Secrets

De sweetcabello21

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"Como podemos nós pretender que os outros guardem os nossos segredos se nós próprios os não conseguirmos... Mais

Prólogo
Capítulo I
Capítulo II
Capítulo III
Capítulo IV
Capítulo V
Capítulo VI
Capítulo VII
Capítulo VIII
Capítulo IX
Capítulo X
Capítulo XI
Capítulo XII
Capítulo XIII
Capítulo XIV
Capítulo XV
Capítulo XVI
Capítulo XVII
Capítulo XVIII
Capítulo XIX
Capítulo XX
Capítulo XXI
Capítulo XXII
Capítulo XXIII
Capítulo XXIV
Capítulo XXV
Capítulo XXVII
Capítulo XXVIII
Capítulo XXIX
Capítulo XXX
Capítulo XXXI
Capítulo XXXII
Capítulo XXXIII
Capítulo XXXIV
Capítulo XXXV
Capítulo XXXVI
Capítulo XXXVII
Capítulo XXXVIII
Capítulo XXXIX
Capítulo XL
Capítulo XLI
Capítulo XLII
Capítulo XLIII
Capítulo XLIV
Capítulo XLV
Capítulo XLVI
Capítulo XLVII
Capítulo XLVIII
EPÍLOGO

Capítulo XXVI

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De sweetcabello21


FELIZ NATAL

2/2

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Lauren POV

- MAMA?!?

Uma doce voz tirou-me dos mais profundos pensamentos em que mergulhava. Olhei para cima e por alguns minutos achei que aquela voz dirigia-se a mim, mas quando meu corpo voltou à realidade, percebi que aquela denominação era direcionada a Camila, que se encontrava deitada com a cabeça em meu colo absorta em um livro.

Camila levantou-se marcando a página do livro em que se encontrava.

- Oi, meu amor! – respondeu suavemente.

- Eu... Eu queria... humm... – David parecia muito nervoso. – Apresentar minha amiga Rachel! – disse em um único suspiro. Uma garotinha, que até segundos antes eu não tinha notado, apareceu atrás de David e sorriu timidamente. Rachel era mais baixa que David alguns centímetros. Seus cabelos eram ruivos e lisos, no seu nariz algumas sardas preenchiam seu rosto de traços finos e femininos, mas o que destacava em seu rosto era o azul cristal que reluzia de seus lindos olhos.

- Oi senhora Cabello. – ela falou timidamente, seus olhos presos no chão. Camila arrumou a postura quando percebeu a situação.

- Pode me chamar de Camila. – corrigiu docemente. – Essa é Lauren Jauregui. – me apresentou. Rachel sorriu. Os lindos dentes aparecendo pela primeira vez.

- Oi senho...

- Pode me chamar de Lauren. – a corrigi. – Sei que deve ouvir isso direto, mas você é uma princesa! – seu rosto preencheu-se por uma coloração avermelhada.

- Você é muito linda mesmo. – Camila completou, sempre trocando olhares entre o filho e a menina. David parecia ter apenas olhos para Rachel, pois ele acariciava Banana, que estava em seus braços, de forma automática. – David fala muitas coisas de você... – deixou escapar.

- MAMA. – interrompeu assustado, seu rosto corando profusamente. Repreendi Camila com o olhar e ela deu de ombros sem jeito pela situação que colocou o filho.

- Você sabia que ela estaria aqui? – perguntei curiosa, pois antes de sairmos para passear ele insistiu em ficar nessa área do Central Park. David negou com a cabeça.

- Eu estava correndo com o Banana. – começou a explicar apressadamente. – Então... Então eu era o herói e ele o cachorro que quer dominar o mundo. – Rachel acompanhava a história admirada. – Eu estava perto do carrinho do sorvete e pensei em descansar porque todo herói merece tomar sorvete como recompensa... Eu estava vindo aqui pedir pra Mama comprar sorvete porque de manhã a senhora disse que estava muito quente, e eu tinha que me hi-não-sei-o-quê-tar. – parou de falar, acho que estava organizando os pensamentos que começava a fugir do foco. – Eu pensei que sorvete de morango deve ter isso, mas eu vi a Rachel com o pai dela e corri para falar com ela. – apontou para a amiga. – Ela tava brincando de boneca, mas ela... Ela queria que, que... – torceu a cara. – Eu brincasse com ela e eu disse que boneca é uma brincadeira chata, mas então ela perguntou se eu e ela... ela e eu... – seu rosto corou novamente. – Pra gente brincar de casinha, mas eu disse que só podia se a Mama deixasse porque acho que – virou o olhar pra Camila. – a senhora não vai deixar eu casar agora. – puxou o ar, que já lhe faltava pelo relato corrido. Camila e eu trocamos olhares cúmplices e torci para que ela não risse e envergonhasse ainda mais o menino.

- É claro que eu deixo, mas só se você quiser... – respondeu com ternura. – E você não vai casar de verdade porque é uma brincadeira. – o rosto de David se iluminou com a explicação. – Você não pode casar de verdade porque ainda é meu bebê...

