Rede de Segredos

由 oliviavert

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Annabelle De Angelis Ferraro, nascida à sombra da criminalidade, possuía um futuro brilhante traçado por seu... 更多

Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2 - Parte I
Capítulo 2 - Parte II
Capítulo 3
Capítulo 4 - Parte I
Capítulo 4 - parte II
Capítulo 5 - Parte I
Capítulo 5 - Parte II
Capítulo 6
Capítulo 7 - Parte I
Capítulo 7 - Parte II
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11 - Parte I
Capítulo 11 - Parte II
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15 - Parte I
Capítulo 15 - Parte II
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 30 - Repostando
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 39 - Parte II
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Esclarecimentos
Capítulo 44
NOTA e AVISOS
ÚLTIMOS ACONTECIMENTOS
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50

Capítulo 31

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由 oliviavert


Alexander deu a permissão para que ela subisse, Giovanna constatou, entrando no elevador. Então Daniel estava certo... Ele realmente queria entender o que acontecera com a Annabelle e o sexto sentindo de Giovanna dizia que isso era apenas o começo.

Ele queria livrá-la de Giancarlo!

Sorriu abertamente, mas, no entanto, não poderia confiar apenas nas informações de Daniel e em suas próprias prospecções. Ela tinha que se assegurar que tudo correria bem.

Olhou para o espelho do elevador, dando de ombros para a câmera e para qualquer um que estivesse possivelmente assistindo aquilo. Ela sabia que não era Alexander e isso era o que importava.

Desferiu várias e várias batidas nas bochechas e prendeu seu nariz fino entre os dedos, atritando-o. Ela precisava ficar vermelha. Pessoas desesperadas que choram são vermelhas. Deu tapas mais fortes nas bochechas e quase desistiu daquela "autodestruição", mas não poderia. Annabelle precisava dela.

Achando-se vermelha o suficiente, focou os olhos castanhos no espelho, sem piscar. Quinze, trinta, quarenta, sessenta segundos. Era bom que Alexander morasse no vigésimo sétimo andar, ou ela não teria tempo para isso. Piscou os olhos que ardiam várias e várias vezes e as lágrimas transbordaram deles.

- O sofrimento da bambola, Giovanna! - Ela murmurou para si, para que mantivesse os olhos transbordando as lágrimas inicialmente falsas - Lembre-se do que ela já passou, do que ela pode passar... Ela merece ser feliz. Belle precisa de você.

A porta do elevador se abriu e ela bateu a porta localizada logo a frente: 2701.

Vetra nem sequer pensou duas vezes, quando a porta foi aberta, jogou-se nos braços do homem no outro lado, soluçando.

- Você tem que impedir... Você tem que impedir... Giancarlo quer que Annabelle se case com Evan!

Alexander piscou os olhos várias vezes, aturdido com a figura descontrolada de Giovanna. Mas aquilo ficou para segundo plano no momento em que a sinapse permitiu que ele compreendesse a fala dela.

Pegou Giovanna pelos braços, para que ela olhasse para ele.

- Como é que é? - perguntou, com os dentes trincados. Aquele desgraçado estava tentando casar sua Annabelle com Evan Carter?

Giovanna fungou.

- Ele... ele ofereceu alguma coisa importante em troca... Não sei, Alexander. Ela falou de um jeito que eu não me espantaria se fosse a liderança da máfia.

O federal arregalou os olhos brevemente, e então deu as costas para Giovanna. Levou as mãos para o seu cabelo, passando-as nervosamente por ele.

- Ela aceitou... - declarou, andando para frente, os olhos fechados - Ela aceitou, não aceitou Giovanna?

A Vetra sorriu com a reação dele. Oh... definitivamente ele se importava.

- Sim... - pigarreou, tentando espantar vestígios de felicidade da voz - Ela aceitou.

O peito de Alexander encheu-se de raiva. Era ódio puro e visceral, e ele socou a primeira coisa que viu pela frente, a parede da sala.

- INFERNO! - Bradou - Por que ela fez isso? Por que ela não pode enxergar que o que Giancarlo Ferraro faz com ela é a pura manipulação? Por que, Giovanna? Por quê?

Giovanna mordeu os lábios, ela deveria ser forte, mas não aguentava ver o federal da Belle daquela maneira por muito tempo.

