Alianças De Sangue (Degustaçã...

By ItaloMattienne

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"Aquele foi o melhor dos tempos, foi o pior dos tempos" Um conto de duas cidades. Charles Dickens. O que acon... More

AVISO
Capítulo 1 - Atração
Capítulo 2 - Sombras do passado
Capítulo 3 - Sonhos
Capítulo 4 - Revelações
Capítulo 5 - Caminhos que se cruzam
Capítulo 6 - Vênus e Júpiter
Capítulo 7 - Nossas histórias
Capítulo 8 - Vinte e sete minutos de um dia
Capítulo 9 - Mundos em particular
Capítulo 10 - As reviravoltas de um conto
Capítulo 11 - Um desconhecido amigo
Livro Físico

Capítulo 12 - Algumas respostas

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By ItaloMattienne

Capítulo 12

E lá estavam os quatro sentados no sofá na sala de estar, enquanto Adryan sentia-se perdido naquela conversa que apenas acompanhava com os olhos, e não com os seus ouvidos, Anne e Wanda apreciavam o momento com aquele homem que ele sequer sabia o nome.

Sentiam-se a vontade na companhia dele. De corpo alto e pele clara, com longos cabelos escurecidos e olhos negros, vestido em uma elegante roupa social. Seus sapatos até reluziam com a luz da sala, pareciam ter um brilho fora do comum.

Aquela conversa que ele apenas ouvia ao fundo de seus ouvidos já estava causando grande incômodo. Pediu licença e retirou-se por alguns instantes.

Caminhou em passos largos até o banheiro, a fim de se refazer, para que não percebessem a sua inquietação.

“O que está acontecendo?”

Pensou consigo, dialogando com sua própria mente, enquanto passava uma água fria sobre a pele de seu rosto, fixando seus olhos em direção ao espelho, que ali apenas refletia de volta seus medos e incertezas.

Suas mãos seguravam firmemente a pia, a ponto de sua louça começar a fazer estalos, avisando que poderia ceder rapidamente caso não a soltasse.

“Quem é este homem?”

Questionou-se, lembrando que ninguém os havia apresentados, o que no mínimo era uma grande falta de gentileza.

— Está tudo bem?

Do outro lado da porta, ouviu Anne perguntar, logo após a mesma dar três batidas e ele não responder.

— Só um minuto, já estou de saída.

— Você demorou um bocado aí dentro, está tudo bem?

— Para falar a verdade, não. — Disse. — Desde que vocês chegaram, estão lá conversando sobre tudo, me senti perdido. Precisava de um tempo.

— Não percebemos isso, é que fazia tanto tempo que não víamos o Peter. Perdão.

‘‘Peter.’’

— Até que enfim alguém disse seu nome.

Anne o olhava, parada à sua frente, e sentiu naquele momento que Adryan já estava a se endurecer com tudo aquilo, percebeu então que sequer tinha os apresentados e logo se desculpou por sua atitude controversa.

— Você precisa saber de algumas coisas.

Caminharam até a sala, onde finalmente foram apresentados um ao outro.

— Peter, esse é o Adryan.

Disse a mulher ruiva, os apresentando pela primeira vez desde que tinham se encontrado.

Peter o olhava como se já o conhecesse de algum lugar. Estendeu sua mão em sinal de cumprimento e assim Adryan fizera o mesmo.

Wanda apenas o olhava, surpresa por ter esquecido de os apresentar. Em seguida cochichou baixo em seu ouvido, pedindo desculpa.

— Tudo bem. — Respondeu ele a sua irmã.

— Adryan, eu sei que para você deve ser estranho tudo isso. Mas eu quero que entenda o que está acontecendo.

— Pode falar. — Fora ríspido.

— Talvez seja melhor ele contar. — A ruiva indicou a Peter.

— A alguns anos atrás, Anne e eu trabalhamos em um projeto.

Começou falar, e, antes que pudesse dar continuidade, Adryan o interrompeu, dizendo que já sabia sobre o chip e que ele poderia adiantar sua história.

— Quando descobrimos como Marc queria usar o chip, ficamos indignados. Aquilo era inaceitável...

...Logo depois que saímos do projeto como a maioria dos cientistas originais, apenas um ficou. Philip Zaion. Ele e Marc usaram o chip para ganhos pessoais e aquilo tudo parecia fugir do controle.

Adryan apenas o observava atento, querendo entender o que de fato estava a acontecer. Anne, sentada do seu lado, ficara em silêncio total. Apenas acompanhava juntamente aquela história, e Wanda à sua frente, era a que parecia ser a mais desligada: prestava atenção em alguns momentos e em outros apenas mexia em seu celular, fazendo qualquer coisa com ele. De vez em quando o olhava a contar aquela história.

