois se jogou em meus braços, cambaleei um pouco para trás pelo susto da ação inesperada, mas o abracei fortemente.
- Obrigado. Obrigado... A senhora é a melhor! – beijei seus cabelos inúmeras vezes, sentindo meu peito arder em felicidade. David afrouxou o abraço e eu o pus no chão novamente. – Eu vou banhar... Eu volto já.
- Lauren, eu não vou poder esperar... – colocou os óculos no rosto. – Mande um abraço ao garotão e diga que ele mandou muito bem! – Troy sorriu e acenou antes de sair.
Alguns minutos depois David voltou usando uma bermuda preta, a camisa do time, e um All Star branco. Andava de cabeça erguida e peito estufado por estar usando seu presente e a camisa do time que tinha ganhado.
- Para onde vamos agora?
- Tenho uma vasta programação para hoje. Primeiro, pizza, depois sorvete e uma parada no cinema.
- QUE LEGAL! – gritou. – E no cinema vamos comer pipoca e refrigerante.
- Vá com calma nas besteiras Padawan! – David girou um pouco a cabeça para a esquerda e arqueou a sobrancelha.
- O que significa Padawan? – armou um bico.
- Você não sabe? – perguntei exasperada. – Significa aprendiz ou iniciante. É um termo usando nos filmes de Star Wars... Você tem que assistir todos, mas não se preocupe que vamos marcar uma maratona para assistir a todos... Padawan são crianças que faziam treinamentos para se tornarem um cavaleiro Jedi, os cavaleiros do lado bom da força.
- Vamos lutar contra o mal? – afirmei com a cabeça. – Que apelido legal então a senhora vai ser meu mestre...
- Sim e te ensinarei tudo que um cavaleiro Jedi precisa aprender. – falei com uma voz de velha querendo me passar como um velho mestre.
[...]
Tivemos uma tarde agradável e ainda passamos no play para jogar alguns jogos com direito a muito sorvete e algodão doce. Enquanto eu dirigia ensinava algumas de minhas canções favoritas para ele. Cantávamos em plenos pulmões.
Quando estacionei o carro, David parecia cansado pelo dia. Bocejou duas vezes antes de eu desprendê-lo do carrinho.
- Gostou do dia?
- Foi incrível. Mama não sabe jogar nada e a senhora podia me levar para jogar mais vezes, e, me ensinar outros truques. – apertou os olhinhos e juntou as mãos de forma suplicante.
- Podemos sim... – respondi feliz. – Sempre que você quiser podemos marcar. – destranquei a porta, mas quando nós entramos, eu vi Camila e Seth conversando no sofá.
- PAPA. – David gritou e correu para abraçá-lo. Senti um embrulho invadir meu organismo e uma dor preencher meu peito.
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Como estamos?