- Ela disse sim... - a mulher sorriu - mas depois ela disse não.

Alexander virou-se instantaneamente para ela.

- Annabelle... Annabelle Ferraro - Ele testou - disse não para a proposta de Giancarlo?

- Bom... não foi bem assim - Giovanna fez uma careta - Ela disse não para Evan.

Mas já era alguma coisa. Alexander sorriu. Nada estava perdido... Nada.

- E é por isso que eu preciso de você. Eu não sei o que pode vir daqui para frente, não sei porque Giancarlo fez isso... Eu tenho medo... e se aparecer uma nova proposta, e se a bambola aceitar? Ela não pode viver nas garras do Giancarlo para o resto da vida! - Giovanna agarrou a gola da camisa de Alexander - Ela não pode! Ela merece ser feliz, Alexander... Só você pode impedir uma tragédia... Só você!

O Whitehill fechou os olhos brevemente, ele queria que aquelas palavras fossem verdade. Que ele tivesse alguma influência sobre Annabelle.

- Talvez você não saiba, Giovanna - Ele começou a falar soltando uma risada de deboche - Mas Annabelle deixou claro da última vez que não quer me ver.

A baixinha rolou os olhos.

- Talvez você não saiba, Alexander - Ela retrucou, arqueando uma sobrancelha e levantando o queixo, demonstrando seu convencimento - Mas Annabelle fez com que você se afastasse dela para a sua segurança.

Alexander balançou a cabeça, incrédulo.

- Minha segurança? - repetiu, o tom de dúvida - Isso é ridículo, Giovanna. Eu posso muito bem lidar com os perigos eventuais que a profissão de Annabelle possa trazer para mim. Você não faz ideia do que ela...

Giovanna levantou uma mão para ele.

- Pode lidar? - perguntou, incrédula - Você não entendeu o que eu te disse, Alexander. Você "poderia" lidar se algo acontecesse com Charlotte de novo, por exemplo? Eu não estou falando dos inimigos que a bambola fez pela vida, eu estou falando do Giancarlo.

Alexander franziu as grossas sobrancelhas.

- Não estou entendendo.

Giovanna bufou.

- Belle fez um acordo com Giancarlo. Um acordo para que ele nunca mais tentasse algo contra a sua família, como ele tentou com Charlotte. Um acordo em que a sua segurança fosse garantida. - Giovanna olhou profundamente dentro dos olhos verdes do federal - E ele aceitou, mas ela tinha que dar algo em troca, e Giancarlo pediu que se afastasse de você. Permanentemente.

Alexander arregalou os olhos, surpreso. Então Annabelle tinha o magoado, tinha tentando o afastar para a própria segurança dele? Ela se importava com a segurança dele, então? Abriu um sorriso que logo morreu, pensando no porquê daquilo tudo.

- Eu deveria ter matado aquele desgraçado quando eu tive a chance! - Declarou, as narinas infladas, as mãos em punho.

Giovanna sorriu.

- Quando teve a chance, han? - Ela apontou para o lábio machucado do federal, que bufou.

- Você deve ter visto a cara dele. Isso não foi nada perto de como ele ficou.

Giovanna balançou a cabeça em concordância. Alexander tinha razão.

- Evan tentou proclamar os direitos de noivo sobre Belle - declarou em um dado momento.

Alexander cerrou os olhos para a figura de Giovanna.

- Você quer dizer que o tal Carter tentou tocar... - Ele engasgou - na mi... na Annabelle?

A baixinha fez uma careta, e deu de ombros como se dissesse: "É isso mesmo". Alexander fechou os olhos inspirando ruidosamente. Tentou a todo custo não imaginar outras mãos em cima da pele branquinha de Annabelle, mas não conseguia.

- Algum motivo especial para você me dizer isso ou...

- Foi ai que ela disse não - Giovanna explicitou, o cortando - Quando ele a tocou ela disse não... e sabe por quê?

Alexander balançou a cabeça, em negativa, não entendendo onde a mulher queria chegar.

- Porque ela lembrou-se de você, "federal" - Giovanna fez aspas com os dedos, dando um sorriso feliz e presunçoso - Ela lembrou-se de você.