- MÃE! – gritou envergonhado, dei uma cotovelada em Camila, que gemeu baixo de dor.

- Desculpa. – ela pediu, sua mão massageando a costela. – Vão brincar e não fiquem longe da nossa visão.

- Vamos brincar junto com meu pai. – sussurrou Rachel, seu olhar encarando o chão. Camila sorriu e deixou-os saírem correndo.

- A primeira namoradinha a gente nunca esquece! – a cutuquei novamente. – Aiii. – gemeu. Virei à cara. – Está marrenta assim porque nunca esqueci minha primeira namorada ou porque seu garotão está gostando de uma garota, com a primeira namoradinha... – provocou.

- Idiota. – resmunguei, Camila apertou minhas bochechas, sua gargalhada provocando vibrações em meu estômago.

- Não se preocupe ela não era boa de cama... – explicou divertida. Deitou novamente em meu colo e voltou a ler, encerrando aquele assunto.

- Você acha que David gosta mesmo dela? – retornei ao assunto, a curiosidade me consumindo. – Tipo... Eu acho que ele só a vê como uma amiga. – dei de ombros. Camila levantou do meu colo rapidamente, o olhar debochado brilhando em seu rosto.

- Uma velha dessa com ciúmes do filho. – revirei os olhos.

- Ele nem completou seis anos... – me defendi. – Ele é uma criança para pensar em namorar...

- Por isso me surpreende esse ciúme. – segurou o riso. – Você tem razão, David é uma criança... Ele nem sabe o que é namorar... Ele só a acha diferente das outras meninas e não se preocupe, pois ele não vai fugir para casar. – acariciou minha bochecha.

- Você não tem medo de deixar de ser o centro da vida dele. – murmurei encarando meus dedos.

- Todos os dias. – confidenciou. – Papa disse que sempre teve medo que um dia eu descobrisse que ele não era o super-herói que eu acreditava, e que outras coisas me fizessem deixá-lo de amar, quando ele me contou achei aquilo demasiadamente engraçado, mas depois que tive aquele garotinho – apontou para David, que brincava longe. – eu percebi o porquê daquele medo. Isso se torna inerente quando viramos pais e sempre tenho medo de um dia não ser a coisa mais importante para ele, mas criamos os filhos para o mundo... – meu corpo inteiro dividia-se, pois eu não queria sentir ciúmes, mas também não queria que meu garotinho começasse a ver as garotas de forma diferente. Fechei os olhos tentando dissipar essa confusão, ele não iria namorar ela, estavam apenas brincando. Sacudi a cabeça e foquei-me em continuar observando eles brincarem, Camila estava entretida em seu livro. Coloquei os fones e Lana para tocar enquanto meus olhos não desviavam de David e Rachel, que brincavam com Banana perto de um homem louro que julguei ser o pai da garota.

[...]

Estava quase cochilando quando David voltou correndo, Banana o seguindo da forma que podia por causa das patas curtinhas. Camila cochilava tranquilamente com a cabeça em meu colo, o livro que antes lia descansava em sua barriga, meus dedos acariciando inconscientemente seus cabelos, que esparramava em minha perna.

- Mama – chegou gritando. Fiz uma nota mental de ensiná-lo a diminuir o tom de voz quando estivesse muito agitado. – Rachel vai embora. – seu rosto ficou triste, Camila levantou do pequeno cochilo, minhas pernas sentiram falta do calor do seu corpo. – E o pai dela que conhecer a senhora... – Camila assentiu e levantou-se depois de se espreguiçar. Eu recolhi a mochila do David e o nosso lixo e os segui.

David ia à frente correndo com Banana e eu me perguntava de onde ele retirava aquela carga toda de energia. Camila caminhava preguiçosamente, uma mão coçando o olho enquanto a outra segurava o livro e o celular.

- Boa tarde. – Camila cumprimentou quando chegamos. O pai de Rachel aparentava ter uns vinte oito anos, cabelos loiros em um corte de soldado, pele bronzeada e o olho no tom mel. – Prazer em conhecê-lo, senhor Wood. Sou Camila Cabello, mãe desse rapazinho. – abraçou David. – Ele lhe deu algum trabalho?

- Pode me chamar de Cristian. – olhou de forma cúmplice para David. – Ele é um verdadeiro cavalheiro. – olhou para mim. – Você é?

- Que indelicadeza da minha parte. – Camila começou antes de eu responder. – Essa é Lauren Jauregui.

- Nome bonito como a dona. – Camila pareceu não gostar do comentário. – Agora já sei para quem David puxou os olhos! – nós duas o encaramos assustadas, meu rosto corando pela descoberta. David conversava com a amiga, que estava ao seu lado e parecia perdido em seu mundo. – Disse algo errado? – perguntou surpreso.

- Não, só... – eu continuava sem palavras. Camila prosseguiu.

