(EDU NA FOTO)
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Edu foi ao trabalho de Keylli buscá-la de carro, e no caminho contou a novidade para Giovanne por celular.
— Giovanne, depois de toda aquela luta, veio a vitória. - seu sorriso era tão grande, que ele mal conseguia fechar a boca.
— Tá falando do quê?
— Da maravilhosa Keylli. Ela... Ela aceitou ser minha namorada. – vibrou Eduardo, mantendo os olhos fixos na estrada.
— Tá falando sério? Mas por que ela mudou de ideia?
— Acho que o dinheiro falou mais alto, ela me pediu cem mil de adiantamento.
— Pra quê?
— Isso é o que menos importa saber agora, só quero apresentá-la ao meu pai e daqui a um ano ter o meu nome escrito naquele bendito testamento, herdando os quinhentos milhões do velho.
— Considere-se um cara de sorte. - Giovanneficou feliz.
Quando Edu chegou ao trabalho de Keylli, ela já o esperava do lado de fora da portaria.
— Oi linda. - cumprimentou o rapaz sorridente, saindo do carro e indo até ela.
— Oi. - respondeu desanimada.
Eles se cumprimentaram com três beijinhos no rosto.
— Vamos? - Edu pediu sem esconder sua felicidade.
— Vamos. – ela assentiu ainda duvidosa, mas lembrou-se que essa era mesmo a sua única saída.
— Não precisa ter medo de mim. – ele sorriu dando-lhe o braço.
"Ai meu pai, se nada der certo e se esse cara for um maníaco que vai me prender e me matar, pelo menos poderei dizer que morri tentando..." – pensou a jovem aflita com tanta reviravolta.
Como um bom cavalheiro, ele abriu a porta de seu automóvel para ela entrar.
Já dentro do carro, Edu dirigia e ao mesmo tempo agradecia á Keylli.
— Muito obrigado por mudar de ideia, você salvou minha vida.
— Não fiz isso por você, fiz pela minha família. - ela rebateu friamente sem olhar para o rapaz.
— Keylli, olha só, seremos namorados por um ano e para começar, você poderia me tratar melhor. Não pense que pra mim está sendo fácil, é tudo novo.
— Pra mim é tudo novo também. Eu me mudei pra cá para conseguir um emprego e não para viver historinhas de amor. – disparou mal-humorada.
— E cadê o otário do seu namorado?
— Esquece ele. – Key pediu, encostando a cabeça na janela.
— Por que você quer cem mil reais com tanta urgência? - ele perguntou na tentativa de engrenar uma conversa.
— Pra resolver uns problemas. – respondeu Keylli, sem querer dar explicações sobre sua vida pessoal.
— Pra você foi problema, pra mim foi solução.
— Não entendi. – a moça olhou para ele.
— Se não fosse pelo seu problema, eu duvido que você aceitaria namorar comigo.
— Tem razão. Mas olhando pelo lado bom, eu também me dei bem nessa.
— Como assim? – Edu perguntou.
— Ganhei o dia de folga. – Key comemorou melhorando o humor e arrancando sorrisos do gatinho.
— Como você fez para fugir do trabalho?
— Eu disse que tenho uma consulta inadiável pra hoje.
— Com o doutor Mauro?
— Quem?
— Meu pai, ou melhor, seu sogro.
— Ah, tá certo. E como você sabia o meu endereço? - ela indagou, se sentindo mais á vontade.
— Como eu te disse, pesquisei tudo sobre você, senhorita D'Waise.
— Você me assusta com essas suas investigações.
— Te juro que não sou um assassino, digamos que foi por uma boa causa...
Eles sorriram de forma amigável, estavam começando a se entender. Conversando com o rapaz, Keylli começou a se acalmar, pois sentiu que ele não parecia ser um cara mau. Suas mãos até pararam de suar.
Depois de uns minutinhos...
— É aqui, chegamos. – informou adentrando no imenso quintal e estacionando seu carro na porta de entrada.