O Agente Whitehill tentou conter um sorriso que nascia em seu rosto, mas não conseguiu. Ela lembrou-se dele. Do mesmo modo que ele lembrou-se dela quando cometeu o erro de beijar Rebecca na sala de tiros do FBI. Seu coração assumiu uma batida descompassada. Annabelle lembrou-se dele. DELE!

- Giovanna... eu...

Mas o telefone da baixinha interrompeu qualquer coisa que o agente pudesse falar. Ela franziu a tez da testa lendo o nome da mafiosa no visor.

- Annabelle? - atendeu, o tom levemente desconfiado.

Alexander tentou ouvir o que a mulher falava do outro lado, sem sucesso.

- Bambola... eu não estou entendo nada... por favor se acalme! - Giovanna deu as costas para Alexander.

- Como é? - Ela murmurou incrédula - Annabelle, me escute, como você está?

- O que aconteceu? - Alexander perguntou preocupado. Giovanna virou-se para ele fazendo um sinal de silêncio apontando para o telefone.

- Bambola, para onde você está indo? - Uma ideia se passou pela mente de Giovanna e ela sorriu - Tudo bem, eu vou até você... ah... quer ficar sozinha? Que coisa boa é o fato de que eu não respeito as suas vontades. Tome cuidado até lá, Annabelle, per l'amor di Dio. Concentre-se no trânsito!

- O que foi? O que aconteceu? Giovanna! - Alexander proferiu.

- Calma! - a baixinha levantou as mãos para o alto - Annabelle descobriu que Giancarlo mentiu para ela... sobre a sua segurança. Parece que ele estava planejando o seu assassinato.

Giovanna deu de ombros, como se aquilo se tratasse de um fato usual e Alexander travou o maxilar.

- Gostaria de vê-lo tentar... - disse, entredentes, fazendo a mulher revirar os olhos.

- Você pode até querer, Belle não. Ela está abalada, é a primeira vez que ela descobre uma mentira vinda do Giancarlo, Alexander.

E então a percepção se abateu sobre Alexander. Sentiu seu coração apertar. Tudo o que ele queria era ter Annabelle em seus braços agora.

- Como ela estava? - lembrou-se do que Giovanna disse ao telefone - Você tem que ir até ela!

A baixinha sorriu abertamente.

- Isso foi o que eu disse. Mas, na verdade, eu não vou, quem vai é você!

Alexander levantou uma sobrancelha, incredulamente. Aquilo não pioraria as coisas? Tudo bem que ela tinha feito aquilo, a afastado dela, visando a segurança dele, mas...

- Giovanna...

- Não! Não me venha com incertezas, Alexander Whitehill. A única pessoa que a bambola precisa nesse momento é você. - Ela despejou, esbaforida - Você não entende? Giancarlo mentiu, o acordo acabou, não há mais um porquê para vocês dois estarem afastados!

Alexander sorriu, absorvendo o que Giovanna falou. Será que Annabelle pensava do mesmo jeito? Ele rogava para que sim. A única coisa que ele queria era estar ao lado dela agora, protegê-la, livrá-la das amarras que a prendiam a Giancarlo... Não importava que demorasse, o federal era apaixonado por sua mafiosa. Ele teria toda a paciência do mundo para tê-la apenas para si.

E começaria agora.

- Eu vou. Onde Annabelle está?

Giovanna sorriu, e sem se preocupar em evitar mostrar sua felicidade, pulou até o Whitehill abraçando-o apertado.

- Me perdoe pelas coisas que eu disse na cozinha aquele dia. Eu estava errada - E sabia disso desde sempre, mas você precisava de um choque de realidade, Giovanna completou, mentalmente. - Você é o homem certo para a bambola... Ela foi para o nosso predinho de dois andares, o apartamento em que você me conheceu.

Alexander retribuiu o abraço da baixinha, Giovanna não tinha a mínima noção do que "ser o homem certo para Annabelle" representava para ele. Pegou as chaves do carro logo em seguida, calçando os sapatos jogados na sala apressadamente.

- Encoste a porta quando sair, eu tenho um compromisso urgente. - sorriu, correndo em direção ao elevador que por sorte ainda se encontrava em seu andar. Um sinal, Alexander pensou. Um bom sinal.