- História complicada. – indicou David com os olhos. – Humm, bom... Ele não sabe... É meio complicado. – a boca de Cristian abriu em um perfeito "O". Depois ficou olhando para nós duas e no momento achei que ele criava todo tipo de suposição. – Como você descobriu tão rápido? – a curiosidade escorria da sua voz.

- David tem os traços dela. – sussurrou. – Por que ele não sabe?

- Como ela disse – eu respondi, minha fala voltando. – É uma história longa e não sabemos como fazer isso...

- Essa é uma situação da qual nunca me deparei, mas seja como for não existe uma forma de contar, apenas conte... Hoje, amanhã ou daqui um ano não vai fazer ficar fácil contar... O passar dos dias talvez atrapalhe tudo... Quem sabe um dia nós marcamos algum almoço e vocês possam me contar. – virou para sua filha. – Amor já se despediu do seu amigo? – Rachel concordou. – E desse cachorrinho? – concordou novamente. – Então se despeça da senhora Cabello e Jauregui, pois seu pai deve estar arrancando os cabelos... Prometemos que seria um passeio de duas horas e já tem mais de três horas que estamos aqui. – comentou de forma paciente. As palavras começaram a fazer sentido em minha cabeça tentei abrir a boca para perguntar o que eu já sabia, mas Camila puxou levemente meu braço para me fazer calar.

- Tchau senhora Cabello. – acenou para Camila. – Tchau senhora Jauregui. – acenou para mim, um sorriso envergonhado em seu rosto.

- Mama. – David chamou depois que eles foram embora. – Rachel me disse que o outro pai dela ficou em casa fazendo bolo para ela comer quando chegasse. - escutávamos atentamente para saber que dúvida ele tinha. – Como uma pessoa pode ter dois pais?

Camila sentou-se no gramado cruzando as pernas em índio. E pediu que David sentasse na frente dela, bateu ao lado para que eu me juntasse na conversa.

- Rachel é filha de dois homens porque eles a adotaram... Ou ela é filha de um deles.

- Mas ela não tem uma mãe? – interrompeu curioso.

- Anne é filha da Veronica e da Lucy – ouvir Camila tocar no nome delas fez minha mágoa se remexer. – Rachel não é diferente por não ter mãe, assim como Anne não é diferente por não ter pais. – acariciou o rosto dele.

- Duas pessoas do mesmo sexo podem ser felizes. E não acredite em quem diz que é errado. – comentei.

- Por que dizem que é errado? - virou a cara, a sobrancelha arqueada.

- Porque as pessoas são estúpidas. – respondi. Camila me repreendeu com um olhar severo.

- Algumas pessoas possuem ideias erradas sobre isso. Para alguns não é amor e sim doença, mas não há nada de errado em estar com alguém do mesmo sexo. Amor não é doença e gostar de meninos ou meninas não te faz diferente dos outros. O que importa é se você é uma boa pessoa, possui caráter, educação, se você ajuda os outros sempre que pode... – Camila acariciou os cabelos dele. – Muitas vezes um homem e uma mulher abandonam seus filhos e são esses casais que o acolhem e o amam verdadeiramente... Se alguém algum dia disser alguma coisa feia com Anne ou Rachel por elas serem filhas de pessoas do mesmo sexo, eu quero que você as defenda, e cuide delas como o homem que eu lhe ensinei a ser. – terminou séria.

- Eu vou proteger elas. – estufou o peito. – Eu não vou deixar ninguém estúpido ser mau com elas.

- Mocinho, olha a boca. – Camila repreendeu.

- Mas a tia Lauren falou. – choramingou. Camila me encarou séria, sussurrei um pedido de desculpas.

- Eu não quero que você saia brigando com todos que falarem coisas que – procurei a melhor palavra. – as deixem triste, mas você tem que dizer para algum adulto quando acontecer mesmo que seja um dos seus amigos dizendo algo ruim. Você já é um homem e tem que protegê-las, mas sem partir para violência. Você deve explicar que não tem nada de errado duas mulheres juntas ou dois homens juntos. E no fim cada um deve cuidar da sua vida...

- Entendeu meu amor? – Camila perguntou cortando meu discurso. Olhei agradecida porque minha próxima palavra seria um palavrão.

- Sim... Tenho que cuidar delas, mas não posso brigar. – repetiu. – Só não sei como fazer isso. – coçou a cabeça. Camila começou a rir e o puxou para um abraçou.

- Eu tenho o filho mais lindo do mundo... – apertou o abraço, sua voz manhosa. Um formigamento invadia meu corpo, mas me controlava para não me jogar naquele abraço. Camila percebeu meu desconforto. – Amor... – puxou o ar com força. – Tem mais uma coisa que eu quero dizer. – David a olhou esperando que ela prosseguisse. – Bom não tem um jeito fácil, mas eu sei que você é um menino inteligente e de bom coração e não vai... – Camila coçou o pescoço. David sentado em seu colo esperando o resto da conversa. Camila olhou para mim. - Realmente não tem um jeito de dizer isso. - voltou seu olhar para o filho. - Estou namorando a Lauren...

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Como estamos?


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