— Antes dela ir para o hospital tínhamos adquirido algumas provas que contestavam a utilização do chip. Queríamos expor Marc e Zaion, já que em um vídeo havíamos descoberto algo assustador.

— O que vocês acharam?

— Marc queria que o chip funcionasse como um divisor, queria impor uma classe elitista e outra apenas de serviçais. Era basicamente isso.

Adryan o olhou espantado. Aquilo era realmente assustador. Algo inimaginável para ele.

— A utilização do chip sempre foi para que pudéssemos dar a alguém a chance de transformar suas memórias ruins em lembranças boas...

...Logo depois que Marc usou a tecnologia naquelas pessoas para desfazer o contrato, implantando novas lembranças, ficou claro que ele não iria respeitar os limites da ética outra vez.

Anne ouvia tudo aquilo com enorme desgosto, a ponto de não suportar e logo se retirar daquele meio. Precisava respirar sozinha um pouco, e assim levantou-se e seguiu em direção a porta da cozinha, que dava para os fundos da casa.

...Quando descobri que eles planejavam usar o chip para dividir a população, tinha que fazer alguma coisa. Para eles era a única forma de tomar o controle da sociedade, já que, na visão de ambos, a cidade estava em declínio total.

Dizia Peter ao lembrar-se das razões de Marc e Philip. Para eles, a cidade estava à beira do caos, já que eram escassas as reservas naturais, e logo aqueles males iriam assolar a nação e em pouco tempo todo o planeta – ao menos era assim que eles imaginavam –, e com esse argumento, pareciam estar dispostos a fazer qualquer coisa.

— E como ela se envolveu em tudo isso? — Apontou o dedo para sua irmã.

— Depois que ela descobriu que Anne estava viva, veio me procurar. Disse que estava com você, então eu a pedi ajuda e contei para ela tudo que sabia, e do porquê Anne havia sido dada como morta em todos noticiários.

Contava, enquanto naquele momento Anne ressurgiu, parecendo ter escutado o seu nome na história. Olhou para todos brevemente e fora sentar outra vez ao lado de Adryan.

...Logo depois que ela foi internada, eu soube que era devido à sua teimosia, tinha a certeza de que ela havia falado o que não deveria. Assim, pouco tempo depois, eu me afastei da empresa. Ninguém desconfiava de mim sobre nada, afinal, Anne e eu sempre fomos próximos, porém poucos sabiam disso.

Deixou no ar uma certa intimidade entre ambos, e aquilo fizera Adryan sentir outra vez uma pitada de ciúmes arder em seu peito. Porém, se esforçou para nada demostrar e somente seguiu a escutar.

...Depois de sair de lá, procurei um meio de tirar Anne do hospital onde estava, e só tempos mais tarde consegui achar uma pessoa de confiança para que pudesse entrar e cuidar dela de verdade. Ela não fazia ideia que tinha sido eu quem colocou aquela moça lá dentro. Até hoje quando lhe contei.

— Como Wanda soube onde te achar? — Questionou. — E como ela sabia que vocês eram próximos?

— Quando ela entrou para a Pasquin Corp, houve um projeto com alguns cientistas.

Começou a responder, fitando o corpo de Wanda que, naquele momento, com uma saía curtíssima, estava sentada com suas pernas cruzadas, deixando à mostra seu belo par de pernas.

...E nesse projeto quem a acompanhou, fomos nós. Depois de algum tempo perdemos contato, porém ela ainda tinha meu número em seu telefone, e, como era uma das poucas pessoas que sabia sobre nós dois sermos próximos, me ligou.

As peças naquela sala se encaixavam bem demais, e isso o assustava profundamente. Nesse momento Peter tirou um pequeno pen drive de seu bolso direito da calça que trajava e entregou nas mãos dele.

— Eu sei que tudo isso é muito para você, mas aqui estão as provas que temos.

Surpresa por Peter não ter lhe mostrado o pen drive outrora, apenas observava tudo aquilo. Adryan segurou firme aquele objeto, fechando suas mãos sobre ele e cerrando o punho.

Os quatros caminharam até a porta e despediram-se do homem de cabelos longos. Adryan sentiu que aquela não seria a última vez que o veria, infelizmente.

Wanda aproveitou o momento e também foi embora.

O relógio marcava altas horas da madrugada em seus ponteiros e assim, já dentro de casa, os dois caminharam até o quarto. Conectaram o pequeno pen drive no computador e apenas se deixaram levar pelo mar de descobertas que era transmitido na tela.

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