Eles desceram do veículo e entraram na casa, ou melhor, na mansão de Edu.
— Nossa, que casa linda! – Keylli admirou-se boquiaberta olhando para todos os lados. — Pensei que você morasse na casa onde foi a entrevista.
— Aquela casa é do Giovanne. – esclareceu, lembrando-se de um detalhe importante: — Ah Keylli, só quero te pedir uma coisa.
— Fala.
— Não comenta sobre o anúncio perto do meu pai, ok?
— Pode deixar.
Ia passando por ali a empregada doméstica e Edu a perguntou: — Wanessa, cadê o meu pai?
— Está na sala de estar do terceiro andar. – informou a moça voltando a seus afazeres.
— Não se assusta com o tamanho da minha casa, quero dizer, mansão. - disse Edu com o nariz meio empinado, entrando no elevador acompanhado por sua "namorada".
— Minha casa, quero dizer, minha mansão também é enorme. - rebateu Keylli, acabando com a pose de Edu.
— Você tem uma mansão? - perguntou ele surpreso.
— Você não disse que pesquisou tudo sobre minha vida? Deveria saber. – esnobou.
— Ah claro, como pude me esquecer. - ele sorriu forçando a mente para lembrar.
— No fundo, nós somos iguais. - Keylli observou abaixando a cabeça.
— Como assim? - Edu olhou para ela.
— Dependemos de nossos pais e não sabemos nos virar sem eles.
O novo casal entreolhou-se em silêncio por uns breves segundos, até que a porta do elevador se abriu e eles saíram.
"Ai, esse pai do Edu deve ser uma fera!" – pensou Keylli receosa, após lembrar-se de tudo o que Edu dissera sobre seu pai na praia.
Caminharam lado a lado por um longo corredor de paredes brancas, decoradas por diversos quadros artísticos e chegaram à sala de estar, onde Mauro os esperava impaciente.
— Seu Mauro, chegamos. - anunciou Edu num tom de vitória.
— Essa é a sua namorada? - indagou um pouco desconfiado, indo até eles.
— É. Por quê?
— Tudo bem, minha filha? - Mauro a cumprimentou com um aperto de mãos.
— Estou bem e o senhor? - a jovem retribuiu o cumprimento, abrindo um belo sorriso.
— Estou ótimo. Você é linda! – o pai do playboy a elogiou com simpatia e respeito.
— Obrigada! - Keylli agradeceu, se sentido mais tranquila por ele não ser, pelo menos não com ela, o monstro que imaginou.
— Pena que ela não pode dizer o mesmo do senhor. - disse Edu tentando fazer graça, como de costume.
— Eduardo, palhaçada tem limite! - Mauro como sempre, não gostou nada de mais esse comentário.
Edu que era metido a engraçadinho, tratou de mudar de assunto rapidamente.
— Pronto pai, já conheceu a minha namorada, agora nós vamos indo. – despediu-se pegando Keylli pela mão.
Eduardo queria logo ir embora com Keylli, pois tinha receio de que ambos pudessem descobrir a verdade, já que seu pai estava tão amável.
— Espere! - ordenou Mauro.
— O que foi? - perguntou Edu um pouco assustado.
— Que apresentação mais fajuta! – o velho milionário reclamou.
— Também acho. - concordou Keylli rindo. — O Edu não gosta de fortes emoções.
— Está vendo, Edu? Essa apresentação não valeu, vamos fazer outra. – Mauro sorriu animado.
— Mas pra quê? - perguntou o rapaz inconformado, já imaginando que isso não daria certo.
— É melhor, Edu. Assim você me apresenta o resto da família. – reforçou a jovem com um doce tom de voz.
— Boa ideia! Podemos fazer um jantar. - empolgou-se, o pai.
— Um jantar?
Edu não queria que Keylli tivesse nenhum contato com sua família, pois temia que suas armações e mentiras anteriores fossem descobertas, causando assim a desconfiança da moça, nele.