- TOME CUIDADO! - Giovanna gritou, chegando a porta do apartamento, a tempo de ver a porta do elevador fechando-se.

Quer dizer, tem alguém por ai que deve querer matar você agora. - Refletiu, balançando a cabeça, puxou a porta do apartamento de Alexander e apertou o botão do elevador. Não era cristã, mas inconscientemente se viu fazendo o sinal da cruz. Não como um pedido, mas sim como uma espécie de agradecimento. Tudo daria certo agora para Annabelle e Alexander, era só uma questão de tempo até Giancarlo cair.

~-~

Annabelle chegou ao apartamento e ligou a televisão, mais por instinto do que qualquer outra coisa. Fato totalmente atípico para ela já que sempre preferira o silêncio a qualquer coisa. Porém, diante da atual conjectura, escutar apenas seus próprios passos, suspiros e pensamentos, mostrava-se uma tarefa impossível.

E ela estava cansada de lutar.

O fato de que Giancarlo havia mentido sobre o futuro do Agente Whitehill ficava martelando em sua cabeça, turvando seus pensamentos e ela já nem sabia mais descrever detalhes da discussão que protagonizara. Tudo parecia um borrão, algo irreal, fruto da sua imaginação fértil. Mas não era e ela não sabia lidar com aquilo.

Precisava ligar para Alexander.

A mafiosa fechou os olhos, sentando-se no sofá. Sim, ela precisava alertá-lo de que corria perigo, mas ouvir a voz dele depois de tanto tempo... Talvez ele nem atendesse. Se a situação fosse inversa ela atenderia? Como o agente Whitehill conseguiria trocar palavras com ela depois de tudo o que ela foi capaz de dizer para ele?

Mas ele corria perigo...

- Inferno. - Praguejou alto, a mão direita infiltrando-se nos fios negros, maltratando-os. Annabelle tombou sua cabeça para trás, encostando-a no espaldar do sofá. Os olhos azuis se abriram e passaram a encarar o teto. Pensar. Ela tinha que pensar, e costumava ser boa nisso.

Não conseguiria ligar para Alexander. A mafiosa engoliu em seco com a percepção, mas era a absoluta verdade. Ela não conseguiria, não em primeiro caso. Apenas ligaria se fosse extremamente necessário, vital... Mas não deixaria que chegasse àquele ponto.

Com um suspiro pesaroso, Annabelle decidiu: Cuidaria disso. Ela cuidaria da segurança do federal. Felizmente, a programação do assassinato dele apontava para daqui a semanas, o que lhe daria tempo de sobra para resolver o assunto.

Se tivesse sorte, poderia assegurar a segurança de Alexander com apenas um telefonema.

Ponderou se aquela era mesmo a abordagem certa a se fazer, mas deu de ombros. De qualquer forma, ela precisava encontrar um determinado arquivo. Um arquivo sobre Diogo Bertolazzo. E precisaria de uma faca.

A cabeça de criminosa sempre soube organizar bem as prioridades, qual deveria ser o próximo passo, e mesmo completamente desestabilizada como agora, ela ainda sim conseguia fazer aquilo.

Annabelle rumou para a cozinha determinada, mesmo que seu interior estivesse a ponto de implodir. Ela tinha que fazer aquilo, tinha que cuidar da segurança de Alexander. Não poderia simplesmente deitar-se em sua banheira como queria, como já tinha feito mais cedo.

Ela tinha uma prioridade: A segurança do federal. Qualquer coisa relacionada a ela estava em segundo plano no momento.

Agarrou o cabo de uma faca afiada, retirando-a do faqueiro. A lâmina reluziu pela luz da cozinha, e Annabelle viu rapidamente o seu reflexo nela... Mas não teve tempo para analisar-se já que seu cérebro se deu ao trabalho de prestar a atenção quando a programação da televisão foi interrompida para uma notícia urgente.

Annabelle retornou até a sala, com a faca em suas mãos, chegando a tempo de ver o rosto sério do ancora do principal jornal da rede televisiva aparecer.

- Um carro dirigido por um agente do FBI acaba de explodir no subúrbio de Boston. A força policial e a equipe de resgate já estão presentes no local. - O jornalista consultou o tablet em suas mãos e Annabelle sentiu o sangue congelar em suas veias - Segundo as últimas informações o agente saiu do carro com vida, mas seu estado de saúde é extremamente crítico. Vamos ao local com nosso correspondente.

A imagem foi transferida para uma rua que poderia se assimilar com o cenário de um filme. Ao longe ainda se via o fogo, e os bombeiros que já o mantinham sobre controle, vários populares contidos ao fundo por policiais, homens falando em seus celulares com feições sisudas e perturbadas, peritos... Tudo muito bem iluminado pelas luzes das sirenes de policia, que piscavam incessantemente, confirmando a premissa de que algo sério acontecera.

- Infelizmente não tenho boas notícias. - o repórter começou a falar, tentando manter o profissionalismo - O agente federal que saiu com vida do carro acaba de falecer dentro da ambulância, ainda no local.

- Não... - Annabelle murmurou, os olhos presos à televisão. Sentiu seu estômago abrindo-se, criando um buraco que lhe trazia náuseas. Ela suava frio.

- O agente estava severamente queimado e teve uma série de paradas cardíacas. Os policiais já asseguraram, mesmo sem a devida perícia, que o carro foi sabotado.

- Não, não! Não pode ser... - Annabelle continuava a murmurar, uma voz em sua cabeça gritando que aquilo só poderia se tratar de uma brincadeira de extremo mau gosto. Uma alucinação.

- Vários agentes do FBI já se encontram no local e falaremos diretamente com o Agente Scott Turner.

Os olhos da mafiosa arregalaram-se ainda mais e, assim que o rosto de Scott foi focalizado pela câmera, ela teve sua confirmação. O homem estava com os olhos castanhos profundamente entristecidos, a voz embargada e, por mais que tentasse manter a compostura, estava visivelmente emocionado.

A cabeça de Annabelle só conseguia discernir uma única coisa depois daquilo: Era ele. Era Alexander.

As pernas da mafiosa pareciam incapazes de sustentar seu próprio peso e seus joelhos penderam para frente, encontrando o chão num baque surdo. Talvez aquele ato representasse a desistência da mulher, ou talvez fosse uma tentativa vã, como uma última prece que se faz de joelhos dobrados.

- Agente Turner. O ocorrido trata-se de um acidente ou foi um ato premeditado?

- A perícia ainda não possui detalhes conclusivos - Scott roçou a garganta, deixando a voz firme e perfeitamente audível - Mas o departamento não tem dúvidas.

Os olhos castanhos olharam diretamente para a câmera, e Annabelle teve a sensação de que Scott poderia enxergá-la ali por um momento.

- Nós vamos encontrar o responsável por isso e ele vai sentir o peso da justiça americana. O homem que morreu hoje, além de um dos melhores agentes que eu conheci, era meu amigo. Amigo de praticamente todos nós. O FBI vai achar o responsável por trás disso, eu garanto.

Annabelle absorveu as palavras. Ele falava isso para ela, não era? Ela era responsável por aquilo, se sentia responsável. Poderia ter feito alguma coisa, não poderia?

A mafiosa sentiu o buraco que começou em seu estômago ocupar também o seu peito. Aquilo doía tanto. Doía demais. A dor era tanta que Annabelle pensou que iria chorar, mas seus olhos estavam secos como um deserto, ardendo como o inferno e ásperos como se abrigassem dezenas de grãos de areia.

Era demais para ela. Era demais.

A Ferraro sentiu seus músculos moles e o corpo extenuado pendeu para frente uma vez. Ela iria desmaiar e não tentou lutar contra a tontura que envolvia seu corpo e mente. A inconsciência agora lhe faria bem.

Em seu estado de total perturbação, Annabelle não se deu conta de que ainda portava a faca firmemente em suas mãos. A lâmina afiadíssima e reluzente apontava para a cárdia, o espaço entre o esôfago e o estômago dela.

E então, o corpo da mafiosa pendeu para frente, para encontrar o seu destino.


__________________________

Nota da Autora:

Por que eu tenho a impressão de que tenho que correr para as colinas outra vez? hahahaha

Espero que tenham gostado, nos vemos de novo no domingo! hahaha <3


Para quem quiser me achar no facebook: https://www.facebook.com/olivia.oliveira.31521


Beijos, seus "lindo".


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