— Garoto, você só tem perguntas e nenhuma atitude, não acha Keylli?
— Eu acho! Um carinha como o Edu deveria ser mais romântico.
— Keylli, você deveria ficar do meu lado. – reivindicou o playboy.
— Desculpa, amor. Mas o seu pai tem toda razão.
Depois de tanta insistência, e ao perceber que estava sozinho nessa briga, Edu acabou cedendo a ideia do tal jantar.
— Ok, vocês venceram. Essa apresentação foi péssima e eu sou um zero à esquerda. - reconheceu completando. — Mas também entendam meu lado, eu nunca namorei. - justificou-se.
— Te entendemos, vida. Por isso que seu pai quer fazer um jantar.
— Você é tão amável, tomara que consiga colocar o Edu na linha. – encantou-se Mauro, voltando seu olhar para a "nora".
— Amável é o seu filho, nunca vi ninguém como ele. – Key o elogiou com um largo sorriso. — Ele tem que morar aqui pra sempre, ir pra fora do país seria uma grande perda para todos nós.
— O quê? - perguntou seu Mauro sem entender o que a moça quis dizer.
Edu quase teve um "treco" com essas palavras, e contornou: — Nada não pai, é que a Keylli adora se expressar. Vamos, amor?
Com a aprovação de seu pai, Edu teve que contornar a situação para que seu plano tão bem armado não fosse por água abaixo.
— Por que tanta pressa? - indagou o senhor desconfiado do filho.
— Porque queremos ficar sozinhos não é, amor? – Eduardo a segurou pela cintura.
— Claro, querido. – Keylli retribuiu o gesto com o mesmo ato. — Foi um prazer te conhecer, senhor Mauro.
— O prazer foi meu. – Mauro sorriu contente, os deixando ir. — "Adios" pombinhos.
É, da primeira etapa que é a fase de apresentação, Edu conseguiu se sair bem. Passou por alguns sustos, mas nada que o comprometesse. Depois desse processo, os "pombinhos apaixonados" foram à uma sorveteria conversar um pouco, para se conhecerem melhor. Afinal, eram "namorados". Eles escolheram sorvete de melão.
— Me diz uma coisa, porque você teve que colocar um anúncio na internet pra arranjar uma namorada? Falta de opções? - Keylli quis saber, enquanto lambia um pouco da calda de morango que escorreu pelo seu dedo.
— É porque eu não queria ficar com qualquer uma. - Edu encolheu os ombros. — E através de uma entrevista, dá pra conhecer um pouco mais das pessoas.
— Mas você não conhece nenhuma garota legal?
— Conheço, mas... Nenhuma delas correspondem ao que eu procuro, e... - o playboy suspirou. — Pensando bem, colocar um anúncio na internet foi tudo de bom... Me trouxe você. – galanteou o rapaz tentando ser encantador. Encantador ele já era por natureza, mas estava óbvio que Key não o via assim.
A moça ficou visivelmente desconcertada e pediu um pouco tímida: — Para Eduardo, eu hein.
— Edu... – ele a corrigiu.
Eles riram. Conversa vai, conversa vem... Os dois ficaram lá por um bom tempo e já conversavam bem soltinhos um com o outro.
Quem não gostou nada disso, foi Ramon que passava por ali e viu essa cena. Ele ficou fortemente movido de ciúmes e falou em pensamento: "Eu ainda custo a acreditar que a Keylli me trocou por esse cara, e eu que pensei que estava tornando os dias dela mais felizes. Por que Keylli? Por quê? O que eu fiz de errado"? - Ramon se lamentou inconformado.
Coitado do Ramon, mesmo tendo ficado pouco tempo com Keylli, ele ficou realmente muito gamado nela. Em sua mente, ele pensava: "O que será que há de errado comigo? Fui trocado justo por esse cara mentiroso e cretino".
É, Ramon como metade da cidade, conhecia Edu de outros carnavais...